Desbaste químico em tangerina ponkan (Citrus reticulata Blanco) com a utilização de reguladores vegetais: aspectos fisiológicos e tecnológicos

• Autor(a) principal: Pacheco, Ana Cláudia
• Data de Publicação: 1999
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-20220207-194745/
• topic: ASPECTOS FISIOLÓGICOS; DESBASTE QUÍMICO; REGULADORES VEGETAIS; TANGERINA PONKAN

O presente trabalho foi conduzido em 1997/98, sob condições de campo, em um pomar comercial de tangerineiras Ponkan ( Citrus reticulata Blanco) enxertadas em Poncirus trifoliata, com 10 anos de idade. Os tratamentos foram aplicados após a queda fisiológica dos frutos através de pulverizações foliares em toda a planta, constando de controle (pulverização com água); raleio manual; ácido naftalenacético (NAA) à 50, 100 e 200 mg.l-1; ácido 2-cloroetilfosfônico (ethephon) à 150, 200 e 250 mg.l-1; Figaron (etil 5-cloro- 1H-3- indazolil acetato) à 25, 50 e 100 mg.l-1 e carbaril (Sevin) à 500, 1000 e 2000 mg.l-1. Dois experimentos foram realizados para avaliar a ação dos reguladores vegetais como agentes de desbaste da tangerineira Ponkan, bem como verificar a influência do fruto sobre o parcelamento de carboidratos e também o efeito dos reguladores vegetais sobre o acúmulo de nutrientes nas folhas. No primeiro experimento foram realizadas determinações do número e comprimento médio das brotações e número de infrutescências, aos 0,69 e 140 dias após aplicação (DAA). Por ocasião da colheita foram determinados o número de caixas/planta, peso e número total de frutos/uma caixa, tamanho do fruto, rendimento do suco, teor de sólidos solúveis totais (°Brix), acidez total titulável (% de ácido cítrico), ratio (relação °Brix/acidez) e pH do suco. No segundo experimento determinou-se os teores de macro e micronutrientes em amostras foliares tomadas em fevereiro e junho/1998 (aos 69 e 211 DAA, respectivamente). Avaliou-se também o nível de carboidratos em amostras foliares coletadas somente dos ramos marcados para as avaliações, em junho/1998. No primeiro experimento, o desenvolvimento vegetativo das plantas não foi alterado pela aplicação de reguladores vegetais. A diminuição no número de frutos ocorreu com ethephon (em todas as concentrações testadas) e Figaron (25 mg.l-1) aos 69 e 140 DAA; sendo o ethephon o produto mais eficiente, apresentando a maior porcentagem de desbaste (média de 63,27%). O aumento da concentração não afetou significativamente a quantidade de desbaste obtida; e o aumento no tamanho final do fruto ocorreu independentemente de uma ação raleante mais acentuada ou não, para todos os produtos químicos utilizados. A qualidade do suco também não foi alterada pela aplicação dos reguladores vegetais. No segundo experimento, foram observadas as relações existentes entre o uso de reguladores vegetais e o acúmulo de alguns nutrientes. Aos 211 DAA, foram observados aumentos nos teores de potássio (ethephon 200 mg.l-1) e cobre (carbaril); sendo verificada uma diminuição nos níveis de cálcio (carbaril 200 mg.l-1), manganês (NAA 50 mg.l-1, ethephon 200 mg.l-1, Figaron 25 e 100 mg.l-1 e carbaril 500 e 2000 mg.l-1) e ferro (NAA 100 mg.l-1 e Figaron 25 mg.l-1). A diminuição da demanda de assimilados pelo fruto, devido ao desbaste, não se traduziu em aumentos nos teores de carboidratos nas folhas da inflorescência; sugerindo que o excesso de fotossintatos é provavelmente parcelado para outros drenos da planta. Carbaril 1000 mg.l-1 diminuiu a concentração de açúcares nas plantas tratadas.