Influência do gênero nas alterações microcirculatórias e no processo inflamatório em modelo de morte encefálica em ratos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Sueli Gomes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-22092017-151745/
Resumo: INTRODUÇÃO: Evidências clínicas e experimentais ressaltam o impacto da morte encefálica sobre a viabilidade do órgão a ser transplantado e apontam para a importância do estado do doador nos resultados finais do transplante. Estudos clínicos evidenciam diferenças no prognóstico de curto e de longo prazo em transplantes de diferentes órgãos, devido ao gênero do doador. Os hormônios sexuais podem exercer atividade moduladora da resposta inflamatória e imune. Portanto, a partir da ideia de que o dimorfismo sexual existe na resposta do sistema imune à morte encefálica e que pode ser responsável pelas diferenças encontradas no prognóstico de transplantes de órgãos, este trabalho avaliou as diferenças existentes entre os gêneros nas alterações microcirculatórias e na evolução do processo inflamatório em modelo de morte encefálica em ratos. METODOS: Foram utilizados ratos da linhagem Wistar machos e fêmeas, divididos nos seguintes grupos: Proestro (ratas na fase de proestro do ciclo estral), Estro (ratas na fase de estro do ciclo estral), Ovx (ratas submetidas a ovariectomia 10 dias antes dos experimentos) e Machos. Todos os animais foram submetidos à morte encefálica pela insuflação rápida de cateter de balão inserido no espaço intracranial e mantidos em ventilação mecânica durante 3 ou 6 h. Foram analisados o processo inflamatório sistêmico e local (pulmão e intestino) e as alterações microcirculatórias no mesentério. RESULTADOS: Os resultados mostraram que a mobilização celular da medula óssea para a circulação e para os órgãos (pulmão e intestino) foi exacerbada nas fêmeas em relação ao sexo masculino, evidenciando a importância do componente celular da resposta inflamatória nas fêmeas após a morte encefálica. No pulmão, além de maior infiltrado inflamatório, as fêmeas apresentaram maior edema, caracterizado pelo aumento de permeabilidade vascular. Em relação às alterações microcirculatórias decorrentes da morte encefálica, as fêmeas não apresentaram a hipoperfusão demonstrada nos machos após a morte encefálica e mantiveram o fluxo nos microvasos do mesentério. CONCLUSÃO: Pudemos concluir que, os efeitos da morte encefálica diferem entre os gêneros em relação às alterações microcirculatórias e ao processo inflamatório, incluindo menor comprometimento microcirculatório seguido de um quadro inflamatório mais grave nos animais do sexo feminino, concomitantemente com a redução aguda das concentrações circulantes dos hormônios sexuais femininos
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Portanto, a partir da ideia de que o dimorfismo sexual existe na resposta do sistema imune à morte encefálica e que pode ser responsável pelas diferenças encontradas no prognóstico de transplantes de órgãos, este trabalho avaliou as diferenças existentes entre os gêneros nas alterações microcirculatórias e na evolução do processo inflamatório em modelo de morte encefálica em ratos. METODOS: Foram utilizados ratos da linhagem Wistar machos e fêmeas, divididos nos seguintes grupos: Proestro (ratas na fase de proestro do ciclo estral), Estro (ratas na fase de estro do ciclo estral), Ovx (ratas submetidas a ovariectomia 10 dias antes dos experimentos) e Machos. Todos os animais foram submetidos à morte encefálica pela insuflação rápida de cateter de balão inserido no espaço intracranial e mantidos em ventilação mecânica durante 3 ou 6 h. Foram analisados o processo inflamatório sistêmico e local (pulmão e intestino) e as alterações microcirculatórias no mesentério. RESULTADOS: Os resultados mostraram que a mobilização celular da medula óssea para a circulação e para os órgãos (pulmão e intestino) foi exacerbada nas fêmeas em relação ao sexo masculino, evidenciando a importância do componente celular da resposta inflamatória nas fêmeas após a morte encefálica. No pulmão, além de maior infiltrado inflamatório, as fêmeas apresentaram maior edema, caracterizado pelo aumento de permeabilidade vascular. Em relação às alterações microcirculatórias decorrentes da morte encefálica, as fêmeas não apresentaram a hipoperfusão demonstrada nos machos após a morte encefálica e mantiveram o fluxo nos microvasos do mesentério. CONCLUSÃO: Pudemos concluir que, os efeitos da morte encefálica diferem entre os gêneros em relação às alterações microcirculatórias e ao processo inflamatório, incluindo menor comprometimento microcirculatório seguido de um quadro inflamatório mais grave nos animais do sexo feminino, concomitantemente com a redução aguda das concentrações circulantes dos hormônios sexuais femininosINTRODUCTION: Clinical and experimental evidence highlight the impact of brain death on the viability of the organs to be transplanted and show the importance of the donor state in the results of this procedure. Clinical studies show differences in the prognosis of short and long-term follow-up after transplantation due to donor gender and sex hormones may exert modulatory role on the inflammatory and immune response. Therefore, based on the idea that sexual dimorphism exists in the immune response to brain death and can be responsible for the differences found in the prognosis of organ transplants, this study evaluated the differences between the genders regarding the microcirculatory changes and the evolution of the inflammatory process in different organs in a model of brain death in rats. METHODS: Wistar rats were divided in the following groups: Proestro (rats in the proestrus phase of the estral cycle), Estro (rats in the estrus phase of the estral cycle), OVx (rats submitted to ovariectomy 10 days before the experiments) and Male rats. All animals were submitted to brain death by rapid inflation of a balloon catheter inserted in the intracranial space and maintained under mechanical ventilation for three or six hours. Microcirculatory changes in the mesentery, and systemic and local inflammatory process (lung and intestine) were analyzed. RESULTS: The results showed that the mobilization of inflammatory cells from bone marrow to the circulation and to the lung and intestine was exacerbated in females in relation to males, evidencing the importance of the cellular component of inflammatory response in the females after brain death. In the lungs, besides the increase of leukocyte infiltrate, the female group presented superior edema, characterized by increased lung microvascular permeability. In relation to the mesenteric microvascular alterations after brain death, the female rats maintained the mesenteric microvascular blood flow, while mesenteric hypoperfusion was observed in male animals after brain death. CONCLUSION: In conclusion, the brain death effects differ between genders in relation to microvascular changes and inflammatory process, including lower microvascular impairment associated with more severe inflammation in female animals, which occurs concomitantly with decreases in the levels of females sex hormonesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFaloppa, Ana Cristina BreithauptMoreira, Luiz Felipe PinhoFerreira, Sueli Gomes2017-07-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-22092017-151745/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T17:03:58Zoai:teses.usp.br:tde-22092017-151745Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T17:03:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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