Estudo do tempo de trânsito colônico em pacientes com megacólon chagásico com constipação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabriel Neto, Salustiano
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5154/tde-23092014-152318/
Resumo: O megacólon chagásico pode acometer até 10% dos pacientes na fase crônica da doença e o principal sintoma é a constipação intestinal que pode variar de dias a meses. Vários aspectos da fisiopatologia do megacólon não são bem compreendidos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo de trânsito colônico com marcadores radiopacos em portadores de megacólon chagásico com constipação intestinal crônica acima de oito dias. Foram estudados 64 pacientes (36 mulheres e 28 homens), idade variando de 32 a 76 anos, com história clínica de constipação intestinal crônica, diagnóstico radiológico por enema opaco de megacólon e com provas sorológicas positivas para doença de Chagas. Foi considerado como megacólon quando o diâmetro do cólon era maior ou igual 6,5 cm. Para avaliar o tempo de trânsito colônico, cada paciente ingeriu uma cápsula contendo 24 marcadores em forma de anéis radiopacos (Sitzmarks, Consil Pharmaceutics, Fort Worth, EEUU), e realizadas radiografias simples de abdome (ortostase) após três e cinco dias. Um grupo de 20 pacientes, sem constipação e com sorologia negativa para doença de Chagas, foi avaliado pela mesma metodologia e considerado como controle. A interpretação da localização e contagem dos marcadores foi realizada dividindo-se o intestino grosso nos segmentos: cólon direito, cólon esquerdo e retossigmóide. Empregou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov para comparação do número de marcadores colônicos entre si e no 3o e 5o dias. O número de marcadores em cada grupo, em períodos distintos, foi avaliado com o teste de Wilcoxon. O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para se avaliar a influência dos fatores externos (sexo, idade, tempo do início dos sintomas em anos, dias de constipação e presença de megarreto). O tempo de início dos sintomas variou de um a 33 anos e a duração da constipação, em dias, variou de oito a 90 dias. O megarreto ocorreu em 68,8% dos pacientes. Não se observou diferença, com significado estatístico, na quantidade total de marcadores retidos no 3o e 5o dias do exame entre os pacientes de ambos os sexos com e sem megarreto. A quantidade de marcadores, em cada segmento, colônico mostrou diferença estatística. Estes marcadores apresentaram uma distribuição em forma de um gradiente, crescendo de proximal para distal tanto no 3o quanto no 5o dia. Ocorreu uma progressão dos marcadores em direção ao ânus com um acúmulo no retossigmóide com diferença estatística do 3o para o 5o dia. Conclusões: houve retenção quase total dos marcadores até o 5o dia com predomínio no cólon esquerdo e no retossigmóide, sendo maior no retossigmóide; não houve diferença estatisticamente significante na retenção total dos marcadores entre o 3o e o 5o dia de exame; os fatores: idade, sexo, início dos sintomas, dias de constipação e megarreto não interferiram na quantidade e localização dos marcadores; os segmentos colônicos direito e esquerdo apresentaram trânsito lento, tendo ocorrido estase dos marcadores no retossigmóide
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spelling Estudo do tempo de trânsito colônico em pacientes com megacólon chagásico com constipaçãoColonic transit time in constipated patients with chagasic megacolonChaga's disease/complicationsColonic diseases functional/physiopathologyContrast mediaDoença de Chagas/complicaçõesDoenças funcionais do colon/fisiopatologiaGastrointestinal motilityGastrointestinal transitMegacolo/fisiopatologiaMegacolon/physiopathologyMeios de contrasteMotilidade gastrointestinalSorological testsTestes sorológicosTrânsito gastrointestinalO megacólon chagásico pode acometer até 10% dos pacientes na fase crônica da doença e o principal sintoma é a constipação intestinal que pode variar de dias a meses. Vários aspectos da fisiopatologia do megacólon não são bem compreendidos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo de trânsito colônico com marcadores radiopacos em portadores de megacólon chagásico com constipação intestinal crônica acima de oito dias. Foram estudados 64 pacientes (36 mulheres e 28 homens), idade variando de 32 a 76 anos, com história clínica de constipação intestinal crônica, diagnóstico radiológico por enema opaco de megacólon e com provas sorológicas positivas para doença de Chagas. Foi considerado como megacólon quando o diâmetro do cólon era maior ou igual 6,5 cm. Para avaliar o tempo de trânsito colônico, cada paciente ingeriu uma cápsula contendo 24 marcadores em forma de anéis radiopacos (Sitzmarks, Consil Pharmaceutics, Fort Worth, EEUU), e realizadas radiografias simples de abdome (ortostase) após três e cinco dias. Um grupo de 20 pacientes, sem constipação e com sorologia negativa para doença de Chagas, foi avaliado pela mesma metodologia e considerado como controle. A interpretação da localização e contagem dos marcadores foi realizada dividindo-se o intestino grosso nos segmentos: cólon direito, cólon esquerdo e retossigmóide. Empregou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov para comparação do número de marcadores colônicos entre si e no 3o e 5o dias. O número de marcadores em cada grupo, em períodos distintos, foi avaliado com o teste de Wilcoxon. O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para se avaliar a influência dos fatores externos (sexo, idade, tempo do início dos sintomas em anos, dias de constipação e presença de megarreto). O tempo de início dos sintomas variou de um a 33 anos e a duração da constipação, em dias, variou de oito a 90 dias. O megarreto ocorreu em 68,8% dos pacientes. Não se observou diferença, com significado estatístico, na quantidade total de marcadores retidos no 3o e 5o dias do exame entre os pacientes de ambos os sexos com e sem megarreto. A quantidade de marcadores, em cada segmento, colônico mostrou diferença estatística. Estes marcadores apresentaram uma distribuição em forma de um gradiente, crescendo de proximal para distal tanto no 3o quanto no 5o dia. Ocorreu uma progressão dos marcadores em direção ao ânus com um acúmulo no retossigmóide com diferença estatística do 3o para o 5o dia. Conclusões: houve retenção quase total dos marcadores até o 5o dia com predomínio no cólon esquerdo e no retossigmóide, sendo maior no retossigmóide; não houve diferença estatisticamente significante na retenção total dos marcadores entre o 3o e o 5o dia de exame; os fatores: idade, sexo, início dos sintomas, dias de constipação e megarreto não interferiram na quantidade e localização dos marcadores; os segmentos colônicos direito e esquerdo apresentaram trânsito lento, tendo ocorrido estase dos marcadores no retossigmóideChagasic megacolon may be present in up to 10% of infected people during chronic phase of the disease. Long lasting constipation of a few days up to months is the main complaint. Phisiopathology of megacolon is not completely understood as well as the predominant dilatation of sigmoid colon. This study addressed the colonic transit time (CTT) in patients with acquired megacolon with chronic constipation grater then 8 days. Study group consisted of 64 patients (36 women and 28 men); age ranged from 32 to 76 years. All patients had clinical history of constipation, barium enema showing megacolon (colon diameter ³ 6,5 cm) and positive serological tests for Chagas disease. CTT was evaluated by oral administration of a capsule with 24 ring-shaped radiopaque markers (Sitzmarks, Consil Pharmaceutics, Fort Worth, USA) and plain abdominal X-Rays were taken in the 3rd and 5th days post capsule ingestion. Twenty patients with no colorectal complaint and negative serology for Chagas disease were submitted to the same CTT exam as a control group. Results of number and position of radiopaque markers were evaluated according to large bowel segments: right colon, left colon and rectosigmoid colon. Kolmogorov-Smirnov test was used to compare the number of markers by segments in the 3rd and 5th days and Wilcoxon test to compare groups by the number of markers. Pearson correlating test was applied to analyze variables as sex, age, symptoms onset (years), period of constipation (days) and megarectum association. Onset of symptoms ranged from 1 to 33 years while constipation varied from 8 to 90 days. There was not difference between the number of retained colonic markers in the 3rd and 5th days post administration. The number of markers in each colonic segment had significant difference statistically in the 3rd and 5th days with greater numbers from proximal to distal colon. Such distribution assumed an aspect of a gradient and some radiopaque markers moved towards rectosigmoid colon from 3rd to 5th days with difference statistically significant. Conclusions: majority of radiopaque markers was retained up to 5th day in the left and rectosigmoid colon with greater accumulation in the rectosigmoid; sex, age, symptoms onset (years), period of constipation (days) and megarectum association had not influenced the number and position of retained markers; right an left colons showed slow transit while rectosigmoid showed fecal stasisBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGama, Angelita HabrGabriel Neto, Salustiano2003-11-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5154/tde-23092014-152318/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-23092014-152318Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description O megacólon chagásico pode acometer até 10% dos pacientes na fase crônica da doença e o principal sintoma é a constipação intestinal que pode variar de dias a meses. Vários aspectos da fisiopatologia do megacólon não são bem compreendidos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo de trânsito colônico com marcadores radiopacos em portadores de megacólon chagásico com constipação intestinal crônica acima de oito dias. Foram estudados 64 pacientes (36 mulheres e 28 homens), idade variando de 32 a 76 anos, com história clínica de constipação intestinal crônica, diagnóstico radiológico por enema opaco de megacólon e com provas sorológicas positivas para doença de Chagas. Foi considerado como megacólon quando o diâmetro do cólon era maior ou igual 6,5 cm. Para avaliar o tempo de trânsito colônico, cada paciente ingeriu uma cápsula contendo 24 marcadores em forma de anéis radiopacos (Sitzmarks, Consil Pharmaceutics, Fort Worth, EEUU), e realizadas radiografias simples de abdome (ortostase) após três e cinco dias. Um grupo de 20 pacientes, sem constipação e com sorologia negativa para doença de Chagas, foi avaliado pela mesma metodologia e considerado como controle. A interpretação da localização e contagem dos marcadores foi realizada dividindo-se o intestino grosso nos segmentos: cólon direito, cólon esquerdo e retossigmóide. Empregou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov para comparação do número de marcadores colônicos entre si e no 3o e 5o dias. O número de marcadores em cada grupo, em períodos distintos, foi avaliado com o teste de Wilcoxon. O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para se avaliar a influência dos fatores externos (sexo, idade, tempo do início dos sintomas em anos, dias de constipação e presença de megarreto). O tempo de início dos sintomas variou de um a 33 anos e a duração da constipação, em dias, variou de oito a 90 dias. O megarreto ocorreu em 68,8% dos pacientes. Não se observou diferença, com significado estatístico, na quantidade total de marcadores retidos no 3o e 5o dias do exame entre os pacientes de ambos os sexos com e sem megarreto. A quantidade de marcadores, em cada segmento, colônico mostrou diferença estatística. Estes marcadores apresentaram uma distribuição em forma de um gradiente, crescendo de proximal para distal tanto no 3o quanto no 5o dia. Ocorreu uma progressão dos marcadores em direção ao ânus com um acúmulo no retossigmóide com diferença estatística do 3o para o 5o dia. Conclusões: houve retenção quase total dos marcadores até o 5o dia com predomínio no cólon esquerdo e no retossigmóide, sendo maior no retossigmóide; não houve diferença estatisticamente significante na retenção total dos marcadores entre o 3o e o 5o dia de exame; os fatores: idade, sexo, início dos sintomas, dias de constipação e megarreto não interferiram na quantidade e localização dos marcadores; os segmentos colônicos direito e esquerdo apresentaram trânsito lento, tendo ocorrido estase dos marcadores no retossigmóide
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