Efeito da filtração glomerular em pacientes diabéticos com doença arterial coronariana submetidos aos tratamentos cirúrgico, percutâneo ou clínico: dez anos de seguimento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-16062021-125902/ |
Resumo: | Introdução: O melhor tratamento para doença arterial coronariana (DAC) em diabéticos com doença renal crônica ainda é incerto. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar o impacto prognóstico do ritmo de filtração glomerular e comparar diferentes estratégias terapêuticas para DAC em diabéticos estratificados pela função renal em um seguimento de muito longo prazo. Métodos: Pacientes do registro MASS com diabetes e DAC multiarterial submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), intervenção coronariana percutânea (ICP) ou tratamento médico otimizado (TMO) exclusivo foram incluídos. Os dados foram analisados de acordo com o ritmo de filtração glomerular estimado (eRFG) em 2 estratos: 1 (< 60 mL/min/1,73m²) ou 2 (>= 60 mL/min/1,73m²). O desfecho primário foi o combinado de mortalidade, infarto do miocárdio ou revascularização adicional (MACE) e os desfechos secundários foram a avaliação individual de cada componente do desfecho primário e os dados da evolução da função renal ao longo do tempo. Resultados: A mediana de seguimento foi de 9,5 anos (5,5 - 11,2). Entre os indivíduos do estrato 1 (n=161), 73 realizaram CRM, 46 ICP e 42 TMO. Dentre aqueles do estrato 2 (n=692), 262 submeteram-se à CRM, 158 à ICP e 182 ao TMO. As taxas de MACE entre os indivíduos dos estratos 1 e 2 foram 53,4% e 40,7%, respectivamente (plog-rank=0,020) (HRajustado: 1,51; IC 95% 1,04-2,21; p=0,030). As taxas de mortalidade foram 37,9% e 24,6% nos estratos 1 e 2, respectivamente (plog-rank < 0,001) (HRajustado: 2,10; IC 95% 1,32-3,35; p=0,002). Não foram encontradas diferenças em relação às taxas de infarto do miocárdio (p=0,329) ou revascularização adicional (p=0,331) na comparação entre os estratos de função renal. Comparando-se os diferentes grupos de tratamento em ambos os estratos, observou-se uma menor taxa de MACE (p=0,027 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) e revascularização adicional (p=0,001 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) nos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico. Avaliando-se a evolução do eRFG no seguimento, observou-se queda do mesmo ao longo do tempo em ambos estratos com médias de delta nos estratos 1 e 2 de - 7,04 e - 22,21 mL/min/1,73m², respectivamente (p < 0,001). Houve maior taxa de evolução para terapia substitutiva renal nos pacientes do estrato 1 em relação ao estrato 2 (p=0,002). Em análise multivariada, observou-se que o eRFG foi um preditor independente de MACE (p=0,034) e mortalidade (p=0,020). Conclusão: A presença de um menor ritmo de filtração glomerular estimado esteve associada a maiores taxas de MACE e mortalidade, independentemente da modalidade terapêutica adotada. Além disso, a CRM associou-se a menores taxas de MACE e revascularização adicional em ambos os estratos de eRFG. O eRFG foi um preditor independente de MACE e mortalidade em um seguimento de 10 anos. |
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Efeito da filtração glomerular em pacientes diabéticos com doença arterial coronariana submetidos aos tratamentos cirúrgico, percutâneo ou clínico: dez anos de seguimentoEffect of glomerular filtration rate among diabetic patients with stable coronary disease undergoing surgery, angioplasty or medical treatment in a 10-year follow-upAngioplastiaAngioplastyCoronary artery diseaseDiabetes mellitusDiabetes mellitusDoença da artéria coronarianaInsuficiência renal crônicaMyocardial revascularizationRenal insufficiency chronicRevascularização miocárdicaIntrodução: O melhor tratamento para doença arterial coronariana (DAC) em diabéticos com doença renal crônica ainda é incerto. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar o impacto prognóstico do ritmo de filtração glomerular e comparar diferentes estratégias terapêuticas para DAC em diabéticos estratificados pela função renal em um seguimento de muito longo prazo. Métodos: Pacientes do registro MASS com diabetes e DAC multiarterial submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), intervenção coronariana percutânea (ICP) ou tratamento médico otimizado (TMO) exclusivo foram incluídos. Os dados foram analisados de acordo com o ritmo de filtração glomerular estimado (eRFG) em 2 estratos: 1 (< 60 mL/min/1,73m²) ou 2 (>= 60 mL/min/1,73m²). O desfecho primário foi o combinado de mortalidade, infarto do miocárdio ou revascularização adicional (MACE) e os desfechos secundários foram a avaliação individual de cada componente do desfecho primário e os dados da evolução da função renal ao longo do tempo. Resultados: A mediana de seguimento foi de 9,5 anos (5,5 - 11,2). Entre os indivíduos do estrato 1 (n=161), 73 realizaram CRM, 46 ICP e 42 TMO. Dentre aqueles do estrato 2 (n=692), 262 submeteram-se à CRM, 158 à ICP e 182 ao TMO. As taxas de MACE entre os indivíduos dos estratos 1 e 2 foram 53,4% e 40,7%, respectivamente (plog-rank=0,020) (HRajustado: 1,51; IC 95% 1,04-2,21; p=0,030). As taxas de mortalidade foram 37,9% e 24,6% nos estratos 1 e 2, respectivamente (plog-rank < 0,001) (HRajustado: 2,10; IC 95% 1,32-3,35; p=0,002). Não foram encontradas diferenças em relação às taxas de infarto do miocárdio (p=0,329) ou revascularização adicional (p=0,331) na comparação entre os estratos de função renal. Comparando-se os diferentes grupos de tratamento em ambos os estratos, observou-se uma menor taxa de MACE (p=0,027 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) e revascularização adicional (p=0,001 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) nos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico. Avaliando-se a evolução do eRFG no seguimento, observou-se queda do mesmo ao longo do tempo em ambos estratos com médias de delta nos estratos 1 e 2 de - 7,04 e - 22,21 mL/min/1,73m², respectivamente (p < 0,001). Houve maior taxa de evolução para terapia substitutiva renal nos pacientes do estrato 1 em relação ao estrato 2 (p=0,002). Em análise multivariada, observou-se que o eRFG foi um preditor independente de MACE (p=0,034) e mortalidade (p=0,020). Conclusão: A presença de um menor ritmo de filtração glomerular estimado esteve associada a maiores taxas de MACE e mortalidade, independentemente da modalidade terapêutica adotada. Além disso, a CRM associou-se a menores taxas de MACE e revascularização adicional em ambos os estratos de eRFG. O eRFG foi um preditor independente de MACE e mortalidade em um seguimento de 10 anos.Introduction: The best treatment for coronary artery disease (CAD) in diabetics with chronic kidney disease is still uncertain. Objective: Our aim was to assess the prognostic impact of the glomerular filtration rate and to compare different therapeutic strategies for CAD in diabetics stratified by renal function in a very long-term follow-up. Methods: Patients from the MASS registry with diabetes and multivessel CAD undergoing coronary artery bypass graft (CABG), percutaneous coronary intervention (PCI) or exclusive medical treatment (MT) were included. Data were analyzed according to the estimated glomerular filtration rate (eGFR) in 2 strata: 1 ( < 60 mL/min /1.73m²) or 2 ( >= 60 mL/min/1.73m²). The primary endpoint was the combined of mortality, myocardial infarction or additional revascularization (MACE) and secondary endpoints were the individual assessment of each component of primary endpoint and data on the evolution of renal function over time. Results: The median follow-up was 9.5 years (5.5 - 11.2). Among individuals in stratum 1 (n = 161), 73 underwent CABG, 46 ICP and 42 MT. Among those in stratum 2 (n = 692), 262 underwent CABG, 158 to ICP and 182 to MT. The MACE rates between individuals in strata 1 and 2 were 53.4% and 40.7%, respectively (plogrank = 0.020) (adjusted HR: 1.51; 95% CI 1.04-2.21; p = 0.030). Mortality rates were 37.9% and 24.6% in strata 1 and 2, respectively (plog-rank < 0.001) ( HRadjusted: 2.10; 95% CI 1.32-3.35; p = 0.002) . No differences were found regarding the rates of myocardial infarction (p = 0.329) or additional revascularization (p=0.331) when comparing the strata of renal function. Comparing the different treatment groups in both strata, a lower rate of MACE was observed (p=0.027 in stratum 1 and p < 0.001 in stratum 2) and additional revascularization (p=0.001 in stratum 1 and p < 0.001 in stratum) 2) in patients undergoing surgical treatment. Evaluating the evolution of the eGFR in the follow-up, it was observed a decrease over time in both strata with delta averages in strata 1 and 2 of - 7.04 and - 22.21 mL/min/1.73m², respectively (p < 0.001). There was a higher rate of progression to renal replacement therapy in patients in stratum 1 compared to stratum 2 (p=0.002). In multivariate analysis, it was observed that eGFR was an independent predictor of MACE (p=0.034) and mortality (p = 0.020). Conclusion: The presence of a lower estimated glomerular filtration rate was associated with higher rates of MACE and mortality, regardless of the therapeutic modality adopted. In addition, CABG was associated with lower rates of MACE and additional revascularization in both strata of renal function. eGFR was an independent predictor of MACE and mortality in a 10-year follow-upBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHueb, Whady ArmindoBatista, Daniel Valente2020-10-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-16062021-125902/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-06-23T18:31:02Zoai:teses.usp.br:tde-16062021-125902Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-06-23T18:31:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: O melhor tratamento para doença arterial coronariana (DAC) em diabéticos com doença renal crônica ainda é incerto. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar o impacto prognóstico do ritmo de filtração glomerular e comparar diferentes estratégias terapêuticas para DAC em diabéticos estratificados pela função renal em um seguimento de muito longo prazo. Métodos: Pacientes do registro MASS com diabetes e DAC multiarterial submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), intervenção coronariana percutânea (ICP) ou tratamento médico otimizado (TMO) exclusivo foram incluídos. Os dados foram analisados de acordo com o ritmo de filtração glomerular estimado (eRFG) em 2 estratos: 1 (< 60 mL/min/1,73m²) ou 2 (>= 60 mL/min/1,73m²). O desfecho primário foi o combinado de mortalidade, infarto do miocárdio ou revascularização adicional (MACE) e os desfechos secundários foram a avaliação individual de cada componente do desfecho primário e os dados da evolução da função renal ao longo do tempo. Resultados: A mediana de seguimento foi de 9,5 anos (5,5 - 11,2). Entre os indivíduos do estrato 1 (n=161), 73 realizaram CRM, 46 ICP e 42 TMO. Dentre aqueles do estrato 2 (n=692), 262 submeteram-se à CRM, 158 à ICP e 182 ao TMO. As taxas de MACE entre os indivíduos dos estratos 1 e 2 foram 53,4% e 40,7%, respectivamente (plog-rank=0,020) (HRajustado: 1,51; IC 95% 1,04-2,21; p=0,030). As taxas de mortalidade foram 37,9% e 24,6% nos estratos 1 e 2, respectivamente (plog-rank < 0,001) (HRajustado: 2,10; IC 95% 1,32-3,35; p=0,002). Não foram encontradas diferenças em relação às taxas de infarto do miocárdio (p=0,329) ou revascularização adicional (p=0,331) na comparação entre os estratos de função renal. Comparando-se os diferentes grupos de tratamento em ambos os estratos, observou-se uma menor taxa de MACE (p=0,027 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) e revascularização adicional (p=0,001 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) nos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico. Avaliando-se a evolução do eRFG no seguimento, observou-se queda do mesmo ao longo do tempo em ambos estratos com médias de delta nos estratos 1 e 2 de - 7,04 e - 22,21 mL/min/1,73m², respectivamente (p < 0,001). Houve maior taxa de evolução para terapia substitutiva renal nos pacientes do estrato 1 em relação ao estrato 2 (p=0,002). Em análise multivariada, observou-se que o eRFG foi um preditor independente de MACE (p=0,034) e mortalidade (p=0,020). Conclusão: A presença de um menor ritmo de filtração glomerular estimado esteve associada a maiores taxas de MACE e mortalidade, independentemente da modalidade terapêutica adotada. Além disso, a CRM associou-se a menores taxas de MACE e revascularização adicional em ambos os estratos de eRFG. O eRFG foi um preditor independente de MACE e mortalidade em um seguimento de 10 anos. |
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