Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Spanghero, Maristela Schaufelberger
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-14102008-155130/
Resumo: Alterações morfométricas cerebrais em pacientes com esquizofrenia têm sido descritas em muitos estudos utilizando ressonância magnética estrutural, sendo as mais consistentes o aumento ventricular e a redução do volume de substância cinzenta em neocórtex pré-frontal e temporal, ínsula, tálamo e no hipocampo/giro parahipocampal. No entanto, a natureza e o curso dessas alterações ainda não foram esclarecidos. Embora a principal hipótese a respeito da etiopatogenia da esquizofrenia sugira a presença de alterações anatômicas de início precoce e estáveis ao longo da doença, estudos longitudinais de ressonância magnética estrutural a partir do primeiro episódio psicótico têm indicado que, apesar de observáveis já no início da doença, ou mesmo antes do surgimento da mesma, algumas alterações podem ser progressivas, principalmente nos primeiros anos. Neste trabalho, foi comparado, transversal e longitudinalmente, o volume de substância cinzenta entre pacientes com esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme após o primeiro contato com serviços de saúde e controles não psicóticos. As imagens de ressonância magnética estrutural de 62 pacientes e 94 controles procedentes da mesma área de captação, recrutados a partir de um estudo epidemiológico na cidade de São Paulo, foram adquiridas em um aparelho de 1,5 Tesla. Após um intervalo médio de 16 meses, 39 pacientes e 52 controles foram reexaminados. As imagens foram analisadas pelo método de morfometria voxel-a-voxel com o uso do programa Statistical Parametric Mapping e a significância estatística foi estabelecida em p<0,05, corrigido para comparações múltiplas. A comparação inicial entre os grupos evidenciou áreas de redução de substância cinzenta nos pacientes em córtex pré-frontal direito e esquerdo, córtex temporal superior esquerdo, ínsula bilateral e hipocampo e giro parahipocampal direitos. A análise longitudinal evidenciou maior grau de preservação de substância cinzenta no grupo dos pacientes em córtex temporal superior esquerdo e em hipocampo/giro parahipocampal direitos. Não houve áreas de perda significativamente maior de substância cinzenta em pacientes comparados aos controles na análise longitudinal. Não foi encontrada diferença de volume de substância cinzenta entre pacientes com maior ou menor tempo de exposição aos antipsicóticos, tanto à análise inicial, quanto à análise longitudinal. Os resultados da análise transversal estão de acordo com a literatura sobre alterações cerebrais estruturais em primeiro episódio psicótico. Os achados da investigação longitudinal estão de acordo com alguns estudos de seguimento e apontam para a possibilidade de que essas alterações surgiriam antes do primeiro episódio psicótico. Além disso, tais resultados sugerem que, pelo menos durante o intervalo pesquisado, tais alterações não são progressivas. As diferenças volumétricas entre pacientes e controles não foram causadas pelo uso de antipsicóticos
id USP_b0623ed65277603fcae2b87d1b6f3781
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-14102008-155130
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânioLongitudinal magnetic resonance imaging study of schizophrenia and schizophreniform disorderCerebral cortex longitudinal studiesCórtex cerebralEsquizofreniaEstudos longitudinaisImagem por ressonância magnéticaMagnetic resonance imagingSchizophreniaAlterações morfométricas cerebrais em pacientes com esquizofrenia têm sido descritas em muitos estudos utilizando ressonância magnética estrutural, sendo as mais consistentes o aumento ventricular e a redução do volume de substância cinzenta em neocórtex pré-frontal e temporal, ínsula, tálamo e no hipocampo/giro parahipocampal. No entanto, a natureza e o curso dessas alterações ainda não foram esclarecidos. Embora a principal hipótese a respeito da etiopatogenia da esquizofrenia sugira a presença de alterações anatômicas de início precoce e estáveis ao longo da doença, estudos longitudinais de ressonância magnética estrutural a partir do primeiro episódio psicótico têm indicado que, apesar de observáveis já no início da doença, ou mesmo antes do surgimento da mesma, algumas alterações podem ser progressivas, principalmente nos primeiros anos. Neste trabalho, foi comparado, transversal e longitudinalmente, o volume de substância cinzenta entre pacientes com esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme após o primeiro contato com serviços de saúde e controles não psicóticos. As imagens de ressonância magnética estrutural de 62 pacientes e 94 controles procedentes da mesma área de captação, recrutados a partir de um estudo epidemiológico na cidade de São Paulo, foram adquiridas em um aparelho de 1,5 Tesla. Após um intervalo médio de 16 meses, 39 pacientes e 52 controles foram reexaminados. As imagens foram analisadas pelo método de morfometria voxel-a-voxel com o uso do programa Statistical Parametric Mapping e a significância estatística foi estabelecida em p<0,05, corrigido para comparações múltiplas. A comparação inicial entre os grupos evidenciou áreas de redução de substância cinzenta nos pacientes em córtex pré-frontal direito e esquerdo, córtex temporal superior esquerdo, ínsula bilateral e hipocampo e giro parahipocampal direitos. A análise longitudinal evidenciou maior grau de preservação de substância cinzenta no grupo dos pacientes em córtex temporal superior esquerdo e em hipocampo/giro parahipocampal direitos. Não houve áreas de perda significativamente maior de substância cinzenta em pacientes comparados aos controles na análise longitudinal. Não foi encontrada diferença de volume de substância cinzenta entre pacientes com maior ou menor tempo de exposição aos antipsicóticos, tanto à análise inicial, quanto à análise longitudinal. Os resultados da análise transversal estão de acordo com a literatura sobre alterações cerebrais estruturais em primeiro episódio psicótico. Os achados da investigação longitudinal estão de acordo com alguns estudos de seguimento e apontam para a possibilidade de que essas alterações surgiriam antes do primeiro episódio psicótico. Além disso, tais resultados sugerem que, pelo menos durante o intervalo pesquisado, tais alterações não são progressivas. As diferenças volumétricas entre pacientes e controles não foram causadas pelo uso de antipsicóticosMorphometric brain abnormalities have been extensively described in subjects with schizophrenia in many structural magnetic resonance imaging studies, the most consistent findings being ventricular enlargement and gray matter reductions in frontal and temporal neocortices, insula, thalamus and hippocampus/parahippocampal gyri. However, the nature and course of these abnormalities have not yet been clarified. Although the main hypothesis regarding the etiopathology of schizophrenia implies the presence of early and stable anatomical brains abnormalities, longitudinal magnetic resonance imaging studies have suggested that, despite being present at the first episode of psychosis, or even before its onset, some brain abnormalities may be progressive, especially at the first few years of the disorder. In the present study, gray matter volumes were compared, at baseline and longitudinally, between first-episode patients with schizophrenia or schizophreniform disorder and non-psychotic controls. Structural magnetic resonance images from 62 patients and 94 controls, recruited from the same catchment area for an epidemiological study in the city of São Paulo, were acquired using a 1.5 Tesla scanner. After a mean period of 16 months, 39 patients and 52 controls were rescanned. Images were analyzed by voxel-based morphometry with the Statistical Parametric Mapping software and statistical significance was set at p<0.05, corrected for multiple comparisons. The initial betweengroup comparison revealed gray matter reductions in patients, when compared to controls, in the right and left prefrontal cortices, left superior temporal cortex, bilateral insula and right hippocampus and parahipocampal gyrus. Longitudinally, patients exhibited significantly greater gray matter preservation in left superior temporal cortex and right hippocampus/ parahipocampal gyrus. There were no areas showing significantly greater gray matter loss in patients relative to controls in the longitudinal analysis. There were no gray matter differences between medicated and unmedicated patients, neither at baseline nor at follow-up. The findings of the baseline comparison are in accordance with previous studies that reported brain abnormalities in association with first episode psychosis. The longitudinal results are in accordance with some of the follow-up neuroimaging studies conducted to date and support the hypothesis that the described abnormalities could have been present before the onset of illness. Also, these findings suggest that, at least considering the follow-up interval of our study, such brain changes are not progressive. The volumetric differences between patients and controls observed in our study were not caused by antipsychotic medication effectsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBusatto Filho, GeraldoSpanghero, Maristela Schaufelberger2008-08-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-14102008-155130/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-14102008-155130Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
Longitudinal magnetic resonance imaging study of schizophrenia and schizophreniform disorder
title Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
spellingShingle Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
Spanghero, Maristela Schaufelberger
Cerebral cortex longitudinal studies
Córtex cerebral
Esquizofrenia
Estudos longitudinais
Imagem por ressonância magnética
Magnetic resonance imaging
Schizophrenia
title_short Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
title_full Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
title_fullStr Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
title_full_unstemmed Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
title_sort Avaliação longitudinal de pacientes portadores de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme utilizando ressonância magnética de crânio
author Spanghero, Maristela Schaufelberger
author_facet Spanghero, Maristela Schaufelberger
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Busatto Filho, Geraldo
dc.contributor.author.fl_str_mv Spanghero, Maristela Schaufelberger
dc.subject.por.fl_str_mv Cerebral cortex longitudinal studies
Córtex cerebral
Esquizofrenia
Estudos longitudinais
Imagem por ressonância magnética
Magnetic resonance imaging
Schizophrenia
topic Cerebral cortex longitudinal studies
Córtex cerebral
Esquizofrenia
Estudos longitudinais
Imagem por ressonância magnética
Magnetic resonance imaging
Schizophrenia
description Alterações morfométricas cerebrais em pacientes com esquizofrenia têm sido descritas em muitos estudos utilizando ressonância magnética estrutural, sendo as mais consistentes o aumento ventricular e a redução do volume de substância cinzenta em neocórtex pré-frontal e temporal, ínsula, tálamo e no hipocampo/giro parahipocampal. No entanto, a natureza e o curso dessas alterações ainda não foram esclarecidos. Embora a principal hipótese a respeito da etiopatogenia da esquizofrenia sugira a presença de alterações anatômicas de início precoce e estáveis ao longo da doença, estudos longitudinais de ressonância magnética estrutural a partir do primeiro episódio psicótico têm indicado que, apesar de observáveis já no início da doença, ou mesmo antes do surgimento da mesma, algumas alterações podem ser progressivas, principalmente nos primeiros anos. Neste trabalho, foi comparado, transversal e longitudinalmente, o volume de substância cinzenta entre pacientes com esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme após o primeiro contato com serviços de saúde e controles não psicóticos. As imagens de ressonância magnética estrutural de 62 pacientes e 94 controles procedentes da mesma área de captação, recrutados a partir de um estudo epidemiológico na cidade de São Paulo, foram adquiridas em um aparelho de 1,5 Tesla. Após um intervalo médio de 16 meses, 39 pacientes e 52 controles foram reexaminados. As imagens foram analisadas pelo método de morfometria voxel-a-voxel com o uso do programa Statistical Parametric Mapping e a significância estatística foi estabelecida em p<0,05, corrigido para comparações múltiplas. A comparação inicial entre os grupos evidenciou áreas de redução de substância cinzenta nos pacientes em córtex pré-frontal direito e esquerdo, córtex temporal superior esquerdo, ínsula bilateral e hipocampo e giro parahipocampal direitos. A análise longitudinal evidenciou maior grau de preservação de substância cinzenta no grupo dos pacientes em córtex temporal superior esquerdo e em hipocampo/giro parahipocampal direitos. Não houve áreas de perda significativamente maior de substância cinzenta em pacientes comparados aos controles na análise longitudinal. Não foi encontrada diferença de volume de substância cinzenta entre pacientes com maior ou menor tempo de exposição aos antipsicóticos, tanto à análise inicial, quanto à análise longitudinal. Os resultados da análise transversal estão de acordo com a literatura sobre alterações cerebrais estruturais em primeiro episódio psicótico. Os achados da investigação longitudinal estão de acordo com alguns estudos de seguimento e apontam para a possibilidade de que essas alterações surgiriam antes do primeiro episódio psicótico. Além disso, tais resultados sugerem que, pelo menos durante o intervalo pesquisado, tais alterações não são progressivas. As diferenças volumétricas entre pacientes e controles não foram causadas pelo uso de antipsicóticos
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-08-13
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-14102008-155130/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-14102008-155130/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256973443072000