Efeitos da nutrição na atividade cíclica reprodutiva e nas concentrações plasmáticas de melatonina em ovelhas mantidas em pastagem e submetidas ao efeito macho durante o anestro sazonal.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sasa, Aya
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-08042003-152545/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes condições nutricionais (suplementação e não suplementação) na atividade cíclica reprodutiva (ACR) em ovelhas das raças Santa Inês (SI), Romney Marsh (RM) e Suffolk (SU) mantidas sob pastejo, e submetidas ao efeito macho, durante época de anestro sazonal sob fotoperíodo natural no Estado de São Paulo. Avaliou-se também os efeitos destes tratamentos nas concentrações plasmáticas de melatonina (MEL) e na duração (horas) da secreção noturna deste hormônio. Todos animais foram mantidos sob pastejo, sendo que metade de cada raça recebeu suplementação e a outra não, caracterizando os tratamentos de suplementação e não suplementação, respectivamente. O tratamento de suplementação forneceu de 100 a 110% dos requerimentos protéicos (PB) e de 130 a 140% dos requerimentos energéticos (NDT), enquanto que o tratamento de não suplementação forneceu de 60 a 70% de PB e 100% de NDT. Os tratamentos nutricionais iniciaram 21 dias antes da introdução dos machos, e continuaram por todo o período de permanência dos mesmos (45 dias). Para o efeito macho, foram utilizados três machos (rufiões), impregnados com tinta na região prepucial para detecção do estro, os quais permaneceram isolados das fêmeas por um período de 60 dias. Colheitas de sangue foram realizadas antes (a cada 3 dias) e após (a cada 2 dias) a introdução dos machos, para dosagem de progesterona plasmática, a fim de monitorar a ACR das fêmeas. Foram também realizadas colheitas de sangue para dosagem de MEL plasmática: antes do início do experimento, antes da introdução dos machos e no final do experimento, em período de 24 horas, a cada 2 (noite) ou 4 (dia) horas. Os parâmetros avaliados foram: ganho de peso, ACR após introdução dos machos nos animais que se encontravam em anestro, dias para retorno da ACR, concentrações plasmáticas de MEL, duração da secreção de MEL. Estes parâmetros foram analisados utilizando o procedimento GLM no SAS, seguido pelo teste de ukey para estabelecer a comparação entre médias. O tratamento nutricional teve efeito no ganho de peso (P<0,001), no número de dias para retorno da ACR (P<0,1), nas concentrações de MEL (P<0,1) e na duração da secreção deste hormônio (P<0,1). Animais suplementados apresentaram em média, maior ganho de peso, maiores concentrações de MEL plasmática, e maior duração da secreção deste hormônio. Diferenças raciais foram encontradas para ganho de peso, retorno da ACR e concentrações plasmáticas de MEL. Fêmeas SI, perderam peso, enquanto que as RM mantiveram e as SU ganharam peso durante todo o período experimental, independente do tratamento nutricional. Todas as fêmeas SI retornaram à ACR em média 5 dias após a introdução dos machos, já as fêmeas SU suplementadas não retornaram à ACR, enquanto que as não suplementadas retornaram em 23 dias. Nenhuma ovelha RM retornou à ACR. Assim, conclui-se que para a raça SI só efeito macho é eficiente em ativar o retorno da ACR, e para a raça SU, deve-se aliar esta prática com um bom manejo nutricional, e para a RM, o efeito macho mesmo associado à nutrição não são capazes de amenizar a estacionalidade da ACR. E por fim, a nutrição afeta a duração da secreção de MEL.
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Todos animais foram mantidos sob pastejo, sendo que metade de cada raça recebeu suplementação e a outra não, caracterizando os tratamentos de suplementação e não suplementação, respectivamente. O tratamento de suplementação forneceu de 100 a 110% dos requerimentos protéicos (PB) e de 130 a 140% dos requerimentos energéticos (NDT), enquanto que o tratamento de não suplementação forneceu de 60 a 70% de PB e 100% de NDT. Os tratamentos nutricionais iniciaram 21 dias antes da introdução dos machos, e continuaram por todo o período de permanência dos mesmos (45 dias). Para o efeito macho, foram utilizados três machos (rufiões), impregnados com tinta na região prepucial para detecção do estro, os quais permaneceram isolados das fêmeas por um período de 60 dias. Colheitas de sangue foram realizadas antes (a cada 3 dias) e após (a cada 2 dias) a introdução dos machos, para dosagem de progesterona plasmática, a fim de monitorar a ACR das fêmeas. Foram também realizadas colheitas de sangue para dosagem de MEL plasmática: antes do início do experimento, antes da introdução dos machos e no final do experimento, em período de 24 horas, a cada 2 (noite) ou 4 (dia) horas. Os parâmetros avaliados foram: ganho de peso, ACR após introdução dos machos nos animais que se encontravam em anestro, dias para retorno da ACR, concentrações plasmáticas de MEL, duração da secreção de MEL. Estes parâmetros foram analisados utilizando o procedimento GLM no SAS, seguido pelo teste de ukey para estabelecer a comparação entre médias. O tratamento nutricional teve efeito no ganho de peso (P<0,001), no número de dias para retorno da ACR (P<0,1), nas concentrações de MEL (P<0,1) e na duração da secreção deste hormônio (P<0,1). Animais suplementados apresentaram em média, maior ganho de peso, maiores concentrações de MEL plasmática, e maior duração da secreção deste hormônio. Diferenças raciais foram encontradas para ganho de peso, retorno da ACR e concentrações plasmáticas de MEL. Fêmeas SI, perderam peso, enquanto que as RM mantiveram e as SU ganharam peso durante todo o período experimental, independente do tratamento nutricional. Todas as fêmeas SI retornaram à ACR em média 5 dias após a introdução dos machos, já as fêmeas SU suplementadas não retornaram à ACR, enquanto que as não suplementadas retornaram em 23 dias. Nenhuma ovelha RM retornou à ACR. Assim, conclui-se que para a raça SI só efeito macho é eficiente em ativar o retorno da ACR, e para a raça SU, deve-se aliar esta prática com um bom manejo nutricional, e para a RM, o efeito macho mesmo associado à nutrição não são capazes de amenizar a estacionalidade da ACR. E por fim, a nutrição afeta a duração da secreção de MEL.This study evaluated the effects of different nutritional conditions (suplementation and no suplementation) in reproductive cyclic activity (RCA) for Santa Inês (SI), Romney Marsh (RM) and Suffolk (SU) breeds, in pasture, submitted to the male effect, during seasonal anoestrus, under natural photoperiod in São Paulo State. It was also evaluated the effects of nutritional treatments for plasmatic melatonin (MEL) concentration and for the duration of MEL secretion. All ewes were mainted in pasture, receiving food supplementation or not, distinguishing the supplementation or not supplementation treatments. The supplementation treatment supplied 100-110% of protein requeriments (CP) and 130-140% of energy requeriments (TDN). The no supplementation treatment supplied 60-70% CP and 100% TDN requeriments. The nutritional treatments were started 21 days before the rams introduction and lasted throughout the permanence period (45 days). To the male effect, it used three vasectomized rams impregnated with ink at the prepucial area in order to facilitate the estrus verification, isolated from the females for 60 days. Blood samples were collected before (every 3 days) and after (every 2 days) the rams introduction to determine de plasmatic progesterone to follow up the ewes reproductive cyclic activity (RCA). Blood samples were also collected to determine the plasmatic MEL dosage: before the beginning of the experiment, before the rams introduction and in the end of the experiment, during 24 hours, every 2 dark hours or 4 light hours. There was evaluated the following parameters: weight gain, RCA after male introduction for the ewes in anoestrus, days to RCA return, MEL concentration and MEL secretion duration. The parameters were analyzed by analisis of variance using the GLM (General Linear Procedure) of the Statistical System (SAS) software. Tukey test was used to compare means. The nutritional treatment resulted efficient for weight gain (P<0,001), days to return RCA (P<0,1), MEL concentration (P<0,1) and the duration of its hormone secretion (P<0,1). Supplemented ewes showed higher weight gain, higher MEL plasmatic concentration and higher hormone secretion duration in average. There was verified breed differences for weight gain, RCA return and MEL plasmatic concentration. SI ewes lost weight in average, RM ewes maintained it and SU ewes gained weight during the whole experimental period not taking into account the nutritional treatment. SI ewes had, in average, their RCA returned 5 days after the rams introduction not taking into account the nutritional treatment. However, SU ewes presented different behaviours due treatments: the ones that received supplementation did not return the RCA while, the non supplemented ones returned the RCA within 23 days. RM ewes did not return RCA no matter which treatment had received. Therefore, one may conclude that for SI ewes the male effect is enough for the RCA return. For SU breed one should combine this practice to good nutritional management. And for RM neither the male effect nor the nutrition are capable to diminish the RCA seasonally. Finally, one may conclude that the nutrition affects the amount and duration of MEL secretion.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCoelho, Lia de AlencarSasa, Aya2003-02-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-08042003-152545/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:08:16Zoai:teses.usp.br:tde-08042003-152545Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:08:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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