Função tireoidiana subclínica e aspectos ultra-sonográficos em mulheres submetidas a rastreamento de função tireoideana em local de trabalho
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5159/tde-10032008-173047/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: No Brasil, são poucos os estudos sobre a freqüência das doenças tireoidianas e a maioria limita-se a populações específicas. OBJETIVOS: O objetivo principal deste estudo é correlacionar função tireoidiana subclínica a aspectos ultra-sonográficos em mulheres que realizaram rastreamento para função tireoidiana em local de trabalho. MÉTODOS: Estudo transversal de rastreamento com 135 mulheres de 40 anos ou mais, funcionárias da Universidade de São Paulo. Todas as participantes responderam a questionário específico, foram submetidas à mensuração de medidas antropométricas e da pressão arterial, tiveram uma amostra de sangue colhida para avaliação de função tireoidiana e anticorpos anti-tireoperoxidase, glicemia de jejum, colesterol total, HDL-colesterol, triglicérides e a proteína C ultra-sensível e foram submetidas à ultrasonografia da tireóide. Em uma subamostra do estudo foi realizada punção aspirativa por agulha fina guiada por ultra-sonografia de nódulos tireoidianos que preenchiam critérios de punção. RESULTADOS: As freqüências de hipotireoidismo e hipertireoidismo subclínico foram, respectivamente, 7,4% e 2,2%. A frequência de função tireoidiana normal foi 90,4%. Os valores médios de TSH foram diferentes nestes três grupos (P < 0,0001). Os níveis de anti-TPO foram significativamente diferentes entre os grupos, sendo mais elevados nos dois grupos de doença subclínica (P < 0,0001). O volume médio da tireóide no grupo do hipotireoidismo subclínico foi 8,9 ± 5,2 cm3, seguido pelo grupo do hipertireoidismo subclínico (8,9 ± 1,9 cm3) e pelo grupo das mulheres com função tireoidiana normal (7,7 ± 2,5 cm3) (P= 0,32). Não houve diferenças significativas entre os três grupos quanto à hipoecogenicidade da tireóide (P = 0,64). Entretanto, a ecotextura tireoidiana foi significativamente diferente entre os grupos (P = 0,02). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos quanto à presença de nódulos císticos, sólidos ou mistos, nem quanto ao número médio de nódulos nas participantes que tinham algum nódulo à ultra-sonografia. Em 14% das mulheres houve indicação de biópsia dos nódulos e em duas foi diagnosticado carcinoma papilífero (1,4% da amostra). Houve uma associação entre ecotextura heterogênea e aumento dos níveis de anti-TPO (P < 0,0001) e uma associação limítrofe entre hipoecogenicidade e presença de anti-TPO (P = 0,051). O volume médio da tireóide no grupo das pacientes com anti-TPO elevado foi de 9,5 ± 4,5 cm3 e no grupo das pacientes com anti-TPO normal foi de 7,5 ± 2,5 cm3 (P = 0,02). A função tireoidiana e os aspectos ultra-sonográficos das mulheres procedentes de zona de bócio endêmico na infância não foram estatisticamente diferentes dos resultados encontrados em mulheres procedentes de zonas iodo-suficientes. CONCLUSÃO: O estudo mostrou associação entre função tireoidianasubclínica e alteração da ecotextura da tireóide em amostra de funcionárias da Universidade de São Paulo submetidas a rastreamento de função tireoidiana em local de trabalho. Níveis elevados de anti-TPO se associaram à alteração da ecotextura e ecogenicidade. Não houve diferenças em relação ao perfil de função tireoidiana ou aos achados ultra-sonográficos nas mulheres quando estratificadas de acordo com a procedência remota. |
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Função tireoidiana subclínica e aspectos ultra-sonográficos em mulheres submetidas a rastreamento de função tireoideana em local de trabalhoSubclinical thyroid function and thyroid ultrasound characteristics in a sample of women submitted to screening of thyroid function at worksiteHipertireoidismo/diagnósticoHipertireoidismo/ultra-sonografiaHipotireoidismo/diagnósticoHipotireoidismo/ultra-sonografiaHyperthyroidism/diagnosisHyperthyroidism/ultrasonographyHypothyroidism/diagnosisHypothyroidism/ultrasonographyMulheresWomenINTRODUÇÃO: No Brasil, são poucos os estudos sobre a freqüência das doenças tireoidianas e a maioria limita-se a populações específicas. OBJETIVOS: O objetivo principal deste estudo é correlacionar função tireoidiana subclínica a aspectos ultra-sonográficos em mulheres que realizaram rastreamento para função tireoidiana em local de trabalho. MÉTODOS: Estudo transversal de rastreamento com 135 mulheres de 40 anos ou mais, funcionárias da Universidade de São Paulo. Todas as participantes responderam a questionário específico, foram submetidas à mensuração de medidas antropométricas e da pressão arterial, tiveram uma amostra de sangue colhida para avaliação de função tireoidiana e anticorpos anti-tireoperoxidase, glicemia de jejum, colesterol total, HDL-colesterol, triglicérides e a proteína C ultra-sensível e foram submetidas à ultrasonografia da tireóide. Em uma subamostra do estudo foi realizada punção aspirativa por agulha fina guiada por ultra-sonografia de nódulos tireoidianos que preenchiam critérios de punção. RESULTADOS: As freqüências de hipotireoidismo e hipertireoidismo subclínico foram, respectivamente, 7,4% e 2,2%. A frequência de função tireoidiana normal foi 90,4%. Os valores médios de TSH foram diferentes nestes três grupos (P < 0,0001). Os níveis de anti-TPO foram significativamente diferentes entre os grupos, sendo mais elevados nos dois grupos de doença subclínica (P < 0,0001). O volume médio da tireóide no grupo do hipotireoidismo subclínico foi 8,9 ± 5,2 cm3, seguido pelo grupo do hipertireoidismo subclínico (8,9 ± 1,9 cm3) e pelo grupo das mulheres com função tireoidiana normal (7,7 ± 2,5 cm3) (P= 0,32). Não houve diferenças significativas entre os três grupos quanto à hipoecogenicidade da tireóide (P = 0,64). Entretanto, a ecotextura tireoidiana foi significativamente diferente entre os grupos (P = 0,02). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos quanto à presença de nódulos císticos, sólidos ou mistos, nem quanto ao número médio de nódulos nas participantes que tinham algum nódulo à ultra-sonografia. Em 14% das mulheres houve indicação de biópsia dos nódulos e em duas foi diagnosticado carcinoma papilífero (1,4% da amostra). Houve uma associação entre ecotextura heterogênea e aumento dos níveis de anti-TPO (P < 0,0001) e uma associação limítrofe entre hipoecogenicidade e presença de anti-TPO (P = 0,051). O volume médio da tireóide no grupo das pacientes com anti-TPO elevado foi de 9,5 ± 4,5 cm3 e no grupo das pacientes com anti-TPO normal foi de 7,5 ± 2,5 cm3 (P = 0,02). A função tireoidiana e os aspectos ultra-sonográficos das mulheres procedentes de zona de bócio endêmico na infância não foram estatisticamente diferentes dos resultados encontrados em mulheres procedentes de zonas iodo-suficientes. CONCLUSÃO: O estudo mostrou associação entre função tireoidianasubclínica e alteração da ecotextura da tireóide em amostra de funcionárias da Universidade de São Paulo submetidas a rastreamento de função tireoidiana em local de trabalho. Níveis elevados de anti-TPO se associaram à alteração da ecotextura e ecogenicidade. Não houve diferenças em relação ao perfil de função tireoidiana ou aos achados ultra-sonográficos nas mulheres quando estratificadas de acordo com a procedência remota.INTRODUCTION: In Brazil, there are few studies on the frequency of thyroid diseases and the majority is limited to specific populations. OBJECTIVE: The goal of this study is to correlate subclinical thyroid function to ultrasound characteristics in a sample of women submitted to screening of thyroid function at worksite. METHODS: Cross-sectional screening study with 135 women aged 40 years or older, all of them civil servants, working at Universidade de São Paulo. All the women answered specific questionnaires, had anthropometric variables and blood pressure measured, blood analyzed for total-cholesterol, LDL-cholesterol, HDL-cholesterol, triglycerides, fasting glucose, thyroid-stimulating hormone (TSH), free-thyroxine (free-T4), antithyreoperoxidase antibodies (anti-TPO), high-sensitive C reactive protein (hsCRP) and they underwent a thyroid ultrasound. An ultrasound-guided fine needle aspiration biopsy of thyroid nodules was performed in a sub-sample of this group. RESULTS: The frequency of subclinical hypothyroidism and subclinical hyperthyroidism were, respectively, 7,4% e 2,2%. The frequency of normal thyroid function was 90,4%. The mean values of TSH were different among the three groups (P < 0,0001). The levels of anti-TPO were significantly different among the groups, with higher levels within the two subclinical disease groups (P < 0,0001). The average thyroid volume within the subclinical hypothyroidism group was 8,9 ± 5,2 cm3, followed by the subclinical hyperthyroidism group with 8,9 ± 1,9 cm3 average volume and lastly by the normal thyroid function group with 7,7 ± 2,5 cm3 average volume (P= 0,32). There were no significant differences among the three groups regarding thyroid hypoechogenicity (P = 0,64). However, thyroid echotexture was significantly different among the groups (P = 0,02). There were no meaningful differences among the groups neither for the presence of cystic lesions, solid or mixed nodules nor for the average number of nodules of any kind within the group of women with thyroid nodules. Fourteen percent of the women had a nodule biopsy indication and 2 were diagnosed with papillary carcinoma (1,4% of the sample). There was an association between heterogeneous echotexture and high levels of anti-TPO (P < 0,0001) and a borderline association between hypoechogenicity and the presence of anti- TPO (P=0,051). The group with the high levels of anti-TPO showed a mean thyroid volume of 9,5 ± 4,5 cm3 and the group with normal levels of anti-TPO showed a mean thyroid volume of 7,5 ± 2,5 cm3 (P = 0,02). The thyroid function and the ultrasonographic aspects of the women from endemic areas in childhood were not statistically different from the results found in women from iodine sufficient areas. CONCLUSION: This study demonstrated the association between subclinical thyroid function and altered thyroid echotexture in a sample of female civil servants working at Universidade de São Paulo submitted to screening of thyroid function at worksite. It was demonstrated that high levels of anti-TPO were associated with thyroid echotexture and echogenicity alterations. There were no differences relating to the thyroid function profile or regarding the ultrasonographic findings among the women when classified according to their origin.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBenseñor, Isabela Judith MartinsPenalva, Daniele Queiroz Fucciolo2007-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5159/tde-10032008-173047/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-10032008-173047Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: No Brasil, são poucos os estudos sobre a freqüência das doenças tireoidianas e a maioria limita-se a populações específicas. OBJETIVOS: O objetivo principal deste estudo é correlacionar função tireoidiana subclínica a aspectos ultra-sonográficos em mulheres que realizaram rastreamento para função tireoidiana em local de trabalho. MÉTODOS: Estudo transversal de rastreamento com 135 mulheres de 40 anos ou mais, funcionárias da Universidade de São Paulo. Todas as participantes responderam a questionário específico, foram submetidas à mensuração de medidas antropométricas e da pressão arterial, tiveram uma amostra de sangue colhida para avaliação de função tireoidiana e anticorpos anti-tireoperoxidase, glicemia de jejum, colesterol total, HDL-colesterol, triglicérides e a proteína C ultra-sensível e foram submetidas à ultrasonografia da tireóide. Em uma subamostra do estudo foi realizada punção aspirativa por agulha fina guiada por ultra-sonografia de nódulos tireoidianos que preenchiam critérios de punção. RESULTADOS: As freqüências de hipotireoidismo e hipertireoidismo subclínico foram, respectivamente, 7,4% e 2,2%. A frequência de função tireoidiana normal foi 90,4%. Os valores médios de TSH foram diferentes nestes três grupos (P < 0,0001). Os níveis de anti-TPO foram significativamente diferentes entre os grupos, sendo mais elevados nos dois grupos de doença subclínica (P < 0,0001). O volume médio da tireóide no grupo do hipotireoidismo subclínico foi 8,9 ± 5,2 cm3, seguido pelo grupo do hipertireoidismo subclínico (8,9 ± 1,9 cm3) e pelo grupo das mulheres com função tireoidiana normal (7,7 ± 2,5 cm3) (P= 0,32). Não houve diferenças significativas entre os três grupos quanto à hipoecogenicidade da tireóide (P = 0,64). Entretanto, a ecotextura tireoidiana foi significativamente diferente entre os grupos (P = 0,02). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos quanto à presença de nódulos císticos, sólidos ou mistos, nem quanto ao número médio de nódulos nas participantes que tinham algum nódulo à ultra-sonografia. Em 14% das mulheres houve indicação de biópsia dos nódulos e em duas foi diagnosticado carcinoma papilífero (1,4% da amostra). Houve uma associação entre ecotextura heterogênea e aumento dos níveis de anti-TPO (P < 0,0001) e uma associação limítrofe entre hipoecogenicidade e presença de anti-TPO (P = 0,051). O volume médio da tireóide no grupo das pacientes com anti-TPO elevado foi de 9,5 ± 4,5 cm3 e no grupo das pacientes com anti-TPO normal foi de 7,5 ± 2,5 cm3 (P = 0,02). A função tireoidiana e os aspectos ultra-sonográficos das mulheres procedentes de zona de bócio endêmico na infância não foram estatisticamente diferentes dos resultados encontrados em mulheres procedentes de zonas iodo-suficientes. CONCLUSÃO: O estudo mostrou associação entre função tireoidianasubclínica e alteração da ecotextura da tireóide em amostra de funcionárias da Universidade de São Paulo submetidas a rastreamento de função tireoidiana em local de trabalho. Níveis elevados de anti-TPO se associaram à alteração da ecotextura e ecogenicidade. Não houve diferenças em relação ao perfil de função tireoidiana ou aos achados ultra-sonográficos nas mulheres quando estratificadas de acordo com a procedência remota. |
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