Ingestão de flavonoides durante a gestação e sua relação com o peso ao nascer
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-12042024-102728/ |
Resumo: | Estudos realizados em animais sugerem uma relação benéfica entre a ingestão de flavonoides durante a gestação e o peso ao nascer da prole. Porém, desconhecemos a existência de estudos conduzidos em humanos. O objetivo do estudo foi investigar a relação entre a ingestão dietética usual de flavonoides durante a gestação e a classificação do peso ao nascer. Trata-se de uma análise secundária de um estudo de coorte conduzido entre 734 pares de mães-recém-nascidos atendidos em Unidades Básicas de Saúde de Ribeirão Preto, SP, entre 2011 e 2012. Dois inquéritos recordatórios de 24 horas foram obtidos entre a 24ª e 39ª semanas de gestação e a estimativa de ingestão usual foi realizada por meio do Multiple Source Method (MSM). Dados maternos foram obtidos por meio de questionários estruturados, e os dados antropométricos aferidos no momento da entrevista. Dados secundários de peso ao nascer, sexo do recém-nascido e duração da gestação foram obtidos do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e para a classificação do peso ao nascer os critérios do Intergrowth foram empregados. A relação entre ingestão de flavonoides (em tercis) e classificação do peso ao nascer foi investigada por meio de modelos de regressão logística ajustados por potenciais fatores de confusão de acordo com o gráfico acíclico direcionado (DAG) As variáveis de ajuste foram selecionadas empregando-se um Gráfico Acíclico Direcionado. Para análise dos dados o software SPSS (SPSS Software, versão 24.0) foi empregado, adotando-se o nível de significância de p<0,05. A média (±DP) de idade das gestantes foi de 27(±5) anos. Em relação aos recém-nascidos, 121 (16,5%) foram classificados como grande para a idade gestacional (GIG), 68 (9,3%) pequenos para a idade gestacional (PIG), 54 (7,3%) com baixo peso ao nascer (BPN) e 50 (6,8%) com macrossomia. A ingestão mediana (P25; P75) de flavonoides pelas mulheres foi de 49,57 mg (30,99; 74,84). Mulheres com maior ingestão de flavonoides totais apresentaram menor IMC pré-gestacional quando comparadas às com menor ingestão. Em modelos ajustados, observou-se que mulheres com maior ingestão de flavonois tiveram menor chance de recém-nascidos GIG [OR 0,52 (IC 95% 0,31; 0,88, p=0,01], uma menor chance de crianças nascerem PIG entre as com maior ingestão de flavanonas [OR 0,48 (IC 95% 0,25; 0,92, p=0,02], e uma menor tendência de filhos com macrossomia entre as gestantes com maior ingestão de flavonoides totais [OR 0,41 (IC95% 0,17; 0,99, p=0,06]. Assim, foi observado que a maior ingestão de flavonoides dietéticos durante a gestação associa-se com a menor chance de desvios de peso ao nascer, sendo necessários mais estudos para compreender a ação destes compostos bioativos no organismo materno e fetal. |
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Ingestão de flavonoides durante a gestação e sua relação com o peso ao nascerFlavonoids intake during pregnancy and its relationship with birth weightAntenatal nutritionBirth weightFlavonoidesFlavonoidsGestanteNutrição pré-natalPeso ao nascerPregnantEstudos realizados em animais sugerem uma relação benéfica entre a ingestão de flavonoides durante a gestação e o peso ao nascer da prole. Porém, desconhecemos a existência de estudos conduzidos em humanos. O objetivo do estudo foi investigar a relação entre a ingestão dietética usual de flavonoides durante a gestação e a classificação do peso ao nascer. Trata-se de uma análise secundária de um estudo de coorte conduzido entre 734 pares de mães-recém-nascidos atendidos em Unidades Básicas de Saúde de Ribeirão Preto, SP, entre 2011 e 2012. Dois inquéritos recordatórios de 24 horas foram obtidos entre a 24ª e 39ª semanas de gestação e a estimativa de ingestão usual foi realizada por meio do Multiple Source Method (MSM). Dados maternos foram obtidos por meio de questionários estruturados, e os dados antropométricos aferidos no momento da entrevista. Dados secundários de peso ao nascer, sexo do recém-nascido e duração da gestação foram obtidos do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e para a classificação do peso ao nascer os critérios do Intergrowth foram empregados. A relação entre ingestão de flavonoides (em tercis) e classificação do peso ao nascer foi investigada por meio de modelos de regressão logística ajustados por potenciais fatores de confusão de acordo com o gráfico acíclico direcionado (DAG) As variáveis de ajuste foram selecionadas empregando-se um Gráfico Acíclico Direcionado. Para análise dos dados o software SPSS (SPSS Software, versão 24.0) foi empregado, adotando-se o nível de significância de p<0,05. A média (±DP) de idade das gestantes foi de 27(±5) anos. Em relação aos recém-nascidos, 121 (16,5%) foram classificados como grande para a idade gestacional (GIG), 68 (9,3%) pequenos para a idade gestacional (PIG), 54 (7,3%) com baixo peso ao nascer (BPN) e 50 (6,8%) com macrossomia. A ingestão mediana (P25; P75) de flavonoides pelas mulheres foi de 49,57 mg (30,99; 74,84). Mulheres com maior ingestão de flavonoides totais apresentaram menor IMC pré-gestacional quando comparadas às com menor ingestão. Em modelos ajustados, observou-se que mulheres com maior ingestão de flavonois tiveram menor chance de recém-nascidos GIG [OR 0,52 (IC 95% 0,31; 0,88, p=0,01], uma menor chance de crianças nascerem PIG entre as com maior ingestão de flavanonas [OR 0,48 (IC 95% 0,25; 0,92, p=0,02], e uma menor tendência de filhos com macrossomia entre as gestantes com maior ingestão de flavonoides totais [OR 0,41 (IC95% 0,17; 0,99, p=0,06]. Assim, foi observado que a maior ingestão de flavonoides dietéticos durante a gestação associa-se com a menor chance de desvios de peso ao nascer, sendo necessários mais estudos para compreender a ação destes compostos bioativos no organismo materno e fetal.Animal studies suggest a beneficial relationship between flavonoid intake during pregnancy and offspring birth weight. However, we are unaware of the existence of studies conducted in humans. The aim of the study was to investigate the relationship between usual dietary intake of flavonoids during pregnancy and birth weight classification. This is a secondary analysis of a cohort study conducted among 734 mother-newborn pairs attended at basic health units in Ribeirão Preto, SP, between 2011 and 2012. Two 24-hour recall surveys were obtained between the 24th and 39 weeks of gestation and the usual intake estimate was performed using the Multiple Source Method (MSM). Maternal data were obtained through structured questionnaires, and anthropometric data measured at the time of the interview. Secondary data on birth weight, sex of the newborn and duration of gestation were obtained from the Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) and for the classification of birth weight the Intergrowth criteria was used. The relationship between flavonoid intake (in tertiles) and birth weight classification was investigated using logistic regression models adjusted for potential confounding factors according to the directed acyclic graph (DAG). Adjustment variables were selected using a Directed Acyclic Graph. For data analysis, the SPSS software (SPSS Software, version 24.0) was used, adopting a significance level of p<0.05. The mean (±SD) age of pregnant women was 27(±5) years. Regarding newborns, 121 (16.5%) were classified as large for gestacional age (LGA), 68 (9.3%) small for gestational age (SGA), 54 (7.3%) with low birth weight (LBW) and 50 (6.8%) with macrosomia. Mean intake (P25; P75) of flavonoids by women was 49.57 mg (30.99; 74.84). Women with a higher intake of total flavonoids had a lower pre-gestational BMI and a lower prevalence of overweight when compared to those with a lower intake. In adjusted models, it was observed that women with higher intake of flavonoids were less likely to have LGA newborns [OR 0.52 (95% CI 0.31; 0.88, p=0.01], a lower chance of children are born SGA among those with the highest intake of flavonones [OR 0.48 (95% CI 0.25; 0.92, p=0.02], and a lower tendency of children with macrosomia among pregnant women with the highest intake of total flavonoids [OR 0.41 (95%CI 0.17; 0.99, p=0.06] was found. Thus, it was observed that a higher intake of dietary flavonoids during pregnancy is associated with a lower chance of birth weight deviations, and further studies are needed to understand the action of these bioactive compounds in the maternal and fetal organism.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSartorelli, Daniela SaesPinto, Luana Maria Duarte2023-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-12042024-102728/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-15T19:09:02Zoai:teses.usp.br:tde-12042024-102728Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-15T19:09:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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