Dialogo rua/cidade: o caso da Rua Direita em São Paulo (1765-1977)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-08032016-154309/ |
Resumo: | Em perspectiva histórica, esta tese analisa a trajetória da Rua Direita com base em fontes primárias inéditas e jamais seriadas dessa forma. Como uma metonímia, em que a parte representa a dinâmica do todo, por meio do estudo da transformação da rua buscou-se analisar o processo de transformação do Centro Histórico de São Paulo em suas interfaces com a cidade. Partindo dos Maços de População e das Décimas Urbanas, foram inventariados - lote a lote - proprietários, usuários, tipologia e usos, desde o século XVIII, quando ali moravam em casas de taipa de pilão os mais ricos comerciantes de São Paulo que geralmente vendiam tecidos para vestuário (as chamadas \'fazendas secas\'). Resultado da grande expansão da economia cafeeira, no século XIX observamos uma profunda alteração na arquitetura da rua, reconstituída com base nos documentos da Série Obras Particulares do Arquivo Histórico de São Paulo. Para consecução dos objetivos, elaboramos uma metodologia inédita de cruzamento de fontes conexas e diversas, envolvendo as supracitadas além de fotos, mapas, almanaques, memoriais, inventários post-mortem, etc. A ideia era espacializar o processo de mudança, sem perder de vista as permanências ao longo do tempo. No início do século XX, a Rua Direita passou a ser o centro das atenções e negócios novos da Metrópole do Café que alteraram seu perfil e sua arquitetura. Cresceu em comprimento e em movimento com a implantação do Viaduto do Chá e depois foi encurtada, mas valorizada, com a abertura da Praça do Patriarca. Nas décadas de 1920 a 1950 retomou sua vocação inicial de polarizadora do comércio de tecidos finos, mas, com o advento do Centro Novo, declinou em importância. Pouco se verticalizou até a década de 1950, mantendo a maioria dos imóveis, mas alterando aos poucos o perfil dos usos e usuários novamente, transformando-se um eixo de comércio de vestuário de baixo preço. Entre 1950 e 1977, voltou a se verticalizar ganhando oito arranhacéus de uso misto, com conjuntos de salas e lojas no térreo, numa época em que a Avenida Paulista e a Avenida Faria Lima estavam apenas se insinuando no cenário. De 1988 a 1991 foram tombados seus principais edifícios pelo Conpresp, assim como os das imediações, acompanhando a tendência iniciada com o Pátio do Colégio em prosseguimento às iniciativas do Condephaat. |
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Dialogo rua/cidade: o caso da Rua Direita em São Paulo (1765-1977)Street/City dialogue: the case of São Paulo\'s rua Direita ( 1765-1977 ) .Diálogo rua cidadeDialogue streetc cityRua Direita em São Paulo (1765 - 1977).Straight street in São Paulo ( 1765-1977 ) .Em perspectiva histórica, esta tese analisa a trajetória da Rua Direita com base em fontes primárias inéditas e jamais seriadas dessa forma. Como uma metonímia, em que a parte representa a dinâmica do todo, por meio do estudo da transformação da rua buscou-se analisar o processo de transformação do Centro Histórico de São Paulo em suas interfaces com a cidade. Partindo dos Maços de População e das Décimas Urbanas, foram inventariados - lote a lote - proprietários, usuários, tipologia e usos, desde o século XVIII, quando ali moravam em casas de taipa de pilão os mais ricos comerciantes de São Paulo que geralmente vendiam tecidos para vestuário (as chamadas \'fazendas secas\'). Resultado da grande expansão da economia cafeeira, no século XIX observamos uma profunda alteração na arquitetura da rua, reconstituída com base nos documentos da Série Obras Particulares do Arquivo Histórico de São Paulo. Para consecução dos objetivos, elaboramos uma metodologia inédita de cruzamento de fontes conexas e diversas, envolvendo as supracitadas além de fotos, mapas, almanaques, memoriais, inventários post-mortem, etc. A ideia era espacializar o processo de mudança, sem perder de vista as permanências ao longo do tempo. No início do século XX, a Rua Direita passou a ser o centro das atenções e negócios novos da Metrópole do Café que alteraram seu perfil e sua arquitetura. Cresceu em comprimento e em movimento com a implantação do Viaduto do Chá e depois foi encurtada, mas valorizada, com a abertura da Praça do Patriarca. Nas décadas de 1920 a 1950 retomou sua vocação inicial de polarizadora do comércio de tecidos finos, mas, com o advento do Centro Novo, declinou em importância. Pouco se verticalizou até a década de 1950, mantendo a maioria dos imóveis, mas alterando aos poucos o perfil dos usos e usuários novamente, transformando-se um eixo de comércio de vestuário de baixo preço. Entre 1950 e 1977, voltou a se verticalizar ganhando oito arranhacéus de uso misto, com conjuntos de salas e lojas no térreo, numa época em que a Avenida Paulista e a Avenida Faria Lima estavam apenas se insinuando no cenário. De 1988 a 1991 foram tombados seus principais edifícios pelo Conpresp, assim como os das imediações, acompanhando a tendência iniciada com o Pátio do Colégio em prosseguimento às iniciativas do Condephaat.In historical perspective, this thesis analyzes the history of Rua Direita based on unpublished primary sources never previously ordered in this way. As a metonymy, in which a part stands for the dynamics of the whole, the aim of studying the transformation of this street was to analyze the process of transformation of São Paulo\'s historic center and its interfaces with the city. Based on census and tithe data (Maços de População and Décimas Urbanas) a lot-by-lot inventory was compiled for owners, users, types and uses, from the 18th century when São Paulo\'s richest merchants lived on Rua Direita in houses made from pressed earth and usually sold fabrics for clothing (called \'dry goods\'). The 19th-century boom in the coffee economy led to far-reaching changes in the street\'s architecture, which have been reconstituted based on documents from São Paulo\'s Historic Archive. We developed a new method to cross-check different sources, involving the above data and photographs, maps, almanacs, memoirs, postmortem inventories, etc. The idea was to spatialize the change process without losing sight of continuities over time. In the early 20th century, Rua Direita became the center of attention and new business for the city now named the \'coffee metropolis\', modifying its profile and architecture. It was lengthened and bore more traffic when a bridge was added (Viaduto do Chá) and then shortened, although gaining value, when a new plaza (Praça do Patriarca) was laid out. From the 1920s through the 1950s, it regained its original purpose as a center for fine fabric traders but later declined in importance when a new downtown district (Centro Novo) was built. There were few high buildings until the 1950s; most properties remained unaltered but profiles of uses and users gradually changed again as it became an area for the low-price garment trade. From 1950 through 1977, 8 more high-rise buildings were erected for mixeduse office suites and stores on the ground floor, at a time when Paulista and Faria Lima Avenue were just beginning to show on the scenario. From 1988 to 1991, the street\'s main buildings were listed by municipal heritage entity Conpresp, as were its surroundings, following a trend that had started when the founding fathers\' building (Pátio do Colégio) was listed by the state heritage entity Condephaat.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBueno, Beatriz Piccolotto SiqueiraBraghittoni, Nelson Leopoldo2015-05-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-08032016-154309/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-08032016-154309Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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