Micropaleontologia aplicada na interpretação estratigráfica e paleoclimática da transição entre o Grupo Paranoá e o Supergrupo São Francisco (Neoproterozóico, Cabeceiras, GO)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sanchez, Evelyn Aparecida Mecenero
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-06052010-133018/
Resumo: O registro proterozóico da Fazenda Funil, região de Cabeceiras, GO, inclui três unidades sedimentares: carbonatos do topo do Grupo Paranoá, níveis de diamictito da Formação Jequitaí, e um pacote de folhelhos, ritmitos de margas e folhelhos e carbonatos da Formação Sete Lagoas. As três unidades registram ocorrência de sílex microfossilífero, encontrados na forma de lentes no Grupo Paranoá, seixos na Formação Jequitaí e uma camada de aproximadamente 600 m de extensão na Formação Sete Lagoas. A semelhança do sílex nas três unidades levou ao questionamento da estratigrafia da Fazenda Funil e da origem dos seixos na Formação Jequitaí, se esta origem foi, de fato, sedimentar (glacial) ou se teria sido tectônico. Foram comparadas as tramas petrográficas (fabrics) do sílex das três unidades, aspectos inorgânicos (minerais, estruturas sedimentares e estruturas diagenéticas) e o seu conteúdo orgânico (microfósseis e características da matéria orgânica). A análise das amostras revelou grande semelhança entre as tramas e seus microfósseis. Nas três unidades foram identificados os mesmos tipos de tramas cinco tipos e 12 táxons de microfósseis, sendo que dois deles ainda não haviam sido identificados na região. Conclui-se que a camada de sílex atualmente atribuída à Formação Sete Lagoas foi a fonte dos seixos de sílex do diamictito da Formação Jequitaí e representa, na verdade, uma lasca tectônica do Grupo Paranoá colocada dentro do Grupo Bambuí durante a deformação brasiliana. Esta camada teria sido erodido e o diamictito depositado presumivelmente durante a glaciação Sturtiana, embora outras evidências glaciais não fossem observadas na Fazenda Funil. Este trabalho, além de esclarecer as relações estratigráficas na Fazenda Funil, demonstrou que microfósseis pré-cambrianos podem ser uma ferramenta muito útil no entendimento de bacias proterozoicas.
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As três unidades registram ocorrência de sílex microfossilífero, encontrados na forma de lentes no Grupo Paranoá, seixos na Formação Jequitaí e uma camada de aproximadamente 600 m de extensão na Formação Sete Lagoas. A semelhança do sílex nas três unidades levou ao questionamento da estratigrafia da Fazenda Funil e da origem dos seixos na Formação Jequitaí, se esta origem foi, de fato, sedimentar (glacial) ou se teria sido tectônico. Foram comparadas as tramas petrográficas (fabrics) do sílex das três unidades, aspectos inorgânicos (minerais, estruturas sedimentares e estruturas diagenéticas) e o seu conteúdo orgânico (microfósseis e características da matéria orgânica). A análise das amostras revelou grande semelhança entre as tramas e seus microfósseis. Nas três unidades foram identificados os mesmos tipos de tramas cinco tipos e 12 táxons de microfósseis, sendo que dois deles ainda não haviam sido identificados na região. Conclui-se que a camada de sílex atualmente atribuída à Formação Sete Lagoas foi a fonte dos seixos de sílex do diamictito da Formação Jequitaí e representa, na verdade, uma lasca tectônica do Grupo Paranoá colocada dentro do Grupo Bambuí durante a deformação brasiliana. Esta camada teria sido erodido e o diamictito depositado presumivelmente durante a glaciação Sturtiana, embora outras evidências glaciais não fossem observadas na Fazenda Funil. Este trabalho, além de esclarecer as relações estratigráficas na Fazenda Funil, demonstrou que microfósseis pré-cambrianos podem ser uma ferramenta muito útil no entendimento de bacias proterozoicas.The Proterozoic record of the Fazenda Funil, near Cabeceiras, GO, includes three sedimentary units: carbonate at the top of Paranoá Group, diamictite of the Jequitaí Formation, and a succession of shale, marl-shale rhythmites, and carbonate of the Sete Lagoas Formation. Microfossiliferous chert occurs in these three units in the form of lenses in the Paranoá Group, clasts within the diamictites of the Jequitaí Formation and as a persistent, 600 meter-long layer in the Sete Lagoas Formation. The similarity of the chert from these three units brings up crucial questions as to the stratigraphy of the Fazenda Funil and the origin of the clasts in the Jequitaí Formation : are they, in fact, of sedimentary (glacial) or tectonic origin? Comparisons among the three units were made of chert fabrics, inorganic aspects (minerals, sedimentary and diagenetic structures), and organic content (microfossils and general characteristics of the organic matter). The analysis of several samples revealed great similarity between the fabrics and microfossils in the three units. Five fabrics and 12 microfossil taxons were identified, two taxons for the first time in the region. These observations led to the conclusion that the chert layer presently attributed to the Sete Lagoas Formation was the source of the chert clasts in the Jequitaí Formation and represents is a slice of the Paranoá Group introduced tectonically within the Bambuí Group during Brasiliano deformation. This layer was eroded and the diamictite deposited presumably during the Sturtian glaciation, even though other evidence of glaciation were not observed on Fazenda Funil. This research, besides clarifying stratigraphic relationships on Fazenda Funil, also demonstrates that Precambrian microfossils can be a very useful tool in research on Proterozoic basins.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFairchild, Thomas RichSanchez, Evelyn Aparecida Mecenero2010-03-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-06052010-133018/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:05Zoai:teses.usp.br:tde-06052010-133018Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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