Gramática negra contra a violência de Estado: da discriminação racial ao genocídio negro (1978-2018)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-19052021-202215/ |
Resumo: | Esta tese apresenta o histórico de formulações políticas, denúncias, proposições, bandeiras de luta e palavras de ordem das organizações negras do Brasil contra a violência policial, no período de 1978 a 2018. A pesquisa partiu de alguns casos emblemáticos de violência policial, que ganharam a atenção das organizações negras, da mídia e da política institucional, com base em material documental privado fornecido pelas lideranças envolvidas nos protestos que se seguiram a esses casos. Foi dada atenção à aparição de termos e expressões que aludissem ao problema da violência policial em panfletos, cartazes, manifestos, relatórios etc. Além disso, entrevistamos lideranças envolvidas no processo. Lançamos mão de outras fontes documentais secundárias, pesquisa em mídia, redes sociais para dar suporte contextual. A metodologia usada foi a análise de conteúdo, visando observar a construção de pontes semânticas que representassem o conjunto das experiências negras no tocante à violência de Estado. Assim, estivemos amparados pela teoria do reconhecimento de Axel Honneth, sabendo que os conflitos éticos produzidos pela violência policial configuram-se como fato sistemático de expectativas não concretizadas de reconhecimento recíproco, em que a morte é realidade cotidiana da população negra e periférica. O estudo do material identificou três grandes pontes semânticas que organizam e dão sentido à experiência negra a partir da denúncia da violência policial, sendo possível, por meio delas, estabelecer três períodos do protesto durante os quarenta anos estudados: discriminação racial (1978-1988), violência racial (1989-2006) e genocídio negro (2007-2018). Além das palavras de ordem, focamos nos casos emblemáticos documentados nos acervos pessoais, nas campanhas contra a violência policial e na interação da agenda específica da luta contra a violência com a agendas gerais da política nacional (impeachments, Assembleia Constituinte etc.). |
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Gramática negra contra a violência de Estado: da discriminação racial ao genocídio negro (1978-2018)Black Grammar Against State Violence: from racial discrimination to black genocide (1978-2018)Black genocideDiscriminação racialGenocídio negroPolice and State violenceRacial discriminationRacial violenceRacismRacismoRecognition theoryTeoria do reconhecimentoViolência policial e de EstadoViolência racialEsta tese apresenta o histórico de formulações políticas, denúncias, proposições, bandeiras de luta e palavras de ordem das organizações negras do Brasil contra a violência policial, no período de 1978 a 2018. A pesquisa partiu de alguns casos emblemáticos de violência policial, que ganharam a atenção das organizações negras, da mídia e da política institucional, com base em material documental privado fornecido pelas lideranças envolvidas nos protestos que se seguiram a esses casos. Foi dada atenção à aparição de termos e expressões que aludissem ao problema da violência policial em panfletos, cartazes, manifestos, relatórios etc. Além disso, entrevistamos lideranças envolvidas no processo. Lançamos mão de outras fontes documentais secundárias, pesquisa em mídia, redes sociais para dar suporte contextual. A metodologia usada foi a análise de conteúdo, visando observar a construção de pontes semânticas que representassem o conjunto das experiências negras no tocante à violência de Estado. Assim, estivemos amparados pela teoria do reconhecimento de Axel Honneth, sabendo que os conflitos éticos produzidos pela violência policial configuram-se como fato sistemático de expectativas não concretizadas de reconhecimento recíproco, em que a morte é realidade cotidiana da população negra e periférica. O estudo do material identificou três grandes pontes semânticas que organizam e dão sentido à experiência negra a partir da denúncia da violência policial, sendo possível, por meio delas, estabelecer três períodos do protesto durante os quarenta anos estudados: discriminação racial (1978-1988), violência racial (1989-2006) e genocídio negro (2007-2018). Além das palavras de ordem, focamos nos casos emblemáticos documentados nos acervos pessoais, nas campanhas contra a violência policial e na interação da agenda específica da luta contra a violência com a agendas gerais da política nacional (impeachments, Assembleia Constituinte etc.).This thesis presents the history of political formulations, complaints, propositions, struggle flags and slogans proposed by black organizations in Brazil against police violence, from 1978 to 2018. The research approaches some emblematic cases of police violence that drew the attention of black organizations, the media and institutional politics, based on private documentary material provided by some of the leaders involved in the protests following these cases. We focused on the appearance of terms and expressions that alluded to the problem of police violence in pamphlets, posters, manifests, reports etc. In addition, and secondarily, we interviewed some leaders involved in the process. Some other secondary documentary sources were used, such as social media, to provide background. Content analysis was the methodology used to observe the construction of semantic bridges that represented the set of black experiences regarding State violence. Thus, we were supported by the theory of recognition by Axel Honneth, considering that the ethical conflicts produced by the police violence are a systematic fact derived from unfulfilled expectations of reciprocal recognition, in which death is a daily reality to the black and peripheral population. The analyses of the material identified three major semantic bridges that organize and give meaning to the black experience from the complaints of police violence, enabling the establishment of three periods of protest during the period of forty years studied: racial discrimination (1978-1988), racial violence (1989-2006) and black genocide (2007-2018). In addition to the slogans, we focused on the emblematic cases documented in the personal collections, the campaigns against police violence and the interaction between the specific agenda against violence and the national political agendas in general (impeachments, Constituent Assembly, etc.).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Marcia Regina de LimaRamos, Paulo Cesar2021-02-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-19052021-202215/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-20T02:47:02Zoai:teses.usp.br:tde-19052021-202215Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-20T02:47:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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