A jornada do paciente com apneia obstrutiva do sono: contribuições para a prática clínica e abordagem centrada na pessoa

• Autor(a) principal: Luccas, Gabriele Ramos de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-25012023-183421/
• topic: Apneia obstrutiva do sono; Assistência centrada no paciente; Fonoaudiologia; Language and hearing sciences; Obstructive; Patient-centered care; Pesquisa qualitativa; Qualitative research; Sleep apnea; Speech

Introdução: Os estudos sobre jornada de pacientes são importantes para evidenciar alguns aspectos em comum na trajetória dos pacientes e, consequentemente, estabelecer soluções para as problemáticas semelhantes. Assim, entende-se a importância dos avanços sobre pesquisas que compreendam as particularidades do processo de avaliação, diagnóstico e tratamento de pacientes com Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), principalmente aquelas que valorizem as perspectivas e experiências dos próprios pacientes frente as suas dificuldades, frustrações, e sucessos alcançados durante esse complexo processo. Por meio de busca em literatura, não foi possível localizar estudos prévios com esse enfoque. Objetivo: Explorar a jornada de pacientes com apneia obstrutiva do sono, considerando os processos de diagnóstico e tratamento. Métodos: Foram selecionados cinco participantes para o projeto, considerando-se como critérios de inclusão: adultos e idosos com idade a partir de 18 anos; fluência em português brasileiro; experiência com diagnóstico e/ou tratamento da AOS, considerando-se tratado em relação a sinais e sintomas; acesso a equipamento eletrônico com internet e endereço de e-mail para recebimento dos formulários. Aos participantes da pesquisa foi solicitado que realizassem o preenchimento e envio de questionários (Questionário de caracterização dos participantes; Escala de Sonolência de Epworth; Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh), os quais foram enviados por e-mail e respondidos via Google Forms. Após esta etapa, todos os participantes foram submetidos individualmente a uma entrevista semiestruturada, realizada online via Google Meets. O conteúdo das entrevistas foi transcrito por um profissional da área, e analisado por meio de análise temática, de maneira dedutiva, a partir da proposta de Braun e Clarke (2006). A análise dos dados seguiu as etapas de familiarização com os dados, geração de códigos iniciais, identificação e revisão dos temas. A análise foi conduzida por duas pesquisadoras, em consenso, de maneira dedutiva, ou seja, a partir de temas já estabelecidos em literatura. Para essa pesquisa foram selecionados estágios de jornada descritos em um estudo sobre pacientes com doenças não comunicáveis, sendo: conscientização; diagnóstico; tratamento; aderência e controle e remissão. Resultados: A amostra foi composta por três homens e duas mulheres, com média de idade de 56,6 anos. Os dados coletados para caracterização da amostra mostraram determinadas similaridades entre os participantes, o que já indicou semelhanças na jornada percorrida. Após a transcrição do conteúdo das entrevistas, as etapas de análise propostas na metodologia foram seguidas em consenso pelas duas avaliadoras, identificando 25 códigos, os quais foram designados a cada um dos cinco temas previamente estabelecidos. Em relação aos facilitadores e dificultadores citados nas entrevistas, de maneira geral, verificou-se que a maioria dos motivadores em relação a busca por tratamento são extrínsecos, principalmente relacionados as queixas dos parceiros de quarto e rede de apoio criada com os profissionais do caso, enquanto que o maior dificultador relacionou-se a dificuldade na comunicação do paciente com os profissionais da saúde ao longo da vida. Conclusão: A jornada de pacientes com AOS possui aspectos em comum, considerando as etapas de conscientização, diagnóstico, tratamento, aderência e controle e remissão. Os facilitadores mais encontrados nessa amostra relacionaram-se a fatores extrínsecos, e os dificultadores a dificuldades na comunicação entre paciente e profissional.