Revisão sistemática do gênero Mourasuchus (Alligatoroidea, Caimaninae), com comentários sobre filogenia, biogeografia e paleoecologia de Caimaninae

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cidade, Giovanne Mendes
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-03072015-102326/
Resumo: Mourasuchus (Alligatoroidea, Caimaninae) é um táxon extinto de crocodilianos restrito ao Cenozoico da América do Sul. Representa um dos grupos de crocodilianos mais peculiares de todos os tempos, devido ao formato longo, largo e achatado de seu rostro (lembrando o bico de um pato) entre outras características. Apesar dessas peculiaridades, relativamente poucos trabalhos foram feitos sobre esse grupo. A maioria das descrições morfológicas dos fósseis do gênero são sucintas e breves, incluindo as dos holótipos de duas das quatro espécies a ele assinaladas: M. amazonensis e M. arendsi. Do mesmo modo, as diagnoses das quatro espécies também se mostram sucintas. Poucas também são as análises filogenéticas realizadas com Mourasuchus a maioria das quais, porém, recupera Orthogenysuchus olseni, do Eoceno dos Estados Unidos, como táxon-irmão de Mourasuchus, gerando um impasse biogeográfico. Além disso, a maneira exata pela qual Mourasuchus se alimentava, fazendo uso de seu peculiar rostro bico de pato, bem como seus itens alimentares, ainda não foram plenamente esclarecidos, ainda que algumas teorias tenham sido propostas na literatura. Assim, este trabalho se propôs a: oferecer uma re-descrição dos holótipos de M. amazonensis e M. arendsi; revisar as diagnoses das espécies e do próprio gênero; realizar uma análise filogenética investigando as relações das espécies entre si e do gênero, como um todo, em Caimaninae; investigar a relação de Orthogenysuchus olseni como táxon-irmão de Mourasuchus; elucidar o modo de forrageio e os itens alimentares consumidos pelo grupo. As re-análises das diagnoses das espécies revelaram que duas delas constituem, na verdade, espécies não-válidas, enquanto a análise de um novo material craniano descrito neste trabalho (MCNC-PAL-110-72V) revelou a existência de uma nova espécie de Mourasuchus, fazendo com que este trabalho reconheça três espécies válidas para o gênero. A análise filogenética revelou M. atopus como o táxon mais basal, enquanto M. amazonensis e a nova espécie proposta formam um clado mais derivado. Orthogenysuchus olseni não foi recuperado como táxon-irmão de Mourasuchus em nenhuma das análises, mas seu posicionamento ainda dentro de Caimaninae faz com que impasses biogeográficos permaneçam. Este trabalho defende que Mourasuchus coletava presas em grande quantidade usando a musculatura da parte de baixo de seu rostro uma alimentação coletora enquanto ainda não há evidências de que esses animais fariam uma filtração da massa alimentar coletada. É possível, também, que tal hábito tenha evoluído a partir do hábito alimentar durófago exibido por Caimaninae basais, especialmente o gênero Gnatosuchus.
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spelling Revisão sistemática do gênero Mourasuchus (Alligatoroidea, Caimaninae), com comentários sobre filogenia, biogeografia e paleoecologia de CaimaninaeSystematic revision of the Mourasuchus genus (Alligatoroidea, Caimaninae), with comments on the phylogeny, biogeography and paleoecology of CaimaninaeCaimaninaeCaimaninaeCrocodyliaCrocodyliaMioceneMiocenoMourausuchusMourausuchusPaleontologia de vertebradosVertebrate PaleontologyMourasuchus (Alligatoroidea, Caimaninae) é um táxon extinto de crocodilianos restrito ao Cenozoico da América do Sul. Representa um dos grupos de crocodilianos mais peculiares de todos os tempos, devido ao formato longo, largo e achatado de seu rostro (lembrando o bico de um pato) entre outras características. Apesar dessas peculiaridades, relativamente poucos trabalhos foram feitos sobre esse grupo. A maioria das descrições morfológicas dos fósseis do gênero são sucintas e breves, incluindo as dos holótipos de duas das quatro espécies a ele assinaladas: M. amazonensis e M. arendsi. Do mesmo modo, as diagnoses das quatro espécies também se mostram sucintas. Poucas também são as análises filogenéticas realizadas com Mourasuchus a maioria das quais, porém, recupera Orthogenysuchus olseni, do Eoceno dos Estados Unidos, como táxon-irmão de Mourasuchus, gerando um impasse biogeográfico. Além disso, a maneira exata pela qual Mourasuchus se alimentava, fazendo uso de seu peculiar rostro bico de pato, bem como seus itens alimentares, ainda não foram plenamente esclarecidos, ainda que algumas teorias tenham sido propostas na literatura. Assim, este trabalho se propôs a: oferecer uma re-descrição dos holótipos de M. amazonensis e M. arendsi; revisar as diagnoses das espécies e do próprio gênero; realizar uma análise filogenética investigando as relações das espécies entre si e do gênero, como um todo, em Caimaninae; investigar a relação de Orthogenysuchus olseni como táxon-irmão de Mourasuchus; elucidar o modo de forrageio e os itens alimentares consumidos pelo grupo. As re-análises das diagnoses das espécies revelaram que duas delas constituem, na verdade, espécies não-válidas, enquanto a análise de um novo material craniano descrito neste trabalho (MCNC-PAL-110-72V) revelou a existência de uma nova espécie de Mourasuchus, fazendo com que este trabalho reconheça três espécies válidas para o gênero. A análise filogenética revelou M. atopus como o táxon mais basal, enquanto M. amazonensis e a nova espécie proposta formam um clado mais derivado. Orthogenysuchus olseni não foi recuperado como táxon-irmão de Mourasuchus em nenhuma das análises, mas seu posicionamento ainda dentro de Caimaninae faz com que impasses biogeográficos permaneçam. Este trabalho defende que Mourasuchus coletava presas em grande quantidade usando a musculatura da parte de baixo de seu rostro uma alimentação coletora enquanto ainda não há evidências de que esses animais fariam uma filtração da massa alimentar coletada. É possível, também, que tal hábito tenha evoluído a partir do hábito alimentar durófago exibido por Caimaninae basais, especialmente o gênero Gnatosuchus.Mourasuchus (Alligatoroidea, Caimaninae) is an extinct crocodilian taxon restricted to the Cenozoic of South America. It represents one of the most peculiar crocodilian groups of all time, due to the long, wide, flattened shape of its rostrum (resembling the beak of a duck), among other features. Regardless these peculiarities, relatively few works have been done about this group. Most of morphological descriptions of the fossils belonging to this genus are shot and brief, including those of two from the four species assigned to it: M. amazonensis and M. arendsi. Similarly, the diagnoses of all the four species are also very brief. The phylogenetic analyses involving Mourasuchus are also very few most of them, however, recover Orthogenysuchus olseni, from the Eocene of the United States, as Mourasuchus sister-taxon, creating a biogeographically problematic scenario. Furthermore, the exact way by which Mourasuchus feed itself, using its peculiar beak of duck rostrum, as well as its prey items, are yet to be determined, even though some proposals have already been made in the literature. As such, this work had the following objectives: offer a redescription of the holotypes of M. amazonensis and M. arendsi; re-evaluate the diagnoses of Mourasuchus species and the genus itself; perform a phylogenetic analysis to evaluate the relationships between Mourasuchus species and of this group, as a whole, within Caimaninae; evaluate the position of Orthogenysuchus olseni as a sister-taxon of Mourasuchus; elucidate the foraging tactics and the prey items consumed by this group. The re-evaluation of the diagnoses of the species revealed that two are in reality non-valid species, while the analysis of a new cranial material described in this work (MCNC-PAL-110-72V) revealed the existence of a new species of Mourasuchus, taking this work to recognize the existence of three valid species for the genus. The phylogenetic analysis recovered M. atopus as the basalmost taxon, while M. amazonensis and the new species proposed in this work form a more derived clade. Orthogenysuchus olseni was not recovered as a Mourasuchus sister-taxon in any of the analyses made, but its position still within Caimaninae maintains biogeographically problematic scenarios in this clade. This work defends that Mourasuchus collected a high number of prey items using the musculature between the lower jaws a collecting foraging tactic while there is still no evidence that these animals could perform a straining of the entire concentration of food it collected. It is possible, as well, that such habit may have evolved from the durophagous feeding habit of some basal Caimaninae, especially Gnatosuchus.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHsiou, Annie SchmaltzCidade, Giovanne Mendes2015-06-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-03072015-102326/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-03072015-102326Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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