Câncer e poluição do ar relacionada ao tráfego veicular no município de São Paulo: análise espacial em pequenas áreas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-14062018-123942/ |
Resumo: | Introdução: A poluição do ar relacionada ao tráfego veicular é um grave problema nos centros urbanos, expondo parcela considerável da população ao risco de efeitos adversos à saúde. Estudos epidemiológicos e toxicológicos têm encontrado evidências que associam a exposição aos poluentes do tráfego veicular e a incidência de câncer. Objetivo: Realizar uma análise espacial dos casos de cânceres do trato respiratório e hematológico e de sua relação com a densidade de tráfego veicular no município de São Paulo. Métodos: Foram utilizados os dados de três bases distintas: dados de incidência de câncer do Registro de Câncer de Base Populacional do Município de São Paulo (RCBP) de 2002 a 2011; dados de internações hospitalares por câncer do sistema público e particular de 2004 a 2006; dados de mortalidade por neoplasias do Sistema de Informação de Mortalidade de 2002 a 2013, da Secretaria Municipal de Saúde. Para a avaliação da exposição foi utilizada a densidade de tráfego veicular e, como indicador de status socioeconômico, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Foram utilizadas como unidade espacial as áreas de ponderação do Censo 2010 e uma grade de 500m x 500m. Mediante um modelo ecológico de Besag-York-Mollié foi avaliada a variabilidade espacial do risco de incidência, internação hospitalar e mortalidade por câncer do aparelho respiratório e hematológico, sendo os resultados expressos em termos de risco relativo (RR). Utilizou-se também um modelo de regressão Binomial Negativo e Poisson para quantificar a associação do desfecho estudado às categorias crescentes de exposição à densidade de tráfego obtendo-se estimativas da razão da taxa de incidência (IRR). Resultados: A variabilidade espacial do risco foi influenciada pelas covariáveis padronizadas: densidade de tráfego veicular e IDHM. Para cada aumento de um desvio padrão da densidade de tráfego obteve-se um RR= 1,07 (IC 95%: 1,02-1,13), RR= 1,09 (CI 95%: 1,02-1,15) e RR= 1,04 (CI 95%: 0,99-1,09), para incidência, internação hospitalar e mortalidade por câncer do aparelho respiratório para indivíduos > 20 anos de idade, respectivamente. Para a incidência de câncer hematológico em jovens obteve-se um RR= 1,09 (IC 95%: 1,00-1,18) para este mesmo aumento da densidade de tráfego. A avaliação da exposição por categorias crescentes de densidade de tráfego evidenciou um claro e significante gradiente de exposição-resposta para incidência e mortalidade por câncer respiratório em regiões com baixo IDHM, independente do sexo analisado. Na categoria mais alta de densidade de tráfego, homens de regiões com baixo IDHM apresentaram IRR= 3,29 (IC 95%: 2.34-4,64) comparado a IRR= 1,18 (IC 95%: 1,03-1,36) referente aos homens de regiões com alto IDHM. Conclusões: Os resultados mostraram uma associação positiva significante entre residir em áreas com alta densidade de tráfego e incidência, internação hospitalar e mortalidade por câncer respiratório em > 20 anos e incidência de câncer hematológico em indivíduos jovens. As pessoas de baixo status socioeconômico, embora não residam em áreas de maior exposição aos poluentes do tráfego, sofreram mais os efeitos da poluição do ar, provavelmente devido a fatores de vulnerabilidade. |
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Câncer e poluição do ar relacionada ao tráfego veicular no município de São Paulo: análise espacial em pequenas áreasCancer and traffic-related air pollution in São Paulo: spatial analysis in small areas unitsAir PollutionAnálise BayesianaBayesian AnalysisEmissões VeicularesHematologic NeoplasmsNeoplasias do Sistema RespiratórioNeoplasias HematológicasPoluição do ArRespiratory Tract NeoplasmsVehicle EmissionsIntrodução: A poluição do ar relacionada ao tráfego veicular é um grave problema nos centros urbanos, expondo parcela considerável da população ao risco de efeitos adversos à saúde. Estudos epidemiológicos e toxicológicos têm encontrado evidências que associam a exposição aos poluentes do tráfego veicular e a incidência de câncer. Objetivo: Realizar uma análise espacial dos casos de cânceres do trato respiratório e hematológico e de sua relação com a densidade de tráfego veicular no município de São Paulo. Métodos: Foram utilizados os dados de três bases distintas: dados de incidência de câncer do Registro de Câncer de Base Populacional do Município de São Paulo (RCBP) de 2002 a 2011; dados de internações hospitalares por câncer do sistema público e particular de 2004 a 2006; dados de mortalidade por neoplasias do Sistema de Informação de Mortalidade de 2002 a 2013, da Secretaria Municipal de Saúde. Para a avaliação da exposição foi utilizada a densidade de tráfego veicular e, como indicador de status socioeconômico, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Foram utilizadas como unidade espacial as áreas de ponderação do Censo 2010 e uma grade de 500m x 500m. Mediante um modelo ecológico de Besag-York-Mollié foi avaliada a variabilidade espacial do risco de incidência, internação hospitalar e mortalidade por câncer do aparelho respiratório e hematológico, sendo os resultados expressos em termos de risco relativo (RR). Utilizou-se também um modelo de regressão Binomial Negativo e Poisson para quantificar a associação do desfecho estudado às categorias crescentes de exposição à densidade de tráfego obtendo-se estimativas da razão da taxa de incidência (IRR). Resultados: A variabilidade espacial do risco foi influenciada pelas covariáveis padronizadas: densidade de tráfego veicular e IDHM. Para cada aumento de um desvio padrão da densidade de tráfego obteve-se um RR= 1,07 (IC 95%: 1,02-1,13), RR= 1,09 (CI 95%: 1,02-1,15) e RR= 1,04 (CI 95%: 0,99-1,09), para incidência, internação hospitalar e mortalidade por câncer do aparelho respiratório para indivíduos > 20 anos de idade, respectivamente. Para a incidência de câncer hematológico em jovens obteve-se um RR= 1,09 (IC 95%: 1,00-1,18) para este mesmo aumento da densidade de tráfego. A avaliação da exposição por categorias crescentes de densidade de tráfego evidenciou um claro e significante gradiente de exposição-resposta para incidência e mortalidade por câncer respiratório em regiões com baixo IDHM, independente do sexo analisado. Na categoria mais alta de densidade de tráfego, homens de regiões com baixo IDHM apresentaram IRR= 3,29 (IC 95%: 2.34-4,64) comparado a IRR= 1,18 (IC 95%: 1,03-1,36) referente aos homens de regiões com alto IDHM. Conclusões: Os resultados mostraram uma associação positiva significante entre residir em áreas com alta densidade de tráfego e incidência, internação hospitalar e mortalidade por câncer respiratório em > 20 anos e incidência de câncer hematológico em indivíduos jovens. As pessoas de baixo status socioeconômico, embora não residam em áreas de maior exposição aos poluentes do tráfego, sofreram mais os efeitos da poluição do ar, provavelmente devido a fatores de vulnerabilidade.Introduction: Traffic-related air pollution is a serious problem in urban centers, exposing a considerable part of the population to the risk of adverse health effects. Epidemiological and toxicological studies have found evidence associating exposure to traffic pollutants and the incidence of cancer. Objective: To perform a spatial analysis of cases of respiratory and hematological cancers and its relation with traffic density in the city of São Paulo. Methods: Data from three different databases were used: cancer incidence data from the Population- Based Cancer Registry of the Municipality of São Paulo (RCBP) from 2002 to 2011; data from hospital admissions for cancer of the public and private system from 2004 to 2006; mortality data from the Mortality Information System (SIM) from 2002 to 2013, from the Municipal Health Department. The traffic density was used for exposure assessment, and the Municipal Human Development Index (MHDI) as an indicator of socioeconomic status. As a spatial unit, the weighting areas of the 2010 Census and a grid of 500 m x 500 m were used. The spatial variability of risk for incidence, hospital admission and mortality from respiratory and hematological cancers was assessed using an ecological model from Besag-York-Mollie. The results were expressed in terms of relative risk (RR). A Negative Binomial and Poisson regression model was used to quantify the association of the endpoint studied with the increasing categories of exposure to traffic density, obtaining estimates of the incidence rate ratio (IRR). Results: The spatial variability of the risk was influenced by the standardized covariates: traffic density and MHDI. For each increase of a standard deviation of the traffic density was obtained an RR = 1.07 (95% CI: 1.02-1.13), RR = 1.09 (95% CI: 1.02-1, 15) and RR = 1.04 (CI 95%: 0.99-1.09), for incidence, hospital admission and mortality from respiratory cancer, respectively, among individuals over 20 years of age. The RR = 1.09 (95% CI: 1.00-1.18) for this same increase in traffic density was obtained for the incidence of hematological cancer in youngsters. The exposure assessment by increasing categories of traffic density evidenced a clear and significant exposure-response gradient for incidence and mortality from respiratory cancer in regions with low MHDI, regardless of the sex analyzed. In the highest category of traffic density, men from regions with low MHDI regions presented IRR = 3.29 (95% CI: 2.34-4.64) compared to IRR = 1.18 (95% CI: 1.03-1, 36) for men from regions with high MHDI. Conclusions: The results showed a significant positive association between residing in areas with high traffic density and incidence, hospital admission and mortality from respiratory cancers in individuals over 20 years, and the incidence of hematological cancer in young individuals. People with low socioeconomic status, although not residing in areas of greater exposure to traffic pollutants, have been more affected by air pollution, probably due to vulnerability factors.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNardocci, Adelaide CassiaRibeiro, Adeylson Guimarães2018-05-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-14062018-123942/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-05-04T12:59:50Zoai:teses.usp.br:tde-14062018-123942Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-05-04T12:59:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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