Desenvolvimento infantil a partir da perspectiva da psicologia do desenvolvimento evolucionista: um estudo de bebês filhos de mães com depressão pós-parto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucci, Tania Kiehl
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-08012014-084353/
Resumo: O vínculo afetivo mãe-bebê, que se cria desde as primeiras interações, afeta o desenvolvimento emocional da criança. A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno de humor que pode prejudicar a qualidade destas interações. Sendo o primeiro ano de vida um período em que o bebê está especialmente suscetível aos estímulos externos e totalmente dependente de cuidados, o objetivo da pesquisa relatada na dissertação de mestrado foi verificar o impacto da DPP no desenvolvimento neuropsicomotor em uma amostra representativa de crianças moradoras de uma região urbana da cidade de São Paulo, Brasil. Este estudo faz parte de um Projeto Temático FAPESP que teve por objetivo investigar os fatores de risco relacionados à DPP e sua influência no desenvolvimento das crianças ao longo de três anos. A Escala de Depressão Pós-parto de Edinburgh (EDPE) foi aplicada aos quatro e oito meses e o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês foi avaliado aos quatro (N=144), oito (N=127) e doze meses de vida (N=94), por itens baseados nos Testes Gesell e Amatruda, M-Chat, Denver e IRDI. Foram consideradas informações sobre a gestação, condições do parto e a avaliação neonatal obtidas nos prontuários do Hospital Universitário. A razão sexual no nascimento foi viesada no sentido de maior nascimento de meninas, o que é compatível com a Teoria de Trivers e Willard de viés da razão sexual por condições adversas. Aplicou-se uma análise de Regressão Logística aos dados de desenvolvimento, considerando-se no modelo a depressão pós-parto, o sexo, a idade e a frequência de creche. Os resultados mostraram que a depressão pós-parto materna foi um fator que prejudicou o desenvolvimento infantil nas avaliações realizadas aos oito e doze meses, mas não aos quatro meses. O sexo do bebê mostrou-se uma variável significativa. Aos oito meses os bebês do sexo masculino mostraram pior desempenho neuropsicomotor quando comparados aos bebês do sexo feminino. A literatura tem apontado nesta direção, evidenciando maior prejuízo dos meninos em função da depressão materna. Ao contrário do esperado, aos 12 meses as crianças que frequentavam creche mostraram pior desempenho quando comparadas às crianças que não frequentavam. A prevalência de DPP na amostra foi alta (26,7%) e os resultados sobre o desenvolvimento, preocupantes, apontando para a necessidade de políticas públicas de prevenção e intervenção precoce. Mesmo em condições adversas, podem surgir soluções criativas de grande impacto, a exemplo do método canguru. Além disso, os resultados desta investigação contribuem para o esforço multidisciplinar, relevante para o enfrentamento da questão da DPP
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spelling Desenvolvimento infantil a partir da perspectiva da psicologia do desenvolvimento evolucionista: um estudo de bebês filhos de mães com depressão pós-partoInfant development from the Evolutionary Developmental Psychology perspective: infants of postpartum depressed mothersDepressão pós-partoDesenvolvimento infantilEvolutionary PsychologyInfant DevelopmentMother-infant relationshipPostpartum depressionPsicologia evolucionistaRelações mãe-criançaO vínculo afetivo mãe-bebê, que se cria desde as primeiras interações, afeta o desenvolvimento emocional da criança. A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno de humor que pode prejudicar a qualidade destas interações. Sendo o primeiro ano de vida um período em que o bebê está especialmente suscetível aos estímulos externos e totalmente dependente de cuidados, o objetivo da pesquisa relatada na dissertação de mestrado foi verificar o impacto da DPP no desenvolvimento neuropsicomotor em uma amostra representativa de crianças moradoras de uma região urbana da cidade de São Paulo, Brasil. Este estudo faz parte de um Projeto Temático FAPESP que teve por objetivo investigar os fatores de risco relacionados à DPP e sua influência no desenvolvimento das crianças ao longo de três anos. A Escala de Depressão Pós-parto de Edinburgh (EDPE) foi aplicada aos quatro e oito meses e o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês foi avaliado aos quatro (N=144), oito (N=127) e doze meses de vida (N=94), por itens baseados nos Testes Gesell e Amatruda, M-Chat, Denver e IRDI. Foram consideradas informações sobre a gestação, condições do parto e a avaliação neonatal obtidas nos prontuários do Hospital Universitário. A razão sexual no nascimento foi viesada no sentido de maior nascimento de meninas, o que é compatível com a Teoria de Trivers e Willard de viés da razão sexual por condições adversas. Aplicou-se uma análise de Regressão Logística aos dados de desenvolvimento, considerando-se no modelo a depressão pós-parto, o sexo, a idade e a frequência de creche. Os resultados mostraram que a depressão pós-parto materna foi um fator que prejudicou o desenvolvimento infantil nas avaliações realizadas aos oito e doze meses, mas não aos quatro meses. O sexo do bebê mostrou-se uma variável significativa. Aos oito meses os bebês do sexo masculino mostraram pior desempenho neuropsicomotor quando comparados aos bebês do sexo feminino. A literatura tem apontado nesta direção, evidenciando maior prejuízo dos meninos em função da depressão materna. Ao contrário do esperado, aos 12 meses as crianças que frequentavam creche mostraram pior desempenho quando comparadas às crianças que não frequentavam. A prevalência de DPP na amostra foi alta (26,7%) e os resultados sobre o desenvolvimento, preocupantes, apontando para a necessidade de políticas públicas de prevenção e intervenção precoce. Mesmo em condições adversas, podem surgir soluções criativas de grande impacto, a exemplo do método canguru. Além disso, os resultados desta investigação contribuem para o esforço multidisciplinar, relevante para o enfrentamento da questão da DPPThe mother-infant bond, created from the earliest dyadic interactions, affects the infant emotional development. The postpartum depression (PPD) is a depressive disorder that can impair the quality of these interactions. During the first year of life the infant is particularly susceptible to external stimuli and totally dependent on parental care. The goal of the research reported in the dissertation was to investigate the impact of PPD on psychomotor development in a sample of children living in an urban area of the city of Sao Paulo, Brazil. This study is part of a FAPESP Thematic Project which aimed to investigate the risk factors related to Postpartum Depression (PPD) and its influence on children\'s development over the first three years of life. Mothers mental state was assessed by the Edinburgh Postpartum Depression Scale (EPDS) at four and eight months after delivery and neurodevelopmental milestones were evaluated at four (N = 144), eight (N = 127) and twelve months (N = 94) through items based on Gesell and Amatruda, M-Chat, Denver and IRDI. Information was also collected about pregnancy, birth and neonatal evaluation from University Hospital reports. The sex ratio was biased at birth in favor of girls, consistent with Trivers and Willard Theory that harsh environmental conditions affects sex-ratio. Data were analyzed through logistic regression, considering the influence of postpartum depression, sex, age and day-care support. The results showed that child development was negatively affected by maternal postpartum depression at eight and twelve months, but not at four months. The baby\'s sex was also significant. At eight month male babies had worse psychomotor performance when compared to female, in accordance with literature showing that boys of PPD mothers are at greater risk of poor development. Unlike expected, at 12 months children attending day-care service showed poorer performance when compared to children who stayed at home. The high prevalence of PPD in this population (26,7%) and the results of the developmental evaluation are worrying, pointing to the need for mental health public policies and early intervention. Even in adverse conditions high impact solutions can be created, as Kangaroo care method. Furthermore, the results of this research can contribute to a multidisciplinary effort, relevant to address issues related to depressionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOtta, EmmaLucci, Tania Kiehl2013-10-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-08012014-084353/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:02Zoai:teses.usp.br:tde-08012014-084353Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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