Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-05022019-135424/ |
Resumo: | Neste corpascrever, meu argumento é o de que levar a sério o problema da naturalização da violência estrutural confere uma (re)nova(da) perspectiva sobre processos de politização de diferenças. Ao inquirir acerca das precondições para a geração de enquadramentos não hegemônicos em contextos marcados por violências estruturais, proponho a reconceitualização dos projetos de politização de diferenças enquanto defesa de processos de autodeterminação cole(a)tiva. Essa tese é defendida em três movimentos interdependentes: (3) por meio de reflexões filosófico-epistemológico-poéticas sobre a relevância da espacialização cole(a)tiva para a experiência da temporalidade; (2) por meio de considerações teóricopolíticas sobre a relação entre o problema do essencialismo e a possibilidade de agência cole(a)tiva subversiva; bem como (1) por meio do vislumbre da con-figur-ação do processo de (r)existência dos povos munduruku e ribeirinho à construção de barragens no Médio Tapajós. Conforme sugiro, a politização de diferenças, sob o proposto viés, apresenta-se como condição sine qua non para viabilizar a apreensão do modus operandi de violências estruturais, uma vez que apenas movimentos (pro)positivos cole(a)tivos permitem a emergência de imagens capazes de colocar a norma hegemônica fundamentalmente em xeque, de modo a transcender os limites inerentes a posturas exclusivamente reativas, co-movendo no sentido da reestruturação do mundo. |
id |
USP_c1f2bacb551df7333a3ebf1939566b11 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-05022019-135424 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violênciaSelf-determination in three movements: the politization of differences under the perspective of the (de)naturalization of violence(R)existência munduruku e ribeirinhaAutodeterminaçãoCritic of progress/developmentCrítica do progresso/ desenvolvimentoEpistemologias feministas e antirracistasFeminist and anti-racist epistemologiesFrantz FanonFrantz FanonJudith ButlerJudith ButlerMaria Beatriz NascimentoMaria Beatriz NascimentoMédio TapajósMiddle TapajósMunduruku and riverside peoples (r)existencePoliticization of differencesPolitização de diferençasRelação espaço-tempoSelf-determinationSpace-time relationStructural violenceViolência estruturalWalter BenjaminWalter BenjaminNeste corpascrever, meu argumento é o de que levar a sério o problema da naturalização da violência estrutural confere uma (re)nova(da) perspectiva sobre processos de politização de diferenças. Ao inquirir acerca das precondições para a geração de enquadramentos não hegemônicos em contextos marcados por violências estruturais, proponho a reconceitualização dos projetos de politização de diferenças enquanto defesa de processos de autodeterminação cole(a)tiva. Essa tese é defendida em três movimentos interdependentes: (3) por meio de reflexões filosófico-epistemológico-poéticas sobre a relevância da espacialização cole(a)tiva para a experiência da temporalidade; (2) por meio de considerações teóricopolíticas sobre a relação entre o problema do essencialismo e a possibilidade de agência cole(a)tiva subversiva; bem como (1) por meio do vislumbre da con-figur-ação do processo de (r)existência dos povos munduruku e ribeirinho à construção de barragens no Médio Tapajós. Conforme sugiro, a politização de diferenças, sob o proposto viés, apresenta-se como condição sine qua non para viabilizar a apreensão do modus operandi de violências estruturais, uma vez que apenas movimentos (pro)positivos cole(a)tivos permitem a emergência de imagens capazes de colocar a norma hegemônica fundamentalmente em xeque, de modo a transcender os limites inerentes a posturas exclusivamente reativas, co-movendo no sentido da reestruturação do mundo.In this writingbody, I exam in depth the problem of naturalization of structural violence in order to argue for a (re)new(ed) perspective on the politicization of differences. I suggest a reconceptualization of the politicization of differences as a defense of colle(a)ctive selfdetermination processes through an investigation about the preconditions for the generation of non-hegemonic frames in contexts ruled by structural violence. This thesis is undertaken in three interdependent movements: (3) a philosophical-epistemological-poetical reflexion on the relevance of colle(a)ctive spatialization processes for the experience of temporality; (2) a political-theorical consideration on the relationship between the problem of essentialism and the possibility of subversive colle(a)ctive agency; and (1) a perspective on the con-figura( c)tion of the Munduruku and the riverside peoples (r)existence process to the construction of dams in Middle Tapajós region. I argue that the politicization of differences is conditio sine qua non in order to enable the denaturalization of structural violence, as only (pro)positional colle(a)ctive movements transcend the limits of merely reactive positions, enabling the emergency of images that can call the hegemonic rule into question and, therefore, initiate processes of structural trans-formation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMelo, Rurion SoaresTosold, Léa2018-07-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-05022019-135424/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-09T23:21:59Zoai:teses.usp.br:tde-05022019-135424Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-09T23:21:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência Self-determination in three movements: the politization of differences under the perspective of the (de)naturalization of violence |
title |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência |
spellingShingle |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência Tosold, Léa (R)existência munduruku e ribeirinha Autodeterminação Critic of progress/development Crítica do progresso/ desenvolvimento Epistemologias feministas e antirracistas Feminist and anti-racist epistemologies Frantz Fanon Frantz Fanon Judith Butler Judith Butler Maria Beatriz Nascimento Maria Beatriz Nascimento Médio Tapajós Middle Tapajós Munduruku and riverside peoples (r)existence Politicization of differences Politização de diferenças Relação espaço-tempo Self-determination Space-time relation Structural violence Violência estrutural Walter Benjamin Walter Benjamin |
title_short |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência |
title_full |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência |
title_fullStr |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência |
title_full_unstemmed |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência |
title_sort |
Autodeterminação em três movimentos: a politização de diferenças sob a perspectiva da (des)naturalização da violência |
author |
Tosold, Léa |
author_facet |
Tosold, Léa |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Melo, Rurion Soares |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Tosold, Léa |
dc.subject.por.fl_str_mv |
(R)existência munduruku e ribeirinha Autodeterminação Critic of progress/development Crítica do progresso/ desenvolvimento Epistemologias feministas e antirracistas Feminist and anti-racist epistemologies Frantz Fanon Frantz Fanon Judith Butler Judith Butler Maria Beatriz Nascimento Maria Beatriz Nascimento Médio Tapajós Middle Tapajós Munduruku and riverside peoples (r)existence Politicization of differences Politização de diferenças Relação espaço-tempo Self-determination Space-time relation Structural violence Violência estrutural Walter Benjamin Walter Benjamin |
topic |
(R)existência munduruku e ribeirinha Autodeterminação Critic of progress/development Crítica do progresso/ desenvolvimento Epistemologias feministas e antirracistas Feminist and anti-racist epistemologies Frantz Fanon Frantz Fanon Judith Butler Judith Butler Maria Beatriz Nascimento Maria Beatriz Nascimento Médio Tapajós Middle Tapajós Munduruku and riverside peoples (r)existence Politicization of differences Politização de diferenças Relação espaço-tempo Self-determination Space-time relation Structural violence Violência estrutural Walter Benjamin Walter Benjamin |
description |
Neste corpascrever, meu argumento é o de que levar a sério o problema da naturalização da violência estrutural confere uma (re)nova(da) perspectiva sobre processos de politização de diferenças. Ao inquirir acerca das precondições para a geração de enquadramentos não hegemônicos em contextos marcados por violências estruturais, proponho a reconceitualização dos projetos de politização de diferenças enquanto defesa de processos de autodeterminação cole(a)tiva. Essa tese é defendida em três movimentos interdependentes: (3) por meio de reflexões filosófico-epistemológico-poéticas sobre a relevância da espacialização cole(a)tiva para a experiência da temporalidade; (2) por meio de considerações teóricopolíticas sobre a relação entre o problema do essencialismo e a possibilidade de agência cole(a)tiva subversiva; bem como (1) por meio do vislumbre da con-figur-ação do processo de (r)existência dos povos munduruku e ribeirinho à construção de barragens no Médio Tapajós. Conforme sugiro, a politização de diferenças, sob o proposto viés, apresenta-se como condição sine qua non para viabilizar a apreensão do modus operandi de violências estruturais, uma vez que apenas movimentos (pro)positivos cole(a)tivos permitem a emergência de imagens capazes de colocar a norma hegemônica fundamentalmente em xeque, de modo a transcender os limites inerentes a posturas exclusivamente reativas, co-movendo no sentido da reestruturação do mundo. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-07-31 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-05022019-135424/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-05022019-135424/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1809090398170120192 |