Estudo transversal retrospectivo das infecções odontogênicas em um hospital universitário público

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Müller, Isabelle
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23149/tde-30012023-130543/
Resumo: Infecções odontogênicas são quadros clínicos que podem se agravar quando não tratados no tempo e da forma adequada. A disseminação do processo infeccioso para os tecidos e espaços fasciais adjacentes leva a internação hospitalar e pode provocar com frequência grande morbidade, mas raramente óbitos. Propusemo-nos a analisar por um estudo retrospectivo dados de prontuários de pacientes com infecções odontogênicas no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2021 em um hospital universitário público para verificar possíveis associações de fatores clínicos e laboratoriais no aumento do tempo de internação. Uma amostra aleatória de 220 prontuários conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) em K-047 (abscesso periapical) e K-122 (celulite e abscesso da boca) foi selecionada para coleta de dados. 43% dos prontuários (n=99) continham a maioria das informações para coleta das variáveis como: sexo, idade, regiões anatômicas envolvidas, comorbidades, resultados de exames laboratoriais quando presentes (contagem de leucócitos, proteína C-reativa e hemoglobina), origem da infecção, tratamento, período de internação, antibióticos administrados, relato ou outras medicações quando descritas. Os dados foram distribuídos quanto a média e desvio padrão, medidas de frequência e foram submetidos a teste de associação (qui-quadrado ou exato de Fisher) para algumas variáveis relacionadas a gravidade e alongamento do tempo de hospitalização. A maioria dos casos foi de celulite e abscessos da boca (K-122)sendo os mais graves em homens com idade entre os 27 a 32 anos. Não foramreportados óbitos. Os casos de menor gravidade foram abscesso periapical (K-047) envolveram igualmente homens e mulheres na sua maioria crianças entre 12 e 13 anos. A região mais acometida em toda a amostra foi o espaço submandibular. Houve evolução para mediastinite em cinco casos e em 14 para angina de Ludwig. O período de internação para os casos de menor gravidade foi de 3 dias em média enquanto para os casos de maior gravidade ultrapassaram 7 dias. Encontramos associação significativa na amostra total vinculando alongamento da permanência hospitalar por mais do que 3 dias (72h) com os casos de maior gravidade incluindo 6 os registros de celulite e abscesso da boca (K-122), (p=0.003) e quando múltiplos espaços estivessem acometidos (p<0.001). Não foi possível verificar associação significativa entre os resultados dos exames laboratoriais e o alongamento da permanência hospitalar (>72h) porém nos casos de maior gravidade os níveis de PCR se confirmaram significativamente mais elevados. Para os de menor gravidade, periapical (K-047), a penicilina e derivados foram os antibióticos de escolha. Para os casos de maior gravidade a associação de ceftriaxona e clindamicina foi a mais utilizada. Concluímos que os dados corroboram com os dados da literatura internacional. Um estudo prospectivo com maior amostra deve ser conduzido para sugerir fatores preditores clínicos e laboratoriais de gravidade e alongamento de permanência hospitalar.
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Uma amostra aleatória de 220 prontuários conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) em K-047 (abscesso periapical) e K-122 (celulite e abscesso da boca) foi selecionada para coleta de dados. 43% dos prontuários (n=99) continham a maioria das informações para coleta das variáveis como: sexo, idade, regiões anatômicas envolvidas, comorbidades, resultados de exames laboratoriais quando presentes (contagem de leucócitos, proteína C-reativa e hemoglobina), origem da infecção, tratamento, período de internação, antibióticos administrados, relato ou outras medicações quando descritas. Os dados foram distribuídos quanto a média e desvio padrão, medidas de frequência e foram submetidos a teste de associação (qui-quadrado ou exato de Fisher) para algumas variáveis relacionadas a gravidade e alongamento do tempo de hospitalização. A maioria dos casos foi de celulite e abscessos da boca (K-122)sendo os mais graves em homens com idade entre os 27 a 32 anos. Não foramreportados óbitos. Os casos de menor gravidade foram abscesso periapical (K-047) envolveram igualmente homens e mulheres na sua maioria crianças entre 12 e 13 anos. A região mais acometida em toda a amostra foi o espaço submandibular. Houve evolução para mediastinite em cinco casos e em 14 para angina de Ludwig. O período de internação para os casos de menor gravidade foi de 3 dias em média enquanto para os casos de maior gravidade ultrapassaram 7 dias. Encontramos associação significativa na amostra total vinculando alongamento da permanência hospitalar por mais do que 3 dias (72h) com os casos de maior gravidade incluindo 6 os registros de celulite e abscesso da boca (K-122), (p=0.003) e quando múltiplos espaços estivessem acometidos (p<0.001). Não foi possível verificar associação significativa entre os resultados dos exames laboratoriais e o alongamento da permanência hospitalar (>72h) porém nos casos de maior gravidade os níveis de PCR se confirmaram significativamente mais elevados. Para os de menor gravidade, periapical (K-047), a penicilina e derivados foram os antibióticos de escolha. Para os casos de maior gravidade a associação de ceftriaxona e clindamicina foi a mais utilizada. Concluímos que os dados corroboram com os dados da literatura internacional. Um estudo prospectivo com maior amostra deve ser conduzido para sugerir fatores preditores clínicos e laboratoriais de gravidade e alongamento de permanência hospitalar.Odontogenic infections are clinical conditions that when not treated properly and in a brief time show great morbidity. The dissemination of an infectious process to adjacent tissues and fascial spaces leads to hospitalization and causes complications and death. We proposed a retrospective study to analyze data from medical records of patients with odontogenic infections from January 2010 to January 2021 in a public university hospital and verify possible clinical and laboratory features with lea lengthening hospital stay. A random sample of 220 charts according to the International Classification of Diseases (ICD-10) in K-047 (periapical abscess) and K-122 (cellulitis and mouth abscess) was selected for data collection. Forty-three percent of the medical records (n=99) contained most of the information for collecting variables such as: gender, age, anatomical regions involved, comorbidities, laboratory test results when present (leukocyte count, C-reactive protein and hemoglobin), origin of the infection, treatment, period of hospitalization, antibiotics administered, report or other medications when described. Data were distributed according to mean and standard deviation, frequency measurements and were submitted to an association test (chi-square or Fisher\'s exact) for some variables related to severity and length of hospital stay. Most cases were of cellulitis and abscesses of the mouth (K-122) with the most severe being in males aged 27 to 32 years. No deaths were reported. The less severe cases were periapical abscess (K-047) equally involving men and women, mostly children between 12 and 13 years old. The most affected region in the entire sample was the submandibular space. There was evolution to mediastinitis in five cases and in fourteen to Ludwig\'s angina. The length of stay for less severe cases was 3 days on average, while for more severe cases it was longer than 7 days. We found a significant association in the total sample linking lengthening hospital stay for more than 3 days (72h) with the most severe cases, including records of cellulitis and mouth abscess (K-122), (p=0.003) and when multiple spaces were affected (p<0.001). It was not possible to verify a significant association between the results of laboratory tests and length of hospital stay (>72h), but in more severe cases, CRP levels were confirmed to be significantly higher. For the cases of lower severity, periapical abscess (K-047), penicillin and derivatives remain the antibiotics of choice. The combination of Ceftriaxone and clindamycin was the most used for the most severe cases. We conclude that our findings corroborate the data from the international literature. A prospective study with a larger sample should be conducted to suggest clinical and laboratory predictors of severity and lengthening of hospital stay.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDeboni, Maria Cristina ZindelMüller, Isabelle2022-11-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23149/tde-30012023-130543/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T17:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-30012023-130543Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T17:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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