Efeito da psicoterapia de base psicossomática psicanalítica em pacientes com síncope vasovagal recorrente: um estudo randomizado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-05042022-102003/ |
Resumo: | Introdução: A síncope vasovagal recorrente, embora apresente prognóstico benigno em termos de sobrevida, está associada a importante comprometimento da qualidade de vida, especialmente nos quadros refratários. Reações a antecedentes de perda podem influenciar na recorrência dos episódios sincopais e no grau de comprometimento social dos pacientes. Objetivos: 1) Comparar o número de síncopes e présíncopes entre o grupo no qual se acrescentou, ao tratamento médico habitual, sessões semanais de psicoterapia e o grupo que seguiu o cuidado médico convencional de forma isolada. 2) Avaliar o efeito da psicoterapia na economia psicossomática e na qualidade de vida dos pacientes com síncopes vasovagais recorrentes. 3) Analisar os processos psicossomáticos envolvidos em situações de adoecimento por síncope vasovagal e estabelecer possíveis relações entre a eclosão da doença e vivências anteriores de traumas, focando em prováveis somatizações. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico controlado randomizado, envolvendo 10 pacientes com síncope vasovagal refratária. Doenças cardíacas e intervenções psiquiátricas e psicoterapêuticas em curso foram critérios de exclusão. Após a randomização, metade dos pacientes foi submetida a sessões semanais de psicoterapia durante um ano, embasada na linha teórica da Psicossomática Psicanalítica, e todos os pacientes (grupo controle e intervenção) continuaram com tratamento assistencial padrão. A recorrência, o número de síncopes/pré-síncopes e a qualidade de vida (SF36) foram avaliados no contato inicial e aos 6 e 12 meses após a inclusão. Resultados: Dentre os 10 pacientes incluídos, 80% eram do sexo feminino e a idade média de 48,8 (± 11,4) anos. A frequência média de eventos sincopais era de um episódio de pré-síncope por semana e quatro síncopes ao ano. Todos apresentavam tilt test positivo, sendo 80% com resposta vasovagal mista. A análise da recorrência de eventos e QV não mostrou diferença relevante no grupo controle, mas no grupo de intervenção houve redução significativa na frequência de pré-síncopes por mês (5,7 ± 1,4 x 1,7 ± 1,0; P < 0,01) e na frequência de síncopes em um ano (4,6 ± 0,9 x 1,0 ± 0,7; P < 0,01). Houve também uma melhora considerável na avaliação geral da QV (44,1 ± 10,0 vs. 70,3 ± 10,3; P < 0,01). Ao comparar ambos os grupos em um ano, houve significativamente menos síncopes e pré-síncopes e melhor qualidade de vida no grupo de intervenção. Em relação aos fatores psíquicos que precedem o diagnóstico de síncope vasovagal, foram identificadas experiências traumáticas. Conclusões: Pacientes com SVV xii refratária submetidos à intervenção psicoterápica apresentaram menor recorrência de episódios e melhora na qualidade de vida, com mudança favorável na maneira de lidar com as situações de perdas |
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Efeito da psicoterapia de base psicossomática psicanalítica em pacientes com síncope vasovagal recorrente: um estudo randomizadoEffect of psychoanalytic psychosomatic in patients with recurrent vasovagal syncope: a randomized studyPsicanálisePsichoanalytic therapyPsicoterapiaPsychoanalysisPsychological traumaPsychoterapyQualidade de vidaQuality of lifeSíncope vasovagalSyncope vasovagalTerapia psicanalíticaTrauma psicológicoIntrodução: A síncope vasovagal recorrente, embora apresente prognóstico benigno em termos de sobrevida, está associada a importante comprometimento da qualidade de vida, especialmente nos quadros refratários. Reações a antecedentes de perda podem influenciar na recorrência dos episódios sincopais e no grau de comprometimento social dos pacientes. Objetivos: 1) Comparar o número de síncopes e présíncopes entre o grupo no qual se acrescentou, ao tratamento médico habitual, sessões semanais de psicoterapia e o grupo que seguiu o cuidado médico convencional de forma isolada. 2) Avaliar o efeito da psicoterapia na economia psicossomática e na qualidade de vida dos pacientes com síncopes vasovagais recorrentes. 3) Analisar os processos psicossomáticos envolvidos em situações de adoecimento por síncope vasovagal e estabelecer possíveis relações entre a eclosão da doença e vivências anteriores de traumas, focando em prováveis somatizações. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico controlado randomizado, envolvendo 10 pacientes com síncope vasovagal refratária. Doenças cardíacas e intervenções psiquiátricas e psicoterapêuticas em curso foram critérios de exclusão. Após a randomização, metade dos pacientes foi submetida a sessões semanais de psicoterapia durante um ano, embasada na linha teórica da Psicossomática Psicanalítica, e todos os pacientes (grupo controle e intervenção) continuaram com tratamento assistencial padrão. A recorrência, o número de síncopes/pré-síncopes e a qualidade de vida (SF36) foram avaliados no contato inicial e aos 6 e 12 meses após a inclusão. Resultados: Dentre os 10 pacientes incluídos, 80% eram do sexo feminino e a idade média de 48,8 (± 11,4) anos. A frequência média de eventos sincopais era de um episódio de pré-síncope por semana e quatro síncopes ao ano. Todos apresentavam tilt test positivo, sendo 80% com resposta vasovagal mista. A análise da recorrência de eventos e QV não mostrou diferença relevante no grupo controle, mas no grupo de intervenção houve redução significativa na frequência de pré-síncopes por mês (5,7 ± 1,4 x 1,7 ± 1,0; P < 0,01) e na frequência de síncopes em um ano (4,6 ± 0,9 x 1,0 ± 0,7; P < 0,01). Houve também uma melhora considerável na avaliação geral da QV (44,1 ± 10,0 vs. 70,3 ± 10,3; P < 0,01). Ao comparar ambos os grupos em um ano, houve significativamente menos síncopes e pré-síncopes e melhor qualidade de vida no grupo de intervenção. Em relação aos fatores psíquicos que precedem o diagnóstico de síncope vasovagal, foram identificadas experiências traumáticas. Conclusões: Pacientes com SVV xii refratária submetidos à intervenção psicoterápica apresentaram menor recorrência de episódios e melhora na qualidade de vida, com mudança favorável na maneira de lidar com as situações de perdasIntroduction: Although recurrent vasovagal syncope has a benign prognosis in terms of survival, it is associated with a significant impairment of quality of life, especially in refractory conditions. Reactions to previous traumatic conditions can influence the recurrence of syncopal episodes and the social impairment of these patients. Objectives: 1) To compare the number of syncope and near-syncope events between the group submitted to weekly sessions of psychotherapeutic intervention in addition to conventional medical therapy and the control group, that followed the standard of care alone. 2) To evaluate the effect of psychotherapy on psychosomatic economy and quality of life in patients with recurrent vasovagal syncope. 3) To analyse the psychosomatic processes involved in situations of illness due to vasovagal syncope and establish possible relationships between the onset of the disease and previous experiences of trauma, focusing on probable somatization Methods: A randomized controlled clinical trial involving 10 patients with refractory vasovagal syncope was performed. Heart disease and ongoing psychiatric and psychotherapeutic interventions were exclusion criteria. After randomization, half of the patients underwent weekly sessions of psychotherapy based on the theoretical line of Psychoanalytic Psychosomatics for one year and all patients (control and intervention group) continued with standard care treatment. Recurrence, number of syncope/near-syncope and quality of life (SF-36) were assessed at baseline, 6 and 12 months after inclusion. Results: Among the 10 patients included, 70% were female, with a mean age of 47.4 ± 11.1 years. The average frequency of syncope events was approximately one presyncope per week and four episodes of syncope per year. All had a positive tilt test, 80% with mixed vasovagal response. The analysis of recurrence of events and QoL did not show any significant change in the control group, but in the intervention group there was a significant reduction in the frequency of presyncope per month (5.7 ± 1.4 x 1.7 ± 1.0; P < 0.01) and the frequency of syncope in one year (4.6 ± 0.9 x 1.0 ± 0.7; P < 0.01). There was also a considerable improvement in the overall assessment of QoL (44.1 ± 10.0 vs. 70.3 ± 10.3, P < 0.01). Comparing both groups after one year of follow-up, there were significantly less syncope and near syncope events and better QoL in the intervention group. Regarding the psychic factors that precede the diagnosis of vasovagal syncope, traumatic experiences were identified. Conclusion: Patients undergoing psychotherapeutic intervention had less recurrence of episodes of syncope and near-syncope and improved quality of life, with a favourable change in the way they deal with previous traumatic eventsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHachul, Denise TessariolSilva, Renata Libanori Aleixo de Barros e2021-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-05042022-102003/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-04-07T17:39:02Zoai:teses.usp.br:tde-05042022-102003Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-04-07T17:39:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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