Reconstruções multiplanares da tomografia computadorizada no estudo da artrodese atlanto-axial transarticular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Marcello Henrique Nogueira
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-28062021-154452/
Resumo: A artrodese transarticular por meio de parafusos proporciona fixação atlanto axial rígida com vantagens biomecânicas em relação às outras técnicas de artrodese, podendo ser utilizada inclusive nos casos em que o arco posterior do atlas estiver ausente, fraturado ou destruído. Há entretanto risco de lesão da artéria vertebral e de outras estruturas vásculo-nervosas, em parte relacionado a variações da normalidade na anatomia regional. O objetivo desse estudo foi realizar uma descrição morfométrica das estruturas ósseas do segmento atlanto-axial relacionadas com a execução dessa técnica cirúrgica. O eixo de colocação do parafuso foi o referencial para a seleção dos planos axial oblíquo e parassagital oblíquo obtidos por meio de reconstruções multiplanares da tomografia computadorizada helicoidal. Foram utilizados 100 exames de tomografia computadorizada helicoidal com aquisição volumétrica que incluía o atlas e o áxis. As mensurações foram realizadas nos segmentos atlanto-axiais nos lados direito e esquerdo. Os parâmetros selecionados para mensuração foram a largura e a altura do istmo da parte interarticular de C2, o comprimento ideal do parafuso, os ângulos sagital e mediai do trajeto do parafuso através do istmo de C2 e a distância do trajeto do implante ao sulco da artéria vertebral. Os valores obtidos para cada parâmetro estudado foram: largura do istmo da parte interarticular, 7,75mm ± 1,27mm; altura do istmo da parte interarticular, 7,94mm ± 1,72mm; comprimento ideal do parafuso, 39,03mm ± 2,81 mm; ângulo sagital do trajeto do parafuso, 57,54° ± 5,28° e ângulo mediai do trajeto do parafuso, 7,90° ± 4,05°. Em 5% dos istmos de C2 estudados a espessura do istmo mediu abaixo de 5mm, seja em altura ou largura. Os valores das variáveis lineares no sexo masculino foram estatisticamente superiores, não havendo diferença significativa entre os sexos para as variáveis angulares. A avaliação das imagens no plano parassagital oblíquo obtidos no trajeto do parafuso mostraram o sulco da artéria vertebral em 23% das vértebras de forma unilateral e em 7% das vértebras de forma bilateral. Nos casos em que o sulco da artéria vertebral estava presente foi mensurada a distância do sulco até o trajeto ideal do parafuso. Em 7,5% dos complexos istmo-massa lateral estudados essa distancia mediu menos do que 2,5mm. Com base nos resultados obtidos foi proposta uma classificação do áxis em dois tipos básicos segundo a morfologia do istmo da parte interarticular e da massa lateral de C2, conforme as reconstruções multiplanares selecionadas. Os complexos istmo-massa lateral nos quais não foi identificada variação anatômica predispondo a lesões da artéria vertebral foram classificados como tipo I. Os casos nos quais a técnica de fixação transarticular C1- C2 podería colocar em risco a integridade da artéria vertebral devido a alguma alteração anatômica óssea foram classificados como tipo II. Na amostra estudada foram identificados 11% de complexos istmo - massa lateral de C2 do tipo II. A avaliação pré-operatória é muito importante para identificar esses casos.
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O eixo de colocação do parafuso foi o referencial para a seleção dos planos axial oblíquo e parassagital oblíquo obtidos por meio de reconstruções multiplanares da tomografia computadorizada helicoidal. Foram utilizados 100 exames de tomografia computadorizada helicoidal com aquisição volumétrica que incluía o atlas e o áxis. As mensurações foram realizadas nos segmentos atlanto-axiais nos lados direito e esquerdo. Os parâmetros selecionados para mensuração foram a largura e a altura do istmo da parte interarticular de C2, o comprimento ideal do parafuso, os ângulos sagital e mediai do trajeto do parafuso através do istmo de C2 e a distância do trajeto do implante ao sulco da artéria vertebral. Os valores obtidos para cada parâmetro estudado foram: largura do istmo da parte interarticular, 7,75mm ± 1,27mm; altura do istmo da parte interarticular, 7,94mm ± 1,72mm; comprimento ideal do parafuso, 39,03mm ± 2,81 mm; ângulo sagital do trajeto do parafuso, 57,54° ± 5,28° e ângulo mediai do trajeto do parafuso, 7,90° ± 4,05°. Em 5% dos istmos de C2 estudados a espessura do istmo mediu abaixo de 5mm, seja em altura ou largura. Os valores das variáveis lineares no sexo masculino foram estatisticamente superiores, não havendo diferença significativa entre os sexos para as variáveis angulares. A avaliação das imagens no plano parassagital oblíquo obtidos no trajeto do parafuso mostraram o sulco da artéria vertebral em 23% das vértebras de forma unilateral e em 7% das vértebras de forma bilateral. Nos casos em que o sulco da artéria vertebral estava presente foi mensurada a distância do sulco até o trajeto ideal do parafuso. Em 7,5% dos complexos istmo-massa lateral estudados essa distancia mediu menos do que 2,5mm. Com base nos resultados obtidos foi proposta uma classificação do áxis em dois tipos básicos segundo a morfologia do istmo da parte interarticular e da massa lateral de C2, conforme as reconstruções multiplanares selecionadas. Os complexos istmo-massa lateral nos quais não foi identificada variação anatômica predispondo a lesões da artéria vertebral foram classificados como tipo I. Os casos nos quais a técnica de fixação transarticular C1- C2 podería colocar em risco a integridade da artéria vertebral devido a alguma alteração anatômica óssea foram classificados como tipo II. Na amostra estudada foram identificados 11% de complexos istmo - massa lateral de C2 do tipo II. A avaliação pré-operatória é muito importante para identificar esses casos.Transarticular screw arthrodesis provides rigid atlanto-axial fixation and it has biomecanical advantages when compared to other techniques. Transarticular C1-C2 screw fixation could be performed even with fracture, destruction or absence of the atlas posterior arch. Nevertheless, there is a danger of injury to the vertebral artery or to other neurovascular structures, that could be related to anatomic variations. The objective of this study was to determine atlanto-axial bone morphometric measurements related to screw transarticular arthrodesis technique. One hundred helical computerized tomography (helical CT) scans with volumetric acquisition including the axis and the atlas were studied. The screw insertion axis was the referencial to select the correct oblique axial and oblique parasagital planes obtained with multi planar reconstruction (MPR) on helical CT. The measured parameters on each side of the vertebrae were C2 interarticularis isthmus height and width, optimal screw length, optimal screw trajectory sagital and axial angles, and distance between the ideal screw trajectory and the vertebral artery groove. C2 interarticularis isthmus height measured 7.75mm ± 1.27mm, C2 interarticularis isthmus width 7.94mm ± 1.72mm, optimal screw length 39.03mm ± 2.81 mm, optimal screw trajectory sagital angle 57.54° + 5.28°, optimal screw trajectory mediai angle 7.90° ± 4.05°. Isthmus narrowing in height and/or widht under 5mm was seen in 5% of cases. Reconstructed parasagital images showed unilateral vertebral artery groove in 23% and bilateral vertebral artery groove in 7% of vertebrae. In those cases the distance between the arterial groove and the ideal screw path was measured. This distance measured under 2,5mm in 7,5% of isthmuslateral mass complexes. Based on the results a classification of C2 isthmus and lateral mass morfology was proposed. C2 isthmus-lateral mass complexes without anatomic variations predisposing to vertebral artery injury were considered Tipe I. The C2 isthmus-lateral mass complexes potencially associated to neurovascular injury were classified as tipe II. In this sample 11,5% of C2 isthmus-lateral mass complexes were tipe II. Pre operative CT scans are important to identify those cases.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDefino, Helton Luiz AparecidoBarbosa, Marcello Henrique Nogueira2003-09-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-28062021-154452/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-28062021-154452Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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