Palacete Conde de Sarzedas: a casa como documento e monumento - a ocupação pelo Museu do Tribunal de Justiça no processo de musealização do patrimônio histórico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Bruno Bettine de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/103/103131/tde-15082023-152455/
Resumo: A presente dissertação teve como objetivo analisar o processo de conversão do Palacete Conde de Sarzedas em espaço museal. O palacete foi construído na última década do século XIX, atravessou o século XX e, ao contrário da maioria dos imóveis similares do período, localizados na área central da cidade de São Paulo, escapou da demolição e permaneceu em posse da família até 2000, quando foi adquirido pela Fundação Carlos Chagas. Em 2002, o Palacete foi tombado pelo DPH/CONPRESP, em função de seu valor histórico e arquitetônico, por ser um dos poucos, quiçá o único, remanescente de palacetes paulistanos ecléticos. O tombamento levou ao restauro do imóvel, no âmbito da requalificação do centro da cidade de São Paulo e da construção de uma torre de escritórios. No entanto, naquele momento, ainda não havia nenhuma definição quanto à ocupação estabelecida para o imóvel, o que levou o restauro a ser executado de forma aberta, ou seja, com possiblidade de abrigar diversos tipos de uso e ocupação. Somente após finalizadas as obras de restauro, foi decido que o Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo ocuparia o imóvel. Foi então que as histórias de ambas as instituições se vincularam e foi possível estabelecer uma ponte entre o Palacete Conde de Sarzedas e o Museu do Tribunal de Justiça em seu processo de musealização. Este fato justifica o não cumprimento de algumas exigências normativas específicas para a área durante as obras de restauro. A ocupação do prédio ressentiu-se de dois pontos centrais: a ausência de um programa de necessidades adequadas à sua ocupação, sobretudo no que tange à iluminação, umidade, acessibilidade etc. e a inexistência de um Plano Museológico. Estes dois fatores interagem a todo momento e seus efeitos são sentidos tanto na prática como na teoria. Assim sendo, foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória, com base em um estudo de caso, tendo como balizas temporais o período de 1891, ano da construção do Palacete, a 2009, ano da construção do discurso expositivo. Abarcou-se, portanto, o período da edificação do Palacete, sua inserção na paisagem paulistana no decorrer do século XX, seu envolvimento com as políticas patrimoniais da cidade e sua posterior musealização, já no século XXI. Analisou-se como a refuncionalização de um prédio histórico, bem como seu restauro, devem levar em conta o seu uso e ocupação, equação que nem sempre preside a instalação de instituições museológicas em edificações não concebidas ou previstas para tal fim. Enfim, espera-se que a presente dissertação venha a contribuir com a área da Museologia, em especial no que concerne aos museus institucionais do judiciário que, em grande parte, ressentem-se de mecanismos regulatórios internos que possam vir a assegurar minimamente as oscilações de gestões. Ao compreender a relevância do Museu do Tribunal da Justiça de São Paulo inserido na instituição, se está mais próximo a alcançar os objetivos que o desafiam, com a realização de um plano de ocupação de um bem arquitetônico tombado mais articulado, que dialogue com o espaço e que explore suas múltiplas potencialidades.
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Em 2002, o Palacete foi tombado pelo DPH/CONPRESP, em função de seu valor histórico e arquitetônico, por ser um dos poucos, quiçá o único, remanescente de palacetes paulistanos ecléticos. O tombamento levou ao restauro do imóvel, no âmbito da requalificação do centro da cidade de São Paulo e da construção de uma torre de escritórios. No entanto, naquele momento, ainda não havia nenhuma definição quanto à ocupação estabelecida para o imóvel, o que levou o restauro a ser executado de forma aberta, ou seja, com possiblidade de abrigar diversos tipos de uso e ocupação. Somente após finalizadas as obras de restauro, foi decido que o Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo ocuparia o imóvel. Foi então que as histórias de ambas as instituições se vincularam e foi possível estabelecer uma ponte entre o Palacete Conde de Sarzedas e o Museu do Tribunal de Justiça em seu processo de musealização. Este fato justifica o não cumprimento de algumas exigências normativas específicas para a área durante as obras de restauro. A ocupação do prédio ressentiu-se de dois pontos centrais: a ausência de um programa de necessidades adequadas à sua ocupação, sobretudo no que tange à iluminação, umidade, acessibilidade etc. e a inexistência de um Plano Museológico. Estes dois fatores interagem a todo momento e seus efeitos são sentidos tanto na prática como na teoria. Assim sendo, foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória, com base em um estudo de caso, tendo como balizas temporais o período de 1891, ano da construção do Palacete, a 2009, ano da construção do discurso expositivo. Abarcou-se, portanto, o período da edificação do Palacete, sua inserção na paisagem paulistana no decorrer do século XX, seu envolvimento com as políticas patrimoniais da cidade e sua posterior musealização, já no século XXI. Analisou-se como a refuncionalização de um prédio histórico, bem como seu restauro, devem levar em conta o seu uso e ocupação, equação que nem sempre preside a instalação de instituições museológicas em edificações não concebidas ou previstas para tal fim. Enfim, espera-se que a presente dissertação venha a contribuir com a área da Museologia, em especial no que concerne aos museus institucionais do judiciário que, em grande parte, ressentem-se de mecanismos regulatórios internos que possam vir a assegurar minimamente as oscilações de gestões. Ao compreender a relevância do Museu do Tribunal da Justiça de São Paulo inserido na instituição, se está mais próximo a alcançar os objetivos que o desafiam, com a realização de um plano de ocupação de um bem arquitetônico tombado mais articulado, que dialogue com o espaço e que explore suas múltiplas potencialidades.This dissertation aimed to analyze the conversion process of Palacete Conde de Sarzedas into a museum space. The mansion was built in the last decade of the 19th century, went through the 20th century and, unlike most similar properties of the period, located in the central area of the city of São Paulo, escaped demolition and remained in the familys possession until 2000, when it was acquired by the Fundação Carlos Chagas. In 2002, the Palacete was listed by the DPH/CONPRESP, due to its historical and architectural value, as it is one of the few, perhaps the only, remaining eclectic palaces in São Paulo. The listing led to the restoration of the property, as part of the requalification of the city center of São Paulo and the construction of an office tower. However, at that time, there was still no definition as to the occupation established for the property, which led the restoration to be carried out in an open way, that is, with the possibility of sheltering different types of use and occupation. Only after the restoration works were completed, it was decided that the Museu do Palácio de Justiça (Museum of the Court of Justice of São Paulo) would occupy the property. It was then that the histories of both institutions became linked and it was possible to establish a bridge between the Palacete Conde de Sarzedas and the Museu do Palácio de Justiça (Museum of the Court of Justice of São Paulo) in its musealization process. This fact justifies the non-compliance with some specific normative requirements for the area during the restoration works. The occupation of the building suffered from two central points: the absence of a program of needs suited to its occupation, especially with regard to lighting, humidity, accessibility, etc. and the lack of a Museological Plan. These two factors interact at all times and their effects are felt both in practice and in theory. Therefore, an exploratory qualitative research was carried out, based on a case study, having as temporal beacons the period from 1891, year of construction of the Palacete, to 2009, year of construction of the exhibition discourse. Therefore, the period of construction of the Palacete, its insertion in the landscape of São Paulo during the 20th century, its involvement with the city\'s heritage policies and its subsequent musealization, already in the 21st century, was covered. It was analyzed how the re-functionalization of a historic building, as well as its restoration, should take into account its use and occupation, an equation that does not always govern the installation of museological institutions in buildings not designed or planned for this purpose. Finally, it is expected that the present dissertation will contribute to the area of Museology, especially with regard to the institutional museums of the judiciary, which, to a large extent, suffer from internal regulatory mechanisms that may come to minimally ensure the oscillations of gestures. By understanding the relevance of the Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo (Museum of the Court of Justice of São Paulo) inserted in the institution, one is closer to achieving the objectives that challenge it, with the realization of an occupation plan for a more articulated architectural asset, which dialogues with the space and explores its multiple potentialities.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarins, Paulo César GarcezAlmeida, Bruno Bettine de2023-06-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/103/103131/tde-15082023-152455/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-18T16:24:47Zoai:teses.usp.br:tde-15082023-152455Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-18T16:24:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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