Evolução do transplante renal de pacientes com diferentes perfis de sensibilização contra o sistema HLA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Siqueira, Raquel Cruzeiro de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-22092022-162252/
Resumo: INTRODUÇÃO: Considerando-se a dificuldade de pacientes sensibilizados contra antígenos HLA em obter um doador, existe uma demanda para viabilizar seu acesso ao transplante renal. A evolução do transplante desses pacientes de alto risco imunológico, deve ser avaliada no contexto brasileiro. Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo comparar a sobrevida do receptor e a sobrevida do enxerto censurada para óbito, bem como os desfechos rejeição, função do enxerto, complicações infecciosas, cirúrgicas, hematológicas e neoplásicas, entre pacientes transplantados renais com painel zero, painel diferente de zero sem anticorpos doador específicos (ADEs) e com ADEs. MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente dados de 247 pacientes maiores de 18 anos, submetidos a transplante renal ABO compatível com doador vivo (DV) e doador falecido (DF) no Hospital Samaritano de São Paulo, entre janeiro de 2008 a dezembro de 2016. Os pacientes foram estratificados com base na reatividade contra painel de anticorpos (PRA) e presença de ADEs antes do transplante: grupo A (PRA = 0; 53%; n=131), grupo B (PRA 0, sem ADEs; 20%; n=50) e grupo C (PRA 0, com ADEs; 27%, n=66). RESULTADOS: A mediana de seguimento dos pacientes, censurada para óbito, foi de 51 meses (0 109). Durante o seguimento, ocorreram 24 óbitos (9,7% do total), sendo 9 óbitos no grupo A (38%), 7 no grupo B (29%) e 8 no grupo C (33%), p=ns. A principal causa de óbito foi infecção, sem diferença entre os grupos. A sobrevida de paciente, aos quatro anos, foi semelhante entre os grupos: 94 ± 2% para o grupo A, 87 ± 5% para o grupo B e 91 ± 4% para o grupo C (Log Rank, p = 0,1135). Perda de enxerto censurada para óbito ocorreu em 23 pacientes (9,3% do total), sendo 8 perdas no grupo A (35%), 7 no grupo B (30%) e 8 no grupo C (35%), p=ns. A principal causa de perda do enxerto censurada para óbito foi imunológica, sem diferença entre os grupos. A sobrevida do enxerto censurada para óbito, aos quatro anos, foi semelhante entre os grupos: 97 ± 2% para o grupo A, 90 ± 5% para o grupo B e 92 ± 4% para o grupo C (Log Rank, p = 0,1514). A taxa de rejeição mediada por células (RMC) foi de 23% no grupo A, 18% no grupo B e 32% no grupo C, p=ns. Os pacientes do grupo C apresentaram mais rejeição aguda mediada por anticorpos (RAMA), comparado aos grupos A e B: 30% vs. 1,5% e 4% (p = 0,000). O risco relativo para a associação entre RAMA e presença de ADEs foi de 14. A sobrevida de enxerto censurada para óbito aos 4 anos foi de 90% para os pacientes que não apresentaram RAMA vs. 96% para aqueles que tiveram RAMA (p=0,0025). A taxa de filtração glomerular estimada pela fórmula CKD-EPI, aos quatro anos, foi de 61 ± 21 ml/min/m2 no grupo A, 63 ± 19 ml/min/m2 no grupo B e 63 ± 26 ml/min/m2 no grupo C, p=ns. A taxa de proteinúria, aos quatro anos, foi de 41% no grupo A, 46% no grupo B e 41% no grupo C, p=ns. A média de infecções foi de 2,5 ± 2,6 no grupo A, 3 ± 3,4 no grupo B e 2,5 ± 2,3 no grupo C, p=ns. A taxa de infecção por CMV foi maior no grupo A, em comparação aos grupos B e C: 24% vs. 6% e 9%, p=0,003. A taxa de doença por CMV foi de 8% no grupo A, 10% no grupo B e 7% no grupo C, p=ns. Os pacientes do grupo C tiveram, em comparação aos grupos A e B, mais fístula urinária (17% vs. 6% e 4%, p=0,019), hematoma (32% vs. 15% e 18%, p=0,022) e sangramento (42% vs. 18% e 28%, p=0,001). Entre as complicações hematológicas, os pacientes do grupo C apresentaram mais leucopenia, em comparação aos grupos A e B (67% vs. 43% e 46%, p=0,006). Apenas sete pacientes (2,8%) apresentaram neoplasia durante o seguimento, sem diferença entre os grupos. CONCLUSÃO: A sobrevida de paciente e a sobrevida de enxerto censurada para óbito, aos 4 anos, foi semelhante entre os grupos. Quanto às complicações, os grupos foram semelhantes em relação a RMC, função do enxerto renal, infecções (bacterianas, fúngicas e virais), doença por CMV, anemia, plaquetopenia e pancitopenia, bem como neoplasia. Pacientes do grupo C apresentaram mais RAMA, mais FU, hematoma e sangramento, e mais leucopenia, em comparação aos grupos A e B. Pacientes do grupo A apresentaram mais infecção por CMV, em comparação aos grupos B e C
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Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo comparar a sobrevida do receptor e a sobrevida do enxerto censurada para óbito, bem como os desfechos rejeição, função do enxerto, complicações infecciosas, cirúrgicas, hematológicas e neoplásicas, entre pacientes transplantados renais com painel zero, painel diferente de zero sem anticorpos doador específicos (ADEs) e com ADEs. MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente dados de 247 pacientes maiores de 18 anos, submetidos a transplante renal ABO compatível com doador vivo (DV) e doador falecido (DF) no Hospital Samaritano de São Paulo, entre janeiro de 2008 a dezembro de 2016. Os pacientes foram estratificados com base na reatividade contra painel de anticorpos (PRA) e presença de ADEs antes do transplante: grupo A (PRA = 0; 53%; n=131), grupo B (PRA 0, sem ADEs; 20%; n=50) e grupo C (PRA 0, com ADEs; 27%, n=66). RESULTADOS: A mediana de seguimento dos pacientes, censurada para óbito, foi de 51 meses (0 109). Durante o seguimento, ocorreram 24 óbitos (9,7% do total), sendo 9 óbitos no grupo A (38%), 7 no grupo B (29%) e 8 no grupo C (33%), p=ns. A principal causa de óbito foi infecção, sem diferença entre os grupos. A sobrevida de paciente, aos quatro anos, foi semelhante entre os grupos: 94 ± 2% para o grupo A, 87 ± 5% para o grupo B e 91 ± 4% para o grupo C (Log Rank, p = 0,1135). Perda de enxerto censurada para óbito ocorreu em 23 pacientes (9,3% do total), sendo 8 perdas no grupo A (35%), 7 no grupo B (30%) e 8 no grupo C (35%), p=ns. A principal causa de perda do enxerto censurada para óbito foi imunológica, sem diferença entre os grupos. A sobrevida do enxerto censurada para óbito, aos quatro anos, foi semelhante entre os grupos: 97 ± 2% para o grupo A, 90 ± 5% para o grupo B e 92 ± 4% para o grupo C (Log Rank, p = 0,1514). A taxa de rejeição mediada por células (RMC) foi de 23% no grupo A, 18% no grupo B e 32% no grupo C, p=ns. Os pacientes do grupo C apresentaram mais rejeição aguda mediada por anticorpos (RAMA), comparado aos grupos A e B: 30% vs. 1,5% e 4% (p = 0,000). O risco relativo para a associação entre RAMA e presença de ADEs foi de 14. A sobrevida de enxerto censurada para óbito aos 4 anos foi de 90% para os pacientes que não apresentaram RAMA vs. 96% para aqueles que tiveram RAMA (p=0,0025). A taxa de filtração glomerular estimada pela fórmula CKD-EPI, aos quatro anos, foi de 61 ± 21 ml/min/m2 no grupo A, 63 ± 19 ml/min/m2 no grupo B e 63 ± 26 ml/min/m2 no grupo C, p=ns. A taxa de proteinúria, aos quatro anos, foi de 41% no grupo A, 46% no grupo B e 41% no grupo C, p=ns. A média de infecções foi de 2,5 ± 2,6 no grupo A, 3 ± 3,4 no grupo B e 2,5 ± 2,3 no grupo C, p=ns. A taxa de infecção por CMV foi maior no grupo A, em comparação aos grupos B e C: 24% vs. 6% e 9%, p=0,003. A taxa de doença por CMV foi de 8% no grupo A, 10% no grupo B e 7% no grupo C, p=ns. Os pacientes do grupo C tiveram, em comparação aos grupos A e B, mais fístula urinária (17% vs. 6% e 4%, p=0,019), hematoma (32% vs. 15% e 18%, p=0,022) e sangramento (42% vs. 18% e 28%, p=0,001). Entre as complicações hematológicas, os pacientes do grupo C apresentaram mais leucopenia, em comparação aos grupos A e B (67% vs. 43% e 46%, p=0,006). Apenas sete pacientes (2,8%) apresentaram neoplasia durante o seguimento, sem diferença entre os grupos. CONCLUSÃO: A sobrevida de paciente e a sobrevida de enxerto censurada para óbito, aos 4 anos, foi semelhante entre os grupos. Quanto às complicações, os grupos foram semelhantes em relação a RMC, função do enxerto renal, infecções (bacterianas, fúngicas e virais), doença por CMV, anemia, plaquetopenia e pancitopenia, bem como neoplasia. Pacientes do grupo C apresentaram mais RAMA, mais FU, hematoma e sangramento, e mais leucopenia, em comparação aos grupos A e B. Pacientes do grupo A apresentaram mais infecção por CMV, em comparação aos grupos B e CINTRODUCTION: Considering the difficulty of HLA antigen sensitized patients in obtaining a donor, there is a demand to enable their access to kidney transplantation. Transplant outcomes in patients at high immunological risk should be evaluated in the Brazilian context. Thus, the present study aims to compare recipient survival and death censored graft survival, and the following outcomes: rejection, graft function, infectious, as well as surgical, hematological and neoplastic complications, among renal transplant patients with panel reactive antibody (PRA) zero, PRA greater than zero without donor specific antibodies (DSA) and with DSA. METHODS: Data from 247 patients older than 18 years of age submitted to ABO-compatible kidney transplantation with living donor (LD) and deceased donor (DD) at Hospital Samaritano de São Paulo, between January 2008 and December 2016, were retrospectively analyzed. Patients were stratified based on PRA and presence of DSA before transplantation: group A (PRA = 0; 53%; n=131), group B (PRA 0, without DSA; 20%; n=50) and group C (PRA 0, with DSA; 27%, n=66). RESULTS: The median death-censored patient follow-up, was 51 months (0 - 109). During the follow-up, there were 24 deaths (9.7% of the total), 9 deaths in group A (38%), 7 in group B (29%) and 8 in group C (33%), p=ns. The main cause of death was infection, with no difference between groups. The 4-year patient survival rate was similar between groups: 94 ± 2% for group A, 87 ± 5% for group B and 91 ± 4% for group C (Log Rank, P = 0.1135). Death-censored loss of graft occurred in 23 patients (9.3% of the total), 8 losses in group A (35%), 7 in group B (30%) and 8 in group C (35%), P=ns. The main cause of death-censored graft loss was immunological, with no difference between groups. The 4-year death-censored graft survival rate was similar between groups: 97 ± 2% for group A, 90 ± 5% for group B and 92 ± 4% for group C (Log Rank, P = 0.1514). The cell-mediated rejection (CMR) rate was 23% for group A, 18% for group B and 32% for group C, P=ns. Patients in group C had more antibody-mediated rejection (AMR), compared to groups A and B: 30% vs. 1.5% and 4% (P = 0.000). The relative risk for AMR and DSA association was 14. The 4-year death-censored graft survival rate was 90% for patients who did not present AMR vs. 96% for those who experienced AMR (P=0.0025). The estimate of glomerular filtration rate was performed at 4 years, using the Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) equation, and was 61 ± 21 ml/min/m2 in group A, 63 ± 19 ml/min/m2 in group B and 63 ± 26 ml/min/m2 in group C, P=ns. Proteinuria rate at 4 years was 41% in group A, 46% in group B and 41% in group C, P=ns. The mean number of infections was 2.5 ± 2.6 in group A, 3 ± 3.4 in group B and 2.5 ± 2.3 in group C, P=ns. The rate of CMV infection was higher for group A compared to groups B and C: 24% vs. 6% and 9%, P=0.003. The rate of CMV disease was 8% for group A, 10% for group B and 7% for group C, P=ns. Group C patients had, compared to groups A and B, more urinary fistula (17% vs. 6% and 4%, P=0.019), hematoma (32% vs. 15% and 18%, P=0.022) and surgical bleeding (42% vs. 18% and 28%, P=0.001). Among hematological complications, group C patients presented more leukopenia compared to groups A and B (67% vs. 43% and 46%, P=0.006). Only seven patients (2.8%) presented neoplasia during follow-up, with no difference between groups. CONCLUSION: The 4-year patient survival and death-censored graft survival was similar between groups. Regarding complications, the groups were similar in CMR, renal graft function, infections (bacterial, fungal and viral), CMV disease, anemia, thrombocytopenia and pancytopenia, as well as neoplasia. Patients in group C presented more AMR, more urinary fistula, hematoma and surgical bleeding, and more leukopenia, compared to groups A and B. Patients in group A had more CMV infection compared to groups B and CBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCastro, Maria Cristina Ribeiro deSiqueira, Raquel Cruzeiro de2022-05-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-22092022-162252/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-09-23T12:51:53Zoai:teses.usp.br:tde-22092022-162252Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-09-23T12:51:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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