Consumo e poupança: uma analise a nível de proprietários agrícolas da região de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Lenildo Fernandes
Data de Publicação: 1971
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-153546/
Resumo: Este estudo procurou verificar os fatores que influem nos gastos em consumo a nível de proprietários agrícolas dos municípios de Guaíra, Jardinopólis e Sales de Oliveira na região de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, bem como identificar os níveis de formação de poupanças potencial e residual. Um dos principais objetivos foi verificar o processo de formação de capital na região, na medida em que esta apresenta uma agricultura em transformação de tradicional para moderna. Foram utilizados no estudo informações referentes a 130 propriedades agrícolas, representando 9% das propriedades dos três municípios analisados, que na sua maior parte se dedicam à linhas de exploração diversas. As informações básicas foram obtidas a partir de dados primários referentes à pesquisa sobre Formação de Capital desenvolvida na região pela Ohio State University em convênio com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo. Para analisar os fatores determinantes dos gastos em consumo, construímos uma Função Consumo, utilizando oito variáveis independentes, quais sejam: renda líquida em dinheiro, ativos reais, ativos líquidos, produção autoconsumida, tamanho da família, escolaridade, crédito e investimentos não-agrícolas no período. Utilizamos dois modelos, um linear e outro logarítmico, procurando verificar aquele que melhor se adequava análise da Função Consumo. Tais modelos foram ajustados para toda a amostra e para três estratos de renda líquida, de forma a verificarmos o comportamento do consumo e dos fatores que o determinavam, à medida que nos deslocávamos das rendas mais baixas para as mais altas. Construímos, também, um quadro de referência para verificação das poupanças potencial e residual, já desenvolvido por Denney (1970) em estudo para propriedades agrícolas da região sul do Brasil. Tanto no caso de toda a amostra como no caso dos dados estratificados por níveis de renda líquida, verificamos um melhor adequamento do modelo logarítmico para o da Função Consumo. Embora quando utilizamos dados estratificados por renda líquida os valores dos coeficientes de determinação fossem maiores para o modelo linear, existiu sempre uma maior consistência, em termos dos fatores determinantes do consumo, para os modelos logarítmicos, quando eram considerados os aspectos teóricos ligados ao problema. Verificamos que foram mais significativos na determinação dos gastos em consumo as variáveis ativos reais, tamanho da família e renda líquida. Encontramos também um alto grau de dependência das variáveis renda líquida e crédito em relação à variável ativos reais. Os parâmetros das variáveis produção autoconsumida e investimentos não-agrícolas no período, na maioria dos casos, embora não fossem significativamente diferentes de zero, mantiveram-se com sinal negativo, como era de esperar. As demais variáveis não mostraram, na maioria das vezes, ter influência significativa sobre o consumo. Para analisar a influência da multicolinearidade, ajustamos os modelos já referidos sem a presença da variável ativos reais, manifestando-se, na maioria das vezes, uma elevação dos valores dos coeficientes das variáveis renda líquida e crédito. Ficou evidenciada uma tendência decrescente da propensão marginal a consumir à medida que a renda aumentava, embora se mantivesse a níveis baixos, devido, em parte, à subestimação causada pele existência de erros associados à variável renda líquida, e também, devido à influência da multicolinearidade. Tem sido evidenciado, no entanto, que a PMC para o setor agrícola é mais baixa que para o setor urbano. 29/ Um dos fatos importantes a ser destacado é a predominância da variável ativos reais na explicação dos gastos em consumo. Além de ter se mantido a mais significativa, ela estava bastante correlacionada, como era de esperar, com os níveis de renda dos proprietários, bem como com a obtenção de crédito, na medida em que este mantém uma relação direta com os ativos reais. A variável tamanho da família assumiu também bastante importância em nível de proprietários agrícolas, refletindo que os gastos que se colocam a nível de primeira necessidade e que se vinculam ao número de pessoas na família, são importantes componentes do consumo global. Quanto à análise da formação de poupanças na região, construímos nove estratos de renda líquida, calculando as poupanças potencial e residual, sempre em termos médios, a partir da renda da líquida média de cada estrato. Verificamos que, embora uma parcela razoável dos empresários esteja fazendo novos investimentos, o que pressupõe a modernização da atividade agrícola, 62% das propriedades da amostra não geram renda suficiente para fazer face às suas despesas de consumo e reposição de capital, sofrendo um processo de descapitalização, mesmo se levarmos em conta o fluxo de crédito obtido, que não atende a todas as necessidades das pequenas propriedades. No entanto, encontramos uma obtenção de crédito bastante alta por parte de 29% dos proprietários que têm renda acima de Cr$ 23.000,00, suficiente para cobrir suas despesas de consumo, depreciação e novos investimentos. Cremos que esteja se verificando, nos municípios analisados, um processo de concentração de propriedades, induzido em parte pelo próprio mecanismo de concessão de crédito. Senão, vejamos: as propriedades com rendas inferiores a Cr$ 16.000,00 estão sofrendo um processo de descapitalização em relação à renda gerada. As taxas de novos investimentos a partir dessa renda são relativamente altas, refletindo, na medida em que há uma relação entre renda líquida e ativos reais, o papel do crédito como indutor de tal processo, pois, a posse de ativos reais implica em rendas altas. Com rendas altas o proprietário depende menos do crédito para gastos em consumo, depreciação e novos investimentos. No entanto, a concessão de crédito está relacionada a posse de ativos reais e, sendo o crédito subsidiado, ele favorece o processo de concentração, através, possivelmente, entre outros fatores, da compra do fator de produção terra dos pequenos pelos grandes proprietários. 30/ Mesmo considerando o processo de descapitalização, a formação de capital é relativamente alta na região e, apesar dos novos investimentos, 29% das propriedades da amostra, que têm renda superior a Cr$ 23.000,00 estão capacitadas a liberar um montante significativo de recursos para os setores não-agrícolas. Verifica-se que a maior parte do crédito obtido destina-se ao financiamento das despesas de custeio, sendo baixo - à exceção do último estrato - o volume de crédito para novos investimentos. Logo, uma grande parte desses novos investimentos está sendo realizada com recursos próprios. Por último, lembraríamos que uma reformulação do sistema de concessão de crédito ao setor, deveria ser um dos principais objetivos de política econômica, já que ó crédito subsidiado tem beneficiado na maior parte dos casos aos proprietários que menos dependem de tal incentivo. 29/ Ver Shepherd (1963). 30/ Em estudos preliminares verificamos existir uma relação positiva entre renda líquida. e tamanho da propriedade.
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As informações básicas foram obtidas a partir de dados primários referentes à pesquisa sobre Formação de Capital desenvolvida na região pela Ohio State University em convênio com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo. Para analisar os fatores determinantes dos gastos em consumo, construímos uma Função Consumo, utilizando oito variáveis independentes, quais sejam: renda líquida em dinheiro, ativos reais, ativos líquidos, produção autoconsumida, tamanho da família, escolaridade, crédito e investimentos não-agrícolas no período. Utilizamos dois modelos, um linear e outro logarítmico, procurando verificar aquele que melhor se adequava análise da Função Consumo. Tais modelos foram ajustados para toda a amostra e para três estratos de renda líquida, de forma a verificarmos o comportamento do consumo e dos fatores que o determinavam, à medida que nos deslocávamos das rendas mais baixas para as mais altas. Construímos, também, um quadro de referência para verificação das poupanças potencial e residual, já desenvolvido por Denney (1970) em estudo para propriedades agrícolas da região sul do Brasil. Tanto no caso de toda a amostra como no caso dos dados estratificados por níveis de renda líquida, verificamos um melhor adequamento do modelo logarítmico para o da Função Consumo. Embora quando utilizamos dados estratificados por renda líquida os valores dos coeficientes de determinação fossem maiores para o modelo linear, existiu sempre uma maior consistência, em termos dos fatores determinantes do consumo, para os modelos logarítmicos, quando eram considerados os aspectos teóricos ligados ao problema. Verificamos que foram mais significativos na determinação dos gastos em consumo as variáveis ativos reais, tamanho da família e renda líquida. Encontramos também um alto grau de dependência das variáveis renda líquida e crédito em relação à variável ativos reais. Os parâmetros das variáveis produção autoconsumida e investimentos não-agrícolas no período, na maioria dos casos, embora não fossem significativamente diferentes de zero, mantiveram-se com sinal negativo, como era de esperar. As demais variáveis não mostraram, na maioria das vezes, ter influência significativa sobre o consumo. Para analisar a influência da multicolinearidade, ajustamos os modelos já referidos sem a presença da variável ativos reais, manifestando-se, na maioria das vezes, uma elevação dos valores dos coeficientes das variáveis renda líquida e crédito. Ficou evidenciada uma tendência decrescente da propensão marginal a consumir à medida que a renda aumentava, embora se mantivesse a níveis baixos, devido, em parte, à subestimação causada pele existência de erros associados à variável renda líquida, e também, devido à influência da multicolinearidade. Tem sido evidenciado, no entanto, que a PMC para o setor agrícola é mais baixa que para o setor urbano. 29/ Um dos fatos importantes a ser destacado é a predominância da variável ativos reais na explicação dos gastos em consumo. Além de ter se mantido a mais significativa, ela estava bastante correlacionada, como era de esperar, com os níveis de renda dos proprietários, bem como com a obtenção de crédito, na medida em que este mantém uma relação direta com os ativos reais. A variável tamanho da família assumiu também bastante importância em nível de proprietários agrícolas, refletindo que os gastos que se colocam a nível de primeira necessidade e que se vinculam ao número de pessoas na família, são importantes componentes do consumo global. Quanto à análise da formação de poupanças na região, construímos nove estratos de renda líquida, calculando as poupanças potencial e residual, sempre em termos médios, a partir da renda da líquida média de cada estrato. Verificamos que, embora uma parcela razoável dos empresários esteja fazendo novos investimentos, o que pressupõe a modernização da atividade agrícola, 62% das propriedades da amostra não geram renda suficiente para fazer face às suas despesas de consumo e reposição de capital, sofrendo um processo de descapitalização, mesmo se levarmos em conta o fluxo de crédito obtido, que não atende a todas as necessidades das pequenas propriedades. No entanto, encontramos uma obtenção de crédito bastante alta por parte de 29% dos proprietários que têm renda acima de Cr$ 23.000,00, suficiente para cobrir suas despesas de consumo, depreciação e novos investimentos. Cremos que esteja se verificando, nos municípios analisados, um processo de concentração de propriedades, induzido em parte pelo próprio mecanismo de concessão de crédito. Senão, vejamos: as propriedades com rendas inferiores a Cr$ 16.000,00 estão sofrendo um processo de descapitalização em relação à renda gerada. As taxas de novos investimentos a partir dessa renda são relativamente altas, refletindo, na medida em que há uma relação entre renda líquida e ativos reais, o papel do crédito como indutor de tal processo, pois, a posse de ativos reais implica em rendas altas. Com rendas altas o proprietário depende menos do crédito para gastos em consumo, depreciação e novos investimentos. No entanto, a concessão de crédito está relacionada a posse de ativos reais e, sendo o crédito subsidiado, ele favorece o processo de concentração, através, possivelmente, entre outros fatores, da compra do fator de produção terra dos pequenos pelos grandes proprietários. 30/ Mesmo considerando o processo de descapitalização, a formação de capital é relativamente alta na região e, apesar dos novos investimentos, 29% das propriedades da amostra, que têm renda superior a Cr$ 23.000,00 estão capacitadas a liberar um montante significativo de recursos para os setores não-agrícolas. Verifica-se que a maior parte do crédito obtido destina-se ao financiamento das despesas de custeio, sendo baixo - à exceção do último estrato - o volume de crédito para novos investimentos. Logo, uma grande parte desses novos investimentos está sendo realizada com recursos próprios. Por último, lembraríamos que uma reformulação do sistema de concessão de crédito ao setor, deveria ser um dos principais objetivos de política econômica, já que ó crédito subsidiado tem beneficiado na maior parte dos casos aos proprietários que menos dependem de tal incentivo. 29/ Ver Shepherd (1963). 30/ Em estudos preliminares verificamos existir uma relação positiva entre renda líquida. e tamanho da propriedade.This study attempted to identify the factors that influence consumption expenditures at the farm level in the municipios of Guaíra, Jardinópolis and Sales de Oliveira in the Ribeirão Preto region of the State of São Paulo, as well as to identify the levels of potential and residual savings. One of the main objectives was to examine the capital formation process in that region, where agriculture is changing from traditional to modern. In this study we utilized data pertaining to 130 farms, representing 9% of the total farms in the three municipios analyzed, most of which are highly diversified in their farming activities. The basic information was obtained from primary data collected in a study of capital formation conducted in that region on a contract between the Ohio State University and the Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” of the University of São Paulo. In order to analyze the factors that determine consumption expenditures, we constructed a Consumption Function, utilizing eight independent variables, as follows: net cash income, real assets, liquid assets, production for home consumption, size of family, level of education, credit, and non-agricultural investments made during the period of time. We utilized two models - linear and logarithmic - in an attempt to ascertain which was the most appropriate for analysis of the Consumption Function. These models were adjusted for the whole sample and for three strata of net income, in order to examine the consumption behavior and the behavior of the factors that determine consumption as we moved from the lower to the higher income groups. We also constructed a reference table similar to that developed by Denney (1970) in a study for farms in the southern region of Brazil to identify the saving potential and residual saving of these farms. In the case of the whole sample as well as in the case of the data stratified by levels of net income, we observed a better fit of the logarithmic model for the study of the Consumption Function. Even through when we utilized data stratified by net income, the values of the multiple determination coefficient were higher for the linear model, there always occurred a greater consistency of results in terms of the factors which determine consumption for the logarithmic models when the theoretical aspects associated with the problem were considered. The most significant variables in the determination of the consumption expenditures were real assets, size of family and net income. We also found a high degree of dependency of the variable net income and credit received in relation to the variable real assets. Although the parameters of the variables production for home consumption and non-agricultural investments during that period of time in most cases were not significantly different from zero, they maintained the negative sign which was expected. The other variables usually did not have a significant influence over consumption. In order to analyze the influence of multicollinearity, we adjusted the same two models by eliminating the variable real assets, which in most cases increased the coefficient for the variables net income and credit received. The marginal propensity to consume had a tendency to decline as income decreased, even though it remained at low absolute levels, due, in part, to underestimation caused by the existence of erros in measuring the variable net income, and also due to the influence of multicollinearity. It has been shown however, that the MPC is lower for the agricultural sector than the urban sector. 29/ An important fact to be pointed out is the predominance of the variable real assets in explaining consumption expenditures. In addition to being the most significant, as expected, it was correlated to the income level of the farmers, as well as to acquisition of credit to the extent that credit is directly related to real assets. The variable size of family was also important as the farm level which indicated that expenditures referring to articles of primary necessity which are related to the number of persons in the family are important components of the overall consumption. In reference to the analysis of savings formation in the region, we constructed nine income strata, calculating potential and residual savings, always in average terms, from the average net income of each stratum. We observed that, although a reasonable number of farmers are making new investments, which suggests modernization of the agricultural activity, 62% of the farms in the sample do not generate income sufficient to pay consumption expenditures and capital replacement, so they are suffering a decapitalization process. Even when we take into account the flow of credit obtained, it’s still does not meet all the needs of the small farms. However, we found a very high amount of credit obtained by 29% of the farmers who have income above Cr$23.000,00 sufficient to cover consumption expenditures, depreciation and new investments. We believe that the municipios analyzed are undergoing a farm concentration process, which is partly induced by the credit granting mechanism itself. The farms with an income of less than Cr$ 16.000,00 are undergoing a decapitalization process in relation to income generated. The rates of new investments from this income are relatively high, reflecting, to the extent that there is a relationship between net income and real assets, the role of credit as an inducer of such a process. Possession the real assets implies high income. With high income, the farmer depends less on credit for consumption, depreciation and new investments expenditures. However, credit granting is related to possession of real assets. If the credit is subsidized, it fosters greater concentration, possibly along with other factors through purchase of the production factor (land) from the small farmers by the large farmers. 30/ Even taking into account the decapitalization process, capital formation is relatively high in the region, and in spite of new investments, 29% of the sample farms that have an income higher than Cr$ 23.000,00 are able to release a significant amount of resources for the non-agricultural sectors. It was found that most of the credit obtained is used for operating expenses and, with the exception of the last stratum; the volume of credit for new investments is low. Thus, most of the new investments are being made with the farmer’s own capital. Lastly, we would suggest that a reformulation of the system of credit granting to this sector should be one of the main economic policy objectives, since subsidized credit has, in most cases, benefitted farmers who do not depend on such an incentive. 29/ See Shepherd (1963). 30/ In preliminary studies, a positive relationship was found to exist between net income and size of farm.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHoffmann, RodolfoSilva, Lenildo Fernandes1971-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-153546/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-03-14T21:08:02Zoai:teses.usp.br:tde-20240301-153546Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-03-14T21:08:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Para analisar os fatores determinantes dos gastos em consumo, construímos uma Função Consumo, utilizando oito variáveis independentes, quais sejam: renda líquida em dinheiro, ativos reais, ativos líquidos, produção autoconsumida, tamanho da família, escolaridade, crédito e investimentos não-agrícolas no período. Utilizamos dois modelos, um linear e outro logarítmico, procurando verificar aquele que melhor se adequava análise da Função Consumo. Tais modelos foram ajustados para toda a amostra e para três estratos de renda líquida, de forma a verificarmos o comportamento do consumo e dos fatores que o determinavam, à medida que nos deslocávamos das rendas mais baixas para as mais altas. Construímos, também, um quadro de referência para verificação das poupanças potencial e residual, já desenvolvido por Denney (1970) em estudo para propriedades agrícolas da região sul do Brasil. Tanto no caso de toda a amostra como no caso dos dados estratificados por níveis de renda líquida, verificamos um melhor adequamento do modelo logarítmico para o da Função Consumo. Embora quando utilizamos dados estratificados por renda líquida os valores dos coeficientes de determinação fossem maiores para o modelo linear, existiu sempre uma maior consistência, em termos dos fatores determinantes do consumo, para os modelos logarítmicos, quando eram considerados os aspectos teóricos ligados ao problema. Verificamos que foram mais significativos na determinação dos gastos em consumo as variáveis ativos reais, tamanho da família e renda líquida. Encontramos também um alto grau de dependência das variáveis renda líquida e crédito em relação à variável ativos reais. Os parâmetros das variáveis produção autoconsumida e investimentos não-agrícolas no período, na maioria dos casos, embora não fossem significativamente diferentes de zero, mantiveram-se com sinal negativo, como era de esperar. As demais variáveis não mostraram, na maioria das vezes, ter influência significativa sobre o consumo. Para analisar a influência da multicolinearidade, ajustamos os modelos já referidos sem a presença da variável ativos reais, manifestando-se, na maioria das vezes, uma elevação dos valores dos coeficientes das variáveis renda líquida e crédito. Ficou evidenciada uma tendência decrescente da propensão marginal a consumir à medida que a renda aumentava, embora se mantivesse a níveis baixos, devido, em parte, à subestimação causada pele existência de erros associados à variável renda líquida, e também, devido à influência da multicolinearidade. Tem sido evidenciado, no entanto, que a PMC para o setor agrícola é mais baixa que para o setor urbano. 29/ Um dos fatos importantes a ser destacado é a predominância da variável ativos reais na explicação dos gastos em consumo. Além de ter se mantido a mais significativa, ela estava bastante correlacionada, como era de esperar, com os níveis de renda dos proprietários, bem como com a obtenção de crédito, na medida em que este mantém uma relação direta com os ativos reais. A variável tamanho da família assumiu também bastante importância em nível de proprietários agrícolas, refletindo que os gastos que se colocam a nível de primeira necessidade e que se vinculam ao número de pessoas na família, são importantes componentes do consumo global. Quanto à análise da formação de poupanças na região, construímos nove estratos de renda líquida, calculando as poupanças potencial e residual, sempre em termos médios, a partir da renda da líquida média de cada estrato. Verificamos que, embora uma parcela razoável dos empresários esteja fazendo novos investimentos, o que pressupõe a modernização da atividade agrícola, 62% das propriedades da amostra não geram renda suficiente para fazer face às suas despesas de consumo e reposição de capital, sofrendo um processo de descapitalização, mesmo se levarmos em conta o fluxo de crédito obtido, que não atende a todas as necessidades das pequenas propriedades. No entanto, encontramos uma obtenção de crédito bastante alta por parte de 29% dos proprietários que têm renda acima de Cr$ 23.000,00, suficiente para cobrir suas despesas de consumo, depreciação e novos investimentos. Cremos que esteja se verificando, nos municípios analisados, um processo de concentração de propriedades, induzido em parte pelo próprio mecanismo de concessão de crédito. Senão, vejamos: as propriedades com rendas inferiores a Cr$ 16.000,00 estão sofrendo um processo de descapitalização em relação à renda gerada. As taxas de novos investimentos a partir dessa renda são relativamente altas, refletindo, na medida em que há uma relação entre renda líquida e ativos reais, o papel do crédito como indutor de tal processo, pois, a posse de ativos reais implica em rendas altas. Com rendas altas o proprietário depende menos do crédito para gastos em consumo, depreciação e novos investimentos. No entanto, a concessão de crédito está relacionada a posse de ativos reais e, sendo o crédito subsidiado, ele favorece o processo de concentração, através, possivelmente, entre outros fatores, da compra do fator de produção terra dos pequenos pelos grandes proprietários. 30/ Mesmo considerando o processo de descapitalização, a formação de capital é relativamente alta na região e, apesar dos novos investimentos, 29% das propriedades da amostra, que têm renda superior a Cr$ 23.000,00 estão capacitadas a liberar um montante significativo de recursos para os setores não-agrícolas. Verifica-se que a maior parte do crédito obtido destina-se ao financiamento das despesas de custeio, sendo baixo - à exceção do último estrato - o volume de crédito para novos investimentos. Logo, uma grande parte desses novos investimentos está sendo realizada com recursos próprios. Por último, lembraríamos que uma reformulação do sistema de concessão de crédito ao setor, deveria ser um dos principais objetivos de política econômica, já que ó crédito subsidiado tem beneficiado na maior parte dos casos aos proprietários que menos dependem de tal incentivo. 29/ Ver Shepherd (1963). 30/ Em estudos preliminares verificamos existir uma relação positiva entre renda líquida. e tamanho da propriedade.
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