Análise da participação do Brasil no mercado internacional de açúcar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stalder, Sílvia Helena Galvão de Miranda
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20181127-161334/
Resumo: O objetivo principal desta dissertação foi o de analisar o padrão das exportações brasileiras de açúcar entre 1979 e 1994, bem como os fatores que influenciaram o desempenho dessas exportações e sua interação com os demais países, exportadores e importadores, que participam do mercado internacional de açúcar. A importância deste assunto no contexto atual da economia brasileira relaciona-se à questão das novas políticas que vêm sendo adotadas para o setor sucroalcooleiro do País, e, consequentemente, às perspectivas que essas mudanças podem trazer para a evolução das exportações de açúcar. Procedeu-se à descrição do panorama doméstico e internacional da produção e comercialização de açúcar, incluindo-se taxas de crescimento das exportações e importações dos países representativos no mercado mundial. Além disso, para a análise empírica foram utilizados dois modelos, o de ''Market-Share'' Constante e o de Elasticidade de Substituição no comércio internacional. A análise de market-share foi baseada em um modelo apresentado por Rigaux (1971) que permite dividir o crescimento real das exportações de um país em componentes denominados ''tamanho de mercado","distribuição do mercado importador"e"competitividade". A análise do"market-share"foi aplicada a dados do Brasil e permitiu discriminar seus principais importadores. Verificou-se que de 1979 a 1989, o Brasil perdeu participação no mercado mundial, o que pode ser explicado pela redução das exportações destinadas aos EUA e à ex-URSS. No restante do período analisado (1990-1994), essa tendência foi parcialmente revertida, havendo recuperação no mercado norte-americano e expansão nos mercados da África, Ásia e no xi MERCOSUL. Contribuíram para esse resultado: efeitos positivos relativos a ''tamanho de mercado"e"competitividade". A segunda abordagem de"market-share", baseada em Konandreas & Hurtado (1978), incluiu o efeito"estrutura de preferências", tendo sido aplicada a dados do Brasil, Cuba e Resto do Mundo. Os resultados desta análise confirmaram a recuperação do Brasil no mercado mundial, nos últimos cinco anos, devido aos efeitos positivos relacionados acima, ao efeito"distribuição do mercado importador"também favorável e um efeito"estrutura de preferências"negativo. Ressalta-se que o grau de preferência pelas exportações do País caiu bastante no mercado da ex-URSS. No caso de Cuba, verificou-se que, praticamente, não houve alteração na preferência pelo seu açúcar por parte dos tradicionais importadores (ex-URSS, China e Japão), embora o total exportado tenha se reduzido. Os componentes"competitividade"e"distribuição do mercado importador"influenciaram negativamente a evolução das exportações cubanas. Os resultados não permitem concluir que o Brasil tenha se apropriado da parcela de mercado que Cuba perdeu nos últimos anos, quando se consideram seus principais importadores. Os coeficientes de elasticidade de substituição foram estimados através de regressões simples, sendo que foram encontrados valores negativos e estatisticamente significativos para: Brasil/África do Sul (açúcar total; bruto); Brasil/França (bruto); Brasil/Filipinas (refinado) e Brasil/Alemanha (refinado). Isso indica que há substitutibilidade entre o açúcar exportado por esses países, e, portanto, competição entre os mesmos pelo mercado mundial. Os casos que apresentaram baixo grau de substituição, indicando a existência de diferenciação de produtos pelo mercado importador, resumem-se às relações: Brasil/Filipinas (açúcar total) e Brasil/Austrália (refinado).
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