Caracterização mineralógica e geoquímica dos gossans portadores de ouro na região de São Bartolomeu (GO)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Nelson Marinho de
Data de Publicação: 1991
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-26102015-111038/
Resumo: No presente trabalho utilizou-se de estudos petrográficos, geoquímicos e morfoscópicos para a caracterização dos gossans auríferos constituintes do depósito de ouro de São Bartolomeu-GO. O depósito de ouro de São Bartolomeu, situado dentro de uma zona de cisalhamento, é constituido por um pacote de filito hidrotermalizado com presença de vênulas e \"boudins\" de quartzo mineralizados, e por um conjunto de corpos sulfetados maciços ou parcialmente maciços, mais ou menos oxidados, alongados em forma de \"charuto\" e encaixados nos filitos do Grupo Canastra (proterozóico médio) segundo sua foliação princiapl. O minério consiste de uma massa de oxi-hidróxidos de ferro secundários, impregnada de ouro. Estes óxidos derivam da oxidação dos corpos de sulfetos maciços formadores da mineralização primária. Apresentam as texturas dos sulfetos quase inteiramente preservadas, e constituem gossans na acepção clássica do termo. Os gossans são compostos por dois tipos de materiais misturados em várias proporções. O primeiro deles é o produto de alteração dos sulfetos e constitui-se de material ferruginoso; o segundo são restos do filito, com textura parcialmente conservada e fortemente ferruginizado. A mineralogia é dominada por goethita, sericita e quartzo; hematita ocorre em quantidades subordinadas, assim como óxidos de ferro amorfos em variados graus de hidratação. Restos de sulfetos frescos e grãos de ouro de dimensão micrométrica que assumem formas esféricas, placóides ou dendríticas podem aparecer disseminados no plasma ferruginoso. As texturas réplicas detectadas nos gossans são relacionadas às formas de ocorrência da pirita no minério primário. A principal forma de ocorrência da goethita é a cúbica, mas são muito frequentes as formas retangulares e poligonais, além de ramificações dendríticas. Frequentemente a goethita apresenta textura coloforme nos núcleos das cavidades dos \"boxworks\" ou margens de canais secundários. Geoquímicamente os gossans são caracterizados pela assembleia: Cu-Pb-Zn-Au-Ag. A análise dos coeficientes de correlação entre os elementos mostrou que o material é constituído por dois polos geoquímicos: o grupo da Si\'O IND. 2\' e \'Al IND. 2\'\'O IND. 3\' que também abrange o B, Ti, V, Y; La, e Sc; e o grupo do \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\' e pF que inclui o Zn, Pb, Cu e Au. FeO e Ag não apresentam correlação significativa com nenhum dos dois grupos. Esses grupos correspondem aos dois tipos de materiais que compõem as amostras. A correlação do ouro com os demais elementos mostrou que da grande associação \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'-PF-Cu-Pb-Zn-Au-Ag há duas sub-associações: \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'-PF-Cu-Pb-Zn e \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'-PF-Au-Ag. O ouro, embora associado ao \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\' não parece associado ao Cu, Pb e Zn. As análises morfoscópicas das partículas de ouro indicaram haver ouro tanto de origem primária, quanto de origem secundária nos gossans, indicando a ação de algum enriquecimento supérgeno nas porções mais superficiais dos mesmos.
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Apresentam as texturas dos sulfetos quase inteiramente preservadas, e constituem gossans na acepção clássica do termo. Os gossans são compostos por dois tipos de materiais misturados em várias proporções. O primeiro deles é o produto de alteração dos sulfetos e constitui-se de material ferruginoso; o segundo são restos do filito, com textura parcialmente conservada e fortemente ferruginizado. A mineralogia é dominada por goethita, sericita e quartzo; hematita ocorre em quantidades subordinadas, assim como óxidos de ferro amorfos em variados graus de hidratação. Restos de sulfetos frescos e grãos de ouro de dimensão micrométrica que assumem formas esféricas, placóides ou dendríticas podem aparecer disseminados no plasma ferruginoso. As texturas réplicas detectadas nos gossans são relacionadas às formas de ocorrência da pirita no minério primário. A principal forma de ocorrência da goethita é a cúbica, mas são muito frequentes as formas retangulares e poligonais, além de ramificações dendríticas. Frequentemente a goethita apresenta textura coloforme nos núcleos das cavidades dos \"boxworks\" ou margens de canais secundários. Geoquímicamente os gossans são caracterizados pela assembleia: Cu-Pb-Zn-Au-Ag. A análise dos coeficientes de correlação entre os elementos mostrou que o material é constituído por dois polos geoquímicos: o grupo da Si\'O IND. 2\' e \'Al IND. 2\'\'O IND. 3\' que também abrange o B, Ti, V, Y; La, e Sc; e o grupo do \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\' e pF que inclui o Zn, Pb, Cu e Au. FeO e Ag não apresentam correlação significativa com nenhum dos dois grupos. Esses grupos correspondem aos dois tipos de materiais que compõem as amostras. 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The São Bartolomeu gold deposit is situated in a shear zone made up of a sequence of hydrothermal phyllite with the presence of veinlets and boudins of quartz mineralized and also by massive or semi massive sulphide bodies, more ou less oxidezed and they are in the form of cigarette and are enclosed in the sequence of hydrothermal phyllite of Canastra Group following its principal foliation direction. The ore is made up of a mass of oxy-hydroxides of secondary iron impregnated with gold. These oxides are derived from the oxidation of bodies of massive sulphides forming the primary mineralization. They also possess textures of sulphides almost entirely well preserved and thus constitute gossan in the commonly accepted terminology. The gossans are composed of two types of materials mixed in different proportions. The first one is the alteration product of sulphides and consists of ferruginous material; the second one is the rest of phyllite with texture partially conserved and higly ferruginous. The mineralogy is dominated by goethite, sericite and quartz. Hematite occurs subordinately along with oxides of amorphous iron in different grades of hydration. Remains of fresh sulphides and grains of gold of micrometic dimensions have the shapes spherical, platy or dendritic may appear disseminated in the ferruginous plasma. The replica textures observed in the gossans are related to the forms of primary pyrite occurrence. The principal shape of goethite is cubic and rectangular and polygonal forms, and dendritic ramification are also frequent. Commonly goethite represents colloform texture in the nucleus of cavities of boxworks or in the border of secondary channels. Geochemically the gossans are characterized by Cu-Pb-Zn-Au-Ag assembly. The correlation coefficient analysis shows that the material is made up of two geochemical poles. The first one consists of Si\'O IND. 2\', \'Al IND. 2\'\'O IND. 3\' and also includes B, Ti, V, Y, La e Sc; the second group is made up of \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\', PF and includes Zn, Pb, Cu and Au. FeO and Ag do not show any correlative relation with these two types. These two groups show a great deal of correspondece with two types materials of which they are made up of. The correlation of gold with other elements demonstrate a greater association \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'-PF-Cu-Pb-Zn-Au-Ag consisting of two subassociations \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'-PF-Cu-Pb-Zn and \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\'-PF-Au-Ag. The gold though associated with \'Fe IND. 2\'\'O IND. 3\' does not appear associated with Cu-Pb-Zn. The morphoscopic analyses of gold particles show that the gold in the gossans can be of primary or secondary origin, indicating some action of supergene enrichment in the higher levels of the deposits.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOliveira, Sonia Maria Barros deOliveira, Nelson Marinho de1991-12-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-26102015-111038/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-26102015-111038Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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