A perlaboração da contratransferência e o processo de alucinação do psicanalista como recursos das construções em análise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-19042018-145618/ |
Resumo: | A questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólica |
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A perlaboração da contratransferência e o processo de alucinação do psicanalista como recursos das construções em análiseNot informed by the authorAesthetic of the psychoanalytic clinicAlucinação do psicanalistaConstruções em análiseConstructions in the analysisEstética da clínica psicanalíticaHallucination of the psychoanalystMetapsicologia do psicanalistaMetapsychology of the psychoanalystPerlaboração da contratransferênciaPerlaboration of the countertransferenceA questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólicaThe question that originated this research arose from the clinic, field of investigation and heartland of work of the psychoanalyst. When observing the change in psychic constellations that are appearing in the practice, and verifying the limits that the classical technique imposes to the psychoanalytical´s listening, it became necessary to know other theories and techniques that would allow the amplification of the clinical sensitivity, seeking, via countertransference, a way of listening to the psychic contents of patients with failure in the process of symbolization.The research work aimed at developing and sustaining the thesis that the perlaboration of the countertransference can be an important resource that makes available to the analytical work the material necessary to perform constructions in analysis of thing representations. The arguments are constructed in three stages: approximation of the concepts of countertransference and perlaboration, underpinning the first proposition of the thesis of perlaboration of countertransference; presentation of the theoretical contributions on the concept of countertransference, developed by post-Freudian authors, and description of psychoanalytic work, throwing light on the analyst\'s metapsychology, precisely composed by the psychic processes involved in the perlaboration of countertransference, namely, empathy, projective identification in its communicative and rêverie forms.We understand that these three concepts working together allow us to underpin the aesthetic dimension of countertransference, which, through the work of the analyst, provides material to achieve the necessary figurability of primary symbolizations. This is the last step of the thesis, which is to underpin the proposition that the perlaboration of the countertransference is a sine qua non stage of the constructions in the analysis. The work model that we propose as a paradigm for this way of psychoanalysis is Gradiva\'s, who finds in its own hallucination the form of recalling and perlaboration of the representational chains interrupted in the psychism of Hanold. The arguments were developed from the following clinical histories of well-known authors in psychoanalysis: the Man of the Wolves, the analysis of Margareth Little with Winnicott, the case of mutual analysis of Elizabeth Severn and, finally, Didier case of the psychoanalyst Julia Kristeva.The course led us to contribute with the scientific field since three points: to comprehend how the psychoanalyst achieves this work; to elevate countertransference to an aesthetic dimension, which aims to give form and meaning when there are flaws in these aspects in the analysand, and, above all, to recover the concept of hallucination as a process of recalling, which is understood as the matrix of symbolic creationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKupermann, DanielDallazen, Lizana2017-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-19042018-145618/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-19042018-145618Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólica |
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