A ciência e a arte da ligação química: compreendendo a luminescência persistente por meio da engenharia de defeitos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46136/tde-15102024-173527/ |
Resumo: | Os materiais luminescentes estão presentes no dia a dia nas mais diversas aplicações. Dentre eles os materiais que possuem a luminescência persistente estão ampliando suas fronteiras de aplicabilidade. Esse destaque que essa classe de materiais está ganhando se deve a capacidade de armazenar energia e a emiti-la na forma de luz por um período que pode variar de minutos a horas depois de cessada a excitação. Todavia, não há muitos estudos quantitativos a respeito dos fatores que influenciam essa capacidade de armazenar energia. Ademais, não há uma diretriz sobre quais ou a capacidade de uma determinada matriz de apresentar a luminescência persistente. Com isso diversos materiais são testados a cegas quando se pretende desenvolver um novo. Com isso, neste estudo visou-se pensar num modelo que permitiria, de antemão, prever se um determinado composto conseguiria armazenar e emitir luz. Para isso, utilizamos a teoria ácido base duro-mole de Pearson para estudar o efeito da mudança de covalência que ocorre numa matriz ao se usar diferentes elementos. As matrizes utilizadas foram os oxihaletos de lantânio, do cloro até o iodo, e focou-se em como essa variação dos elementos afetaria a quantidade de defeitos estruturais presente nos materiais e a variação da luminescência. Esse conjunto de materiais foi dopado com európio e o par itérbio e érbio para estudar sua luminescência na região do visível, infravermelho e a capacidade de realizar upconversion. Para tentar gerar mais defeitos estruturais os materiais foram codopados com metais alcalinos terrosos, magnésio até bário, para gerar o um sistema de compensação de carga que induz a formação de defeitos. A síntese desses materiais foi através do estado sólido assistido por micro-ondas, foi realizado a otimização dos parâmetros de síntese para cada um dos oxihaletos. É importante frisar que tanto a codopagem, síntese e estudo de luminescência persistente para esses materiais nunca foi reportada na literatura. As caracterizações e o estudo da pureza das fases se deram por difração de raios-X, reflectância difusa, termoluminescência. As propriedades luminescentes foram compreendidas pelos experimentos de fotoluminescência no visível, no infravermelho e pelo processo de upconversion. Com os dados obtidos foi possível obter um conjunto de matrizes nunca antes descritas na literatura e propor um método sintético alternativo. Para esses novos materiais foi observado que a variação de covalência dentro da matriz permite a formação de mais defeitos estruturais. Dessa forma uma curta luminescência persistente no oxibrometo e no oxicloreto, já o oxiiodetos não apresentou o fenômeno. Visto o sucesso na obtenção da luminescência persistente para essas duas matrizes resta propor um mecanismo da luminescência persistente. Todavia ainda são necessários alguns estudos para posicionar corretamente os níveis de energia dos íons terras raras dentro do band gap. |
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A ciência e a arte da ligação química: compreendendo a luminescência persistente por meio da engenharia de defeitosThe Science and Art of Chemistry: Understanding Persistent Luminescence Through Defect EngineeringDefeitos estruturaisLanthanum oxyhalidesLuminescência persistenteOxihaletos de lantânioPersistent luminescenceRare earthsResistant defectsTerras rarasOs materiais luminescentes estão presentes no dia a dia nas mais diversas aplicações. Dentre eles os materiais que possuem a luminescência persistente estão ampliando suas fronteiras de aplicabilidade. Esse destaque que essa classe de materiais está ganhando se deve a capacidade de armazenar energia e a emiti-la na forma de luz por um período que pode variar de minutos a horas depois de cessada a excitação. Todavia, não há muitos estudos quantitativos a respeito dos fatores que influenciam essa capacidade de armazenar energia. Ademais, não há uma diretriz sobre quais ou a capacidade de uma determinada matriz de apresentar a luminescência persistente. Com isso diversos materiais são testados a cegas quando se pretende desenvolver um novo. Com isso, neste estudo visou-se pensar num modelo que permitiria, de antemão, prever se um determinado composto conseguiria armazenar e emitir luz. Para isso, utilizamos a teoria ácido base duro-mole de Pearson para estudar o efeito da mudança de covalência que ocorre numa matriz ao se usar diferentes elementos. As matrizes utilizadas foram os oxihaletos de lantânio, do cloro até o iodo, e focou-se em como essa variação dos elementos afetaria a quantidade de defeitos estruturais presente nos materiais e a variação da luminescência. Esse conjunto de materiais foi dopado com európio e o par itérbio e érbio para estudar sua luminescência na região do visível, infravermelho e a capacidade de realizar upconversion. Para tentar gerar mais defeitos estruturais os materiais foram codopados com metais alcalinos terrosos, magnésio até bário, para gerar o um sistema de compensação de carga que induz a formação de defeitos. A síntese desses materiais foi através do estado sólido assistido por micro-ondas, foi realizado a otimização dos parâmetros de síntese para cada um dos oxihaletos. É importante frisar que tanto a codopagem, síntese e estudo de luminescência persistente para esses materiais nunca foi reportada na literatura. As caracterizações e o estudo da pureza das fases se deram por difração de raios-X, reflectância difusa, termoluminescência. As propriedades luminescentes foram compreendidas pelos experimentos de fotoluminescência no visível, no infravermelho e pelo processo de upconversion. Com os dados obtidos foi possível obter um conjunto de matrizes nunca antes descritas na literatura e propor um método sintético alternativo. Para esses novos materiais foi observado que a variação de covalência dentro da matriz permite a formação de mais defeitos estruturais. Dessa forma uma curta luminescência persistente no oxibrometo e no oxicloreto, já o oxiiodetos não apresentou o fenômeno. Visto o sucesso na obtenção da luminescência persistente para essas duas matrizes resta propor um mecanismo da luminescência persistente. Todavia ainda são necessários alguns estudos para posicionar corretamente os níveis de energia dos íons terras raras dentro do band gap.Luminescent materials are present in everyday life in various applications. Among them, materials with persistent luminescence are expanding their applicability boundaries. The prominence that this class of materials is gaining is due to their ability to store energy and emit it in the form of light for a period that can vary from minutes to hours after the excitation has ceased. However, there are not many quantitative studies regarding the factors that influence this energy storage capacity. Additionally, there is no guideline on which matrices have the capacity to exhibit persistent luminescence. Consequently, many materials are blindly tested when attempting to develop something new. Therefore, this study aimed to conceptualize a model that would allow predicting in advance whether a specific compound could store and emit light. To accomplish this, we employed Pearson\'s hard-soft acid-base theory to investigate the effect of changing covalency within a matrix when different elements are used. The matrices utilized were lanthanum oxyhalides, ranging from chlorine to iodine, and the focus was on how this variation of elements would impact the quantity of structural defects within the materials and the variation in luminescence. This set of materials was doped with europium and the ytterbium-erbium pair to study their luminescence in the visible and infrared regions, as well as their upconversion capability. To attempt to generate more structural defects, the materials were co-doped with alkaline earth metals, from magnesium to barium, to create a charge compensation system that induces defect formation. The synthesis of these materials was achieved through microwave-assisted solid-state methods, with optimization of synthesis parameters for each of the oxyhalides. It is important to emphasize that both co-doping, synthesis, and the study of persistent luminescence for these materials have never been reported in the literature. Characterizations and purity assessments of the phases were carried out through Xray diffraction, diffuse reflectance, and thermoluminescence. Luminescent properties were comprehended through photoluminescence experiments in the visible and infrared regions, as well as through the upconversion process. With the data obtained, it was possible to obtain a set of matrices never described in the literature and propose an alternative synthetic method. For these new materials, it was observed that the variation in covalency within the matrix allows for the formation of more structural defects. Consequently, a brief persistent luminescence was observed in oxybromide and oxychloride, while oxyiodides did not exhibit this phenomenon. Given the success in achieving persistent luminescence for these two matrices, proposing a mechanism for persistent luminescence remains. However, further studies are still necessary to accurately position the energy levels of rare earth ions within the band gap.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRodrigues, Lucas Carvalho VelosoBarbará, Miguel Aguirre Stock Grein2023-07-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46136/tde-15102024-173527/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-21T19:06:02Zoai:teses.usp.br:tde-15102024-173527Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-21T19:06:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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