A oralidade em \'O Dia dos Prodígios\', de Lídia Jorge

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Elida Jacomini
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-24082007-145522/
Resumo: Nesta tese, apresenta-se um estudo sobre a oralidade presente em O Dia dos Prodígios, obra da autora portuguesa Lídia Jorge, em que é possível identificar alusões à Revolução dos Cravos, quando se atenta à estranheza dos fenômenos ocorridos com os habitantes da aldeia nomeada Vilamaninhos cuja principal característica é o emprego da língua oral como única forma de expressão lingüística entre seus moradores. O microcosmo de Vilamaninhos é composto por indivíduos iletrados em sua quase totalidade. As barreiras impostas pela dificuldade de comunicação causam o isolamento da aldeia em relação aos centros urbanos desenvolvidos, restando ao povo da aldeia compartilhar as condições arcaicas de vida. O propósito deste estudo é identificar, a partir do aporte teórico da Análise da Conversação, as estratégias empregadas pela autora na representação da oralidade em sua narrativa literária. Entende-se que O Dia dos Prodígios apresenta características da fala não só na explicitação dos diálogos entre as personagens, mas em toda sua escrita. A oralidade é representada, além de por palavras, também por recursos gráficos, de estruturação do texto, gerando a sensação, no leitor, de ouvir e de ver as personagens em interação, ao longo da narrativa. A identificação dos elementos de oralidade constantes da narrativa permite, como em circunstâncias reais de conversação, sob perspectiva ideológica, conhecer os indivíduos nesse processo inseridos, por meio do que dizem, explicitam e, inclusive, do que dissimulam. O indivíduo é a chave, o ponto de partida para se conhecer o grupo social a que ele pertence. Pela Análise da Conversação, em O Dia dos Prodígios obtêm-se indícios sobre a sociedade e suas relações de conflito. Os papéis sociais são manifestos pela oralidade, ao mesmo tempo em que, por outro lado, a competência do indivíduo, ao se expressar pela fala, é um fator importante no estabelecimento de seu papel face ao seu grupo social. A linguagem empregada por Lídia Jorge, na caracterização das personagens de sua obra, representa a oralidade, sem ser caricata ou pejorativa. A oralidade de O Dia dos Prodígios é um artifício com o que se enseja a reflexão sobre língua, interação, desenvolvimento humano e social.
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O propósito deste estudo é identificar, a partir do aporte teórico da Análise da Conversação, as estratégias empregadas pela autora na representação da oralidade em sua narrativa literária. Entende-se que O Dia dos Prodígios apresenta características da fala não só na explicitação dos diálogos entre as personagens, mas em toda sua escrita. A oralidade é representada, além de por palavras, também por recursos gráficos, de estruturação do texto, gerando a sensação, no leitor, de ouvir e de ver as personagens em interação, ao longo da narrativa. A identificação dos elementos de oralidade constantes da narrativa permite, como em circunstâncias reais de conversação, sob perspectiva ideológica, conhecer os indivíduos nesse processo inseridos, por meio do que dizem, explicitam e, inclusive, do que dissimulam. O indivíduo é a chave, o ponto de partida para se conhecer o grupo social a que ele pertence. Pela Análise da Conversação, em O Dia dos Prodígios obtêm-se indícios sobre a sociedade e suas relações de conflito. Os papéis sociais são manifestos pela oralidade, ao mesmo tempo em que, por outro lado, a competência do indivíduo, ao se expressar pela fala, é um fator importante no estabelecimento de seu papel face ao seu grupo social. A linguagem empregada por Lídia Jorge, na caracterização das personagens de sua obra, representa a oralidade, sem ser caricata ou pejorativa. A oralidade de O Dia dos Prodígios é um artifício com o que se enseja a reflexão sobre língua, interação, desenvolvimento humano e social.In this thesis, a study about the orality existent in O Dia dos Prodígios, written by the Portuguese author Lídia Jorge is presented, in which is possible to identify allusions to Revolução dos Cravos (name given to Portuguese freedom revolution) when considers the strangeness of the phenomenon that occurred with the inhabitants of the village known as Vilamaninhos whose main feature is the use of oral language as unique form of linguistic expression among its members. The Vilamaninhos micro cosmos is composed by illiterate, with almost totally writing lack human beings. The barriers imposed by the communication difficulty cause the isolation of the village in relation with the developed urban centers, remaining to the population of the village, only to share the archaic life condition. The purpose of this study is to identify, beginning with the theoretical contribution of conversation analysis, the strategies employed by the author in the representation of orality in her narrative. It is understood that O Dia dos Prodígios presents speech features not only in the dialogue explanation among the characters, but also in the whole written work. Orality is represented, besides being by words, also by graphical resources of text structuring, generating on the reader, the feeling of listening and seeing the characters interacting through narration. Identifying the orality elements present on the narration allows, as in real conversation circumstances, under ideological perspective, to know the individuals inserted on that process, by means of what they say, explain, and even, by what they dissimulate. The individual is the key, the starting point to know the social group to whom he belongs. By analyzing the conversation in O Dia dos Prodígios there are signs about society and its conflictive relations. The social roles are expressed by orality, at the same time that, on the other hand, the competence of the individual of expressing himself using speech is an important factor to establish his role towards his social group. The language used by Lídia Jorge when characterizing her work\'s characters represents orality without being caricatured and depreciative. Orality in O Dia dos Prodígios is a device with which one wants to ponder about language, interaction, human and social development.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBridi, Marlise VazNunes, Elida Jacomini2006-09-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-24082007-145522/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:54Zoai:teses.usp.br:tde-24082007-145522Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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