Vínculos interpessoais na vida do doente com AIDS: o modelo de comboio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, Edilene Aparecida Araujo da
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-07102009-155711/
Resumo: INTRODUÇÃO: Os indivíduos se desenvolvem dentro de grupos. Em cada grupo, a pessoa desenvolve diferentes tipos de papéis, experimenta eventos, influencia e é influenciada por outros participantes. Assim, há o estabelecimento de vários vínculos e de uma rede de relações familiares e de amizade. Há pessoas que são mais próximas e íntimas e pessoas mais distantes. O nível de proximidade com um determinado membro da rede pode variar ao longo do tempo conforme o desenvolvimento de ciclo vital e das situações cotidianas. O HIV altera a dinâmica da rede de relações devido a probabilidade de mudanças como perdas, descobertas de condutas socialmente reprovadas e estigma. MARCO TEÓRICO: Há diversos tipos de estudo sobre redes, dentre os quais está o modelo de comboio desenvolvido por Khan e Antonucci em 1980. Esse modelo integra os conceitos de suporte social, ciclo vital e rede. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo conhecer a relação e a troca de suporte entre os integrantes do círculo interno do comboio e o doente com aids, bem como verificar as possíveis mudanças na composição dos vínculos do paciente após a identificação da doença. MATERIAL E MÉTODOS: O estudo está baseado no modelo de comboio das relações sociais que tem como uma de suas características a representação da rede em três círculos concêntricos que envolvem o soropositivo. No círculo interno estão relações mais próximas e no esterno as mais distantes, porém importantes. Foram consideradas as relações desenvolvidas no círculo interno por serem as mais íntimas, com as quais o indivíduo troca quantidade maior de suporte. Participaram do estudo 22 sujeitos doentes com AIDS e internados na enfermaria da UETDI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Após seguir as considerações éticas, foi aplicado um instrumento com três círculos concêntricos para representação do comboio e realizada uma entrevista adaptada do roteiro elaborado por Antonucci e Akiyama (1987) sobre os dez integrantes do comboio mais próximos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a caracterização da amostra pudemos perceber que a maioria declarou-se brancos e mulatos, se contaminou por meio de relações sexuais e era do sexo feminino. A faixa etária variou entre 34 e 43 anos, a maior parte soube do diagnóstico nos últimos dez anos e havia estudado até o ensino fundamental. Em relação ao círculo interno desses participantes, a maioria foi composta por no máximo cinco integrantes, sendo que as pessoas da família foram as mais citadas. Dentre as características funcionais foram discutidos dados relacionados à confidencialidade, tranquilização quando há incerteza, cuidado com a doença, diálogo, dialogo sobre a saúde. Houve 12 entrevistados que citaram mudanças na composição da rede, indicando maior ou menor proximidade. CONCLUSÃO: Os profissionais de saúde precisam estabelecer uma relação de confiança com o paciente, seu comboio, reconhecendo-os no contexto psicossocial e cultural de forma a favorecer a aceitação da soropositividade, mudanças no estilo de vida, ajuda nos cuidados de saúde e adesão ao tratamento.
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MARCO TEÓRICO: Há diversos tipos de estudo sobre redes, dentre os quais está o modelo de comboio desenvolvido por Khan e Antonucci em 1980. Esse modelo integra os conceitos de suporte social, ciclo vital e rede. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo conhecer a relação e a troca de suporte entre os integrantes do círculo interno do comboio e o doente com aids, bem como verificar as possíveis mudanças na composição dos vínculos do paciente após a identificação da doença. MATERIAL E MÉTODOS: O estudo está baseado no modelo de comboio das relações sociais que tem como uma de suas características a representação da rede em três círculos concêntricos que envolvem o soropositivo. No círculo interno estão relações mais próximas e no esterno as mais distantes, porém importantes. Foram consideradas as relações desenvolvidas no círculo interno por serem as mais íntimas, com as quais o indivíduo troca quantidade maior de suporte. Participaram do estudo 22 sujeitos doentes com AIDS e internados na enfermaria da UETDI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Após seguir as considerações éticas, foi aplicado um instrumento com três círculos concêntricos para representação do comboio e realizada uma entrevista adaptada do roteiro elaborado por Antonucci e Akiyama (1987) sobre os dez integrantes do comboio mais próximos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a caracterização da amostra pudemos perceber que a maioria declarou-se brancos e mulatos, se contaminou por meio de relações sexuais e era do sexo feminino. A faixa etária variou entre 34 e 43 anos, a maior parte soube do diagnóstico nos últimos dez anos e havia estudado até o ensino fundamental. Em relação ao círculo interno desses participantes, a maioria foi composta por no máximo cinco integrantes, sendo que as pessoas da família foram as mais citadas. Dentre as características funcionais foram discutidos dados relacionados à confidencialidade, tranquilização quando há incerteza, cuidado com a doença, diálogo, dialogo sobre a saúde. Houve 12 entrevistados que citaram mudanças na composição da rede, indicando maior ou menor proximidade. CONCLUSÃO: Os profissionais de saúde precisam estabelecer uma relação de confiança com o paciente, seu comboio, reconhecendo-os no contexto psicossocial e cultural de forma a favorecer a aceitação da soropositividade, mudanças no estilo de vida, ajuda nos cuidados de saúde e adesão ao tratamento.INTRODUCTION: Individuals are developed inside groups. In each group, people develop different kinds of roles, experience events, influence and are influenced by other participants. Thus, different bonds and a network of family and friend relationships are established. Some people are closer and more intimate while others are more distant. The level of proximity with a certain member of the network can vary over time according to the development of the vital cycle and daily situations. HIV alters the dynamics of the relationship network due to the probability of changes like losses, exposure of socially reproved behaviors and stereotypes. THEORETICAL FRAMEWORK: Different types of studies address networks, among them, there is the convoy model, developed by Khan and Antonucci in 1980. This model includes the concepts of social support, vital cycle and network. OBJECTIVE: The present study aimed to approach the relationship and the exchange of support among members of the inner circle of the convoy and patients with AIDS, as well as to verify the possible changes in the composition of patients bonds after the identification of the disease. MATERIAL AND METHODS: The study is based on the convoy model of social relations, which is characterized by the representation of the network in three concentric circles that involve patients with AIDS. Closer relations belong to the inner circle, while more distant, but important relations, are in the outer circle. Relationships developed in the inner circle were the ones considered, as they are the most intimate, with people with whom patients exchange more support. Participants were 22 patients with AIDS who were hospitalized in the ward of the UETDI (Special Unit to Treat Infectious Disease) in Hospital das Clínicas of the University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School. All ethical principles were followed. An instrument with three concentric circles, to represent the convoy, was applied. An interview adapted from the script developed by Antonucci and Akiyama (1987) about the ten closest members of the convoy was carried out. RESULTS AND DISCUSSION: According to samples characterization, most participants were white or mulattos, had been infected in sexual relations and were female. The age group varied between 34 and 43 years of age. Most learned the diagnosis in the last ten years and had completed primary education. Regarding participants inner circle, most consisted of a maximum of five members. Family members were the most mentioned. Among the functional characteristics, data related to confidentiality, tranquilizing as to uncertainties, care with the disease, dialog and dialog about health were discussed. Twelve participants mentioned changes in the network composition, indicating more or less proximity. CONCLUSION: Health professionals should establish a trusty relationship with patients and their convoy, recognizing them in the psychosocial and cultural contexts. This would favor the acceptance of the disease and changes in lifestyle, besides helping in health care and adherence to treatment.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Ana Maria PimentaSilveira, Edilene Aparecida Araujo da2009-09-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-07102009-155711/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-07102009-155711Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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