Influência da umidade na liberação de ascósporos e na pré-penetração de Guignardia citricarpa Kiely [Phyllosticta citricarpa (McAlp.) van der Aa]

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mello, Alexandre Furtado Silveira
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20181127-161803/
Resumo: A mancha preta dos citros, causada pelo fungo Guignardia citricarpa Kiely [Phyllosticta citricarpa (McAlp.) Van der Aa.], é uma doença de grande ocorrência no sul do Estado de São Paulo. Estudos epidemiológicos dessa doença ainda são controversos devido principalmente, às diferenças climáticas e do sistema de produção no Brasil, quando comparados com os países pioneiros no estudo da doença. Nesse trabalho, procurou-se elucidar as épocas favoráveis à infecção e a importância relativa de conídios e ascósporos nesse processo por meio de plantas armadilhas. Mudas de limão 'Siciliano' (Citrus limon (L.) Burn. f.), suscetíveis a G. citricarpa, foram colocadas em dois talhões de um pomar de citros em uma propriedade comercial. Num dos talhões as folhas caídas no solo, fonte de inóculo de ascósporos, foram removidas. No outro talhão as folhas permaneceram sobre o solo. Durante os meses de outubro de 2002 a maio de 2003 três mudas permaneceram expostas em cada talhão por um mês, ao final do qual eram substituídas por novas. Não foi possível diferenciar a importância de conídios e de ascósporos por meio de reação de polimerase em cadeia (PCR) nem de sintomatologia das folhas, pois a infecção foi constatada somente em duas das avaliações realizadas. A relação entre a liberação de ascósporos e as condições climáticas também foi avaliada. Armadilhas caça-esporos foram instaladas em campo comercial e semanalmente o número de ascósporos capturados foi relacionado com a temperatura média diária, com a precipitação diária e a precipitação três dias antes da leitura dos ascósporos. Os resultados obtidos demonstram que a precipitação acumulada em três dias foi relacionada com a liberação de ascósporos pela equação L= 6,45 + 0,04 Pp3d - 0,17 T onde L é a leitura de ascósporos, Pp3d é a precipitação três dias antes da leitura de ascósporos e T é a temperatura, com R2= 0,49. Paralelamente, foram conduzidos experimentos in vitro, visando a determinação de sucos cítricos que favorecessem a germinação de conídios, com o objetivo final de realizar experimentos que avaliassem a influência de períodos descontínuos de molhamento na capacidade de germinação de conídios de P. citricarpa. Suco de laranja das cultivares Pêra e Valência na concentração de 4% mostraram-se os mais favoráveis na indução da germinação de conídios com índice de germinação variando entre 23,89 e 41,81 %. A interrupção do período de molhamento independentemente de ser gradativa ou rápida não influenciou na germinação de conídios, mostrando assim a grande capacidade germinativa do fungo.
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