Estudo de alterações no gene da enzima CYP3A4 que influenciam a resposta a atorvastatina em indivíduos hipercolesterolêmicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalli, Selma Andréa
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-09062022-094933/
Resumo: As vastatinas são inibidores da enzima HMG-CoA redutase que revolucionaram o tratamento e a prevensão das doenças isquêmicas e coronarianas. A resposta as vastatinas é influenciada por inúmeros fatores, incluindo deterinantes ambientais e genéticos, como proteínas variantes envolvidas no metabolismo lipídico e na biodisponibilidade de fármacos. CYP3A4 é a isoenzima mais abundante do citocromo P450 no fígado de humanos adultos e é de extrema importância no metabolismo de muitos fármacos, incluindo as vastatinas. A grande variabilidade na expressão da CYP3A4 entre os indivíduos pode ter alto impacto na eficácia de tratamentos farmacológicos. Para investigação da importância das variantes da CYP3A4 na resposta a atorvastatina, o gene CYP3A4 foi rastreado para mutações em 63 indivíduos brancos e 25 negros, brasileiros, sem vínculo familiar, com hipercolesterolemia primária, bem como 32 indivíduos brancos com hipercolesterolemia familiar, tratados com atorvastatina (10mg/dia/4sem e 20 mg/dia/4sem). O promotor, 13 éxons e as seqüências flanquedoras dos introns do gene CYP3A4 foram rastreados por PCR-SSCP e por sequenciamento de DNA. Foram detectadas a mutação missense R162Q (alelo CYP3A4*15A) no éxon 6 e uma mutação nova, no intron 7 (15752insG). Encontrou-se também uma mutação silenciosa (c.1134A>G) e cinco mutações missense novas (L373V, E374A, D380A, S3981, A403H) no éxon 11. As frequências das mutações no éxon 6 foram 0,060 e 0,000 em negros e brancos, respectivamente, enquanto as freqüências das mutações do éxon 11 variaram de 0,040 a 0,060 e de 0,008 a 0,016 em negros e brancos, respectivamente. As freqüências do alelo CYP3A4*1B da região promotora e da variante no intron 7 foram de 0,056 e 0,380 em indivíduos brancos e negros, respectivamente. Foi observada associação entre essas duas variantes. Após tratamento com atorvastatina (10mg/dia/4sem), indivíduos portadores dos alelos CYP3A4*1B ou CYP3A4*15 e da mutação no intron 7 tiveram resposta similar aos portadores do alelo comum. Por outro lado, portadores de mutações no éxon 11 tiveram maior redução (53%) nas concentrações de LDL-C do que os sem mutações neste éxon (38%). Esses resultados indicam que as mutações no éxon 11 do gene CYP3A4 podem estar associadas com maior resposta a atorvastatina em indivíduos hipercolesterolêmicos brasileiros. Portanto, a identificação de variantes da CYP3A4 podem contribuir para estabelecer o perfil farmacogenético de pacientes tratados medicamentos hipolipemiantes.
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A grande variabilidade na expressão da CYP3A4 entre os indivíduos pode ter alto impacto na eficácia de tratamentos farmacológicos. Para investigação da importância das variantes da CYP3A4 na resposta a atorvastatina, o gene CYP3A4 foi rastreado para mutações em 63 indivíduos brancos e 25 negros, brasileiros, sem vínculo familiar, com hipercolesterolemia primária, bem como 32 indivíduos brancos com hipercolesterolemia familiar, tratados com atorvastatina (10mg/dia/4sem e 20 mg/dia/4sem). O promotor, 13 éxons e as seqüências flanquedoras dos introns do gene CYP3A4 foram rastreados por PCR-SSCP e por sequenciamento de DNA. Foram detectadas a mutação missense R162Q (alelo CYP3A4*15A) no éxon 6 e uma mutação nova, no intron 7 (15752insG). Encontrou-se também uma mutação silenciosa (c.1134A>G) e cinco mutações missense novas (L373V, E374A, D380A, S3981, A403H) no éxon 11. As frequências das mutações no éxon 6 foram 0,060 e 0,000 em negros e brancos, respectivamente, enquanto as freqüências das mutações do éxon 11 variaram de 0,040 a 0,060 e de 0,008 a 0,016 em negros e brancos, respectivamente. As freqüências do alelo CYP3A4*1B da região promotora e da variante no intron 7 foram de 0,056 e 0,380 em indivíduos brancos e negros, respectivamente. Foi observada associação entre essas duas variantes. Após tratamento com atorvastatina (10mg/dia/4sem), indivíduos portadores dos alelos CYP3A4*1B ou CYP3A4*15 e da mutação no intron 7 tiveram resposta similar aos portadores do alelo comum. Por outro lado, portadores de mutações no éxon 11 tiveram maior redução (53%) nas concentrações de LDL-C do que os sem mutações neste éxon (38%). Esses resultados indicam que as mutações no éxon 11 do gene CYP3A4 podem estar associadas com maior resposta a atorvastatina em indivíduos hipercolesterolêmicos brasileiros. Portanto, a identificação de variantes da CYP3A4 podem contribuir para estabelecer o perfil farmacogenético de pacientes tratados medicamentos hipolipemiantes.Statins are HMG-CoA reductase inhibitors that have revolutionized the treatment and prevention of coronary heart diseases. The response to statins is influenced by a number of factors, including enviroment and genetic determinants, such as variants of proteins involved in lipid metabolism and drug bioavailability. CYP3A4 is the most abundant isoenzyme of cytochrome P450 in adult human liver and plays a pivotal role in the metabolism of many drugs, including some statins. The large variability of CYP3A4 expression among individuals may have a strong impact on the efficacy of drug treatment. In order to investigate the role of CYP3A4 variants in response to atorvastatin, CYP3A4 gene was screened for mutations in 63 white and 25 black unrelated Brazilian individuals with primary hypercholesterolemia and in 32 white familial hypercholesterolemic treated with atorvastatin (10mg/d/4w and 20 mg/d/4w). The promoter, 13 exons and the flanking intron sequences of the CYP3A4 gene were screened by PCR-SSCP analysis and by DNA sequencing. We found one missense mutation (R162Q, CYP3A4*15A allele) in exon 6 and one new intronic mutation in intron 7 (15752insG). We also found one novel silent (c.1134A>G) mutation and five novel missense (L373V, E374A, D380A, S3981, A403H) mutations in exon 11. Frequencies of mutations in exon 6 were 0.060 and 0.000, in black and white individuals, respectively, while frequencies of exon 11 mutations varied from 0.040 to 0.060 and from 0.008 to 0.016 in blacks and whites, respectively. Frequencies of the CYP3A4*1B allele (promoter region) and intron 7 variant were 0.056 and 0.380 in white and black subjects, respectively. An association between both variants was found. After treatment with atorvastatin (10mg/d/4w), individuals carring CYP3A4 *1B or CYP3A4*15 alleles and the novel 7 intronic mutation have similar therapeutic response to those with common allele. On the other hand, carriers of the exon 11 mutations have higher reduction (53%) of LDL-C levels than the non-carriers (38%) indicating that mutations in exon 11 of the CYP3A4 gene maybe associated with higher response to atorvastatin in Brazilian hypercholesterolemic individuals. Therefore, the identification of the CYP3A4 variants may contribute to the pharmacogenetic profile of patients treated with lowering-lipid drugs.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHirata, Rosario Dominguez CrespoCavalli, Selma Andréa2003-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-09062022-094933/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-06-09T12:52:17Zoai:teses.usp.br:tde-09062022-094933Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-06-09T12:52:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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