Observações sobre o desempenho de bezerras zebuínas submetidas a técnicas de crescimento compensatório

• Autor(a) principal: Alves, José Júlio
• Data de Publicação: 1981
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20231122-100422/
• topic: BEZERRA ZEBUÍNA; CRESCIMENTO ANIMAL; DESEMPENHO

O presente trabalho foi desenvolvido na fazenda Mundo Novo, no município de Brotas, em três fases, comparando o desempenho o de bezerras zebuínas submetidas à períodos de deficiência alimentar e em seguida, realimentadas em regime de pastagem abundante com e sem suplementação de feno de capim napier. Foram utilizadas 32 novilhas da raça Nelore, com idade média de 353,19 dias e peso vivo médio de 192,875 kg, adotando-se o delineamento estatístico de blocos ao acaso, com quatro tratamentos e oito repetições. As três fases experimentais tiveram duração de 252 dias, sendo que na fase I, os animais receberam os tratamentos: A = pasto; B = pasto + feno; C = pasto e D = pasto + feno por 84 dias. Na fase II, passaram a receber os tratamentos: A = pasto; B = pasto; C =pasto + feno e D= pasto + feno por mais 56 dias, e finalmente na fase III as novilhas foram reunidas em um lote único e colocadas em pastagens até o término do experimento. Durante o experimento, as pesagens das novilhas eram realizadas a intervalos de 14 dias e as medidas corporais tomadas a cada 28 dias, determinando-se os ganhos diários e totais. Na fase I, os pesos médios finais, foram para os tratamentos: A= 183,25 kg; B = 202,00 kg; C = 181,57 kg e D= 197,00 kg, com os ganhos médios diários de: -0,086 kg; 0,057 kg; -0,153 kg e 0,049 kg na mesma ordem dos tratamentos citados, sendo que os maiores ganhos foram para os animais recebendo suplementação com feno. Na fase II, os pesos médios finais passaram a: A = 190,38 kg; B = 223,25 kg; C = 218,29 kg e D = 224,13 kg, com ganhos médios diários de: 0,127 kg; 0,380 kg; 0,656 kg e 0,485 kg, com os maiores ganhos nos animais suplementados que na fase anterior foram mantidos em regime de pastejo exclusivo. Ao final do experimento, na fase III, os pesos médios finais das novilhas foram: A = 258,63 kg; B = 293,75 kg; = 288,29 kg e D= 285,38 kg, com os ganhos médios diários de: 0,609 kg; 0,630 kg; 0,625 kg e 0,547 kg na mesma ordem. As medidas médias de comprimento do corpo, para o final da fase I foram: A= 110,25 cm; B = 114,19 cm; C = 111,57 cm e D= 112,25 cm, com os ganhos médios diários de: 0,032 cm, 0,025 cm, 0,031 cm e 0,052 cm, na mesma ordem dos tratamentos citados. Na fase II, as medidas de comprimento do corpo passaram a: A= 111,63 cm; B = 116,25 cm; C = 112,71 cm e D = 115,69 cm, com os ganhos médios diários de: 0,025 cm; 0,037 cm, 0,020 cm e 0,061 cm na mesma ordem. Na fase III as medidas passaram a: A = 118,69 cm; B = 126,19 cm; C = 124,93 cm e D = 122,75 cm, com ganhos médios diários de 0,063 cm; 0,089 cm; 0,109 cm e 0,063 cm na mesma ordem dos tratamentos recebidos. A altura na cernelha apresentada pelas novilhas no final da fase foi para os tratamentos: A = 118, 21 cm; B = 119,81 cm; C = 120,21 cm e D = 119,31 cm, com ganhos médios de: 0,015 cm; 0,028 cm; 0,019 cm e 0,023 cm na mesma ordem dos tratamentos s citados. No final da fase II, as medidas de altura na cernelha passararam a: A = 119,00 cm; B = 122.00 cm; C = 122,07 cm e D= 120,94 cm, com ganhos médios diários de: 0,012 cm; 0,039 cm; 0,033 cm e 0,029 cm. Ao final da fase III, as novilhas apresentaram as seguintes medidas de altura na cernelha: A = 123,63 cm; B = 126,31 cm; C = 127, 71 cm e D = 124,88 cm com ganhos médios diários de: 0,041 cm; 0,039 cm; 0,050 cm e 0,035 cm. O perímetro torácico no final da fase I foram para os tratamentos: A= 136,88 cm; B = 141,63 cm; C = 136,71 cm e D = 139,75 cm, com os ganhos e perdas diárias de: 0,061 cm; 0,009 cm; -0,056 cm e -0,012 cm. No final da fase II, o perímetro torácico passou a: A = 138,13 cm; B = 144,50 cm; C = 143,71 cm e D= 145,13 cm com ganhos médios diários de: 0,022 cm; 0,051cm; 0,125 cm e 0,096 cm. N o final do experimento, na fase III, as novilhas apresentaram as seguintes medidas de perímetro torácico: A = 153,50 cm; B = 158,13 cm; C = 158,43 cm e D= 158,50 cm, com ganhos diários de: 0,137 cm; 0,122 cm; 0,131 cm e 0,119 cm na mesma ordem dos tratamentos citados. O ensaio de digestibilidade do feno de capim napier, apresentou os seguintes coeficientes de digestibilidade: matéria seca (M.S.) = 61,02%; proteína bruta (P.B.) 75,13%; fibra bruta (F.B.) = 63,84%; extrato etéreo (E.E.) = 50,64%; extrativo não nitrogenado (E.N.N.) = 60,10% e celulose (Cel) = 66,00%, com um teor de nutrientes digestíveis totais (N.D.T.) = 55,76%, apresentando energia digestível (E.D.) = 2,458 Mcal/Kg e energia metabolizável (E.M.) = 2,016 Mcal/Kg. O consumo médio diário de feno durante a fase I foi de 4,163 Kg e 4,316 Kg para os tratamentos B e D, respectivamente. Na fase II, o consumo médio diário de feno foi de 3,059 Kg e 3,342 Kg para os tratamentos C e D, respectivamente. O custo econômico por quilograma de feno foi de Cr$ 0,49. Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões: A restrição alimentar das novilhas durante a estação seca determinou um evidente efeito cornpensatório sobre o crescimento dos animais, durante a realimentação, em regime exclusivo de pastagens no período das “águas”. A recuperação dos animais foi mais evidente quando os mesmos foram suplementados com forragem volumosa na forma de feno de qualidade média, na estação seca ou no início das “águas”. A suplementação no início das “águas” acusou vantagens comprovadas sobre aquela realizada durante a estação seca, tanto para os ganhos de peso quanto para as medidas corporais. Os ganhos de peso se revelaram mais econômicos quando os animais foram suplementados com feno no início da estação das “águas”. -