Uso de antimicrobianos nos sistemas de produção de leite nas categorias vacas e bezerras lactentes

• Autor(a) principal: Martin, Camila Cecilia
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-04052023-121121/
• topic: Colostro; Colostrum; Diarreia; Diarrhea; Management; Manejo; Mastite; Mastitis

O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar sobre as principais práticas de uso de antimicrobianos para a prevenção e tratamento de doenças em vacas no período seco e bezerras em lactação proveniente de propriedades leiteiras do Brasil. A pesquisa foi realizada utilizando um questionário para/a coleta de respostas de forma online, e as propriedades participantes foram classificados em pequenas (≤20), médios (de 21 a 70) e grandes (> 70), de acordo com o número de vacas em lactação. Capítulo 1- Este capítulo avaliou as principais práticas de uso de antimicrobianos em vacas em lactação. A principal doença que necessitou de antimicrobianos em vacas em lactação foi a mastite (P:80,77%, M:82,68% e G:77,52%), sendo os β-lactâmicos a principal classe de antimicrobianos utilizada para tratamento, com destaque para o ceftiofur. Propriedades grandes utilizaram antimicrobianos criticamente importantes de prioridade máxima para a medicina com maior frequência para o tratamento da mastite (36,61%), doenças reprodutivas (48,39%) e doenças locomotoras (65,18%). Propriedades pequenas (51,55%), médias (69,90%) e grandes (79,84%) utilizaram com grande frequência antimicrobianos para profilaxia em vacas secas. Capítulo 2- O objetivo deste capítulo foi pesquisar as principais práticas de manejo em bezerras no período de aleitamento em propriedades leiteiras. Uma frequência de 3,09%, 12,78%, 56,59% das propriedades pequenas, médias e grandes, respectivamente, avaliam o colostro antes do fornecimento para bezerras. O principal método para avaliação do colostro é o refratômetro Brix. Propriedades grandes fornecem (32,17%) entre 3 e 4 litros de colostro, médias (32,37%) entre 2 e 3 litros e pequenas (48,11%) de forma livre. Propriedades pequenas (13,75%) e médias (22,47%) utilizam pouco colostro congelado, propriedades grandes (52,71%) usam com maior frequência. Leite de descarte é utilizado com maior frequência em propriedades grandes (30,0%), enquanto que as médias (44,51%) e pequenas (43,54%) utilizam o leite integral. O leite é fornecido principalmente no balde (P:46,74%, M:61,03% e G:70,2%) e as bezerras são alojadas principalmente em baias individuais. Capítulo 3- O leite de descarte foi utilizado em 64,0%, 47,22% e 42,61% das propriedades grandes, médias e pequenas, respectivamente. A maioria das propriedades (P:28,52%, M:29,9% e G:46,9%) fornece o leite de descarte já na primeira semana de vida e não utiliza nenhum método de conservação (P:52,92%, M:56,49% e G:49,6%). A maioria das propriedades (P:64,95%, M:65,57% e G:73,6%) não fornece antimicrobianos para profilaxia de doenças em bezerras. A principal doença que necessita o uso de antimicrobianos em bezerras é a diarreia (P:76,63%, M:75,88% e G:77,91%). Sulfas mais utilizadas para tratamento da diarreia em propriedades grandes (44,96%) e médias (26,39%), e propriedades pequenas (26,12%) utilizaram com maior frequência a tetraciclina. Propriedades médias (50,93%) e pequenas (48,80%) utilizam antimicrobiano para tratamento de todas as bezerras que apresentam diarreia, já propriedades grandes (28,68%) utilizam a febre como indicador para o tratamento. Para tratamento da doença respiratória propriedades grandes (22,18%) utilizaram com maior frequência florfenicol, enquanto propriedades médias (26,05%) e pequenas (23,38%) utilizaram mais penicilina. Esses dados podem ser usados para nortear pesquisas e diretrizes para redução do uso de antimicrobianos em propriedades de leite no Brasil.