Mortalidade perinatal: comportamento em um município de grande porte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-21102020-151633/ |
Resumo: | Introdução: Apesar das iniciativas para a redução da mortalidade infantil, a preocupação com relação às causas perinatais de mortalidade tem se restringido à sobrevivência dos nascidos vivos, e pouca atenção tem sido dada às mortes fetais. Propiciar a identificação das ações de prevenção, além de aumentar a visibilidade sobre o problema, pode favorecer o planejamento de ações para a melhoria da assistência à gestante e aos recém-nascidos. Objetivo: Analisar a mortalidade perinatal no município de São Paulo (MSP). Método: Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), nos anos de 2010 a 2018, do MSP. A população do estudo foi composta por todos os fetos e neonatos registrados nos sistemas durante o período (12.593 óbitos fetais e 8.158 óbitos neonatais precoces). Utilizaram-se variáveis de caracterização: do óbito, da criança, sociodemográficas e maternas. Realizou-se a caracterização do MSP de acordo com alguns indicadores demográficos, socioeconômicos e assistenciais. Analisou-se a magnitude das taxas de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal por mil nascimentos segundo as seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) do município, de 2010 a 2018; a completude das variáveis relacionadas ao óbito fetal e neonatal precoce; a caracterização desses óbitos segundo CRS em 2018; e, posteriormente, a análise de tais óbitos de acordo com possíveis critérios de evitabilidade baseados no peso, segundo a lista brasileira de evitabilidade. Resultados: As CRS Leste, Norte e Sul apresentaram maiores coberturas de atenção básica, e a CRS Oeste as menores. Aponta-se uma estabilidade nos indicadores de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal de 2010 a 2018, sendo que as CRS Leste e Norte tiveram as maiores taxas médias no período para todos os óbitos (fetal=9,1 e 8,0; neonatal precoce=5,9 e 5,7; perinatal=14,9 e 13,6, respectivamente), com valores acima da média do MSP (fetal=8,1; neonatal precoce=5,2 e perinatal=13,3, respectivamente). Observa-se um excelente preenchimento para a maioria das variáveis do SINASC em relação ao SIM. Tanto no óbito fetal quanto no neonatal precoce houve predomínio, no ambiente hospitalar, de fetos do sexo masculino, com muito baixo peso, localizados em áreas com maior exclusão, em mães de 31 a 40 anos, com variação na escolaridade e tipo de maternidade. Já o óbito fetal concentrou-se antes do parto, atestado pelo SVO e de parto vaginal; e o óbito neonatal precoce concentrou-se depois do parto, atestado por médicos, em neonatos de raça/cor branca e sem variação do tipo de parto, conforme a CRS. Identificou-se maior concentração de óbitos potencialmente evitáveis por adequada atenção à mulher no momento do parto (óbitos fetais). Com relação aos óbitos neonatais precoces, houve variação de evitabilidade entre as categorias. Considerações finais: Apesar da necessidade de estudos adicionais, os achados demonstraram estabilização das taxas, destacando a necessidade de investimentos que favoreçam a evitabilidade dos óbitos, como melhoria na atenção ao pré-natal e ao parto. Acrescenta-se a importância de qualificar os registros desses óbitos nos sistemas de informações em saúde. |
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Mortalidade perinatal: comportamento em um município de grande portePerinatal mortality: behavior in a large municipalityEarly Neonatal MortalityFetal MortalityHealth Information SystemsInfant MortalityMortalidade FetalMortalidade InfantilMortalidade Neonatal PrecoceMortalidade PerinatalPerinatal MortalitySistemas de Informação em SaúdeIntrodução: Apesar das iniciativas para a redução da mortalidade infantil, a preocupação com relação às causas perinatais de mortalidade tem se restringido à sobrevivência dos nascidos vivos, e pouca atenção tem sido dada às mortes fetais. Propiciar a identificação das ações de prevenção, além de aumentar a visibilidade sobre o problema, pode favorecer o planejamento de ações para a melhoria da assistência à gestante e aos recém-nascidos. Objetivo: Analisar a mortalidade perinatal no município de São Paulo (MSP). Método: Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), nos anos de 2010 a 2018, do MSP. A população do estudo foi composta por todos os fetos e neonatos registrados nos sistemas durante o período (12.593 óbitos fetais e 8.158 óbitos neonatais precoces). Utilizaram-se variáveis de caracterização: do óbito, da criança, sociodemográficas e maternas. Realizou-se a caracterização do MSP de acordo com alguns indicadores demográficos, socioeconômicos e assistenciais. Analisou-se a magnitude das taxas de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal por mil nascimentos segundo as seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) do município, de 2010 a 2018; a completude das variáveis relacionadas ao óbito fetal e neonatal precoce; a caracterização desses óbitos segundo CRS em 2018; e, posteriormente, a análise de tais óbitos de acordo com possíveis critérios de evitabilidade baseados no peso, segundo a lista brasileira de evitabilidade. Resultados: As CRS Leste, Norte e Sul apresentaram maiores coberturas de atenção básica, e a CRS Oeste as menores. Aponta-se uma estabilidade nos indicadores de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal de 2010 a 2018, sendo que as CRS Leste e Norte tiveram as maiores taxas médias no período para todos os óbitos (fetal=9,1 e 8,0; neonatal precoce=5,9 e 5,7; perinatal=14,9 e 13,6, respectivamente), com valores acima da média do MSP (fetal=8,1; neonatal precoce=5,2 e perinatal=13,3, respectivamente). Observa-se um excelente preenchimento para a maioria das variáveis do SINASC em relação ao SIM. Tanto no óbito fetal quanto no neonatal precoce houve predomínio, no ambiente hospitalar, de fetos do sexo masculino, com muito baixo peso, localizados em áreas com maior exclusão, em mães de 31 a 40 anos, com variação na escolaridade e tipo de maternidade. Já o óbito fetal concentrou-se antes do parto, atestado pelo SVO e de parto vaginal; e o óbito neonatal precoce concentrou-se depois do parto, atestado por médicos, em neonatos de raça/cor branca e sem variação do tipo de parto, conforme a CRS. Identificou-se maior concentração de óbitos potencialmente evitáveis por adequada atenção à mulher no momento do parto (óbitos fetais). Com relação aos óbitos neonatais precoces, houve variação de evitabilidade entre as categorias. Considerações finais: Apesar da necessidade de estudos adicionais, os achados demonstraram estabilização das taxas, destacando a necessidade de investimentos que favoreçam a evitabilidade dos óbitos, como melhoria na atenção ao pré-natal e ao parto. Acrescenta-se a importância de qualificar os registros desses óbitos nos sistemas de informações em saúde.Introduction: Despite initiatives to reduce infant mortality, the concern about perinatal causes of mortality has been restricted to the survival of live births, with little attention to fetal deaths. Provide the identification of prevention actions would increase visibility on the problem and improving the provision of information on the health status of pregnant women, new mothers and newborns. Objectives: To analyze perinatal mortality in the city of São Paulo (MSP). Methods: This is a descriptive study, with a quantitative approach, which used secondary data extracted from the Mortality Information System (SIM) and the Live Birth Information System (SINASC), from 2010 to 2018 for the MSP. The study population was composed of all fetus and newborns registered in the systems during the period (12,593 fetal deaths and 8,158 early neonatal deaths). Characterization variables were used: death, child, sociodemographic and maternal. The characterization of the MSP was carried out according to some demographic, socioeconomic and assistance indicators. The magnitude of fetal, early neonatal and perinatal mortality rates was analyzed according to the six Regional Health Coordinators (CRS) of the municipality from 2010 to 2018; the completeness of the variables related to fetal and early neonatal death; the characterization of these deaths according to CRS in 2018, and subsequently, the analysis of such deaths according to possible weight-based preventability criteria, according to Brazilian List of Causes of Preventable Deaths. Results: The East, North and South CRS have the largest coverage of primary care and the West CRS the lowest. There\'s stability in fetal, early neonatal and perinatal mortality indicators from 2010 to 2018, the CRS East and North had the highest average rates for all deaths (fetal = 9.1 and 8.0; early neonatal = 5.9 and 5.7; perinatal = 14.9 and 13, 6, respectively), with values above the MSP average (fetal = 8.1; early neonatal = 5.2 and perinatal = 13.3, respectively). An excellent filling is observed for most of the SINASC variables in relation to SIM. Both in fetal and early neonatal deaths, there was a predominance in the hospital delivery, of very low birth weight male fetus, located in areas of greatest exclusion, in mothers aged 31 to 40 years, with variation in education and type of maternity. Fetal death, on the other hand, was concentrated before parturition, attested by Death Verification Service and vaginal birth; and early neonatal death were found after delivery, certified by doctors, mainly of white race/color and without significant variation in the type of delivery, according to the CRS. A greater concentration of potentially preventable deaths was identified by adequate care for women at the time of delivery (fetal deaths) and in relation to early neonatal deaths, there was a variation in avoidability between categories. Conclusion: Even though further studies are necessary, the findings showed the stabilization of mortality rates, highlighting the need for investments that favor the avoidability of deaths, such as improvement in prenatal and childbirth care. It is added the importance of qualifying the records of these deaths in health information systems.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTanaka, Oswaldo YoshimiVenancio, Sonia IsoyamaSilva, Fernanda Luz Gonzaga da2020-09-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-21102020-151633/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-21T20:24:02Zoai:teses.usp.br:tde-21102020-151633Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-21T20:24:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Apesar das iniciativas para a redução da mortalidade infantil, a preocupação com relação às causas perinatais de mortalidade tem se restringido à sobrevivência dos nascidos vivos, e pouca atenção tem sido dada às mortes fetais. Propiciar a identificação das ações de prevenção, além de aumentar a visibilidade sobre o problema, pode favorecer o planejamento de ações para a melhoria da assistência à gestante e aos recém-nascidos. Objetivo: Analisar a mortalidade perinatal no município de São Paulo (MSP). Método: Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), nos anos de 2010 a 2018, do MSP. A população do estudo foi composta por todos os fetos e neonatos registrados nos sistemas durante o período (12.593 óbitos fetais e 8.158 óbitos neonatais precoces). Utilizaram-se variáveis de caracterização: do óbito, da criança, sociodemográficas e maternas. Realizou-se a caracterização do MSP de acordo com alguns indicadores demográficos, socioeconômicos e assistenciais. Analisou-se a magnitude das taxas de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal por mil nascimentos segundo as seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) do município, de 2010 a 2018; a completude das variáveis relacionadas ao óbito fetal e neonatal precoce; a caracterização desses óbitos segundo CRS em 2018; e, posteriormente, a análise de tais óbitos de acordo com possíveis critérios de evitabilidade baseados no peso, segundo a lista brasileira de evitabilidade. Resultados: As CRS Leste, Norte e Sul apresentaram maiores coberturas de atenção básica, e a CRS Oeste as menores. Aponta-se uma estabilidade nos indicadores de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal de 2010 a 2018, sendo que as CRS Leste e Norte tiveram as maiores taxas médias no período para todos os óbitos (fetal=9,1 e 8,0; neonatal precoce=5,9 e 5,7; perinatal=14,9 e 13,6, respectivamente), com valores acima da média do MSP (fetal=8,1; neonatal precoce=5,2 e perinatal=13,3, respectivamente). Observa-se um excelente preenchimento para a maioria das variáveis do SINASC em relação ao SIM. Tanto no óbito fetal quanto no neonatal precoce houve predomínio, no ambiente hospitalar, de fetos do sexo masculino, com muito baixo peso, localizados em áreas com maior exclusão, em mães de 31 a 40 anos, com variação na escolaridade e tipo de maternidade. Já o óbito fetal concentrou-se antes do parto, atestado pelo SVO e de parto vaginal; e o óbito neonatal precoce concentrou-se depois do parto, atestado por médicos, em neonatos de raça/cor branca e sem variação do tipo de parto, conforme a CRS. Identificou-se maior concentração de óbitos potencialmente evitáveis por adequada atenção à mulher no momento do parto (óbitos fetais). Com relação aos óbitos neonatais precoces, houve variação de evitabilidade entre as categorias. Considerações finais: Apesar da necessidade de estudos adicionais, os achados demonstraram estabilização das taxas, destacando a necessidade de investimentos que favoreçam a evitabilidade dos óbitos, como melhoria na atenção ao pré-natal e ao parto. Acrescenta-se a importância de qualificar os registros desses óbitos nos sistemas de informações em saúde. |
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