Peroxirredoxina 2 na modulação do fenótipo invasivo em melanoma com mutação em NRAS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9142/tde-15052023-111802/ |
Resumo: | O melanoma é o câncer de pele mais letal, com taxa de mortalidade de aproximadamente 20% dentre todos os novos casos diagnosticados anualmente. Os principais fatores de risco incluem a exposição à radiação ultravioleta e a predisposição genética. O acúmulo de mutações em nevos melanocíticos predispõe ao desenvolvimento do tumor, sendo a mutação mais comum em BRAF (B-Raf Proto-Oncogene, Serina/Treonina Quinase), presente em cerca de 50% dos casos, seguida pela mutação em NRAS (Homólogo de oncogene viral RAS de neuroblastoma), que representa cerca de 20% dos casos e é associada a um pior prognóstico devido ao aumento das taxas de invasão e metástases. Infelizmente, ainda não há terapias direcionadas para o melanoma com mutação em NRAS, como já existe para pacientes com a mutação em BRAF, que possuem a terapia alvo dirigida. Em busca de possíveis alvos terapêuticos, há estudos relatando a ação de enzimas antioxidantes, como as peroxirredoxinas (PRDX), alterando a homeostase redox intracelular e a tumorigênese. A isoforma PRDX2 já foi estudada em outros tipos de cânceres, pois é capaz de reduzir peróxidos na presença de NADPH pelo acoplamento ao sistema tiorredoxina/tiorredoxina redutase. Curiosamente, a PRDX2 é pouco expressa em melanoma metastático e possui a capacidade de induzir a estabilização de junções aderentes em melanoma com mutação em BRAF. Desse modo, o objetivo do trabalho foi investigar o papel da PRDX2 em melanoma com mutação em NRAS como possível biomarcador e/ou alvo terapêutico. Foi realizado o silenciamento (shRNA) de PRDX2 e o uso de um mimético farmacológico de PRDX2 (Gliotoxina) para verificar seu potencial na proliferação, migração e invasão celular. Além disso, foram feitas análises in silico em tumores de melanoma primário, comparando a expressão da PRDX2 com marcadores e características clínicas relacionadas à progressão do tumor. Os resultados obtidos demonstraram que PRDX2 está mais expressa em melanoma proliferativo do que em melanoma invasivo, e está correlacionada negativamente com marcadores de transição epitélio-mesênquima (N-caderina, Snail, Smad) e regulado positivamente com marcadores de estabilização celular e proliferação (MITF, β-catenina, Queratina). Em experimentos com a gliotoxina, observou-se a capacidade de reduzir a migração em células de melanoma NRAS mutante. As células de melanoma NRAS mutante com baixa expressão de PRDX2 apresentaram sítios de invasão na pele humana reconstruída, confirmando seu potencial invasivo. Os dados in silico de pacientes com melanoma primário com maior expressão PRDX2, apresentaram menor estadiamento do tumor e aumento de sobrevida. Portanto, a PRDX2 pode ser um possível biomarcador e/ou alvo terapêutico para pacientes com melanoma NRAS mutante invasivo. |
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Peroxirredoxina 2 na modulação do fenótipo invasivo em melanoma com mutação em NRASPeroxiredoxin 2 in the modulation of the invasive phenotype in NRASmutated melanomaMelanomaMelanomaMetástaseMetastasisModulação fenotípicaNRASNRASPeroxiredoxinPeroxirredoxinaPhenotype switchingO melanoma é o câncer de pele mais letal, com taxa de mortalidade de aproximadamente 20% dentre todos os novos casos diagnosticados anualmente. Os principais fatores de risco incluem a exposição à radiação ultravioleta e a predisposição genética. O acúmulo de mutações em nevos melanocíticos predispõe ao desenvolvimento do tumor, sendo a mutação mais comum em BRAF (B-Raf Proto-Oncogene, Serina/Treonina Quinase), presente em cerca de 50% dos casos, seguida pela mutação em NRAS (Homólogo de oncogene viral RAS de neuroblastoma), que representa cerca de 20% dos casos e é associada a um pior prognóstico devido ao aumento das taxas de invasão e metástases. Infelizmente, ainda não há terapias direcionadas para o melanoma com mutação em NRAS, como já existe para pacientes com a mutação em BRAF, que possuem a terapia alvo dirigida. Em busca de possíveis alvos terapêuticos, há estudos relatando a ação de enzimas antioxidantes, como as peroxirredoxinas (PRDX), alterando a homeostase redox intracelular e a tumorigênese. A isoforma PRDX2 já foi estudada em outros tipos de cânceres, pois é capaz de reduzir peróxidos na presença de NADPH pelo acoplamento ao sistema tiorredoxina/tiorredoxina redutase. Curiosamente, a PRDX2 é pouco expressa em melanoma metastático e possui a capacidade de induzir a estabilização de junções aderentes em melanoma com mutação em BRAF. Desse modo, o objetivo do trabalho foi investigar o papel da PRDX2 em melanoma com mutação em NRAS como possível biomarcador e/ou alvo terapêutico. Foi realizado o silenciamento (shRNA) de PRDX2 e o uso de um mimético farmacológico de PRDX2 (Gliotoxina) para verificar seu potencial na proliferação, migração e invasão celular. Além disso, foram feitas análises in silico em tumores de melanoma primário, comparando a expressão da PRDX2 com marcadores e características clínicas relacionadas à progressão do tumor. Os resultados obtidos demonstraram que PRDX2 está mais expressa em melanoma proliferativo do que em melanoma invasivo, e está correlacionada negativamente com marcadores de transição epitélio-mesênquima (N-caderina, Snail, Smad) e regulado positivamente com marcadores de estabilização celular e proliferação (MITF, β-catenina, Queratina). Em experimentos com a gliotoxina, observou-se a capacidade de reduzir a migração em células de melanoma NRAS mutante. As células de melanoma NRAS mutante com baixa expressão de PRDX2 apresentaram sítios de invasão na pele humana reconstruída, confirmando seu potencial invasivo. Os dados in silico de pacientes com melanoma primário com maior expressão PRDX2, apresentaram menor estadiamento do tumor e aumento de sobrevida. Portanto, a PRDX2 pode ser um possível biomarcador e/ou alvo terapêutico para pacientes com melanoma NRAS mutante invasivo.The melanoma is the deadliest skin cancer, with a mortality rate of approximately 20% among all new cases diagnosed annually. The main risk factors include exposure to ultraviolet radiation and genetic predisposition. The accumulation of mutations in melanocytic nevi predisposes tumor development, with the most common mutation in BRAF (B-Raf Proto-Oncogene, Serine/Threonine Kinase), present in about 50% of cases, followed by mutation in NRAS (NRAS Proto-Oncogene, GTPase), which represents about 20% of cases and is associated with worse prognosis due to increased rates of invasion and metastases. Unfortunately, there are still no targeted therapies for NRAS-mutated melanoma, as there already is for patients with BRAFmutated melanoma. In search of possible therapeutic targets, there are already studies reporting the action of antioxidant enzymes, such as peroxiredoxins (PRDX), altering intracellular redox homeostasis and tumorigenesis. The PRDX2 isoform has already been studied in other types of cancers, as it is capable of reducing peroxides in the presence of NADPH by coupling to the thioredoxin/thioredoxin reductase system. Interestingly, PRDX2 is poorly expressed in metastatic melanoma and has the ability to induce stabilization of adherent junctions in BRAFmutated melanoma. Thus, the aim of this study was to investigate the role of PRDX2 in NRASmutated melanoma as a possible biomarker and/or therapeutic target. Gene editing (shRNA) was performed to silence PRDX2 and the use of a pharmacological mimetic of PRDX2 (Gliotoxin) to verify its potential in cell proliferation, migration and invasion. In addition, in silico analyses were performed on primary melanoma tumors, comparing PRDX2 expression with markers and clinical characteristics related to tumor progression. The results obtained demonstrated that PRDX2 is more expressed in proliferative melanoma than in invasive melanoma, is negatively correlated with markers of epithelial-mesenchymal transition (Ncadherin, Snail, Smad) and positively regulated with markers of cell stabilization and proliferation (MITF, β-catenin, Keratin). In experiments with gliotoxin, the ability to reduce migration in NRAS-mutated melanoma cells was observed. NRAS-mutated melanoma cells with low expression of PRDX2 showed invasion sites in reconstructed human skin, confirming their invasive potential. In silico data from patients with primary melanoma with higher PRDX2 expression showed lower tumor staging and increased survival. Therefore, PRDX2 may be a possible biomarker and/or therapeutic target for patients with invasive NRAS-mutated melanoma.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMaria-Engler, Silvya Stuchi Noma, Isabella Harumi Yonehara2023-04-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9142/tde-15052023-111802/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-06-16T18:32:32Zoai:teses.usp.br:tde-15052023-111802Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-06-16T18:32:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O melanoma é o câncer de pele mais letal, com taxa de mortalidade de aproximadamente 20% dentre todos os novos casos diagnosticados anualmente. Os principais fatores de risco incluem a exposição à radiação ultravioleta e a predisposição genética. O acúmulo de mutações em nevos melanocíticos predispõe ao desenvolvimento do tumor, sendo a mutação mais comum em BRAF (B-Raf Proto-Oncogene, Serina/Treonina Quinase), presente em cerca de 50% dos casos, seguida pela mutação em NRAS (Homólogo de oncogene viral RAS de neuroblastoma), que representa cerca de 20% dos casos e é associada a um pior prognóstico devido ao aumento das taxas de invasão e metástases. Infelizmente, ainda não há terapias direcionadas para o melanoma com mutação em NRAS, como já existe para pacientes com a mutação em BRAF, que possuem a terapia alvo dirigida. Em busca de possíveis alvos terapêuticos, há estudos relatando a ação de enzimas antioxidantes, como as peroxirredoxinas (PRDX), alterando a homeostase redox intracelular e a tumorigênese. A isoforma PRDX2 já foi estudada em outros tipos de cânceres, pois é capaz de reduzir peróxidos na presença de NADPH pelo acoplamento ao sistema tiorredoxina/tiorredoxina redutase. Curiosamente, a PRDX2 é pouco expressa em melanoma metastático e possui a capacidade de induzir a estabilização de junções aderentes em melanoma com mutação em BRAF. Desse modo, o objetivo do trabalho foi investigar o papel da PRDX2 em melanoma com mutação em NRAS como possível biomarcador e/ou alvo terapêutico. Foi realizado o silenciamento (shRNA) de PRDX2 e o uso de um mimético farmacológico de PRDX2 (Gliotoxina) para verificar seu potencial na proliferação, migração e invasão celular. Além disso, foram feitas análises in silico em tumores de melanoma primário, comparando a expressão da PRDX2 com marcadores e características clínicas relacionadas à progressão do tumor. Os resultados obtidos demonstraram que PRDX2 está mais expressa em melanoma proliferativo do que em melanoma invasivo, e está correlacionada negativamente com marcadores de transição epitélio-mesênquima (N-caderina, Snail, Smad) e regulado positivamente com marcadores de estabilização celular e proliferação (MITF, β-catenina, Queratina). Em experimentos com a gliotoxina, observou-se a capacidade de reduzir a migração em células de melanoma NRAS mutante. As células de melanoma NRAS mutante com baixa expressão de PRDX2 apresentaram sítios de invasão na pele humana reconstruída, confirmando seu potencial invasivo. Os dados in silico de pacientes com melanoma primário com maior expressão PRDX2, apresentaram menor estadiamento do tumor e aumento de sobrevida. Portanto, a PRDX2 pode ser um possível biomarcador e/ou alvo terapêutico para pacientes com melanoma NRAS mutante invasivo. |
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