Fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio: fatores de risco e evolução

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Victor Hugo dos Santos Sousa
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.98.2022.tde-11072023-103918
Resumo: Introdução: A fibrilação atrial no período pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica (FAPO) é evento frequente, com grandes implicações econômicas e clínicas, como maior tempo de internação e maiores taxas de acidente vascular cerebral. Em relação ao tratamento e evolução a longo prazo, não há na literatura, até o momento, estudos randomizados que definam a melhor estratégia terapêutica para esta população no que se refere especialmente a anticoagulação o que gera incerteza em relação a melhor estratégia a ser adotada. Objetivos: Avaliar os fatores independentemente relacionados a ocorrência de fibrilação atrial na fase hospitalar do pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica isolada e avaliar a evolução destes pacientes que apresentaram FAPO e correlacionar os dados de morbimortalidade (acidente vascular encefálico, sangramento e óbito) com terapêutica instituída na alta hospitalar. Métodos: Foram avaliados todos os pacientes consecutivamente submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica isolada (CRM) no período de dois anos (1/1/2016 a 31/12/2017) e registrados aqueles que apresentaram FAPO; a seguir, foram identificados os fatores independentemente relacionados a ocorrência deste evento e qual o tratamento instituído durante internação e na alta hospitalar assim como a evolução destes indivíduos. Foram excluídos pacientes submetidos a cirurgias associadas como troca valvar aórtica ou mitral, aneurismectomia de ventrículo esquerdo, abordagem em aorta ou carótidas. Análise estatística: As associações entre variáveis qualitativas foram avaliadas por meio do teste Qui-quadrado de Pearson ou do teste Exato de Fisher, quando necessário. Para as comparações em relação às variáveis quantitativas será utilizado o teste t de Student ou o teste não paramétrico de Mann-Whitney, caso a suposição de normalidade tenha sido rejeitada. Para avaliar-se a influência dos fatores de risco na ocorrência de fibrilação atrial na fase hospitalar foi utilizada a abordagem multivariada, empregando-se a técnica de Regressão Logística com o método Stepwise para seleção de variáveis, considerando como variável dependente fibrilação atrial. Os desfechos analisados do seguimento foram mortalidade, eventos embólicos, AVE e sangramentos. Construiu-se o desfecho composto com mortalidade, eventos embólicos e AVE. Para avaliar o risco do desfecho, utilizamos modelos de cox em análises univariadas e posteriormente ajustamos um modelo ajustado para idade e FEVE. O nível de significância considerado será de p< 0,05. Resultados: dos 927 pacientes submetidos a CRM, 151 (16.3%) apresentaram FAPO. Foram identificados como fatores independentemente relacionados a ocorrência de FA, idade acima de 70 anos (OR 2.04, p < 0,001) e presença de DPOC (OR 3.44, p 0.002). No seguimento médio de 44.93 (21-55) meses, ocorreram 11 óbitos (10%), um evento embólico (0,9%, paciente sem varfarina), dois quadros de AVE (1,8%, um paciente com varfarina e um paciente sem esta droga) e dois episódios de sangramento (1,8%, pacientes sem varfarina). O pequeno número de pacientes e eventos não permitiu significância estatística para os desfechos avaliados. Conclusão: Pacientes idosos e portadores de DPOC apresentam maiores chances para ocorrência de FAPO. Na ausência de estudos randomizados é ainda necessário individualizar a conduta em relação a anticoagulação plena na alta hospitalar, levando em conta riscos e benefícios.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio: fatores de risco e evolução Atrial fibrillation in the postoperative period of coronary artery bypass grafting: risk factors and evolution 2022-08-29Vivian Lerner AmatoValquiria Pelisser CampagnucciLuciana Oliveira Cascaes DouradoDalmo Antonio Ribeiro MoreiraVictor Hugo dos Santos Sousa Atrial Fibrillation Clinical Evolution Evolução Clínica Fatores de Risco Fibrilação Atrial Myocardial Revascularization Período Pós-Operatório Postoperative Period Revascularização Miocárdica Risk Factors Introdução: A fibrilação atrial no período pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica (FAPO) é evento frequente, com grandes implicações econômicas e clínicas, como maior tempo de internação e maiores taxas de acidente vascular cerebral. Em relação ao tratamento e evolução a longo prazo, não há na literatura, até o momento, estudos randomizados que definam a melhor estratégia terapêutica para esta população no que se refere especialmente a anticoagulação o que gera incerteza em relação a melhor estratégia a ser adotada. Objetivos: Avaliar os fatores independentemente relacionados a ocorrência de fibrilação atrial na fase hospitalar do pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica isolada e avaliar a evolução destes pacientes que apresentaram FAPO e correlacionar os dados de morbimortalidade (acidente vascular encefálico, sangramento e óbito) com terapêutica instituída na alta hospitalar. Métodos: Foram avaliados todos os pacientes consecutivamente submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica isolada (CRM) no período de dois anos (1/1/2016 a 31/12/2017) e registrados aqueles que apresentaram FAPO; a seguir, foram identificados os fatores independentemente relacionados a ocorrência deste evento e qual o tratamento instituído durante internação e na alta hospitalar assim como a evolução destes indivíduos. Foram excluídos pacientes submetidos a cirurgias associadas como troca valvar aórtica ou mitral, aneurismectomia de ventrículo esquerdo, abordagem em aorta ou carótidas. Análise estatística: As associações entre variáveis qualitativas foram avaliadas por meio do teste Qui-quadrado de Pearson ou do teste Exato de Fisher, quando necessário. Para as comparações em relação às variáveis quantitativas será utilizado o teste t de Student ou o teste não paramétrico de Mann-Whitney, caso a suposição de normalidade tenha sido rejeitada. Para avaliar-se a influência dos fatores de risco na ocorrência de fibrilação atrial na fase hospitalar foi utilizada a abordagem multivariada, empregando-se a técnica de Regressão Logística com o método Stepwise para seleção de variáveis, considerando como variável dependente fibrilação atrial. Os desfechos analisados do seguimento foram mortalidade, eventos embólicos, AVE e sangramentos. Construiu-se o desfecho composto com mortalidade, eventos embólicos e AVE. Para avaliar o risco do desfecho, utilizamos modelos de cox em análises univariadas e posteriormente ajustamos um modelo ajustado para idade e FEVE. O nível de significância considerado será de p< 0,05. Resultados: dos 927 pacientes submetidos a CRM, 151 (16.3%) apresentaram FAPO. Foram identificados como fatores independentemente relacionados a ocorrência de FA, idade acima de 70 anos (OR 2.04, p < 0,001) e presença de DPOC (OR 3.44, p 0.002). No seguimento médio de 44.93 (21-55) meses, ocorreram 11 óbitos (10%), um evento embólico (0,9%, paciente sem varfarina), dois quadros de AVE (1,8%, um paciente com varfarina e um paciente sem esta droga) e dois episódios de sangramento (1,8%, pacientes sem varfarina). O pequeno número de pacientes e eventos não permitiu significância estatística para os desfechos avaliados. Conclusão: Pacientes idosos e portadores de DPOC apresentam maiores chances para ocorrência de FAPO. Na ausência de estudos randomizados é ainda necessário individualizar a conduta em relação a anticoagulação plena na alta hospitalar, levando em conta riscos e benefícios. Introduction: Atrial fibrillation in the postoperative period of myocardial revascularization surgery (POF) is a frequent event, with major economic and clinical implications, such as longer hospital stay and higher rates of stroke. Regarding treatment and long-term evolution, there are no randomized studies in the literature that define the best therapeutic strategy for this population, especially with regard to anticoagulation, which generates uncertainty regarding the best strategy to be adopted. Objectives: To evaluate the factors independently related to the occurrence of atrial fibrillation in the hospital phase of the postoperative period of isolated myocardial revascularization surgery and to evaluate the evolution of these patients who presented POAF and to correlate the morbidity and mortality data (stroke, bleeding and death) with therapy instituted at hospital discharge. Methods: All patients consecutively undergoing isolated coronary artery bypass graft (CABG) surgery in the two-year period (1/1/2016 to 12/31/2017) were evaluated and those who had POAF were recorded; then, the factors independently related to the occurrence of this event and what treatment was instituted during hospitalization and at hospital discharge were identified, as well as the evolution of these individuals. Patients undergoing associated surgeries such as aortic or mitral valve replacement, left ventricular aneurysmectomy, aortic or carotid approach were excluded. Statistical analysis: Associations between qualitative variables were evaluated using Pearson\'s chi-square test or Fisher\'s exact test, when necessary. For comparisons in relation to quantitative variables, the Student\'s t-test or the nonparametric Mann-Whitney test will be used, if the assumption of normality has been rejected. To assess the influence of risk factors on the occurrence of atrial fibrillation in the hospital phase, a multivariate approach was used, employing the logistic regression technique with the Stepwise method for selecting variables, considering atrial fibrillation as the dependent variable. Events studied for mortality, embryonic studies, stroke and studies. The composite result was constructed with mortality, embolic events and stroke. To assess the risk-adjustment model, we used univariate assessment models and later one adjusted for age and LVEF. The significance level considered will be p<0.05. Results: of the 927 patients undergoing CABG, 151 (16.3%) had FAPO. Age over 70 years (OR 2.04, p < 0.001) and presence of COPD (OR 3.44, p 0.002) were identified as independently related factors for the occurrence of AF. In the mean follow-up of 44.93 (21-55) months, there were 11 deaths (10%), one embolic event (0.9%, patient without warfarin), two strokes (1.8%, one patient with warfarin and one patient without this drug) and two episodes of bleeding (1.8%, patients without warfarin). The small number of patients and events did not allow statistical significance for the outcomes evaluated. Conclusion: Elderly patients and patients with COPD are more likely to have POAF. In the absence of randomized studies, it is still necessary to individualize the conduct in relation to full anticoagulation at hospital discharge, considering risks and benefits. https://doi.org/10.11606/D.98.2022.tde-11072023-103918info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:42:39Zoai:teses.usp.br:tde-11072023-103918Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:30:08.356302Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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