Estudo in vitro da influência da tensão na formação de lesões cervicais não cariosas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leal, Noélia Maria de Sousa
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23140/tde-17122013-161123/
Resumo: Embora se aceite que as lesões cervicais não cariosas tenham uma etiologia multifatorial, as contribuições relativas dos vários agentes etiológicos permanecem obscuras. O presente estudo propõe um modelo que simula a formação de lesões não cariosas em laboratório e estuda a influência específica de cada tipo de tensão no dano provocado ao esmalte e/ou à dentina. A face vestibular de incisivos bovinos foi cortada em forma de palito com 18 mm x 3 mm x 3 mm. Cada palito recebeu um entalhe na região cervical da parede voltada para a polpa, com o objetivo de direcionar a concentração de tensões para a junção esmalte-dentina. Os corpos de prova (n=108) protegidos com verniz ácido resistente, exceto numa faixa de 1,5 x 18 mm da superfície vestibular, foram divididos em dois grupos, um imerso em solução de ácido acético pH 4,5 e o outro imerso em água destilada. Cada grupo foi dividido em três subgrupos (n=18), dos quais, dois deles sofreram carregamento estático de 800gf em dobramento, um para provocar tração e outro para compressão na região da junção esmalte-cemento, e o terceiro não foi submetido a carregamento. Após 72h de ensaio os palitos foram lavados, desidratados e embebidos em resina acrílica. Em cada grupo de 18 espécimes, 06 foram cortados no sentido longitudinal e 12 no sentido transversal do palito, obtendo-se lamelas de 0,05 mm. As lamelas foram fotografadas em microscópio de luz, e foi medida a profundidade de perda e/ou desmineralização de dentina e esmalte. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância ANOVA, seguida pelo teste de Tukey com 5% de significância. Para comparações entre diferentes regiões do mesmo corpo de prova, foi utilizado o teste t pareado. Foi avaliada também a ocorrência de trincas e fraturas. Não foram encontrados danos nas lamelas dos palitos imersos em água destilada. Nos espécimes seccionados transversalmente a profundidade de desmineralização do esmalte sob tração foi de 158±18m, significativamente maior que a dos demais grupos (138±21m para sem carga e 129±16m para compressão). A profundidade de desmineralização e perda de dentina nos palitos submetidos à tração foi 186±23m, seguidos de 160±20m nos palitos sem carga e 140±27m nos palitos sob compressão. Nos cortes longitudinais foram realizadas medidas da profundidade de desmineralização do esmalte em três pontos: na junção esmalte-dentina (E1), a 3,5 mm (E2) e a 7,0 mm (E3) desta junção. A profundidade de desmineralização do esmalte nos espécimes sob tração foi significativamente maior na região cervical (E1) que nas demais regiões. Para os corpos de prova que sofreram compressão, as regiões E1 e E2 não apresentaram diferença significativa entre si, porém a região E3 teve desmineralização significantemente menor às outras. Nos corpos de prova sem tensão só houve diferença significativa entre os dois extremos (E1 e E3). Foram observadas trincas e fraturas no esmalte cervical apenas nos espécimes submetidos à tração. Parece lícito concluir que a tensão influi na ação do ácido sobre os tecidos dentários, sendo que a tração aumenta significativamente os danos e a compressão tende a reduzi-los.
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Os corpos de prova (n=108) protegidos com verniz ácido resistente, exceto numa faixa de 1,5 x 18 mm da superfície vestibular, foram divididos em dois grupos, um imerso em solução de ácido acético pH 4,5 e o outro imerso em água destilada. Cada grupo foi dividido em três subgrupos (n=18), dos quais, dois deles sofreram carregamento estático de 800gf em dobramento, um para provocar tração e outro para compressão na região da junção esmalte-cemento, e o terceiro não foi submetido a carregamento. Após 72h de ensaio os palitos foram lavados, desidratados e embebidos em resina acrílica. Em cada grupo de 18 espécimes, 06 foram cortados no sentido longitudinal e 12 no sentido transversal do palito, obtendo-se lamelas de 0,05 mm. As lamelas foram fotografadas em microscópio de luz, e foi medida a profundidade de perda e/ou desmineralização de dentina e esmalte. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância ANOVA, seguida pelo teste de Tukey com 5% de significância. Para comparações entre diferentes regiões do mesmo corpo de prova, foi utilizado o teste t pareado. Foi avaliada também a ocorrência de trincas e fraturas. Não foram encontrados danos nas lamelas dos palitos imersos em água destilada. Nos espécimes seccionados transversalmente a profundidade de desmineralização do esmalte sob tração foi de 158±18m, significativamente maior que a dos demais grupos (138±21m para sem carga e 129±16m para compressão). A profundidade de desmineralização e perda de dentina nos palitos submetidos à tração foi 186±23m, seguidos de 160±20m nos palitos sem carga e 140±27m nos palitos sob compressão. Nos cortes longitudinais foram realizadas medidas da profundidade de desmineralização do esmalte em três pontos: na junção esmalte-dentina (E1), a 3,5 mm (E2) e a 7,0 mm (E3) desta junção. A profundidade de desmineralização do esmalte nos espécimes sob tração foi significativamente maior na região cervical (E1) que nas demais regiões. Para os corpos de prova que sofreram compressão, as regiões E1 e E2 não apresentaram diferença significativa entre si, porém a região E3 teve desmineralização significantemente menor às outras. Nos corpos de prova sem tensão só houve diferença significativa entre os dois extremos (E1 e E3). Foram observadas trincas e fraturas no esmalte cervical apenas nos espécimes submetidos à tração. Parece lícito concluir que a tensão influi na ação do ácido sobre os tecidos dentários, sendo que a tração aumenta significativamente os danos e a compressão tende a reduzi-los.Although it is accepted that non-carious cervical lesions have a multifactorial etiology, the relative contributions of several etiological agents remain unclear. This study proposes a model which simulates the formation of non-carious lesions in laboratory and studies the specific influence of each kind of tension in the damage caused to the enamel and/or the dentin. The buccal surface of bovine incisor was cut in the stick form measuring 18mm x 3mm x 3mm. Each stick received a groove in the cervical region of the wall facing the pulp aiming to guide the tension concentration to the dentin-enamel junction. The specimens (n=108) protected with resistant acid varnish, except in a 1.5mm x 18mm labial surface range, were divided into two groups, one immersed in acetic acid solution pH 4.5 and the other in distilled water. Each group was divided into three subgroups (n = 18), in which, two of them suffered 800gf static load on folding, one for tensile and the other for compression in the enamel-cement junction region, and the third did not suffer loading. 72h after the trial, the sticks were washed, dehydrated and embedded in acrylic resin. In each group of 18 specimens, 06 were cut in the longitudinal direction and 12 in the transversal one of the stick, getting 0.05mm lamellae. The lamellae were photographed in light microscope, and the depth of loss and/or demineralization of enamel and dentin was measured. Te data were analyzed by ANOVA variance, followed by the Tukey test with 5% significance. For comparisons between different regions of the same specimen, the paired t test was used. It was also evaluated the occurrence of cracks and fractures. No damages were found in the lamellae sticks immersed in distilled water. In specimens cut transversely, the depth of enamel demineralization under tensile was 158±18m, significantly higher than the other groups (138±21m for unloaded and 129±16m for compression). The depth of demineralization and dentin loss in sticks submitted for tensile was 186±23m, followed by 160±20m for the unloaded sticks and 140±27m for the sticks under compression. In the longitudinal cut, measures of the enamel demineralization depth were made in three points: the enamel-dentin junction (E1), 3.5 mm (E2) and 7.0 mm (E3) of this junction. The enamel demineralization depth in specimens under tensile was significantly higher in the cervical region (E1) than in other regions. For the specimens that suffered compression, the regions E1 and E2 did not show significant difference between themselves, but the E3 region showed demineralization significantly lower than the others. In specimens without tension, there was only significant difference between the two extremes (E1 and E3). Cracks and fractures in the cervical enamel were observed specimens only in the specimens under tensile. It seems reasonable to conclude that tension influences in the acid action on the dental tissues, and that tensile increases significantly the damage and compression tends to reduce them.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBallester, Rafael YagueLeal, Noélia Maria de Sousa2013-10-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23140/tde-17122013-161123/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:02Zoai:teses.usp.br:tde-17122013-161123Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description Embora se aceite que as lesões cervicais não cariosas tenham uma etiologia multifatorial, as contribuições relativas dos vários agentes etiológicos permanecem obscuras. O presente estudo propõe um modelo que simula a formação de lesões não cariosas em laboratório e estuda a influência específica de cada tipo de tensão no dano provocado ao esmalte e/ou à dentina. A face vestibular de incisivos bovinos foi cortada em forma de palito com 18 mm x 3 mm x 3 mm. Cada palito recebeu um entalhe na região cervical da parede voltada para a polpa, com o objetivo de direcionar a concentração de tensões para a junção esmalte-dentina. Os corpos de prova (n=108) protegidos com verniz ácido resistente, exceto numa faixa de 1,5 x 18 mm da superfície vestibular, foram divididos em dois grupos, um imerso em solução de ácido acético pH 4,5 e o outro imerso em água destilada. Cada grupo foi dividido em três subgrupos (n=18), dos quais, dois deles sofreram carregamento estático de 800gf em dobramento, um para provocar tração e outro para compressão na região da junção esmalte-cemento, e o terceiro não foi submetido a carregamento. Após 72h de ensaio os palitos foram lavados, desidratados e embebidos em resina acrílica. Em cada grupo de 18 espécimes, 06 foram cortados no sentido longitudinal e 12 no sentido transversal do palito, obtendo-se lamelas de 0,05 mm. As lamelas foram fotografadas em microscópio de luz, e foi medida a profundidade de perda e/ou desmineralização de dentina e esmalte. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância ANOVA, seguida pelo teste de Tukey com 5% de significância. Para comparações entre diferentes regiões do mesmo corpo de prova, foi utilizado o teste t pareado. Foi avaliada também a ocorrência de trincas e fraturas. Não foram encontrados danos nas lamelas dos palitos imersos em água destilada. Nos espécimes seccionados transversalmente a profundidade de desmineralização do esmalte sob tração foi de 158±18m, significativamente maior que a dos demais grupos (138±21m para sem carga e 129±16m para compressão). A profundidade de desmineralização e perda de dentina nos palitos submetidos à tração foi 186±23m, seguidos de 160±20m nos palitos sem carga e 140±27m nos palitos sob compressão. Nos cortes longitudinais foram realizadas medidas da profundidade de desmineralização do esmalte em três pontos: na junção esmalte-dentina (E1), a 3,5 mm (E2) e a 7,0 mm (E3) desta junção. A profundidade de desmineralização do esmalte nos espécimes sob tração foi significativamente maior na região cervical (E1) que nas demais regiões. Para os corpos de prova que sofreram compressão, as regiões E1 e E2 não apresentaram diferença significativa entre si, porém a região E3 teve desmineralização significantemente menor às outras. Nos corpos de prova sem tensão só houve diferença significativa entre os dois extremos (E1 e E3). Foram observadas trincas e fraturas no esmalte cervical apenas nos espécimes submetidos à tração. Parece lícito concluir que a tensão influi na ação do ácido sobre os tecidos dentários, sendo que a tração aumenta significativamente os danos e a compressão tende a reduzi-los.
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