Estudo biossistemático de diferentes taxons do gênero Stylosanthes Sw. (Leguminosae - Papilionoideae)

• Autor(a) principal: Battistin, Alice
• Data de Publicação: 1981
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20220207-165953/
• topic: CLASSIFICAÇÃO; ESTILOSANTE; TÁXONS

Neste trabalho, foi realizado um estudo biossistemático de 7 espécies e 3 variedades do gênero Stylosanthes Sw., com a finalidade de se obter informações básicas sobre a variabilidade intra e interespecífica de diferentes caracteres morfológicos. O material estudado e proveniente de diferentes estados: S. capitata Vog. e S. scabra Vog. são procedentes do estado do Rio de Janeiro; S. humilis H.B.K., procedente do estado de Goiás; S. macrocephala M.B. Ferr. et Sousa Costa, S. grandifolia M.B. Ferr. et Sousa Costa, S. gracilis H.B.K., S. viscosa Sw. e as 3 variedades de S. guianensis (Aubl) Sw. (microcephala M.B. Ferr. et Sousa Costa, canescens M.B. Ferr. et Sousa Costa e vulgaris M.B. Ferr. et Sousa Costa), procedentes do estado de Minas Gerais. O trabalho foi dividido em três etapas. A primeira, conduzida na Estação Experimental do Anhembi, pertencente ao Departamento de Genética da ESALQ/USP, situada no Município de Piracicaba, SP, teve como objetivo estimar o grau de variabilidade dentro de cada espécie e variedade e o grau de diversificação existente entre as espécies e variedades, pela análise estatística de 19 caracteres morfológicos considerados importantes do ponto de vista taxonômico. A segunda etapa, realizada em laboratório, constou do estudo da biologia da semente, sendo determinada a porcentagem de dormência e germinação sob temperaturas constantes de 15C, 25C e 35C para cada espécie e variedade. A terceira etapa, também desenvolvida em laboratório, visou determinar o número de cromossomos das espécies e variedades ainda não estudadas citologicamente, pela contagem em mitoses de pontas de raiz. Os resultados obtidos neste trabalho permitiram concluir que: a) existe uma grande variabilidade genética dentro de cada espécie e variedade e entre as espécies e variedades para todos os caracteres mensuráveis vegetativos, florais e do fruto, indicando considerável capacidade de adaptação a diferentes ambientes, podendo ser espécies indicadas para pastagens em diferentes situações climáticas, solos e altitudes; b) a análise dos caracteres permitiram uma distinção mais nítida das espécies, bem como maior conhecimento do grau de estabilidade de cada uma e a relação filogenética existente entre elas, possibilitando estabelecer com mais clareza as linhas evolutivas do gênero; c) as variedades microcephala, canescens e vulgaris apresentam grau de variabilidade tão amplo quanto aquele observado dentro e entre as diferentes espécies, consequentemente, não permitindo estabelecer um critério diferencial entre espécies e variedades; d) o dimorfismo exibido pelo lomento com 1 ou 2 artículos, encontrados nas diferentes espécies e variedades, sugere que, além de ser um caráter adaptativo, os grupos taxonômicos semelhantes estão filogeneticamente relacionados; e) o forte grau de dormência evidenciado nas sementes das 7 espécies e 3 variedades caracterizam as sementes do tipo duras, bem como constituem um mecanismo de sobrevivência altamente vantajoso, pelo fato de mantê-las no solo durante o período em que as condições ambientais são desfavoráveis à germinação e desenvolvimento da plântula; f) as 7 espécies e 3 variedades do gênero Stylosanthes Sw., quanto ao número de cromossomos, são poliplóides do número básico X = 10, sendo S. capitata Vog. e S. scabra Vog. tetraplóides, com 2n = 40, e as demais espécies e variedades, diplóides, com 2n = 20.