Efeitos da lipoaspiração acompanhada de treinamento físico no perfil metabólico e na composição corporal de mulheres adultas eutróficas e saudáveis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-02082011-152813/ |
Resumo: | A lipoaspiração é a cirurgia estética mais comumente realizada pelas mulheres no mundo. Uma vez que o tecido adiposo é um órgão metabolicamente ativo, alguns autores sugeriram que a remoção cirúrgica do tecido adiposo subcutâneo (TAS) pudesse exercer efeitos importantes no perfil metabólico. Além disso, estudos experimentais observam ganho de gordura compensatório no tecido adiposo intacto em resposta à lipectomia. O exercício físico regular induz a inúmeras melhoras no perfil metabólico e na composição corporal, promovendo o aumento do gasto energético total e preservação da massa magra. Estudos sobre os efeitos integrados do exercício e da lipoaspiração em humanos são inexistentes na literatura. Desta forma, este estudo visou avaliar o efeito da lipoaspiração acompanhada de treinamento físico sobre o perfil metabólico, a adiposidade e a distribuição de gordura corporal em mulheres adultas e eutróficas (20 a 35 anos; IMC: 23,8 ± 2.2 Kg/m2). Trinta e seis mulheres foram submetidas à cirurgia de lipoaspiração abdominal. Dois meses após a cirurgia, as voluntárias foram divididas em dois grupos: treinado (LT; n=18) e sedentário (LS; n=18). O treinamento físico consistiu de treinamento aeróbio e de força, 3x/semana, por 16 semanas. A metodologia empregada incluiu avaliação do peso corporal, composição corporal (pesagem hidrostática), distribuição da gordura abdominal (tomografia computadorizada), consumo alimentar (diário alimentar), perfil lipídico, concentração de citocinas anti e proinflamatórias, de adiponectina e de leptina antes (PRE), dois meses após a cirurgia (POS-2) e seis meses após a cirurgia (POS-6). A capacidade física (determinada pelo VO2max, e por testes de repetição máxima para membros inferiores e superiores), a taxa metabólica de repouso (TMR) (calorimetria indireta), a determinação do diâmetro médio dos adipócitos e a expressão gênica dos fatores de transcrição para adipogênese, das citocinas anti e proinflamatórias, da leptina e da adiponectina no tecido adiposo subcutâneo abdominal e femoral foram avaliadas nos tempos PRE e POS-6. O consumo alimentar permeceneu inalterado ao longo do estudo. Seis meses após a cirurgia, o grupo LS apresentou tendência ao retorno do peso e da massa gorda total aos valores basais, bem como aumento do tecido adiposo visceral (TAV) e queda da TMR. O grupo LT também apresentou queda da TMR, mas manteve os valores de peso corporal e de massa gorda diminuídos em resposta à cirurgia no POS-6 e apresentou aumento da massa magra e manutenção do TAV. Ambos os grupos apresentaram queda das concentrações de adiponectina e aumento do colesterol total, da LDL-colesterol e da razão LDL/Apolipoproteína B no POS-6. Por meio dos resultados, podemos concluir que a remoção do tecido adiposo abdominal subcutâneo (TAS) em sujeitos eutróficos parece desencadear mecanismos que favorecem a reposição e o crescimento compensatório de tecido adiposo, em especial na cavidade visceral, além de acarretar na diminuição das concentrações de adiponectina, sugerindo possíveis efeitos deletérios no risco cardiovascular em longo prazo. A prática de exercício físico após a cirurgia é de extrema importância para preservar os efeitos da cirurgia na composição corporal, prevenir contra o crescimento compensatório de gordura na cavidade visceral e atenuar seus possíveis efeitos deletérios no metabolismo em longo prazo |
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Efeitos da lipoaspiração acompanhada de treinamento físico no perfil metabólico e na composição corporal de mulheres adultas eutróficas e saudáveisThe effects of liposuction and exercise training on metabolic profile and body composition in adult normal weight healthy womenFisiologiaMetabolismMetabolismoPhysiologyA lipoaspiração é a cirurgia estética mais comumente realizada pelas mulheres no mundo. Uma vez que o tecido adiposo é um órgão metabolicamente ativo, alguns autores sugeriram que a remoção cirúrgica do tecido adiposo subcutâneo (TAS) pudesse exercer efeitos importantes no perfil metabólico. Além disso, estudos experimentais observam ganho de gordura compensatório no tecido adiposo intacto em resposta à lipectomia. O exercício físico regular induz a inúmeras melhoras no perfil metabólico e na composição corporal, promovendo o aumento do gasto energético total e preservação da massa magra. Estudos sobre os efeitos integrados do exercício e da lipoaspiração em humanos são inexistentes na literatura. Desta forma, este estudo visou avaliar o efeito da lipoaspiração acompanhada de treinamento físico sobre o perfil metabólico, a adiposidade e a distribuição de gordura corporal em mulheres adultas e eutróficas (20 a 35 anos; IMC: 23,8 ± 2.2 Kg/m2). Trinta e seis mulheres foram submetidas à cirurgia de lipoaspiração abdominal. Dois meses após a cirurgia, as voluntárias foram divididas em dois grupos: treinado (LT; n=18) e sedentário (LS; n=18). O treinamento físico consistiu de treinamento aeróbio e de força, 3x/semana, por 16 semanas. A metodologia empregada incluiu avaliação do peso corporal, composição corporal (pesagem hidrostática), distribuição da gordura abdominal (tomografia computadorizada), consumo alimentar (diário alimentar), perfil lipídico, concentração de citocinas anti e proinflamatórias, de adiponectina e de leptina antes (PRE), dois meses após a cirurgia (POS-2) e seis meses após a cirurgia (POS-6). A capacidade física (determinada pelo VO2max, e por testes de repetição máxima para membros inferiores e superiores), a taxa metabólica de repouso (TMR) (calorimetria indireta), a determinação do diâmetro médio dos adipócitos e a expressão gênica dos fatores de transcrição para adipogênese, das citocinas anti e proinflamatórias, da leptina e da adiponectina no tecido adiposo subcutâneo abdominal e femoral foram avaliadas nos tempos PRE e POS-6. O consumo alimentar permeceneu inalterado ao longo do estudo. Seis meses após a cirurgia, o grupo LS apresentou tendência ao retorno do peso e da massa gorda total aos valores basais, bem como aumento do tecido adiposo visceral (TAV) e queda da TMR. O grupo LT também apresentou queda da TMR, mas manteve os valores de peso corporal e de massa gorda diminuídos em resposta à cirurgia no POS-6 e apresentou aumento da massa magra e manutenção do TAV. Ambos os grupos apresentaram queda das concentrações de adiponectina e aumento do colesterol total, da LDL-colesterol e da razão LDL/Apolipoproteína B no POS-6. Por meio dos resultados, podemos concluir que a remoção do tecido adiposo abdominal subcutâneo (TAS) em sujeitos eutróficos parece desencadear mecanismos que favorecem a reposição e o crescimento compensatório de tecido adiposo, em especial na cavidade visceral, além de acarretar na diminuição das concentrações de adiponectina, sugerindo possíveis efeitos deletérios no risco cardiovascular em longo prazo. A prática de exercício físico após a cirurgia é de extrema importância para preservar os efeitos da cirurgia na composição corporal, prevenir contra o crescimento compensatório de gordura na cavidade visceral e atenuar seus possíveis efeitos deletérios no metabolismo em longo prazoLiposuction is the most communly cosmetic surgery performed worlwide. Because adipose tissue is metabolicaly active, researchers have suggested that the surgical removal of fat through liposuction could benefically affect the metabolic profile. In addition, in many species, when body fat is removed, it is recovered rapidly due to compensatory fat growth at intact depots. Regular exercise training benefits metabolic profile and body composition by increasing energy expenditure and preserving fat free mass. Studies about the associated effects of liposuction and physical exercise lack in the literature. Thus the aim of this study was to evaluate the effects of liposuction associated with exercise training on metabolic profile, adiposity and body fat distribution in adult normal weight women (20 to 35 years old, BMI: 23,8 ± 2.2 Kg/m2). Thirty-six women underwent a small-volume abdominal liposuction (mean fat aspirate supernantant: 1240.3 ± 363.6 ml). Two months after surgery were randomly divided into two groups: trained (TR; n=18) and sedentary control (SC; n=18). The four-month exercise program consisted of aerobic plus resistance training, thrice a week. Body composition (hydrostatic weighing), body fat distribution (computer tomography), dietary intake (food records), lipid profile, plasmatic concentration of citokyne, adiponectin and leptin were assessed at baseline (PRE), two (POST-2) and six months after surgery (POST-6). Physical capacity (by VO2max, one repetition maximum (1RM) bench and leg press ), resting energy expenditure (TMR - indirect calorimetry), adipocyte size and gene expression of adipogenesis transcription factors, leptin, adiponectin and citokyne were assessed at PRE and POST-6. Dietary intake was unchanged throughout the study. Six months after surgery, LS group showed increased visceral adipose tissue (TAV), decreased TMR and a tendency to return body weight and fat to baseline values. LT group also showed decreased TMR, but sustained liposuction-induced decreased body weight and fat, increased fat free mass and preserved TAV at POST-6. Both groups showed decreased levels of adiponectin and increased levels of total cholesterol, LDL, cholesterol and LDL/ApoB ratio at POST-6. In conclusion, abdominal subcutaneous fat removal in normal weight subjects triggers a compensatory increase of fat, specially towards the visceral cavity, and lowers adiponectin levels, which could enhance long-term cardiovascular risk. Additionally, exercise training plays a very important role in preserving against the compensatory increase of visceral fat and attenuating possible long-term deleterious effectsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLancha Junior, Antonio HerbertBenatti, Fabiana Braga2011-05-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-02082011-152813/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-02082011-152813Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A lipoaspiração é a cirurgia estética mais comumente realizada pelas mulheres no mundo. Uma vez que o tecido adiposo é um órgão metabolicamente ativo, alguns autores sugeriram que a remoção cirúrgica do tecido adiposo subcutâneo (TAS) pudesse exercer efeitos importantes no perfil metabólico. Além disso, estudos experimentais observam ganho de gordura compensatório no tecido adiposo intacto em resposta à lipectomia. O exercício físico regular induz a inúmeras melhoras no perfil metabólico e na composição corporal, promovendo o aumento do gasto energético total e preservação da massa magra. Estudos sobre os efeitos integrados do exercício e da lipoaspiração em humanos são inexistentes na literatura. Desta forma, este estudo visou avaliar o efeito da lipoaspiração acompanhada de treinamento físico sobre o perfil metabólico, a adiposidade e a distribuição de gordura corporal em mulheres adultas e eutróficas (20 a 35 anos; IMC: 23,8 ± 2.2 Kg/m2). Trinta e seis mulheres foram submetidas à cirurgia de lipoaspiração abdominal. Dois meses após a cirurgia, as voluntárias foram divididas em dois grupos: treinado (LT; n=18) e sedentário (LS; n=18). O treinamento físico consistiu de treinamento aeróbio e de força, 3x/semana, por 16 semanas. A metodologia empregada incluiu avaliação do peso corporal, composição corporal (pesagem hidrostática), distribuição da gordura abdominal (tomografia computadorizada), consumo alimentar (diário alimentar), perfil lipídico, concentração de citocinas anti e proinflamatórias, de adiponectina e de leptina antes (PRE), dois meses após a cirurgia (POS-2) e seis meses após a cirurgia (POS-6). A capacidade física (determinada pelo VO2max, e por testes de repetição máxima para membros inferiores e superiores), a taxa metabólica de repouso (TMR) (calorimetria indireta), a determinação do diâmetro médio dos adipócitos e a expressão gênica dos fatores de transcrição para adipogênese, das citocinas anti e proinflamatórias, da leptina e da adiponectina no tecido adiposo subcutâneo abdominal e femoral foram avaliadas nos tempos PRE e POS-6. O consumo alimentar permeceneu inalterado ao longo do estudo. Seis meses após a cirurgia, o grupo LS apresentou tendência ao retorno do peso e da massa gorda total aos valores basais, bem como aumento do tecido adiposo visceral (TAV) e queda da TMR. O grupo LT também apresentou queda da TMR, mas manteve os valores de peso corporal e de massa gorda diminuídos em resposta à cirurgia no POS-6 e apresentou aumento da massa magra e manutenção do TAV. Ambos os grupos apresentaram queda das concentrações de adiponectina e aumento do colesterol total, da LDL-colesterol e da razão LDL/Apolipoproteína B no POS-6. Por meio dos resultados, podemos concluir que a remoção do tecido adiposo abdominal subcutâneo (TAS) em sujeitos eutróficos parece desencadear mecanismos que favorecem a reposição e o crescimento compensatório de tecido adiposo, em especial na cavidade visceral, além de acarretar na diminuição das concentrações de adiponectina, sugerindo possíveis efeitos deletérios no risco cardiovascular em longo prazo. A prática de exercício físico após a cirurgia é de extrema importância para preservar os efeitos da cirurgia na composição corporal, prevenir contra o crescimento compensatório de gordura na cavidade visceral e atenuar seus possíveis efeitos deletérios no metabolismo em longo prazo |
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