Ruínas em ruídos: modulações da melancolia em poemas de Joseph von Eichendorff

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Polycarpo, Nathaschka Martiniuk Liebest
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-22112016-125935/
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar poemas do escritor e poeta alemão Joseph von Eichendorff (1788-1857), ainda pouco conhecido e estudado no Brasil. Nossa análise visa apontar as confluências entre sua poética e a tradição da melancolia e, principalmente explorar a forma sui generis que o poeta se utiliza do tema. Para isso, selecionamos cinco poemas para compor o corpus do trabalho, a saber, Sehnsucht [Anseio, 1834], Im Herbst [No Outono, 1837], Wehmut [Melancolia, 1815], Wehmut [Melancolia, 1837] e Mondnacht [Noite ao luar, 1837]. Em nosso trabalho, não pretendemos abordar a história da melancolia de maneira minuciosa, mas destacamos os principais pontos que interessam às análises do corpus. Mais do que elencar elementos da melancolia nos versos do autor, nosso propósito é mostrar a maneira singular que a melancolia toma forma, em suas poesias, como um afeto que é parte constituinte de seu fazer poético. O diálogo entre as poesias analisadas e a melancolia parte de um ponto em comum: a música. Entendemos que a música é essencial para a obra de Eichendorff; seu poema Wünschelrute [Forquilha] pode ser entendido como motto de sua poética: Schläft ein Lied in allen Dingen,/ Die da träumen fort und fort,/ Und die Welt fängt an zu singen,/ Triffst du nur das Zauberwort ao poeta cabe lançar mão da palavra mágica, a poesia, despertando a canção adormecida em todas as coisas. A música é o ponto de partida para a rememoração, que leva o eu lírico, ora a uma busca melancólica pelo passado, ora a uma Sehnsucht (um anseio infinito) por terras longínquas, num desejo melancólico pelo lar. Através de sua linguagem singela, a poesia de Eichendorff mostra um eu lírico atento aos ruídos que surgem à sua volta, e trazem à tona ruínas de uma pátria distante e ansiada, de um passado perdido e saudoso, que, mesmo por breves instantes, por intermédio da palavra, pode ser revisitado.
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description O presente trabalho tem por objetivo analisar poemas do escritor e poeta alemão Joseph von Eichendorff (1788-1857), ainda pouco conhecido e estudado no Brasil. Nossa análise visa apontar as confluências entre sua poética e a tradição da melancolia e, principalmente explorar a forma sui generis que o poeta se utiliza do tema. Para isso, selecionamos cinco poemas para compor o corpus do trabalho, a saber, Sehnsucht [Anseio, 1834], Im Herbst [No Outono, 1837], Wehmut [Melancolia, 1815], Wehmut [Melancolia, 1837] e Mondnacht [Noite ao luar, 1837]. Em nosso trabalho, não pretendemos abordar a história da melancolia de maneira minuciosa, mas destacamos os principais pontos que interessam às análises do corpus. Mais do que elencar elementos da melancolia nos versos do autor, nosso propósito é mostrar a maneira singular que a melancolia toma forma, em suas poesias, como um afeto que é parte constituinte de seu fazer poético. O diálogo entre as poesias analisadas e a melancolia parte de um ponto em comum: a música. Entendemos que a música é essencial para a obra de Eichendorff; seu poema Wünschelrute [Forquilha] pode ser entendido como motto de sua poética: Schläft ein Lied in allen Dingen,/ Die da träumen fort und fort,/ Und die Welt fängt an zu singen,/ Triffst du nur das Zauberwort ao poeta cabe lançar mão da palavra mágica, a poesia, despertando a canção adormecida em todas as coisas. A música é o ponto de partida para a rememoração, que leva o eu lírico, ora a uma busca melancólica pelo passado, ora a uma Sehnsucht (um anseio infinito) por terras longínquas, num desejo melancólico pelo lar. Através de sua linguagem singela, a poesia de Eichendorff mostra um eu lírico atento aos ruídos que surgem à sua volta, e trazem à tona ruínas de uma pátria distante e ansiada, de um passado perdido e saudoso, que, mesmo por breves instantes, por intermédio da palavra, pode ser revisitado.
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