Direitos reprodutivos e a assistência às pessoas vivendo com HIV/AIDS: um diálogo possível?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Luzia Aparecida
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-06022024-180655/
Resumo: Objetivando compreender o modo como foram tratadas as demandas reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/Aids em serviços de saúde especializados no Município de São Paulo, desenvolveu-se estudo qualitativo utilizando-se da observação participante como estratégia metodológica. Foram observadas e registradas em diário de campo atividades rotineiras tais como: consultas com diferentes profissionais, atividades grupais, discussão entre as equipes e discussões de casos, além do registro de depoimentos dos profissionais e usuários a respeito do tema. Para analise, adotou-se a perspectiva teórica do processo de trabalho em saúde e necessidades de saúde e dos Direitos Reprodutivos. De modo geral, os trabalhadores expressaram a compreensão de que as demandas reprodutivas eram das mulheres e ligadas ao controle da transmissão materno infantil do HIV. Questões como contracepção, reprodução, infertilidade, por exemplo, não foram reconhecidas como necessidades e/ou demandas dos usuários. Foi observado que os trabalhadores precisaram revisar as práticas assistenciais diante da manifestação pelo desejo da gravidez. As conclusões indicam a necessidade de evidenciar as diferentes racionalidades presentes no espaço assistencial e que vão se configurando, ora pela afirmação de um pólo (o do controle) ora pelas decisões não explicitadas pelos usuários e consubstanciada no \"aparecimento da gravidez\". Ainda parece necessário o reconhecimento da autonomia das pessoas vivendo com HIV/Aids quanto às decisões reprodutivas para que essas possam ocorrer em condições de menor risco. Para ir ao encontro dessa finalidade é necessário compreender às diferentes racionalidades que envolvem o contexto do controle da epidemia do HIV/Aids e o viver com HIV/Aids.
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