Avaliação da exposição às micotoxinas e caracterização do risco à saúde de lactantes em Pirassununga/SP
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-14052021-153818/ |
Resumo: | Micotoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos que ocorrem naturalmente nos alimentos, capazes de causar uma grande variedade de efeitos tóxicos em vertebrados, incluindo seres humanos. Mulheres em aleitamento constituem um importante grupo de risco considerando não apenas os efeitos tóxicos potenciais das micotoxinas, mas também a possibilidade de excreção de resíduos de micotoxinas no leite materno. Este trabalho teve como finalidade avaliar a exposição e caracterizar o risco à saúde de mulheres lactantes (N = 74) de Pirassununga, São Paulo, Brasil, às aflatoxinas (AFs), fumonisinas (FBs), ocratoxina A (OTA) e zearalenona (ZEA) através de análise de alimentos versus dados de consumo e biomarcadores de micotoxinas na urina e no leite materno. As voluntárias forneceram amostras de alimentos armazenados e disponíveis em suas residências entre abril de 2018 à agosto de 2019, totalizando 184 amostras. Todas as amostras foram analisadas por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS). As concentrações de AFs, OTA, ZEA e FBs excederam seus respectivos LMT em 11 (6%), 3 (2%), 8 (4%) e 5 (3%) amostras, respectivamente. Vinte e oito amostras (15%) foram contaminadas com dois ou três tipos de micotoxinas. Produtos à base de milho contribuíram para os maiores valores de ingestão diária provável (IDP) para AFs, ZEA e FBs (0.119 ± 0.193, 0.325 ± 0.097 e 2.936 ± 1.541 µg/kg p.c./dia, respectivamente), enquanto que produtos à base de trigo contribuíram para o maior valor de IDP para OTA (0.035 ± 0.028 µg/kg p.c./dia). O valor da Margem de Exposição (MoE) baseada nos dados em alimentos para AFs (3,72) demonstrou alto risco de exposição (MoE <10.000), e o Quociente de Risco (QR) obtido para OTA (24,66), ZEA (4,24) e FBs totais (5,01) também indicou um risco não tolerável (QR > 1) para essas micotoxinas através do consumo dos produtos alimentícios investigados. Os valores médios de IDP baseados em biomarcadores urinários foram 1,58, 1,09, 5,07 e 0,05 µg/kg p.c./dia para AFM1, DON, OTA e ZEA, respectivamente. Valores de QR > 1 foram observados para OTA (316,79) e DON (1,09). O valor da MoE para AFM1 (1,50) calculada em relação ao valor de IDP obtido em amostras de urina, também indicou riscos potenciais à saúde. AFM1 não foi detectada no leite materno. No entanto, 6,7% das amostras apresentaram FBs e OTA em concentrações médias de 5,0 e 1,3 ng/mL, respectivamente. Embora uma baixa incidência de micotoxinas tenha sido observada no leite materno, os resultados do presente estudo indicam uma alta exposição de mulheres em lactação da área estudada às micotoxinas através da dieta. |
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Avaliação da exposição às micotoxinas e caracterização do risco à saúde de lactantes em Pirassununga/SPExposure assessment and health risk characterization of mycotoxins in lactating women from Pirassununga/SPAlimentosAnálise por CLAE-EM/EMAvaliação de riscoBiomarcadoresBiomarkersBreast milkFoodLC-MS/MS analyzisLeite maternoMicotoxinasMycotoxinsOccurrenceOcorrênciaRisk assessmentUrinaUrineMicotoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos que ocorrem naturalmente nos alimentos, capazes de causar uma grande variedade de efeitos tóxicos em vertebrados, incluindo seres humanos. Mulheres em aleitamento constituem um importante grupo de risco considerando não apenas os efeitos tóxicos potenciais das micotoxinas, mas também a possibilidade de excreção de resíduos de micotoxinas no leite materno. Este trabalho teve como finalidade avaliar a exposição e caracterizar o risco à saúde de mulheres lactantes (N = 74) de Pirassununga, São Paulo, Brasil, às aflatoxinas (AFs), fumonisinas (FBs), ocratoxina A (OTA) e zearalenona (ZEA) através de análise de alimentos versus dados de consumo e biomarcadores de micotoxinas na urina e no leite materno. As voluntárias forneceram amostras de alimentos armazenados e disponíveis em suas residências entre abril de 2018 à agosto de 2019, totalizando 184 amostras. Todas as amostras foram analisadas por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS). As concentrações de AFs, OTA, ZEA e FBs excederam seus respectivos LMT em 11 (6%), 3 (2%), 8 (4%) e 5 (3%) amostras, respectivamente. Vinte e oito amostras (15%) foram contaminadas com dois ou três tipos de micotoxinas. Produtos à base de milho contribuíram para os maiores valores de ingestão diária provável (IDP) para AFs, ZEA e FBs (0.119 ± 0.193, 0.325 ± 0.097 e 2.936 ± 1.541 µg/kg p.c./dia, respectivamente), enquanto que produtos à base de trigo contribuíram para o maior valor de IDP para OTA (0.035 ± 0.028 µg/kg p.c./dia). O valor da Margem de Exposição (MoE) baseada nos dados em alimentos para AFs (3,72) demonstrou alto risco de exposição (MoE <10.000), e o Quociente de Risco (QR) obtido para OTA (24,66), ZEA (4,24) e FBs totais (5,01) também indicou um risco não tolerável (QR > 1) para essas micotoxinas através do consumo dos produtos alimentícios investigados. Os valores médios de IDP baseados em biomarcadores urinários foram 1,58, 1,09, 5,07 e 0,05 µg/kg p.c./dia para AFM1, DON, OTA e ZEA, respectivamente. Valores de QR > 1 foram observados para OTA (316,79) e DON (1,09). O valor da MoE para AFM1 (1,50) calculada em relação ao valor de IDP obtido em amostras de urina, também indicou riscos potenciais à saúde. AFM1 não foi detectada no leite materno. No entanto, 6,7% das amostras apresentaram FBs e OTA em concentrações médias de 5,0 e 1,3 ng/mL, respectivamente. Embora uma baixa incidência de micotoxinas tenha sido observada no leite materno, os resultados do presente estudo indicam uma alta exposição de mulheres em lactação da área estudada às micotoxinas através da dieta.Mycotoxins are secondary metabolites produced by naturally occurring fungi in foods that can cause a wide variety of toxic effects on vertebrates, including humans. Lactating women constitute an important risk group considering not only the potential toxic effects of mycotoxins, but also the possibility of excretion of mycotoxin residues in breast milk. This study aimed to evaluate the exposure and risk characterization of lactating women (N = 74) from Pirassununga, Sao Paulo, Brazil, to aflatoxins (AFs), fumonisins (FBs), ochratoxin A (OTA) and zearalenone (ZEN) through food analysis versus consumption data and mycotoxin biomarkers in urine and breast milk. The volunteers provided samples of food stored and available at their homes from April 2018 to August 2019, totaling 184 samples. All samples were analyzed by mass spectrometry-coupled liquid chromatography (LC-MS/MS). The concentrations of AFs, OTA, ZEN and FBs exceeded their respective MPL in 11 (6%), 3 (2%), 8 (4%) and 5 (3%) samples, respectively. Twenty-eight samples (15%) were contaminated with two or three types of mycotoxins. Corn products contributed for the highest mean probable daily intakes (PDI) of AFs, ZEN and FBs (0.119 ± 0.193, 0.325 ± 0.097 and 2.936 ± 1.541 µg/kg b.w./day, respectively), while wheat-based products contributed for the highest PDI value of OTA (0.035 ± 0.028 µg/kg b.w./day). The Margin of Exposure (MoE) based on food data for AFs (3.72) showed high exposure risk (MoE < 10,000), and Hazard Quotient (HQ) obtained for OTA (24.66), ZEN (4.24) and total FBs (5.01) also indicated a non-tolerable risk (HQ > 1) for these mycotoxins through food consumption. Mean PDI values based on urinary biomarkers were 1.58, 1.09, 5.07 and 0.05 µg/kg b.w./day for AFM1, DON, OTA and ZEN, respectively. HQ > 1 was observed for OTA (316.79) and DON (1.09). The MoE value for AFM1 (1.50) based on the urinary-based PDI also indicated potential health risks. AFM1 was not detected in breast milk. However, 6.7% of samples analyzed contained FBs and OTA at mean levels of 5.0 and 1.3 ng/mL, respectively. Although a low incidence of mycotoxins was observed in breast milk, results of this trial indicate high exposure levels of lactating women to dietary mycotoxins in the studied area.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOliveira, Carlos Augusto Fernandes deCoppa, Carolina Fernanda Sengling Cebin2020-03-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-14052021-153818/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-14T22:02:02Zoai:teses.usp.br:tde-14052021-153818Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-14T22:02:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Micotoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos que ocorrem naturalmente nos alimentos, capazes de causar uma grande variedade de efeitos tóxicos em vertebrados, incluindo seres humanos. Mulheres em aleitamento constituem um importante grupo de risco considerando não apenas os efeitos tóxicos potenciais das micotoxinas, mas também a possibilidade de excreção de resíduos de micotoxinas no leite materno. Este trabalho teve como finalidade avaliar a exposição e caracterizar o risco à saúde de mulheres lactantes (N = 74) de Pirassununga, São Paulo, Brasil, às aflatoxinas (AFs), fumonisinas (FBs), ocratoxina A (OTA) e zearalenona (ZEA) através de análise de alimentos versus dados de consumo e biomarcadores de micotoxinas na urina e no leite materno. As voluntárias forneceram amostras de alimentos armazenados e disponíveis em suas residências entre abril de 2018 à agosto de 2019, totalizando 184 amostras. Todas as amostras foram analisadas por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS). As concentrações de AFs, OTA, ZEA e FBs excederam seus respectivos LMT em 11 (6%), 3 (2%), 8 (4%) e 5 (3%) amostras, respectivamente. Vinte e oito amostras (15%) foram contaminadas com dois ou três tipos de micotoxinas. Produtos à base de milho contribuíram para os maiores valores de ingestão diária provável (IDP) para AFs, ZEA e FBs (0.119 ± 0.193, 0.325 ± 0.097 e 2.936 ± 1.541 µg/kg p.c./dia, respectivamente), enquanto que produtos à base de trigo contribuíram para o maior valor de IDP para OTA (0.035 ± 0.028 µg/kg p.c./dia). O valor da Margem de Exposição (MoE) baseada nos dados em alimentos para AFs (3,72) demonstrou alto risco de exposição (MoE <10.000), e o Quociente de Risco (QR) obtido para OTA (24,66), ZEA (4,24) e FBs totais (5,01) também indicou um risco não tolerável (QR > 1) para essas micotoxinas através do consumo dos produtos alimentícios investigados. Os valores médios de IDP baseados em biomarcadores urinários foram 1,58, 1,09, 5,07 e 0,05 µg/kg p.c./dia para AFM1, DON, OTA e ZEA, respectivamente. Valores de QR > 1 foram observados para OTA (316,79) e DON (1,09). O valor da MoE para AFM1 (1,50) calculada em relação ao valor de IDP obtido em amostras de urina, também indicou riscos potenciais à saúde. AFM1 não foi detectada no leite materno. No entanto, 6,7% das amostras apresentaram FBs e OTA em concentrações médias de 5,0 e 1,3 ng/mL, respectivamente. Embora uma baixa incidência de micotoxinas tenha sido observada no leite materno, os resultados do presente estudo indicam uma alta exposição de mulheres em lactação da área estudada às micotoxinas através da dieta. |
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