Empregadas domésticas em Moçambique: classe e trabalho numa sociedade pós-colonial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ali, Abobacar Mumade
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-11062015-154942/
Resumo: A pesquisa tem como objetivo analisar o emprego doméstico no Moçambique pós-colonial, cujo enfoque é o cotidiano deste trabalho na cidade de Maputo. O estudo é composto por dois eixos de análise complementares: trabalho doméstico no período colonial e o trabalho doméstico no pós-independência. O primeiro eixo aborda o trabalho doméstico como constituinte de uma atividade herdada da escravatura, e que em Moçambique cresceu porque os indivíduos do sexo masculino viam no emprego doméstico a escapatória para não prestarem xibalo ou trabalho forçado. O objetivo do estado colonial português era de preservar a precariedade no setor doméstico. O segundo eixo é centrado no emprego doméstico no pós-independência, pois após esse processo o setor do emprego doméstico foi ignorado pelas estruturas governamentais que viam nele a continuidade da exploração colonial. Todavia, as relações entre empregado-patrão, caraterísticos do colonialismo, caracterizadas por gritos, gestos hostis, humilhações, precárias condições de trabalho, assim como a delimitação do espaço, continuaram a ser predominantes neste setor no pós-colonialismo. Para a realização deste trabalho foram utilizadas, como ferramentas analíticas, entrevistas semiestruturadas, observação direta e reportagens jornalísticas.
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