Análise fenotípica comparativa de espécies não-patogênicas Aspergillus fischeri e A. oerlinghausenensis filogeneticamente próximas à espécie virulenta A. fumigatus
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-17102023-105339/ |
Resumo: | A seção Fumigati é composta por cepas fúngicas do gênero Aspergillus com patogenicidade variável. Dentro dessa seção, Aspergillus fumigatus, um patógeno oportunista, é a principal espécie responsável pelo quadro de aspergilose pulmonar invasiva (API), respondendo por cerca de 90% dos casos de API no mundo. Alguns estudos indicam que a maior virulência da espécie A. fumigatus em relação a outras espécies filogeneticamente próximas, pode estar relacionada à capacidade dessa espécie de crescer em altas temperaturas e em condições limitantes de nutrientes, além da habilidade de produzir metabólitos secundários (MSs) específicos que, em conjunto, favorecem a patogenicidade e auxiliam a sobrevivência do patógeno no ambiente encontrado dentro do pulmão dos hospedeiros humanos. API é estabelecida após a inalação de conídios onipresentes, suspensos no ar ambiente, pelo hospedeiro humano. Em indivíduos saudáveis, após a inalação dos conídios, estes são prontamente eliminados por células do sistema imune inato, como macrófagos e neutrófilos. Entretanto, em pacientes com disfunções imunes ou condições pulmonares preexistentes, a eliminação do conídio pode falhar, permitindo a germinação dos esporos, o crescimento fúngico no epitélio pulmonar e, consequentemente, o desenvolvimento da API. Devido a temperatura intracorpórea do hospedeiro humano, a termotolerância é uma característica fundamental para o estabelecimento da API. No entanto, pouco se conhece acerca de genes de A. fumigatus expressos exclusivamente em situação de adaptação a temperaturas elevadas. O objetivo dessa dissertação foi analisar, de forma comparativa, as características fenotípicas que diferem A. fumigatus de outras 3 espécies da sessão Fumigati, não frequentemente relacionadas a API, porém filogeneticamente próximas: A. oerlinghausenensis, A. fischeri e A. lentulus. As quatro espécies passaram por uma série de análises, sendo as espécies A. fumigatus, A. fischeri e A. oerlinghausenensis selecionadas para uma análise de sequenciamento de RNA (RNAseq) cujo principal objetivo foi a identificação de genes diferencialmente expressos em A. fumigatus após a transição de 30°C para 37°C. Genes com maior taxa de transcrição em A. fumigatus e pouco expressos nas demais espécies (e vice-versa) podem fornecer boas pistas a respeito das vias metabólicas responsáveis pela maior virulência observada em A. fumigatus. Em resumo, este estudo promove ferramentas para futuras discussões em busca de um maior entendimento dos mecanismos e fundamentos moleculares que conferem um maior índice de patogenicidade à A. fumigatus, uma das principais espécies de patógenos fúngicos humanos. |
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Análise fenotípica comparativa de espécies não-patogênicas Aspergillus fischeri e A. oerlinghausenensis filogeneticamente próximas à espécie virulenta A. fumigatusComparative phenotypic analysis of non-pathogenic species Aspergillus fischeri and A. oerlinghausenensis phylogenetically close to the virulent species A. fumigatusAspergillus fischeriAspergillus fischeriAspergillus fumigatusAspergillus fumigatusAspergillus oerlinghausenensisAspergillus oerlinghausenensisRNAseqRNAseqVirulenceVirulênciaA seção Fumigati é composta por cepas fúngicas do gênero Aspergillus com patogenicidade variável. Dentro dessa seção, Aspergillus fumigatus, um patógeno oportunista, é a principal espécie responsável pelo quadro de aspergilose pulmonar invasiva (API), respondendo por cerca de 90% dos casos de API no mundo. Alguns estudos indicam que a maior virulência da espécie A. fumigatus em relação a outras espécies filogeneticamente próximas, pode estar relacionada à capacidade dessa espécie de crescer em altas temperaturas e em condições limitantes de nutrientes, além da habilidade de produzir metabólitos secundários (MSs) específicos que, em conjunto, favorecem a patogenicidade e auxiliam a sobrevivência do patógeno no ambiente encontrado dentro do pulmão dos hospedeiros humanos. API é estabelecida após a inalação de conídios onipresentes, suspensos no ar ambiente, pelo hospedeiro humano. Em indivíduos saudáveis, após a inalação dos conídios, estes são prontamente eliminados por células do sistema imune inato, como macrófagos e neutrófilos. Entretanto, em pacientes com disfunções imunes ou condições pulmonares preexistentes, a eliminação do conídio pode falhar, permitindo a germinação dos esporos, o crescimento fúngico no epitélio pulmonar e, consequentemente, o desenvolvimento da API. Devido a temperatura intracorpórea do hospedeiro humano, a termotolerância é uma característica fundamental para o estabelecimento da API. No entanto, pouco se conhece acerca de genes de A. fumigatus expressos exclusivamente em situação de adaptação a temperaturas elevadas. O objetivo dessa dissertação foi analisar, de forma comparativa, as características fenotípicas que diferem A. fumigatus de outras 3 espécies da sessão Fumigati, não frequentemente relacionadas a API, porém filogeneticamente próximas: A. oerlinghausenensis, A. fischeri e A. lentulus. As quatro espécies passaram por uma série de análises, sendo as espécies A. fumigatus, A. fischeri e A. oerlinghausenensis selecionadas para uma análise de sequenciamento de RNA (RNAseq) cujo principal objetivo foi a identificação de genes diferencialmente expressos em A. fumigatus após a transição de 30°C para 37°C. Genes com maior taxa de transcrição em A. fumigatus e pouco expressos nas demais espécies (e vice-versa) podem fornecer boas pistas a respeito das vias metabólicas responsáveis pela maior virulência observada em A. fumigatus. Em resumo, este estudo promove ferramentas para futuras discussões em busca de um maior entendimento dos mecanismos e fundamentos moleculares que conferem um maior índice de patogenicidade à A. fumigatus, uma das principais espécies de patógenos fúngicos humanos.The Fumigati section is composed of fungal strains of the Aspergillus genus with variable pathogenicity. Within this section, Aspergillus fumigatus, an opportunistic pathogen, is the main species responsible for invasive pulmonary aspergillosis (IPA), accounting for about 90% of cases of IPA in the world. Some studies indicate that the greater virulence of the species A. fumigatus in relation to other species phylogenetically close, may be related to the ability of this species to grow at high temperatures and in limiting conditions of nutrients, in addition to the ability to produce specific secondary metabolites (SMs) that, all together, favor pathogenicity and aid the survival of the pathogen in the environment found within the lung of human hosts. IPA is established after inhalation of ubiquitous conidia, suspended in ambient air, by the human host. In healthy individuals, after inhalation, conidia are promptly eliminated by cells of the innate immune system, such as macrophages and neutrophils. However, in patients with immune dysfunctions or pre-existing lung conditions, conidial clearance may fail, allowing spore germination, fungal growth in the lung epithelium and, consequently, the development of IPA. Due to the intracorporeal temperature of the human host, thermotolerance is a fundamental characteristic for the establishment of IPA. However, little is known about A. fumigatus genes expressed exclusively in a situation of adaptation to high temperatures. The objective of this dissertation was to analyze, in a comparative way, the phenotypic characteristics that differ A. fumigatus from other 3 species from the Fumigati session, not frequently related to IPA, but phylogenetically close: A. oerlinghausenensis, A. fischeri and A. lentulus. The four species underwent a series of analyses, with the species A. fumigatus, A. fischeri and A. oerlinghausenensis selected for an RNA sequencing analysis (RNAseq) whose main objective was to identify genes differentially expressed in A. fumigatus after the transition from 30°C to 37°C. Genes with a higher transcription rate in A. fumigatus and little expression in other species (and vice versa) may provide good clues regarding the metabolic pathways responsible for the greater virulence observed in A. fumigatus. In summary, this study provides tools for future discussions in search of a greater understanding of the mechanisms and molecular foundations that confer a higher pathogenicity index to A. fumigatus, one of the main species of human fungal pathogens.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGoldman, Gustavo HenriqueReis, Thaila Fernanda dosLuperini, Rafael Sanchez2023-06-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-17102023-105339/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-12-06T15:13:03Zoai:teses.usp.br:tde-17102023-105339Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-06T15:13:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A seção Fumigati é composta por cepas fúngicas do gênero Aspergillus com patogenicidade variável. Dentro dessa seção, Aspergillus fumigatus, um patógeno oportunista, é a principal espécie responsável pelo quadro de aspergilose pulmonar invasiva (API), respondendo por cerca de 90% dos casos de API no mundo. Alguns estudos indicam que a maior virulência da espécie A. fumigatus em relação a outras espécies filogeneticamente próximas, pode estar relacionada à capacidade dessa espécie de crescer em altas temperaturas e em condições limitantes de nutrientes, além da habilidade de produzir metabólitos secundários (MSs) específicos que, em conjunto, favorecem a patogenicidade e auxiliam a sobrevivência do patógeno no ambiente encontrado dentro do pulmão dos hospedeiros humanos. API é estabelecida após a inalação de conídios onipresentes, suspensos no ar ambiente, pelo hospedeiro humano. Em indivíduos saudáveis, após a inalação dos conídios, estes são prontamente eliminados por células do sistema imune inato, como macrófagos e neutrófilos. Entretanto, em pacientes com disfunções imunes ou condições pulmonares preexistentes, a eliminação do conídio pode falhar, permitindo a germinação dos esporos, o crescimento fúngico no epitélio pulmonar e, consequentemente, o desenvolvimento da API. Devido a temperatura intracorpórea do hospedeiro humano, a termotolerância é uma característica fundamental para o estabelecimento da API. No entanto, pouco se conhece acerca de genes de A. fumigatus expressos exclusivamente em situação de adaptação a temperaturas elevadas. O objetivo dessa dissertação foi analisar, de forma comparativa, as características fenotípicas que diferem A. fumigatus de outras 3 espécies da sessão Fumigati, não frequentemente relacionadas a API, porém filogeneticamente próximas: A. oerlinghausenensis, A. fischeri e A. lentulus. As quatro espécies passaram por uma série de análises, sendo as espécies A. fumigatus, A. fischeri e A. oerlinghausenensis selecionadas para uma análise de sequenciamento de RNA (RNAseq) cujo principal objetivo foi a identificação de genes diferencialmente expressos em A. fumigatus após a transição de 30°C para 37°C. Genes com maior taxa de transcrição em A. fumigatus e pouco expressos nas demais espécies (e vice-versa) podem fornecer boas pistas a respeito das vias metabólicas responsáveis pela maior virulência observada em A. fumigatus. Em resumo, este estudo promove ferramentas para futuras discussões em busca de um maior entendimento dos mecanismos e fundamentos moleculares que conferem um maior índice de patogenicidade à A. fumigatus, uma das principais espécies de patógenos fúngicos humanos. |
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