Corrosão e propriedades mecânicas de ligas cuproníquel 90-10 com adição de ferro e alumínio.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-15082024-100928/ |
Resumo: | O presente trabalho teve como objetivos avaliar a resistência à corrosão e as propriedades mecânicas de ligas cuproníquel com adições de ferro e de alumínio. As propriedades mecânicas foram avaliadas a partir de ensaios de tração e microdureza. Para caracterizar a resistência à corrosão dessas ligas, foram realizadas medidas de potencial de corrosão em função do tempo de imersão e ensaios de polarização, nas soluções 0,1M HCl, 2M NaOH, 0,01M NaCl, 0,1M NaCl e 0,6M (3,5%) NaCl. Para tanto, foi necessário elaborar as ligas Cu10Ni, Cu10Ni-1Al, Cu10Ni-3Al, Cu10Ni-1,3Fe e Cu10Ni-3Al-1,3Fe, que foram fundidas em um forno poço, e solubilizadas à 900°C por 3 horas, sob atmosfera de nitrogênio, com resfriamento em água. A seguir, foram laminadas a frio com redução média de 87,5%. As amostras resultantes da laminação foram tratadas termicamente à 900°C por 1 hora, com a mesma atmosfera e o mesmo resfriamento do tratamento térmico de solubilização. Este tratamento térmico foi realizado com intuito de garantir que as amostras apenas apresentassem fase \'ALFA\'. Através dos ensaios de tração e medidas de microdureza, verificou-se que as adições de ferro e de alumínio nas ligas cuproníquel promoveram acréscimo na resistência mecânica, onde a adição de alumínio promoveu um aumento mais significativo. Os valores de tenacidade confirmaram que a adição de alumínio é mais efetiva no aumento das propriedades mecânicas. Convêm ainda, dizer que estas ligas foramas que apresentaram as microestruturas mais refinadas. No entanto, essas adições diminuíram levemente a ductilidade comparativamente à liga sem adição. Em relação a resistência à corrosão, constatou-se que todas as ligas apresentaram corrosão seletiva do níquel (desniquelação) nas soluções propostas. ) Ensaios de polarização potenciodinâmica cíclica, em solução 0,1M HCl, mostraram que as ligas praticamente não apresentaram diferenças de comportamento, observando-se apenas corrosão ativa. Em solução 2M NaOH, os ensaios de polarização potenciodinâmica geraram, na região de potenciais mais baixos, curvas com dois potenciais reprodutíveis em máximos de densidade de corrente anódica, com formação e dissolução de produtos; para potenciais mais altos as curvas apresentaram um trecho de densidade de corrente constante, cujo valor diminuiu com a adição de ferro e alumínio. Os ensaios de polarização potenciodinâmica cíclica em 0,01M, 0,1M e 0,6M NaCl mostraram que as ligas apresentam potenciais de quebra de passividade (Eq), e que estes estão relacionados com o início do processo de corrosão seletiva; e quanto maior seu valor, maior é a resistência ao início da corrosão seletiva. No entanto, quanto maior o valor de Eq, mais acentuado é o ataque, inclusive com as maiores perdas de níquel. Estes potenciais apresentaram diferenças significativas em relação à concentração de cloreto, e entre as ligas as variações mais expressivas ocorreram na solução 0,01MNaCl, sendo que a liga Cu10Ni-1,3Fe apresentou o maior potencial de quebra de passividade, enquanto a liga Cu10Ni-3Al-1,3Fe apresentou o menor. O exame das superfícies das amostras revelou que se trata de um processo de corrosão localizada por mecanismo de corrosão seletiva, atuante em todas as ligas cuproníquel 90-10, com ou sem adição de elementos de liga. |
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Corrosão e propriedades mecânicas de ligas cuproníquel 90-10 com adição de ferro e alumínio.Untitled in englishCorrosãoCorrosionLigas metálicasMateriais (Propriedades mecânicas)Materials (Mechanical properties)Metal alloysO presente trabalho teve como objetivos avaliar a resistência à corrosão e as propriedades mecânicas de ligas cuproníquel com adições de ferro e de alumínio. As propriedades mecânicas foram avaliadas a partir de ensaios de tração e microdureza. Para caracterizar a resistência à corrosão dessas ligas, foram realizadas medidas de potencial de corrosão em função do tempo de imersão e ensaios de polarização, nas soluções 0,1M HCl, 2M NaOH, 0,01M NaCl, 0,1M NaCl e 0,6M (3,5%) NaCl. Para tanto, foi necessário elaborar as ligas Cu10Ni, Cu10Ni-1Al, Cu10Ni-3Al, Cu10Ni-1,3Fe e Cu10Ni-3Al-1,3Fe, que foram fundidas em um forno poço, e solubilizadas à 900°C por 3 horas, sob atmosfera de nitrogênio, com resfriamento em água. A seguir, foram laminadas a frio com redução média de 87,5%. As amostras resultantes da laminação foram tratadas termicamente à 900°C por 1 hora, com a mesma atmosfera e o mesmo resfriamento do tratamento térmico de solubilização. Este tratamento térmico foi realizado com intuito de garantir que as amostras apenas apresentassem fase \'ALFA\'. Através dos ensaios de tração e medidas de microdureza, verificou-se que as adições de ferro e de alumínio nas ligas cuproníquel promoveram acréscimo na resistência mecânica, onde a adição de alumínio promoveu um aumento mais significativo. Os valores de tenacidade confirmaram que a adição de alumínio é mais efetiva no aumento das propriedades mecânicas. Convêm ainda, dizer que estas ligas foramas que apresentaram as microestruturas mais refinadas. No entanto, essas adições diminuíram levemente a ductilidade comparativamente à liga sem adição. Em relação a resistência à corrosão, constatou-se que todas as ligas apresentaram corrosão seletiva do níquel (desniquelação) nas soluções propostas. ) Ensaios de polarização potenciodinâmica cíclica, em solução 0,1M HCl, mostraram que as ligas praticamente não apresentaram diferenças de comportamento, observando-se apenas corrosão ativa. Em solução 2M NaOH, os ensaios de polarização potenciodinâmica geraram, na região de potenciais mais baixos, curvas com dois potenciais reprodutíveis em máximos de densidade de corrente anódica, com formação e dissolução de produtos; para potenciais mais altos as curvas apresentaram um trecho de densidade de corrente constante, cujo valor diminuiu com a adição de ferro e alumínio. Os ensaios de polarização potenciodinâmica cíclica em 0,01M, 0,1M e 0,6M NaCl mostraram que as ligas apresentam potenciais de quebra de passividade (Eq), e que estes estão relacionados com o início do processo de corrosão seletiva; e quanto maior seu valor, maior é a resistência ao início da corrosão seletiva. No entanto, quanto maior o valor de Eq, mais acentuado é o ataque, inclusive com as maiores perdas de níquel. Estes potenciais apresentaram diferenças significativas em relação à concentração de cloreto, e entre as ligas as variações mais expressivas ocorreram na solução 0,01MNaCl, sendo que a liga Cu10Ni-1,3Fe apresentou o maior potencial de quebra de passividade, enquanto a liga Cu10Ni-3Al-1,3Fe apresentou o menor. O exame das superfícies das amostras revelou que se trata de um processo de corrosão localizada por mecanismo de corrosão seletiva, atuante em todas as ligas cuproníquel 90-10, com ou sem adição de elementos de liga.The present work evaluates corrosion resistance and mechanical properties of cupronickel alloys containing iron and aluminum. The mechanical properties were measured by microhardness and tension tests. To evaluate the corrosion resistance, measurements of corrosion potential in function of time and polarization tests were done, using solutions 0,1M HCl, 2M NaOH, 0,01M NaCl, 0,1M NaCl and 0,6M (3,5%) NaCl. It was necessary to prepare the alloys Cu10Ni, Cu10Ni-1Al, Cu10Ni-3Al, Cu10Ni-1,3Fe and Cu10Ni-3Al-1,3Fe, casting them in controlled atmosphere furnaces, and solution treated at 900°C for 3 hours, with cooling in water. The alloys were cold rolled with reduction of 87,5%. The samples resulted from the cold rolling were heat treated at 900ºC for one hour, followed by cooling in water, to guarantee that the samples would present one phase only. Hardness and tension tests confirmed that addition of iron and aluminium to cupronickel increases mechanical resistance. Aluminium addition, however, is more effective. Concerning corrosion resistance, all alloys presented selective corrosion, characterized as loss of nickel (denickelification) in the solutions used. During polarization tests in 0,1M HCl the alloys presented the same behavior and the curves showed active corrosion. In 2M NaOH solution, the polarization curves at low potentials showed two reproductible potentials in anodic current density maxima, related to the formation and dissolution ofnickel-base corrosion products; at higher potentials, the curves presented a stretch of constant current density, whose value decreased with the addition of iron and aluminum. The polarization tests on 0,01M, 0,1M and 0,6M NaCl showed that the alloys presented passivation break potentials (Eq), which are related to the beginning of the selective corrosion process. ) The higher the Eq, the stronger is the attack, and the higher the nickel losses. These potentials presented significant differences with chloride different concentrations. Among the alloys, the most significant variations happened in the 0,01M NaCl solution, where the Cu10Ni-1,3Fe alloy showed the highest of passivation break potentials, while the Cu10Ni-3Al-1,3Fe showed the lowest. Surface examination confirmed a local corrosion process, through a selective corrosion mechanism, operating in all alloys.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFalleiros, Neusa AlonsoLiberto, Rodrigo César Nascimento2004-07-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-15082024-100928/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-15T18:31:03Zoai:teses.usp.br:tde-15082024-100928Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-15T18:31:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O presente trabalho teve como objetivos avaliar a resistência à corrosão e as propriedades mecânicas de ligas cuproníquel com adições de ferro e de alumínio. As propriedades mecânicas foram avaliadas a partir de ensaios de tração e microdureza. Para caracterizar a resistência à corrosão dessas ligas, foram realizadas medidas de potencial de corrosão em função do tempo de imersão e ensaios de polarização, nas soluções 0,1M HCl, 2M NaOH, 0,01M NaCl, 0,1M NaCl e 0,6M (3,5%) NaCl. Para tanto, foi necessário elaborar as ligas Cu10Ni, Cu10Ni-1Al, Cu10Ni-3Al, Cu10Ni-1,3Fe e Cu10Ni-3Al-1,3Fe, que foram fundidas em um forno poço, e solubilizadas à 900°C por 3 horas, sob atmosfera de nitrogênio, com resfriamento em água. A seguir, foram laminadas a frio com redução média de 87,5%. As amostras resultantes da laminação foram tratadas termicamente à 900°C por 1 hora, com a mesma atmosfera e o mesmo resfriamento do tratamento térmico de solubilização. Este tratamento térmico foi realizado com intuito de garantir que as amostras apenas apresentassem fase \'ALFA\'. Através dos ensaios de tração e medidas de microdureza, verificou-se que as adições de ferro e de alumínio nas ligas cuproníquel promoveram acréscimo na resistência mecânica, onde a adição de alumínio promoveu um aumento mais significativo. Os valores de tenacidade confirmaram que a adição de alumínio é mais efetiva no aumento das propriedades mecânicas. Convêm ainda, dizer que estas ligas foramas que apresentaram as microestruturas mais refinadas. No entanto, essas adições diminuíram levemente a ductilidade comparativamente à liga sem adição. Em relação a resistência à corrosão, constatou-se que todas as ligas apresentaram corrosão seletiva do níquel (desniquelação) nas soluções propostas. ) Ensaios de polarização potenciodinâmica cíclica, em solução 0,1M HCl, mostraram que as ligas praticamente não apresentaram diferenças de comportamento, observando-se apenas corrosão ativa. Em solução 2M NaOH, os ensaios de polarização potenciodinâmica geraram, na região de potenciais mais baixos, curvas com dois potenciais reprodutíveis em máximos de densidade de corrente anódica, com formação e dissolução de produtos; para potenciais mais altos as curvas apresentaram um trecho de densidade de corrente constante, cujo valor diminuiu com a adição de ferro e alumínio. Os ensaios de polarização potenciodinâmica cíclica em 0,01M, 0,1M e 0,6M NaCl mostraram que as ligas apresentam potenciais de quebra de passividade (Eq), e que estes estão relacionados com o início do processo de corrosão seletiva; e quanto maior seu valor, maior é a resistência ao início da corrosão seletiva. No entanto, quanto maior o valor de Eq, mais acentuado é o ataque, inclusive com as maiores perdas de níquel. Estes potenciais apresentaram diferenças significativas em relação à concentração de cloreto, e entre as ligas as variações mais expressivas ocorreram na solução 0,01MNaCl, sendo que a liga Cu10Ni-1,3Fe apresentou o maior potencial de quebra de passividade, enquanto a liga Cu10Ni-3Al-1,3Fe apresentou o menor. O exame das superfícies das amostras revelou que se trata de um processo de corrosão localizada por mecanismo de corrosão seletiva, atuante em todas as ligas cuproníquel 90-10, com ou sem adição de elementos de liga. |
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