O impacto de alterações histológicas do parênquima renal não-neoplásico na incidência de insuficiência renal crônica após nefrectomia radical
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-05102016-083020/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A nefrectomia radical está associada com algum grau de comprometimento da função do rim remanescente em pacientes com câncer renal. A etiologia da insuficiência renal crônica (IRC) nesses casos é complexa, tem prevalência relativamente alta e existem poucas alternativas terapêuticas quando ela se estabelece. Métodos que permitem prever o aparecimento desse quadro e possibilitem condutas terapêuticas que minimizem e retardem a perda de função renal são altamente desejáveis. OBJETIVOS: Em pacientes submetidos à nefrectomia radical: 1. Objetivo primário: Avaliar o impacto de alterações do parênquima renal não neoplásico, dados demográficos, clínicos e laboratoriais sobre o desenvolvimento de insuficiência renal crônica. 2. Objetivo secundário: Correlacionar alterações do parênquima renal não neoplásico, dados demográficos, clínicos e laboratoriais com a variação da taxa de filtração glomerular estimada pré e pós-operatória. MÉTODOS: Foram selecionados 65 pacientes submetidos à nefrectomia radical por quadros de carcinoma de células renais. Nesses casos, procedeu-se a análise histológica do parênquima renal não neoplásico e as alterações encontradas foram correlacionadas com o aparecimento subsequente de IRC. Para avaliação da função renal, foi utilizada a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) por meio da fórmula MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) pré-operatória e última consulta. O estado do parênquima renal não neoplásico foi avaliado por meio de parâmetros histológicos: 1. Presença de glomerulosclerose, calculada pelo número total de glomérulos escleróticos dividido pelo número total de glomérulos avaliados, e expressa em porcentagem e presença de glomérulos hialinizados; 2. Alterações vasculares com a presença de arteriolosclerose. A extensão da oclusão arterial foi quantificada em três grupos: menos de 25%, 26% a 50% e acima de 50%. 3. Presença de fibrose intersticial e atrofia tubular. O impacto destas alterações no comportamento da função renal foi avaliado por meio do desenvolvimento IRC, definida com uma TFGe menor que 60ml/minuto/1,73m2 na avaliação mais recente e de acordo com os protocolos do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative. RESULTADOS: Após um seguimento médio de 49,06 meses, foi observado uma queda média de 26,52% na função renal nos pacientes submetidos à nefrectomia radical. Trinta e cinco dos 65 pacientes evoluíram para IRC. Em uma análise univariada, presença de glomerulosclerose (OR=3,8), arteriosclerose (OR=3.3), fibrose intersticial (OR=3.8), hipertensão arterial (OR=3.7), Diabetes Mellitus (OR=11.6) e idade maior que 60 anos (OR=3.4) associaram-se à evolução para IRC (p < 0.05). Em uma regressão logística multivariada, índice de comorbidade de Charlson (OR= 2,3), GS (OR= 1,2) e TFGe pré-operatória (OR= 0,96) foram estatisticamente significantes. Para cada 2,5% de aumento de alterações glomérulos, houve uma diminuição percentual de 28% da TFGe. CONCLUSÕES: Alterações histológicas do parênquima renal não neoplásico e parâmetros clínicos podem ser utilizados para predizer pacientes que evoluirão para IRC após uma nefrectomia radical |
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O impacto de alterações histológicas do parênquima renal não-neoplásico na incidência de insuficiência renal crônica após nefrectomia radicalHistologic abnormalities in non-neoplasic renal parenchyma and the risk of chronic kidney disease following radical nephrectomyCarcinoma de células renaisCarcinoma renal cellFalência renal crônicaGlomerulosclerose segmentar e focalGlomerulosclerosis focal segmentalKidneyKidney failure chronicKidney function testsNefrectomiaNephrectomyRimTestes de função renalINTRODUÇÃO: A nefrectomia radical está associada com algum grau de comprometimento da função do rim remanescente em pacientes com câncer renal. A etiologia da insuficiência renal crônica (IRC) nesses casos é complexa, tem prevalência relativamente alta e existem poucas alternativas terapêuticas quando ela se estabelece. Métodos que permitem prever o aparecimento desse quadro e possibilitem condutas terapêuticas que minimizem e retardem a perda de função renal são altamente desejáveis. OBJETIVOS: Em pacientes submetidos à nefrectomia radical: 1. Objetivo primário: Avaliar o impacto de alterações do parênquima renal não neoplásico, dados demográficos, clínicos e laboratoriais sobre o desenvolvimento de insuficiência renal crônica. 2. Objetivo secundário: Correlacionar alterações do parênquima renal não neoplásico, dados demográficos, clínicos e laboratoriais com a variação da taxa de filtração glomerular estimada pré e pós-operatória. MÉTODOS: Foram selecionados 65 pacientes submetidos à nefrectomia radical por quadros de carcinoma de células renais. Nesses casos, procedeu-se a análise histológica do parênquima renal não neoplásico e as alterações encontradas foram correlacionadas com o aparecimento subsequente de IRC. Para avaliação da função renal, foi utilizada a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) por meio da fórmula MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) pré-operatória e última consulta. O estado do parênquima renal não neoplásico foi avaliado por meio de parâmetros histológicos: 1. Presença de glomerulosclerose, calculada pelo número total de glomérulos escleróticos dividido pelo número total de glomérulos avaliados, e expressa em porcentagem e presença de glomérulos hialinizados; 2. Alterações vasculares com a presença de arteriolosclerose. A extensão da oclusão arterial foi quantificada em três grupos: menos de 25%, 26% a 50% e acima de 50%. 3. Presença de fibrose intersticial e atrofia tubular. O impacto destas alterações no comportamento da função renal foi avaliado por meio do desenvolvimento IRC, definida com uma TFGe menor que 60ml/minuto/1,73m2 na avaliação mais recente e de acordo com os protocolos do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative. RESULTADOS: Após um seguimento médio de 49,06 meses, foi observado uma queda média de 26,52% na função renal nos pacientes submetidos à nefrectomia radical. Trinta e cinco dos 65 pacientes evoluíram para IRC. Em uma análise univariada, presença de glomerulosclerose (OR=3,8), arteriosclerose (OR=3.3), fibrose intersticial (OR=3.8), hipertensão arterial (OR=3.7), Diabetes Mellitus (OR=11.6) e idade maior que 60 anos (OR=3.4) associaram-se à evolução para IRC (p < 0.05). Em uma regressão logística multivariada, índice de comorbidade de Charlson (OR= 2,3), GS (OR= 1,2) e TFGe pré-operatória (OR= 0,96) foram estatisticamente significantes. Para cada 2,5% de aumento de alterações glomérulos, houve uma diminuição percentual de 28% da TFGe. CONCLUSÕES: Alterações histológicas do parênquima renal não neoplásico e parâmetros clínicos podem ser utilizados para predizer pacientes que evoluirão para IRC após uma nefrectomia radicalINTRODUCTION: Radical nephrectomy is inevitably associated with a variable renal function decrease. Chronic Kidney disease (CKD) is highly prevalent and there are few options for treatment in end stage CKD. The goal, as urologist, should be on optimizing renal function after surgery and not just avoiding dialysis. OBJECTIVES: In patients submitted to radical nephrectomy: 1. Primary objective: Assess the association of histopathological parameters in non-neoplastic renal parenchyma with new onset chronic kidney disease after surgery. 2. Secondary objective: Assess the association of demographic and clinical parameters with new onset chronic kidney disease after surgery. METHODS: Data were extracted from 65 patients who underwent radical nephrectomy. Using The MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) formula, we calculated the estimated glomerular filtration rate preoperatively and at last follow-up. The study end point was development of CKD, defined as an estimated glomerular filtration rate (eGFR) of less than 60ml/minute/1,73m2. A renal pathologist assessed three histological features in the nonneoplastic parenchyma, including global glomerulosclerosis, arteriosclerosis, interstitial fibrosis and tubular atrophy. For glomerulosclerosis assessment, the percent of affected glomeruli was determined. Arteriosclerosis or the extent of arterial luminal occlusion was graded into three groups, including 1-0% to 25%, 2-26% to 50% and 3-greater than 50%. Interstitial fibrosis and tubular atrophy were evaluated as absent/present. RESULTS: After a mean follow-up of 49,06 months, the eGFR rate decreased 26,52% after radical nephrectomy. Thirty five patients developed CKD. In a univariate analysis, the incidence of CKD was associated with glomerulosclerosis (OR=3,8), interstitial fibrosis (OR=3,8), arteriosclerosis (OR=3,3), hypertension (OR=3,7), Diabetes Mellitus (OR=11,6) and age (OR=3,4) after surgery. In a multivariate analysis, Charlson comorbidity index (OR= 2,3), glomerulosclerosis (OR= 1,2) and baseline eGFR(OR= 0,96) were associated with new onset CKD after radical nephrectomy. For each 2,5% increase in glomerular abnormality the eGFR rate decreased 28% from baseline. CONCLUSIONS: Histologic findings in the nonneoplasic tissue, in addition to clinical parameters, can be used to predict which patients are more likely to develop CKD after radical nephrectomyBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSrougi, MiguelBrandina, Ricardo Araujo2016-07-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-05102016-083020/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-02T20:03:01Zoai:teses.usp.br:tde-05102016-083020Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-02T20:03:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: A nefrectomia radical está associada com algum grau de comprometimento da função do rim remanescente em pacientes com câncer renal. A etiologia da insuficiência renal crônica (IRC) nesses casos é complexa, tem prevalência relativamente alta e existem poucas alternativas terapêuticas quando ela se estabelece. Métodos que permitem prever o aparecimento desse quadro e possibilitem condutas terapêuticas que minimizem e retardem a perda de função renal são altamente desejáveis. OBJETIVOS: Em pacientes submetidos à nefrectomia radical: 1. Objetivo primário: Avaliar o impacto de alterações do parênquima renal não neoplásico, dados demográficos, clínicos e laboratoriais sobre o desenvolvimento de insuficiência renal crônica. 2. Objetivo secundário: Correlacionar alterações do parênquima renal não neoplásico, dados demográficos, clínicos e laboratoriais com a variação da taxa de filtração glomerular estimada pré e pós-operatória. MÉTODOS: Foram selecionados 65 pacientes submetidos à nefrectomia radical por quadros de carcinoma de células renais. Nesses casos, procedeu-se a análise histológica do parênquima renal não neoplásico e as alterações encontradas foram correlacionadas com o aparecimento subsequente de IRC. Para avaliação da função renal, foi utilizada a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) por meio da fórmula MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) pré-operatória e última consulta. O estado do parênquima renal não neoplásico foi avaliado por meio de parâmetros histológicos: 1. Presença de glomerulosclerose, calculada pelo número total de glomérulos escleróticos dividido pelo número total de glomérulos avaliados, e expressa em porcentagem e presença de glomérulos hialinizados; 2. Alterações vasculares com a presença de arteriolosclerose. A extensão da oclusão arterial foi quantificada em três grupos: menos de 25%, 26% a 50% e acima de 50%. 3. Presença de fibrose intersticial e atrofia tubular. O impacto destas alterações no comportamento da função renal foi avaliado por meio do desenvolvimento IRC, definida com uma TFGe menor que 60ml/minuto/1,73m2 na avaliação mais recente e de acordo com os protocolos do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative. RESULTADOS: Após um seguimento médio de 49,06 meses, foi observado uma queda média de 26,52% na função renal nos pacientes submetidos à nefrectomia radical. Trinta e cinco dos 65 pacientes evoluíram para IRC. Em uma análise univariada, presença de glomerulosclerose (OR=3,8), arteriosclerose (OR=3.3), fibrose intersticial (OR=3.8), hipertensão arterial (OR=3.7), Diabetes Mellitus (OR=11.6) e idade maior que 60 anos (OR=3.4) associaram-se à evolução para IRC (p < 0.05). Em uma regressão logística multivariada, índice de comorbidade de Charlson (OR= 2,3), GS (OR= 1,2) e TFGe pré-operatória (OR= 0,96) foram estatisticamente significantes. Para cada 2,5% de aumento de alterações glomérulos, houve uma diminuição percentual de 28% da TFGe. CONCLUSÕES: Alterações histológicas do parênquima renal não neoplásico e parâmetros clínicos podem ser utilizados para predizer pacientes que evoluirão para IRC após uma nefrectomia radical |
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