Drug repurposing na Oncologia Veterinária: estudo in vitro do potencial oncolítico de cepas vacinais do vírus da Doença de Newcastle no tratamento de melanoma canino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nakamura, Júlia de Carvalho
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-04052023-113212/
Resumo: Tumores em crescimento progressivo e clinicamente aparentes desenvolvem estratégias para evadir os mecanismos protetores do sistema imune. A capacidade do vírus da Doença de Newcastle (NDV) de infectar células cancerígenas, transformá-las e promover sinais de alerta ao sistema imune vem sendo explorada em humanos há décadas com resultados promissores na terapêutica antitumoral. Na Medicina Veterinária, ensaios clínicos utilizando vírus oncolíticos são escassos e pouco se conhece a respeito das propriedades de cepas virais vacinais como agentes terapêuticos. Diante do cenário socioeconômico e regulatório do Brasil, estratégias para agilizar e baratear o desenvolvimento e registro de terapias contra o câncer precisam ser adotadas para torná-las acessíveis. Uma estratégia é chamada de “drug repurposing ” ou “reposicionamento ”, em que substâncias já registradas para o tratamento ou prevenção de uma enfermidade são utilizadas em outro contexto. Portanto, este trabalho foi estruturado em três pilares: acessibilidade, virologia e imuno-oncologia. Utilizaram-se dois tipos de cultivos celulares primários de melanoma canino (MeLn e GAB) para testar a atividade oncolítica de cepas vacinais do vírus da Doença de Newcastle (NDV1 e NDV2). A observação morfológica por microscopia óptica e ensaios de citometria de fluxo mostraram que doses extremamente baixas dos vírus NDV1 e NDV2 foram capazes de induzir efeitos citotopáticos e provocaram morte celular em células MeLn e GAB, sendo GAB mais suscetível a ambos os vírus, o que pode estar relacionado à menor magnitude de ativação da via de interferon do tipo I (IFN-I), avaliada por RT-PCR de acordo com a expressão dos genes MDA5, RIG-I, IFNA-7 e IFNB. Investigou-se também se a densidade de receptores de ácido siálico na membrana celular (potenciais receptores para vírus da família Paramyxoviridae) explicaria a maior suscetibilidade de GAB aos vírus: utilizando-se a marcação indireta desses receptores com lectinas fluorescentes SNA e MAL-I em ensaios de citometria de fluxo, observou-se que, embora a intensidade de fluorescência média de células marcadas com as lectinas não tenha relação direta com a suscetibilidade das células MeLn e GAB ao NDV, o padrão de marcação com MAL-I (heterogêneo ou homogêneo) pode estar correlacionado à ação do NDV1, representando um potencial biomarcador para predizer a resposta de pacientes à terapia viral.
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Na Medicina Veterinária, ensaios clínicos utilizando vírus oncolíticos são escassos e pouco se conhece a respeito das propriedades de cepas virais vacinais como agentes terapêuticos. Diante do cenário socioeconômico e regulatório do Brasil, estratégias para agilizar e baratear o desenvolvimento e registro de terapias contra o câncer precisam ser adotadas para torná-las acessíveis. Uma estratégia é chamada de “drug repurposing ” ou “reposicionamento ”, em que substâncias já registradas para o tratamento ou prevenção de uma enfermidade são utilizadas em outro contexto. Portanto, este trabalho foi estruturado em três pilares: acessibilidade, virologia e imuno-oncologia. Utilizaram-se dois tipos de cultivos celulares primários de melanoma canino (MeLn e GAB) para testar a atividade oncolítica de cepas vacinais do vírus da Doença de Newcastle (NDV1 e NDV2). A observação morfológica por microscopia óptica e ensaios de citometria de fluxo mostraram que doses extremamente baixas dos vírus NDV1 e NDV2 foram capazes de induzir efeitos citotopáticos e provocaram morte celular em células MeLn e GAB, sendo GAB mais suscetível a ambos os vírus, o que pode estar relacionado à menor magnitude de ativação da via de interferon do tipo I (IFN-I), avaliada por RT-PCR de acordo com a expressão dos genes MDA5, RIG-I, IFNA-7 e IFNB. Investigou-se também se a densidade de receptores de ácido siálico na membrana celular (potenciais receptores para vírus da família Paramyxoviridae) explicaria a maior suscetibilidade de GAB aos vírus: utilizando-se a marcação indireta desses receptores com lectinas fluorescentes SNA e MAL-I em ensaios de citometria de fluxo, observou-se que, embora a intensidade de fluorescência média de células marcadas com as lectinas não tenha relação direta com a suscetibilidade das células MeLn e GAB ao NDV, o padrão de marcação com MAL-I (heterogêneo ou homogêneo) pode estar correlacionado à ação do NDV1, representando um potencial biomarcador para predizer a resposta de pacientes à terapia viral.Progressively growing, visible tumors have evolved mechanisms to evade immune recognition and/or destruction. The ability of Newcastle Disease Virus (NDV) to infect and modify cancer cells, along with its ability to provide “danger signals ” to the immune system have been studied for decades in humans and promising outcomes have been reported in cancer patients. In Veterinary Medicine, immunotherapeutic interventions are rare and there is no information about NDV vaccine strains as therapeutic agents for cancer in dogs. Given the socioeconomic and regulatory scenarios in Brazil, one approach to decrease substantial costs and hasten the process of drug discovery to make it more accessible is called drug repurposing, where approved drugs are used to treat or prevent other diseases based on their mechanisms of action. Therefore, this research project rests on three pillars: Accessibility, Virology and Immuno- Oncology. Using two canine melanoma primary cell cultures (MeLn and GAB), we tested the oncolytic ability of two NDV vaccine strains (NDV1 e NDV2). Morphological analysis of infected cells and flow cytometry data showed that extremely low infectious doses caused cytopathic effects and induced cell death in MeLn and GAB cells. GAB cells were more susceptible to both viruses compared to MeLn. Gene expression analysis of MDA5, RIG-I, IFNA and IFNB by RT-PCR suggests that GAB ’s susceptibility could be related to a lower magnitude of Type I Interferon response. We also hypothesized that higher susceptibility to NDV could be related to a higher density of sialic receptors on the cellular membrane, which are potential receptors for viruses from the Paramyxoviridae family and can be labeled with fluorescent lectins SNA and MAL-I. However, flow cytometry analysis showed that mean fluorescence intensity of MeLn and GAB cells stained with lectins was not related to viral susceptibility. Nevertheless, the binding pattern of MAL-I (heterogeneous or homogeneous) can be related to NDV1 oncolytic potential and should be investigated as a biomarker to predict a patient ’s response to viral therapy.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGomes, Cristina de Oliveira Massoco SallesNakamura, Júlia de Carvalho2022-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-04052023-113212/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-09-29T13:55:02Zoai:teses.usp.br:tde-04052023-113212Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-09-29T13:55:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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