Avaliação da dor no pós-operatório de artroscopia em eqüinos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-12012009-120244/ |
Resumo: | Durante muito tempo a dor nos animais foi subestimada, pensando-se que não sentiam dor ou que seu limiar era alto. As manifestações de dor eram mal interpretadas ou ignoradas, e por este motivo não existia uma justificativa para a prevenção ou tratamento adequado da dor. Existem sinais de dor nos animais que podem passar desapercebidos, como sons e mudanças comportamentais ou gestuais que necessitam ser tomado em conta. Devemos observar tanto as variações de conduta como as fisiológicas, que nos indicam dor, para conseguir tratá-la adequada e oportunamente. Neste estudo foram utilizados 20 eqüinos encaminhados para cirurgia artroscópica junto ao Serviço de Cirurgia de Grandes Animais da FMVZ/USP, estabelecendo-se protocolos de avaliação de dor dos pacientes associados a tratamento da dor pós-operatória. Os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo que no grupo 1 foi aplicada morfina na dosagem 0,1 mg/kg, por via intra-articular ao término do procedimento artroscópico, e no grupo 2 administrou-se fenilbutazona na dose de 4.4 mg/kg, uma vez ao dia, durante três dias, sendo a primeira aplicação realizada imediatamente antes ao procedimento cirúrgico. Dez eqüinos, pertencentes aos Departamentos de Clínica Médica e de Cirurgia da FMVZ / USP, formaram o grupo controle para valores séricos de cortisol, que também foi mensurado nos grupos 1 e 2. Nestes animais não foi realizado procedimento artroscópico. Os animais operados que apresentaram dor acentuada, não controlada com o protocolo do experimento, receberam terapia analgésica adicional e foram então retirados da avaliação nos momentos seguintes. Os parâmetros observados para avaliação da dor foram: grau de claudicação, resposta à palpação local, escala numérica visual (ENV), escala facial de dor e mensuração de freqüência cardíaca, freqüência respiratória e cortisol sérico. Onze momentos foram avaliados durante cinco dias pela manhã e à tarde, e as duas, quatro e seis horas após o procedimento cirúrgico. A análise dos resultados baseou-se na comparação entre os grupos e entre os diferentes momentos. Os resultados analisados demonstraram que a avaliação comportamental e a mensuração da concentração de cortisol foram essenciais para complementar o exame habitualmente realizado através dos parâmetros fisiológicos, como freqüência cardíaca e respiratória. Para esta avaliação comportamental é necessário o uso de escalas que permitam fazer uma avaliação mais especifica para a espécie, portanto, a escala numérica visual e em especial a escala de dor pela face são uma boa maneira de avaliar a dor em cavalos e podem ser utilizadas rotineiramente para a determinação clínica de dor na espécie eqüina.Também pudemos observar que a utilização de fenilbutazona sistêmica foi mais efetiva no tratamento da dor após cirurgia artroscópica que a administração de morfina intra-articular, nas doses empregadas. |
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Avaliação da dor no pós-operatório de artroscopia em eqüinosEvaluation of post-operative pain in equine arthroscopic surgeryAvaliação da dorequineEqüinosFenilbutazonaMorfinamorphinepain evaluationphenylbutazonePós-operatóriopostoperativeDurante muito tempo a dor nos animais foi subestimada, pensando-se que não sentiam dor ou que seu limiar era alto. As manifestações de dor eram mal interpretadas ou ignoradas, e por este motivo não existia uma justificativa para a prevenção ou tratamento adequado da dor. Existem sinais de dor nos animais que podem passar desapercebidos, como sons e mudanças comportamentais ou gestuais que necessitam ser tomado em conta. Devemos observar tanto as variações de conduta como as fisiológicas, que nos indicam dor, para conseguir tratá-la adequada e oportunamente. Neste estudo foram utilizados 20 eqüinos encaminhados para cirurgia artroscópica junto ao Serviço de Cirurgia de Grandes Animais da FMVZ/USP, estabelecendo-se protocolos de avaliação de dor dos pacientes associados a tratamento da dor pós-operatória. Os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo que no grupo 1 foi aplicada morfina na dosagem 0,1 mg/kg, por via intra-articular ao término do procedimento artroscópico, e no grupo 2 administrou-se fenilbutazona na dose de 4.4 mg/kg, uma vez ao dia, durante três dias, sendo a primeira aplicação realizada imediatamente antes ao procedimento cirúrgico. Dez eqüinos, pertencentes aos Departamentos de Clínica Médica e de Cirurgia da FMVZ / USP, formaram o grupo controle para valores séricos de cortisol, que também foi mensurado nos grupos 1 e 2. Nestes animais não foi realizado procedimento artroscópico. Os animais operados que apresentaram dor acentuada, não controlada com o protocolo do experimento, receberam terapia analgésica adicional e foram então retirados da avaliação nos momentos seguintes. Os parâmetros observados para avaliação da dor foram: grau de claudicação, resposta à palpação local, escala numérica visual (ENV), escala facial de dor e mensuração de freqüência cardíaca, freqüência respiratória e cortisol sérico. Onze momentos foram avaliados durante cinco dias pela manhã e à tarde, e as duas, quatro e seis horas após o procedimento cirúrgico. A análise dos resultados baseou-se na comparação entre os grupos e entre os diferentes momentos. Os resultados analisados demonstraram que a avaliação comportamental e a mensuração da concentração de cortisol foram essenciais para complementar o exame habitualmente realizado através dos parâmetros fisiológicos, como freqüência cardíaca e respiratória. Para esta avaliação comportamental é necessário o uso de escalas que permitam fazer uma avaliação mais especifica para a espécie, portanto, a escala numérica visual e em especial a escala de dor pela face são uma boa maneira de avaliar a dor em cavalos e podem ser utilizadas rotineiramente para a determinação clínica de dor na espécie eqüina.Também pudemos observar que a utilização de fenilbutazona sistêmica foi mais efetiva no tratamento da dor após cirurgia artroscópica que a administração de morfina intra-articular, nas doses empregadas.For a long time the pain in animals was underestimated, thought that they didnt feel pain or that its threshold was high. Demonstrations of pain were misinterpreted or ignored, for that reason there wasnt a justification for its prevention or adequate treatment. There are signs of pain in animals that can pass unnoticed, like sounds and behavioral or gesture changes that most be taken into account. We must to observe behavioral and physiological variations that would indicate existence of pain in animals in order to manage and treat it adequate and opportunely. In this study were used 20 horses referred for arthroscopic surgery to the Veterinary Hospital at FMVZ/USP, and were established protocols for the patient evaluation and treatment of postoperative pain. Horses were divided randomly in two groups: in the group 1, it was performed the intra-articular administration of morphine in a dose of 0,1mg/kg at the end of the arthroscopic procedure and in the group 2 It was administered phenilbutazone in a dose of 4.4mg/kg once a day for three days, being carried out the first application immediately before the surgical procedure. Ten horses, which belong to the Departments of Clinics and Surgery at FMVZ/USP, formed the control group for the seric cortisol levels determination that was also measured in groups 1 and 2. In these animals wasnt carried out any arthroscopic procedure. In specific cases when the horse presented intense pain that couldnt be controlled with the experimental protocol, it was instituted additional analgesia and the animal withdrawn of the subsequent evaluations. Parameters observed for pain evaluation were: degree of lameness, response to local palpation, numeric rating scale (NRS), scale of pain determined by the facial expression, measurement of respiratory and cardiac rate, and seric cortisol measurement. Eleven moments were evaluated during 5 days, in the morning and in the afternoon and at two, four and six hours after the surgical procedure. Results analysis was based on the comparison between the groups and among the different moments. Results of analysis showed that the behavioral evaluation and measurement of cortisol concentrations were essential to complement the routine exam carried out to obtain physiological parameters, as respiratory and cardiac rate. For the behavioral testing it is necessary the use of scales that allow to perform a more specific pain evaluation for the specie, for that purpose the visual analog scale and especially the scale of pain determined by the facial expression are a good way to evaluate the level of pain in horses, and they can be used in a routine way for the clinical pain assessment in horses. Also we could observe that the use of systemic phenilbutazone was more effective in the pain control after arthroscopic surgery that intra-articular administration of morphine at the end of the arthroscopic procedure in the doses used in the present study.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Luis Claudio Lopes Correia daBorja, Mariana Chaparro2008-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-12012009-120244/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-12012009-120244Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Durante muito tempo a dor nos animais foi subestimada, pensando-se que não sentiam dor ou que seu limiar era alto. As manifestações de dor eram mal interpretadas ou ignoradas, e por este motivo não existia uma justificativa para a prevenção ou tratamento adequado da dor. Existem sinais de dor nos animais que podem passar desapercebidos, como sons e mudanças comportamentais ou gestuais que necessitam ser tomado em conta. Devemos observar tanto as variações de conduta como as fisiológicas, que nos indicam dor, para conseguir tratá-la adequada e oportunamente. Neste estudo foram utilizados 20 eqüinos encaminhados para cirurgia artroscópica junto ao Serviço de Cirurgia de Grandes Animais da FMVZ/USP, estabelecendo-se protocolos de avaliação de dor dos pacientes associados a tratamento da dor pós-operatória. Os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo que no grupo 1 foi aplicada morfina na dosagem 0,1 mg/kg, por via intra-articular ao término do procedimento artroscópico, e no grupo 2 administrou-se fenilbutazona na dose de 4.4 mg/kg, uma vez ao dia, durante três dias, sendo a primeira aplicação realizada imediatamente antes ao procedimento cirúrgico. Dez eqüinos, pertencentes aos Departamentos de Clínica Médica e de Cirurgia da FMVZ / USP, formaram o grupo controle para valores séricos de cortisol, que também foi mensurado nos grupos 1 e 2. Nestes animais não foi realizado procedimento artroscópico. Os animais operados que apresentaram dor acentuada, não controlada com o protocolo do experimento, receberam terapia analgésica adicional e foram então retirados da avaliação nos momentos seguintes. Os parâmetros observados para avaliação da dor foram: grau de claudicação, resposta à palpação local, escala numérica visual (ENV), escala facial de dor e mensuração de freqüência cardíaca, freqüência respiratória e cortisol sérico. Onze momentos foram avaliados durante cinco dias pela manhã e à tarde, e as duas, quatro e seis horas após o procedimento cirúrgico. A análise dos resultados baseou-se na comparação entre os grupos e entre os diferentes momentos. Os resultados analisados demonstraram que a avaliação comportamental e a mensuração da concentração de cortisol foram essenciais para complementar o exame habitualmente realizado através dos parâmetros fisiológicos, como freqüência cardíaca e respiratória. Para esta avaliação comportamental é necessário o uso de escalas que permitam fazer uma avaliação mais especifica para a espécie, portanto, a escala numérica visual e em especial a escala de dor pela face são uma boa maneira de avaliar a dor em cavalos e podem ser utilizadas rotineiramente para a determinação clínica de dor na espécie eqüina.Também pudemos observar que a utilização de fenilbutazona sistêmica foi mais efetiva no tratamento da dor após cirurgia artroscópica que a administração de morfina intra-articular, nas doses empregadas. |
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