Violência envolvendo adolescentes estudantes na tríplice fronteira: Brasil - Paraguai - Argentina
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-07012014-162715/ |
Resumo: | Introdução: A violência social está presente na sociedade, expressando-se de forma associada a outros tipos de violência e conformando uma rede onde se expressam os conflitos do sistema social em que se articulam os níveis interpessoais. A violência praticada e sofrida entre os adolescentes materializa-se nos diversos espaços sociais, envolvendo-os enquanto vítimas, agressores, vítimas/agressores, nem vítimas nem agressores - expectadores. Objetivo: Analisar a existência de associação da variável violência (vítima e agressor) com relação às variáveis de interesse de estudo envolvendo adolescentes estudantes na tríplice fronteira. Método:Estudo transversal analítico, utilizando-se uma amostra aleatória estratificada de adolescentes de 12 a 18 anos de idade, alunos de escolas públicas, da área urbana, dos municípios de fronteira Foz do Iguaçu (BR), Ciudad del Este (PY) e Puerto Iguazú (ARG), no período de 2010 a 2012. Analisaram-se os dados de 2.788 questionários pelo programa Statistical Analysis Software (SAS), por meio de regressão logística para identificar fatores associados a sexo, país e à categorização de participantes da violência, segundo a medida de quantificação da associação Odds Ratio. Resultados: Evidenciou-se uma média da idade de 14,6 anos (Desvio-padrão 2,1), a maioria foi do sexo feminino (50,7%), de cor/etnia branca (43,9%), católicos (53,7%), solteiros (87%) com uma renda mensal familiar de 1 a 3 salários-mínimos (35,6%) na moeda vigente para cada país analisado. Dentre a categoria de participantes da violência (vítima, agressor, vítima/agressor, nem vítima nem agressor), por faixa etária e sexo obteve-se uma associação significativa de vítima para o sexo feminino (OR=M/F=0,82) e agressor (OR=M/F=1,44) e vítima/agressor (OR=1,2) para o sexo masculino. A análise por país mostrou maiores chances para, no Brasil (OR=ARG/BR=0,67 e OR=PY/BR=0,76), ser vítima e (OR=PY/BR=0,64) vítima/agressor, no Paraguai (OR=1,56) nem vítima nem agressor e, na Argentina (OR=1,64), ser vítima/agressor. As violências caracterizaram-se em interpessoal, coletiva e autoinfligida. O adolescente que se apresenta como vítima afirma sofrer humilhações, agressões verbais e ameaças. Afirma que quem o agride são pessoas desconhecidas e familiares. Os adolescentes agressores do sexo masculino e feminino praticam violências tanto verbais como físicas, furtos como roubos, contra namorados, amigos, vizinhos e desconhecidos. A violência autoinfligida aparece por pensar em suicídio, com ênfase entre as adolescentes da Argentina. Os motivos de cometer violências são múltiplos como para se defender e para se divertir. Apontam-se como causas para a violência o uso de drogas e bebidas alcoólicas e para diminuir a violência afirmam ter de aumentar o policiamento e as famílias orientarem melhor seus filhos. O desconhecimento da existência de políticas públicas e de programas a eles dirigidos evidenciou-se entre a maioria dos adolescentes, nos três países. Conclusão: A violência social existente é preocupante e, diante do contexto e das variáveis analisadas, sugere-se que ter religião, ter curso profissionalizante, praticar esportes, fazer algo no seu tempo livre e estar trabalhando não é fator de proteção contra a condição de participantes da violência. Entretanto, sabe-se que a violência não é inevitável, e os três países necessitam aprimorar o enfrentamento do problema com a estruturação de uma política de fronteira que priorize a prevenção primária e que os profissionais, na atuação junto aos adolescentes, reconheçam que os adolescentes são vítimas e também agressores, a fim de assumirem uma responsabilidade compartilhada na luta contra as iniquidades, os descasos e o crime organizado transnacional, estabelecendo uma estratégia de ação conjunta |
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Violência envolvendo adolescentes estudantes na tríplice fronteira: Brasil - Paraguai - ArgentinaViolence involving adolescent students in the triple border between Brazil, Paraguay and ArgentinaAdolescentAdolescenteÁreas de FronteiraBorder AreasSocial VulnerabilityViolenceViolênciaVulnerabilidade SocialIntrodução: A violência social está presente na sociedade, expressando-se de forma associada a outros tipos de violência e conformando uma rede onde se expressam os conflitos do sistema social em que se articulam os níveis interpessoais. A violência praticada e sofrida entre os adolescentes materializa-se nos diversos espaços sociais, envolvendo-os enquanto vítimas, agressores, vítimas/agressores, nem vítimas nem agressores - expectadores. Objetivo: Analisar a existência de associação da variável violência (vítima e agressor) com relação às variáveis de interesse de estudo envolvendo adolescentes estudantes na tríplice fronteira. Método:Estudo transversal analítico, utilizando-se uma amostra aleatória estratificada de adolescentes de 12 a 18 anos de idade, alunos de escolas públicas, da área urbana, dos municípios de fronteira Foz do Iguaçu (BR), Ciudad del Este (PY) e Puerto Iguazú (ARG), no período de 2010 a 2012. Analisaram-se os dados de 2.788 questionários pelo programa Statistical Analysis Software (SAS), por meio de regressão logística para identificar fatores associados a sexo, país e à categorização de participantes da violência, segundo a medida de quantificação da associação Odds Ratio. Resultados: Evidenciou-se uma média da idade de 14,6 anos (Desvio-padrão 2,1), a maioria foi do sexo feminino (50,7%), de cor/etnia branca (43,9%), católicos (53,7%), solteiros (87%) com uma renda mensal familiar de 1 a 3 salários-mínimos (35,6%) na moeda vigente para cada país analisado. Dentre a categoria de participantes da violência (vítima, agressor, vítima/agressor, nem vítima nem agressor), por faixa etária e sexo obteve-se uma associação significativa de vítima para o sexo feminino (OR=M/F=0,82) e agressor (OR=M/F=1,44) e vítima/agressor (OR=1,2) para o sexo masculino. A análise por país mostrou maiores chances para, no Brasil (OR=ARG/BR=0,67 e OR=PY/BR=0,76), ser vítima e (OR=PY/BR=0,64) vítima/agressor, no Paraguai (OR=1,56) nem vítima nem agressor e, na Argentina (OR=1,64), ser vítima/agressor. As violências caracterizaram-se em interpessoal, coletiva e autoinfligida. O adolescente que se apresenta como vítima afirma sofrer humilhações, agressões verbais e ameaças. Afirma que quem o agride são pessoas desconhecidas e familiares. Os adolescentes agressores do sexo masculino e feminino praticam violências tanto verbais como físicas, furtos como roubos, contra namorados, amigos, vizinhos e desconhecidos. A violência autoinfligida aparece por pensar em suicídio, com ênfase entre as adolescentes da Argentina. Os motivos de cometer violências são múltiplos como para se defender e para se divertir. Apontam-se como causas para a violência o uso de drogas e bebidas alcoólicas e para diminuir a violência afirmam ter de aumentar o policiamento e as famílias orientarem melhor seus filhos. O desconhecimento da existência de políticas públicas e de programas a eles dirigidos evidenciou-se entre a maioria dos adolescentes, nos três países. Conclusão: A violência social existente é preocupante e, diante do contexto e das variáveis analisadas, sugere-se que ter religião, ter curso profissionalizante, praticar esportes, fazer algo no seu tempo livre e estar trabalhando não é fator de proteção contra a condição de participantes da violência. Entretanto, sabe-se que a violência não é inevitável, e os três países necessitam aprimorar o enfrentamento do problema com a estruturação de uma política de fronteira que priorize a prevenção primária e que os profissionais, na atuação junto aos adolescentes, reconheçam que os adolescentes são vítimas e também agressores, a fim de assumirem uma responsabilidade compartilhada na luta contra as iniquidades, os descasos e o crime organizado transnacional, estabelecendo uma estratégia de ação conjuntaIntroduction: Violence is present in society, being expressed in association with other types of violence. This association forms a network of conflicts in the social system articulated at interpersonal levels. Violence among adolescents takes place in various social spaces, creating perpetrators, victims and spectators. Objective: To analyze the possible association between the variable violence (be it perpetrated or suffered) and the variables of interest of study involving adolescent students in the triple border between Brazil, Paraguay and Argentina. Method: An analytical transversal study of a stratified random sample was carried out. The sample was formed of public school students aged between 12 and 18, in the urban areas of the municipalities of Foz do Iguaçu (BR), Ciudad del Este (PY) e Puerto Iguazú (ARG) along the triple border between 2011 and 2012. The data was collected from 2.788 questionnaires, using Statistical Analysis Software (SAS) through logistic regression. The aim was to identify factors associated to gender, country and categorization of participants in violent situations according to standards by Odds Ratio Association. Results: There is evidence of an average age of 14.6 years old (Standard Deviation = 2.1), mostly female (50.7%), white color/ethnic (43.9%), catholic (53.7%), single (87%), with average income of 1 to 3 minimum wages in the local currency of each of the countries. Among the violence participants - victim, perpetrator, both, and neither - there was prevalence of female victims (Odds Ratio [OR] = M/F = 0.82), and perpetrators (OR = M/F = 1.44), and for male victim/perpetrator (OR = M/F = 1.2). The analysis by country shows higher incidence of Brazilian victims (OR = ARG/BR = 0.67 and OR = PY/BR = 0.76) and both victim/perpetrators (OR = PY/BR = 0.64). Whereas among Paraguayans there is no incidence nor of victims neither of perpetrators (OR = 1.56). Whereas among Argentines, there is higher incidence of victims and perpetrators (OR = 1.64).Violent behavior was categorized interpersonal, collective and self-inflicted. The self-declared victim claims to suffer humiliation, verbal aggression and threats by strangers and family members. Both male and female perpetrators show verbal as well as physical violent behavior, thefts against boy/girl-friends, friends, neighbors and strangers. Self-inflicted violence appears associated with suicidal thoughts especially among young Argentines. Reasons for violence vary from \'self-defense\' to \'having fun\'. Drugs and alcohol are pointed as causes of violence. More police and better guidance and support from the family are pointed as ways to reduce violence. Unawareness of the public policies and programs addressing violence among those youngsters was clear in the entire sample, regardless the country. Conclusion: Social violence exists and it is worrying. From the analysis of context and variables, religion, vocational programs and courses, sports, free time activities and work are factors of protection against being exposed to violent situations. However, violence is not known to be inevitable. The three countries must improve their strategies to face the problem by the structuring of border management policy aiming at primary prevention. The professionals dealing with those youngsters must become aware that adolescents are victims as well as perpetrators, in order to share the responsibility in the fight against inequity, negligence and transnational organized crime, establishing a joint strategy of actionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Marta Angélica IossiPriotto, Elis Maria Teixeira Palma2013-09-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-07012014-162715/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:02Zoai:teses.usp.br:tde-07012014-162715Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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