Avaliação dos efeitos citoprotetores de compostos isolados de Copaifera langsdorffii Desf. contra citotoxidade induzida pela exposição ao metilmercúrio e ao chumbo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60138/tde-23112017-144036/ |
Resumo: | As plantas do gênero Copaifera mais bem conhecidas como \"copaibeira\" são árvores tropicais, reconhecidas pela produção de uma oleorresina extraída do tronco, a qual vem sendo empregada por mais de 500 anos na medicina tradicional popular. Entre as espécies mais abundantes no Brasil destaca-se Copaifera langsdorffii L., que nas suas folhas têm um grande número de compostos fenólicos com potencial atividade biológica como antioxidante. Este estudo teve como finalidade isolar compostos das classes de flavonoides e galoilquínicos presentes nas folhas de C. langsdorffii e investigar seus possíveis efeitos citoprotetores frente à intoxicação com metais pesados. Foi obtido o extrato hidroalcoólico das folhas, e foi submetido a partições líquido-líquido. A fração em acetato de etila foi fracionada através de cromatografia contracorrente de alta velocidade (HSCCC), e a fração em n-butanol por cromatografia de exclusão em gel Sephadex. Foram isolados e identificados por RMN, dois flavonoides (quercitrina e afzelina) da fração em acetato de etila e dez derivados galoilquínicos da fração n-butanólica. Os flavonoides e dois derivados galoilquínicos (AGQ3 e AGQ4), foram avaliados em ensaios de citotoxidade com o protocolo de alamar blue nas linhagens celulares de hepatocarcinoma humano (HepG2) e feocromocitoma da medula suprarrenal de rato (PC12), em três diferentes concentrações (1, 10 e 100 ?M) por 24 h. A segurança do composto AGQ4 também foi avaliada através do ensaio de eficiência clonogênica contra a linhagem de pulmão de hamster chinês (V79). Após foram feitos ensaios de associação realizando pré-tratamentos de 1 hora com os compostos, para posterior exposição a doses tóxicas dos metais. Os ensaios de citotoxidade demostraram que nenhuma das concentrações avaliadas dos quatro compostos afetou a viabilidade das linhagens celulares. O ensaio de eficiência clonogênica mostrou que apenas uma concentração de 3,8 mM consegue reduzir significativamente a viabilidade na linhagem V79, mostrando o AGQ4 como um composto seguro para o uso in vitro. Os ensaios de associação mostraram que os quatro compostos têm efeito citoprotetor significativo na linhagem HepG2, contra mercúrio e chumbo a exceção do AGQ3 que em concentração de 100 ?M não mostrou proteger contra o chumbo. Por outro lado, os compostos não foram ativos contra o mercúrio na linhagem PC12, mostrando efeito contrário, pois os tratamentos metal-composto diminuíram a viabilidade em comparação com os tratamentos só com o metal. Apenas nas concentrações de 1 e 10 ?M se evidenciou efeito protetor dos compostos contra o chumbo. Em geral também foi observado um efeito de menor atividade na maior concentração do composto, que pode estar relacionado ao efeito pró-tóxico que alguns polifenóis apresentam em concentrações maiores. Tanto os flavonoides quanto os derivados galoilquínicos isolados de C. langsdorffii se mostraram com potencial na citoproteção contra a exposição ao chumbo e ao mercúrio |
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Avaliação dos efeitos citoprotetores de compostos isolados de Copaifera langsdorffii Desf. contra citotoxidade induzida pela exposição ao metilmercúrio e ao chumboEvaluation of cytoprotective effects of compounds isolated from Copaifera langsdorffii Desf. against induced cytotoxicity by exposure to methylmercury and leadCitoproteçãoCitotoxidadeCopaifera langsdorffiiCopaifera langsdorffiiCytoprotectionCytotoxicityFlavonoidesFlavonoidsGalloylquinic compoundsGaloilquínicosHeavy metalsMetais pesadosAs plantas do gênero Copaifera mais bem conhecidas como \"copaibeira\" são árvores tropicais, reconhecidas pela produção de uma oleorresina extraída do tronco, a qual vem sendo empregada por mais de 500 anos na medicina tradicional popular. Entre as espécies mais abundantes no Brasil destaca-se Copaifera langsdorffii L., que nas suas folhas têm um grande número de compostos fenólicos com potencial atividade biológica como antioxidante. Este estudo teve como finalidade isolar compostos das classes de flavonoides e galoilquínicos presentes nas folhas de C. langsdorffii e investigar seus possíveis efeitos citoprotetores frente à intoxicação com metais pesados. Foi obtido o extrato hidroalcoólico das folhas, e foi submetido a partições líquido-líquido. A fração em acetato de etila foi fracionada através de cromatografia contracorrente de alta velocidade (HSCCC), e a fração em n-butanol por cromatografia de exclusão em gel Sephadex. Foram isolados e identificados por RMN, dois flavonoides (quercitrina e afzelina) da fração em acetato de etila e dez derivados galoilquínicos da fração n-butanólica. Os flavonoides e dois derivados galoilquínicos (AGQ3 e AGQ4), foram avaliados em ensaios de citotoxidade com o protocolo de alamar blue nas linhagens celulares de hepatocarcinoma humano (HepG2) e feocromocitoma da medula suprarrenal de rato (PC12), em três diferentes concentrações (1, 10 e 100 ?M) por 24 h. A segurança do composto AGQ4 também foi avaliada através do ensaio de eficiência clonogênica contra a linhagem de pulmão de hamster chinês (V79). Após foram feitos ensaios de associação realizando pré-tratamentos de 1 hora com os compostos, para posterior exposição a doses tóxicas dos metais. Os ensaios de citotoxidade demostraram que nenhuma das concentrações avaliadas dos quatro compostos afetou a viabilidade das linhagens celulares. O ensaio de eficiência clonogênica mostrou que apenas uma concentração de 3,8 mM consegue reduzir significativamente a viabilidade na linhagem V79, mostrando o AGQ4 como um composto seguro para o uso in vitro. Os ensaios de associação mostraram que os quatro compostos têm efeito citoprotetor significativo na linhagem HepG2, contra mercúrio e chumbo a exceção do AGQ3 que em concentração de 100 ?M não mostrou proteger contra o chumbo. Por outro lado, os compostos não foram ativos contra o mercúrio na linhagem PC12, mostrando efeito contrário, pois os tratamentos metal-composto diminuíram a viabilidade em comparação com os tratamentos só com o metal. Apenas nas concentrações de 1 e 10 ?M se evidenciou efeito protetor dos compostos contra o chumbo. Em geral também foi observado um efeito de menor atividade na maior concentração do composto, que pode estar relacionado ao efeito pró-tóxico que alguns polifenóis apresentam em concentrações maiores. Tanto os flavonoides quanto os derivados galoilquínicos isolados de C. langsdorffii se mostraram com potencial na citoproteção contra a exposição ao chumbo e ao mercúrioThe Copaifera plants, better known as \"copaibeira\", are tropical trees recognized by the production of an oleoresin extracted from the tree trunk, which has been used for more than 500 years in traditional folk medicine. Among the most abundant species in Brazil is Copaifera langsdorffii L., which in its leaves have a large number of phenolic compounds with potential biological activity as antioxidant. Then, this study aimed to isolate compounds of the classes of flavonoids and galloylquinic derivatives present in the leaves of C. langsdorffii and to investigate their possible cytoprotective effects against heavy metal poisoning. The hydroalcoholic extract of the leaves was obtained and submitted to liquid-liquid partitions. The ethyl acetate fraction was subjected to high-speed countercurrent chromatography (HSCCC), and the fraction in n-butanol was subjected to Sephadex gel exclusion chromatography. Two flavonoids (quercitrin and afzelin) from the ethyl acetate fraction and ten galloylquinic derivatives of n-butanolic fraction were isolated and identified by NMR, using semi-preparative high performance liquid chromatography (CLAE-UV). Flavonoids and two galloylquinic acids (AGQ3 and AGQ4) were evaluated in alamar blue cytotoxicity assays in HepG2 cell lines (human hepatocarcinoma cells) and PC12 (rat adrenal pheochromocytoma cells), in three different concentrations (1, 10 and 100 ?M) for 24 h. The safety of compound AGQ4 was also assessed by the clonogenic efficiency assay against V79 (Chinese hamster lung) cell line. Once was proved that compound concentrations did not affect cell viability, association assays were performed by one hour pre-treatments of the compounds for further exposure to toxic doses of the metals. Cytotoxicity assays demonstrated that none of the evaluated concentrations of the four compounds affected the viability of the cell lines. The clonogenic efficiency assay showed that only a concentration of 3.8 mM of AGQ4 can significantly reduce viability in the normal cell line, showing the galloylquinic derivative as a highly safe compound for in vitro use. The association assays showed that the four compounds have a significant cytoprotective effect for the HepG2 cell line against Hg and Pb, except for AGQ3 which at 100 ?M concentration did not show protection against lead. Also the compounds did not show activity against Hg in the cell line PC12 and, in addition, they gave the opposite effect by decreasing cell viability in comparison with the treatments with only the metal. Only the concentrations of 1 and 10 ?M showed a protective effect of the compounds against lead. In general, a lower activity effect was also observed at the higher concentrations of the compounds, which may be related to the protoxic effect of some phenolic compounds. Both flavonoids and galloylquinic acid derivative compounds showed potential on the cytoprotection for exposure to lead and methylmercury.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBastos, Jairo KenuppMejia, Jennyfer Andrea Aldana2017-09-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60138/tde-23112017-144036/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-11-23T13:00:09Zoai:teses.usp.br:tde-23112017-144036Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-11-23T13:00:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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