Geografia histórica, discursos espaciais e construção territorial em Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martinello, André Souza
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-08042016-124409/
Resumo: A presente pesquisa busca mapear alguns momentos relevantes, circunstâncias e situações marcantes na constituição histórica de um espaço catarinense e suas territorializações. Passando pelo período colonial: quando rota de viajantes no circuito marítimo a elegem como um ponto de parada e em seguida, pela criação da capitania subalterna (1738) da Ilha de Santa Catarina toponímia que nomeia posteriormente todo o Estado e pela complexidade da anexação do Planalto (1820). Defende uma ideia, a tese de como a localização da capital e sua sede administrativa é resultado de arranjos do período colonial, sendo herança que resistiu ao tempo (mais do que a conjuntura que a tornou lócus de poder) e permaneceu às mudanças. A sede da escolha da capital refletindo resultado e decisão de uma territorialidade militar. Já no final do século XIX, nos primeiros anos da República, discutia-se a Questão Missões e, na presente pesquisa, as relações do território brasileiro nesse período são problematizadas no segundo capítulo, quando é discutido as repercussões do fim do litígio (1895) na fronteira Oeste catarinense. Trata-se também dos usos sociais dessa querela e das representações do espaço: seja para usos e conquistas individuais, seja pelo movimento republicano, desejando encontrar símbolos que se opusessem a monarquia (do segundo império), validando a tese do Brasil na acepção espacializante. Presente também na construção de Santa Catarina, a ideia do espaço, antes da sociedade, como gerador de agregação ou indutor de coesão. Essa pesquisa discute um País em que heróis territoriais são colocados em (ou ocupam) posições relevantes na representação da nacionalidade, costumando atribuir-lhes poderes, por resguardarem áreas e manterem ou expandirem fundos territoriais. Casos como Barão do Rio Branco, Barão de Capanema, Emil Odebrecht, e num caso paradigmático, governante catarinense representando-se como um bandeirante na Viagem (em 1929) aos sertões de Santa Catarina. Através da análise de espaços e poder, essa investigação defende como a construção territorial catarinense é influenciada por dinâmica colonial, seja pela junção complexa de circuitos e unidades separadas do litoral e planalto com anexação de Lages (1820), seja como relação maior no contexto de disputas Ibero-Americanas. Um interior lentamente integrado reflete, por exemplo, quando em 1943 a União encampa uma área desanexando o extremo Oeste e até 1946, permanece submetido à governança federal, no Território do Iguaçu. Essa área que cobre tal Território, havia passado pelo litígio com Argentina; tendo sido também contestado entre o Paraná e Santa Catarina, e para a qual um governante leva instituições estaduais catarinenses; é desmembrado por ser considerado em abandono. É atribuída à área, quando da criação do Território Federal do Iguaçu, a necessidade de maior e mais rápida integração ao Brasil (pois faz divisa com país estrangeiro). Embora se dizia da urgência da integração, três anos após é reincorporada aos seus estados de origem, Paraná e Santa Catarina. Enfim, a presente tese trata de discursos, concepções e construções (do espaço catarinense) em que se atribuiu a necessidade de integrar o território, apropriá-lo, para inventá-lo e fazer existir abrangência de uma comunidade catarinense, num espaço entendido como (de) Santa Catarina.
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Defende uma ideia, a tese de como a localização da capital e sua sede administrativa é resultado de arranjos do período colonial, sendo herança que resistiu ao tempo (mais do que a conjuntura que a tornou lócus de poder) e permaneceu às mudanças. A sede da escolha da capital refletindo resultado e decisão de uma territorialidade militar. Já no final do século XIX, nos primeiros anos da República, discutia-se a Questão Missões e, na presente pesquisa, as relações do território brasileiro nesse período são problematizadas no segundo capítulo, quando é discutido as repercussões do fim do litígio (1895) na fronteira Oeste catarinense. Trata-se também dos usos sociais dessa querela e das representações do espaço: seja para usos e conquistas individuais, seja pelo movimento republicano, desejando encontrar símbolos que se opusessem a monarquia (do segundo império), validando a tese do Brasil na acepção espacializante. Presente também na construção de Santa Catarina, a ideia do espaço, antes da sociedade, como gerador de agregação ou indutor de coesão. Essa pesquisa discute um País em que heróis territoriais são colocados em (ou ocupam) posições relevantes na representação da nacionalidade, costumando atribuir-lhes poderes, por resguardarem áreas e manterem ou expandirem fundos territoriais. Casos como Barão do Rio Branco, Barão de Capanema, Emil Odebrecht, e num caso paradigmático, governante catarinense representando-se como um bandeirante na Viagem (em 1929) aos sertões de Santa Catarina. Através da análise de espaços e poder, essa investigação defende como a construção territorial catarinense é influenciada por dinâmica colonial, seja pela junção complexa de circuitos e unidades separadas do litoral e planalto com anexação de Lages (1820), seja como relação maior no contexto de disputas Ibero-Americanas. Um interior lentamente integrado reflete, por exemplo, quando em 1943 a União encampa uma área desanexando o extremo Oeste e até 1946, permanece submetido à governança federal, no Território do Iguaçu. Essa área que cobre tal Território, havia passado pelo litígio com Argentina; tendo sido também contestado entre o Paraná e Santa Catarina, e para a qual um governante leva instituições estaduais catarinenses; é desmembrado por ser considerado em abandono. É atribuída à área, quando da criação do Território Federal do Iguaçu, a necessidade de maior e mais rápida integração ao Brasil (pois faz divisa com país estrangeiro). Embora se dizia da urgência da integração, três anos após é reincorporada aos seus estados de origem, Paraná e Santa Catarina. Enfim, a presente tese trata de discursos, concepções e construções (do espaço catarinense) em que se atribuiu a necessidade de integrar o território, apropriá-lo, para inventá-lo e fazer existir abrangência de uma comunidade catarinense, num espaço entendido como (de) Santa Catarina.The present research intends to map some relevant periods, circumstances and situations that constitute the history of the space corresponding to Santa Catarina and its territorializations. One advances the colonial period, in which the sea route was the only possible way to move, then the subordinate captaincy (1738) of Santa Catarina Island toponymy that will name the whole state later and, finally, its complex attachment to the Plateau (1820) occurs.We defend the thesis according to which the location of the capital city and its administrative headquarters are consequence of the colonial period, whose heritage resisted the elapsed time (more than the conjuncture which made it the locus of power) and stood amidst all changes.Choosing the capital city as the seat of government reflected the decision made by military territoriality. This reasearch discusses the end of the dispute (1895) in the western border of Santa Catarina, in the first republican years. These are also the social uses of this litigation and of the representations of space, either for individual uses and conquests or for the republican movement, yearning symbols that would impose upon Monarchy and Second Empire; that all validates the thesis that contemplates Brazil under a spacial perspective. In the construction of Santa Catarina, one may consider the idea of space, before the one as a society, generating aggregation or inferring cohesion. Thisresearch discusses this country, in which some territorialheroes are placed in (or occupy) relevant positions representing nationality. Hereupon power is attributed, which protects some areas, maintaining or expanding territorialfunds. Some cases can be mentioned: Baron of Rio Branco, Baron of Capanema, Emil Odebrecht, and the most oustanding of all a governor from Santa Catarina who is represented as a trailblazer in the Voyage (in 1929) inland within the same state. Through the analysis of space and power, this investigation defends how the social construction of Santa Catarina is influenced by colonial dynamics, either because of the complex junction of circuits and separate units of the coast and the plateau, by attaching Lages (1820), or because of the relations in the context of the Iberoamerican disputes. The inlands, slowly being integrated reflect, for example, the fact in 1946 when the Federation takes control of an area undoing the attachment of the Far West, which remained submitted to the federal government, in the Territory of Iguaçu. Finally, this thesis deals with some discourses, concepts and constructions (related to the space of Santa Catarina), within which the necessity to integrate this territory, appropriate it, by inventing it, made it exist as a community, in the space understood as (belonging to) Santa Catarina.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSousa Neto, Manoel Fernandes deMartinello, André Souza2015-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-08042016-124409/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-08042016-124409Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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